Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Jovita Feitosa - Bravura, Ousadia e Perseverança





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D
epois de muito relutar para ser incluída nas fileiras do Exército Nacional, o Dr. Franklin Dória (Barão de Loreto), então Governador do Piauí, permite o seu ingresso nas forças armadas, na patente de 1º Sargento. 


Tendo chegado ao Rio de Janeiro em 1865, logo foi desautorizada a participar das tropas, por ordem do Ministro da Guerra. 


Desiludida diante de sua não participação, como combatente, na Guerra do Paraguai, resolveu ficar na Corte, para depois de 2 anos, aos 19 anos de idade, suicidar-se, após um frustrado caso amoroso com um Engenheiro de nacionalidade britânica, chamado Guilherme Noot." 




"Jovita, como era chamada em casa, com disfarce de homem, se alista no exército para lutar na guerra do Paraguai. Seu disfarce foi descoberto, mesmo assim, foi incorporada aos voluntários, como primeiro sargento. Jovita tornou-se um importante instrumento de propaganda do governo, incentivando alistar e lutar pela Pátria.Nesse tempo, os voluntários eram pegos a laço e levados amarrados para a guerra. Jovita Feitosa nasceu no dia 08 de março de 1.848 no pequeno povoado de Brejo Seco, município de Tauá, em pleno sertão dos Inhamuns. Filha de Maximiano Bispo de Oliveira e de Maria Alves Feitosa. Ao perder a mãe, o pai resolve mandá-la para morar em Jaicós no Piauí.Foi em Jaicós que Jovita deu início aos estudos elementares e aprendeu música com o seu tio Rogério."


Patrona - Cadeira nº 13 da Academia Tauaense de letras


Jovita Alves Feitosa, nascida em Tauá (região dos Inhamuns), em março de 1848, filha de Maximiano Bispo de Oliveira e de Maria Alves Feitosa, se destacou pela bravura e destemor, preparando a luta contra o Paraguai.
Nesse tempo, com apenas dezesseis anos, órfã de mãe, residia com um tio em Jaicós, no Piauí, e participava vivamente do clamor criado com o patriótico movimento contra o invasor Francisco Solano Lopez, apossando-se do forte de Coimbra no ano de 1864, à margem do Rio Paraguai, facilmente conseguido por causa da precária situação em que se encontravam os brasileiros.
A expedição paraguaia avançava pelo sul de Mato Grosso, encaminhando-se para a colônia militar de Dourados. Vitoriosos, seguiram para a colônia de Miranda, depois Nioaque, encontrando poucos brasileiros e mal armados.
Pretendiam assim chegar até Corumbá, já tendo conseguido a interrupção das comunicações entre a capital da província e o Rio de Janeiro.


Por pouco tempo o sul de Mato Grosso tornou-se território paraguaio. López pretendia formar outra frente de guerra, atravessando a Argentina para atacar o Rio Grande do sul. O Presidente da nação vizinha negou a passagem das tropas por terras argentinas, o que ocasionou uma declaração de guerra, em março de 1865, com a invasão pelos paraguaios da província de Corrientes.
No Rio de janeiro as noticias das invasões causaram revolta, e o Imperador Pedro II estimulou o patriotismo entre os homens, com a frase: “ O BRASIL ESPERA QUE CADA UM CUMPRA O SEU DEVER“.


Jovita mobilizou a cidade e o campo para que fossem lutar pela pátria. Misturava-se com os soldados, desprezando todos os preconceitos da época. Atendendo ao apelo do Imperador, as mães ofereciam os filhos para a luta, as damas doavam suas jóias, e Jovita, como nada tinha a oferecer, arquitetou um plano: cortando os cabelos e usando um chapéu de couro, assim se disfarçou em soldado, indo-se apresentar em Teresina, onde se agrupavam os Voluntários da Pátria. E tinha apenas dezessete anos.




O plano foi descoberto. As formas femininas a denunciaram e mulheres curiosas descobriram que as orelhas eram furadas. Mesmo assim, foi aceita pelo exemplo de tão admirável lição de patriotismo, com a obrigação de usar um saiote sobre a farda.
Mulher valente, audaciosa, teve seu gesto admirado em todo o país. Exercendo função militar, esteve em São Luis, Paraíba e Recife, causando entusiasmo em todos. Era aplaudida, presenteada, cantada em versos e hinos. A nossa heroína estava então preparada para a viagem ao Rio de janeiro, em companhia de quatrocentos e sessenta soldados.
Um mês após a partida, chegava à capital brasileira sendo entusiasticamente ovacionada pela multidão que esperava curiosa a Companhia dos Voluntários, tendo entre eles a figura de uma mulher.
Os jornais noticiaram com destaque o fato; o povo aclamava-a com entusiasmo por onde ela passava e assim a admirável JOVITA viveu os mais intensos momentos de glória.
Passados alguns meses, o Ministro da Guerra, Visconde de Cairú, põe por terra a aspiração da jovem, negando-lhe permissão para a frente de combate. Dava-lhe apenas o direito de agregar-se ao Corpo de Mulheres que iria prestar serviços compatíveis com a natureza feminina, na guerra contra os vizinhos paraguaios.


Resolveu permanecer no Rio de Janeiro, decepcionada com o acontecido e fortemente amargurada, sentindo se desfazerem os seus sonhos de jovem patriota e de mulher guerreira que ela era.
Faleceu em outubro de 1867, aos dezenove anos, longe de sua terra e de sua família, merecedora de grandes elogios pelo valor moral de que era possuidora.
Ficou o seu exemplo digno da admiração de todos os brasileiros.
Carlos Gomes



Saiba mais:

  • Ela partiu de Jaicós onde foi morar após a morte de sua mãe, no Ceará - escondida do tio até Teresina, caminhando setenta léguas, para alistar-se no exército tão logo soube da notícia da guerra e da necessidade de novos combatentes.

  • Em Teresina, aos 17 anos, Jovita se disfarçou de homem: cortou o cabelo no estilo “alemão” ou “ militar”,  amarrou os seios, usou chapéu de couro e foi à procura da guarnição provincial. Conseguiu enganar os olhos dos policiais, porém, ao visitar o mercado público foi delatada por uma mulher que logo lhe reconheceu traços femininos com predominância da etnia indígena.

  • Ao ser levada para interrogatório policial, chorou copiosamente e manifestou o desejo de ir lutar nas trincheiras, com a mão no bacamarte. Não queria ser auxiliar de enfermeira, pois, se assim o desejasse poderia fazê-lo. Dizia querer vingar “a humilhação passada por seus compatriotas nas mãos dos desalmados paraguaios”. Foi aceita no efetivo do Estado, após o caso chamar a atenção de Franklin Dória, o Barão de Loreto, então presidente [o equivalente hoje a governador] da Província do Piauí, que lhe incluiu no Exército Nacional como segundo sargento.  Recebeu fardamento e embarcou com corpo de voluntário para Parnaíba.

  • Na capital imperial foi entrevistada numa das salas do quartel do campo de aclamação.  Um fluminense de 1865 vê nela um patriotismo exacerbado que foi acordado de seu estado letárgico “apresentou-se pobre e singela, tendo n’alma o sentimento generoso das mulheres espartanas, ajoelhou-se antes o altar da Pátria e ali prestou um juramento solene de amor e de dedicação eterna”. Recebeu várias homenagens.

Vida e morte

Jovita Feitosa teve uma vida relâmpago: nascida em Brejo Seco, região dos Inhamus, no sertão cearense, ela veio parar em Jaicós, aos 12 anos, após a morte da mãe. Em Jaicós ficou na casa do tio, Rogério Alves Feitosa.

Na sua ida de Teresina fixou-se no Rio de Janeiro onde teve sua história repercutida o que lhe rendeu homenagens e o amor relâmpago do engenheiro inglês Guilherme Noot, com quem passou a viver. Aos 19 anos se suicidou. Várias ruas e avenidas* no País ganharam seu nome como uma forma de homenagear a mulher independente e a luta de igualdade de direitos sociais entre os sexos.

O livro “Governo do Piauí”, editado pelo escritor A. Tito Filho, considera fato histórico o suicídio de Jovita Feitosa, merecendo o registro junto aos acontecimentos marcantes daquela época.

Carta (Grafia da época)

Secretaria de Negócios da Guerra
16 de Setembro de 1865

Ilmº Sr.
Não havendo disposição alguma nas Leis e Regulamentos militares que permitta a mulheres terem praça nos Corpos do exercito, nem nos da Guarda Nacional, ou de Voluntários da Pátria: não pode acompanhar o corpo sob o comando de V. S. com o qual veio da Província do Piauhy a voluntária Jovita Alves Feitosa na qualidade de praça do mesmo corpo, mas sim como qualquer outra mulher das que se admittem a prestar juncto aos corpos em campanha os serviços compatíveis com a natureza do seu sexo, serviços cuja importância podem tornar a referida voluntária tão digna de consideração, como de louvores o tem sido pelo seu patriótico offerecimento: o que declaro a V. S. para seu conhecimento e governo.

Deos guarde V. Sª 


Notícia de um jornal Ludovicense da época: 

Jovita em São Luiz

“ Com os oficiais que desembarcaram em São Luiz [MA] veio também a cidadã voluntária, que tendo sido objeto de maior curiosidade pública, desde que desembarcou. Na rampa do Palácio a multidão que ali se havia aglomerado a cercou por tal forma que mal a deixou caminhar. Houve, como estava anunciado, o espetáculo em honra da heroína. Ela ocupava o primeiro camarote da 1ª ordem, que a empresa lhe oferecera, e foi alvo da administração do extraordinário número de espectadores que enchiam o teatro.
Trajava farda e calças brancas, saiote encarnado, e trazia banda e insígnia de 1º sargento. Depois de uma poesia patriótica brilhantemente recitada pela Sra. Da. Manoela e do hino da guerra pelos artistas da Companhia, foi a jovem Jovita chamada à cena pelos expectadores e aí coberta de flores, saudade com grande entusiasmo e prolongados vivas a ela e a seus companheiros de armas. Então ofereceu-lhe a Sra. Da. Manoela uma coroa de flores e um crucifixo de ouro, pendente de um cordão do mesmo metal do valor de duzentos mil réis.

*Em Fortaleza, uma avenida também leva seu nome, é uma homenagem a essa mulher que bravamente estava a frente de seu tempo. A Avenida Jovita Feitosa passa por vários bairros, em uma ponta no Bairro do Parque Araxá, corta a Avenida José Bastos que se liga à Avenida 13 de Maio e passando pelos bairros de Parquelândia e Alagadiço, estando na outra ponta, a Avenida Humberto Monte, onde é um agrande acesso ao Campus do Picí, Antônio Bezerra e a Parangaba.
Glautom 

Fonte: Folha de Picos – Caderno especial sobre 171 anos de Jaicós, Blog da Academia Tauaense e Enciclopédia Nordeste

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Academia Cearense de Letras



Academia Cearense de Letras em 08/09/1922, no salão nobre do Clube Iracema, no 1º andar do Palacete Ceará - Arquivo Nirez

Foto com a  identificação - Nirez

A Academia Cearense de Letras é a mais antiga instituição do gênero no país, pois foi fundada a 15 de agosto de 1894. Tal resultou do idealismo de alguns intelectuais, entre outros, o anglo-cearense Barão de Studart, e Thomaz Pompeu de Souza Brasil, seu primeiro presidente, topônimo desta Casa. Inspirou-se na Academia de Ciências de Lisboa, surgindo no rasto da famosa Padaria Espiritual, de Fortaleza, cujo "forno" funcionou por 6 anos (1892-1898), alimentado por "padeiros" notáveis, entre eles Antônio Sales, autor do festejado romance Aves de Arribação. Destarte, este grêmio literário não poderia deixar de usufruir das vantagens da moderna tecnologia representada pela Internet. Ao contar a nossa longa história, convidamos para um passeio na nossa também longeva sede, o antigo Palácio da Luz, onde, por muito tempo, alojou-se o Governador do Estado do Ceará. 
Pedro Henrique Saraiva Leão
Presidente

Academia Cearense de Letras (ACL) é a entidade literária máxima do estado do Ceará. A ACL é a mais antiga das Academias de Letras existentes no Brasil, fundada em 15 de agosto de 1894, três anos antes da Academia Brasileira de Letras.

A História da ACL é dividida em três partes. A primeira tem início em 15 de agosto de 1894 quando foi fundada, e vai até 17 de julho de 1922, quando Justiniano de Serpa lhe promoveu a reconstituição. Esse primeiro período foi áureo para as letras cearenses, quando a inquietação de intelectuais já havia motivado a criação da Padaria espiritual, dois anos antes de sua fundação. O Ceará ocupava então importante papel dentro do movimento literário nacional, tendo se antecipado inclusive à criação da Academia Brasileira de Letras, fundada três anos depois da ACL, e à Semana de 22.



Foi fundada como Academia Cearense e a primeira revista foi publicada em 1896, com periodicidade anual até 1914. Seu primeiro presidente foi Tomás Pompeu de Sousa Brasil Filho. Iniciou as atividades com 27 membros.
A segunda fase tem início em 1922, quando Justiniano de Serpa, diante da situação em que se encontrava a instituição com somente oito membros ainda residentes em Fortaleza, reorganiza-a sob a nova denominação de "Academia Cearense de Letras". Neste novo formato, foram ampliadas as vagas, passando então para as atuais 40 cadeiras. Foi deste mesmo período a denominação dos patronos. No ano seguinte ao de sua reformulação, a morte de Justiniano de Serpa em 1 de agosto de 1923 fez a instituição ficar na penumbra até 1930.
Em 21 de maio de 1930 foi instalada a reunião de reorganização da instituição, agora em definitivo até os nossos dias, na casa de Walter Pompeu. Desde então sua revista passou a ser publicada ininterruptamente.
Anualmente, concede o Prêmio Osmundo Pontes e, desde 2005, os prêmios Antônio Martins Filho e Fran Martins, para jovens escritores. Sua atual sede fica no Palácio da Luz, a antiga sede do Governo do Ceará, um importante prédio que faz parte do conjunto arquitetônico da Praça dos Leões em Fortaleza.

Diretoria

  • Presidente - Pedro Henrique Saraiva Leão
  • 1º Vice-Presidente - José Maria de Barros Pinho
  • Secretário-Geral - Virgílio Maia
  • Secretário-Geral Adjunto - Horácio Dídimo
  • Diretora Cultural - Angela Gutiérrez
  • Diretor de Patrimônio - Sânzio de Azevedo
  • Diretora de Publicações - Noemi Elisa Aderaldo
  • Conselho Fiscal - Costa Matos, Dimas Macedo e José Dias de Macedo (representante da comunidade)

Patronos

  • 1 - Adolfo Caminha
  • 2 - Álvaro Martins
  • 3 - Antônio Augusto
  • 4 - Antônio Bezerra
  • 5 - Pápi Júnior
  • 6 - Antônio Pompeu
  • 7 - Clóvis Beviláqua
  • 8 - Domingos Olímpio
  • 9 - Fausto Barreto
  • 10 - Padre Mororó
  • 11 - Barão de Studart
  • 12 - Heráclito Graça
  • 13 - Jerônimo Tomé da Silva
  • 14 - João Brígido
  • 15 - Capistrano de Abreu
  • 16 - Franklin Távora
  • 17 - Joaquim Catunda
  • 18 - Moura Brasil
  • 19 - José Albano
  • 20 - Liberato Barroso
  • 21 - José de Alencar
  • 22 - Justiniano de Serpa
  • 23 - Juvenal Galeno
  • 24 - Lívio Barreto
  • 25 - Oliveira Paiva
  • 26 - Soares Bezerra
  • 27 - Soriano Albuquerque
  • 28 - Mário da Silveira
  • 29 - Paulino Nogueira
  • 30 - Rocha Lima
  • 31 - Farias Brito
  • 32 - Cônego Ulisses Pennaforte
  • 33 - Rodolfo Teófilo
  • 34 - Samuel Uchôa
  • 35 - Tomás Pompeu de Sousa Brasil (filho)
  • 36 - Tomás Pompeu de Sousa Brasil
  • 37 - Tomás Lopes
  • 38 - Tibúrcio Rodrigues
  • 39 - Araripe Júnior
  • 40 - Visconde de Sabóia

Membros atuais
  • 1 - Sânzio de Azevedo
  • 2 - Batista de Lima
  • 3 - Carlos Augusto Viana
  • 4 - José Murilo Martins
  • 5 - Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes
  • 6 - Virgílio Maia
  • 7 - Marly Vasconcelos
  • 8 - Horácio Dídimo
  • 9 - Genuíno Sales
  • 10 - Abelardo Fernando Montenegro


Posse de Abelardo Montenego - Crédito da foto: http://www.ceara.pro.br

Crédito da foto: http://www.ceara.pro.br

Crédito da foto: http://www.ceara.pro.br
  • 11 - Dimas Macedo
  • 12 - J. C. Alencar Araripe
  • 13 - Manfredo Ramos
  • 14 - Barros Pinho
  • 15 - Pe. Francisco Sadoc de Araújo
  • 16 - Beatriz Alcântara
  • 17 - Paulo Bonavides
  • 18 - Ângela Gutierrez
  • 19 - Juarez Leitão
  • 20 - Cid Sabóia de Carvalho
  • 21 - Regine Limaverde
  • 22 - Manuel Eduardo Pinheiro Campos
  • 23 - Luciano Maia
  • 24 - Pedro Paulo Montenegro
  • 25 - Pedro Henrique Saraiva Leão
  • 26 - Lúcio Alcântara
  • 27 - César Barros Leal
  • 28 - Giselda Medeiros
  • 29 - Costa Matos
  • 30 - Linhares Filho
  • 31 - Francisco Carvalho
  • 32 - Napoleão Nunes Maia Filho
  • 33 - Noemi Elisa Aderaldo
  • 34 - Vinicius Barros Leal
  • 35 - Alberto Oliveira
  • 36 - Carlos D'Alge
  • 37 - Teoberto Landim
  • 38 - F. S. Nascimento
  • 39 - Mauro Benevides
  • 40 - Artur Eduardo Benevides

As sedes da Academia

Jose de Alencar

Prédio à Rua do Major Facundo, n° 2, esquina da Misericórdia, onde funcionou o Hotel de France.
Sede na Fênix Caixeiral, cujo salão nobre, no segundo andar, realizou a Academia Cearense a sua primeira sessão, a 15 de agosto de 1894.
No local foi construído o atual edifício do Palace Hotel.

O Presidente

Pedro Henrique Saraiva Leão

Pedro Henrique Saraiva Leão nasceu na cidade de Fortaleza no dia 25 de maio de 1938.
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, fez cursos de especialização em São Paulo e Londres.
Foi médico do Hospital Geral de Fortaleza - INAMPS e é professor do Departamento de Cirurgia da UFC, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e de várias sociedades médicas nacionais e do exterior.
Fundou o Clube do Colostomizado do Brasil, o primeiro do País, em 1979.
Foi presidente nacional da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – SOBRAMES.
Recebeu, em 2006, o título de notório saber em Medicina pela UFC.
É poeta, com inúmeros poemas publicados em livros e revistas literárias. Obras poéticas: 12 poemas em Inglês, 1960; Ilha da canção, 1983; Concretemos,1983; Poeróticos, 1984; Meus eus, 1995; Trívia, 1996; e As plumas de João Cabral, 2002. É o editor da revista Literapia. Publicou trabalhos da especialidade em periódicos médicos, tendo sido redator do Ceará Médico e vice-redator da Revista de Medicina da Universidade Federal do Ceará.
Livros científicos publicados (como autor e em colaboração): Auto-avaliação em Coloproctologia, 1980; Perguntas e respostas em Proctologia, 1980; Colostomias e colostomizados, 1981; Isto não se aprende na escola, 1982; Câncer nos cólons e no reto, hemorróidas: fatos e ficções, 1988; e Síndrome pós-colostomia, 1990.
Organizou várias coletâneas da SOBRAMES.
Honrarias: recebeu a Medalha Barca Pelon e o Troféu Sereia de Ouro.
Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 19 de setembro de 1986, sendo saudado pelo acadêmico Pedro Paulo Montenegro.
Substituiu o poeta Carlyle Martins na cadeira número 25, cujo patrono é o romancista Oliveira Paiva.


Fonte: Wikipédia e Site Oficial da Academia

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Clube de Regatas Barra do Ceará



Croqui do Clube de Regatas da Barra do Ceará. 
Projeto do Arquiteto Ivan Brito. Acervo Sérgio Roberto

O clube em construção.
Fonte Alberto de Souza
O Clube de Regatas em um tempo não tão pretérito foi um importante pólo de lazer de Fortaleza. Nos anos 50 e 60, Fortaleza ainda era uma cidade provinciana e acanhada, com poucos habitantes e poucas opções de divertimento. 

A moda na capital da Terra do Sol era participar de clubes que ofereciam diversas modalidades esportivas, tertúlias, concursos de beleza e eventos culturais em seus salões elegantes.

Obra de construção do Clube em 1959. Edificação projetada pelo arquiteto Ivan Brito, professor da Escola de Arquitetura da UFC. Acervo Sérgio Roberto

Vista aérea do clube em 1959. Foto: A. Capibaribe Neto

Foto de 1977- Foto Gentil Barreira

A existência dos clubes sociais se justificava porque nos fins dos anos 50, as casas das famílias, mesmos as mais ricas, não possuíam piscinas ou quadras esportivas. Em vista disso, as famílias mais abastadas frequentavam clubes, não apenas para ter acesso ao esporte e ao lazer, mas para garantir status.

O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza

Os clubes mais importantes estavam localizados no entorno da Aldeota e do Meireles, como o Ideal, Náutico, Iate e, um pouco mais afastado do circuito tradicional havia o Clube de Regatas, na Barra do Ceará, encontro do Atlântico com o Rio Ceará.

O Clube de Regatas iniciou suas atividades no início da década 60. O clube era propriedade de Oswaldo Rizzato, em sociedade com o político Antony Costa.

Parte interna do prédio do Clube de Regatas

Fachada do prédio principal do clube

O lançamento foi marcado por diversas estratégias de marketing, como a publicação da planta do clube nos jornais para a venda de ações, feitas também no interior. Por esta razão, muitos dos sócios do clube não residiam na Capital.

O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza

Ivan Bezerra foi o arquiteto que elaborou o projeto do arrojado clube, cujas instalações incluíam: piscina, salão nobre com um imenso lustre de cristal trazido de São Paulo e quadra de tênis. O clube não era, portanto, um empreendimento para as pessoas mais humildes da região. No início, o clube era frequentado por pessoas que vinham de outros bairros.

Clube de Regatas da Barra do Ceará nos anos de 1970

Os sócios do clube que moravam nas áreas nobres enfrentavam um percurso longo para chegar ao Regatas. O esforço valia a pena, sem dúvida.

O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza

Desfile da Rainha do Colégio Júlia Jorge no clube.
Acervo Vandinha Feliz
Nos anos 60, muitas gerações de fortalezenses foram embaladas pelas tertúlias e festas realizadas no Clube de Regatas Barra do Ceará. Portentoso, o local recebia a classe média não só dos que residiam no seu entorno, mas pessoas vindas de todas as partes da Cidade ou até mesmo do Interior. Era a única opção em termos de clube social daquela área de Fortaleza.

Ali, muitos estudantes tiveram o sonho da conclusão do ensino de Segundo Grau consumado nos finais de ano, com grandes festas. 


Arquivo Pompeu Macário

O Clube de Regatas foi palco para shows de artistas de renome nacional, bailes de formatura e festas de confraternização. Outro atrativo interessante eram os bingos com prêmios que iam de automóveis a passagens aéreas.

Assim como muitos dos clubes sociais de Fortaleza, o Regatas começou a entrar em decadência no final dos anos 60. Os clubes passaram a competir com outras formas de lazer e foram perdendo importância.

E como ficou o Clube de Regatas e a população jovem da Barra do Ceará?

Na desigual sociedade fortalezense, os jovens das camadas mais ricas têm acesso a clubes e academias de esporte ou ginástica onde são iniciados em diversas atividades esportivas.

Na periferia não é assim e a juventude destas áreas está mais vulnerável aos riscos de uma cidade como Fortaleza, que apesar de importantes conquistas sociais, ainda apresenta muitas desigualdades.


Terreno do CUCA

A grande área com mais de 14 mil metros quadrados, localizada na Barra do Ceará, na maior Secretaria Executiva Regional de Fortaleza (SER I), insere-se em um meio urbano-paisagístico de extrema beleza e importância. Mas também vem acompanhada de graves problemáticas sócio-urbanas.

Configura-se em um quarteirão limitado ao Norte pela Avenida Radialista Leal Lima Verde e o Rio Ceará, ao Leste pela Avenida Presidente Castelo Branco, ao Sul pela Rua Vila Velha e à Oeste pela Rua Estevão de Campos. A ponte que dá continuidade à Avenida Presidente Castelo Branco faz ligação de Fortaleza a Caucaia, ajudando a compor a beleza cênica da região e potencializando o fluxo turístico para ambas as regiões.


A citada área, outrora dedicada às atividades de um clube recreativo (Clube de Regatas Barra do Ceará), atualmente encontra-se em estado de abandono. Sua utilização se dá em certos casos, quando jovens realizam partidas de futebol e brincadeiras coletivas diversas.

O terreno abriga atualmente, além de pequenas ruínas, uma grande edificação e uma piscina semi-olímpica (aterrada), sendo que estas serão aproveitadas por meio de sua reciclagem.

O terreno apresenta topografia com níveis definidos pela antiga configuração de uso e uma série de árvores adultas, que complementam e direcionam as premissas para o futuro projeto. Serão previstas, conforme decisões da coordenação do concurso, um total de 30 vagas para automóveis, sendo 02 para portadores de necessidades especiais, além de 02 vagas para ônibus de médio porte e espaço para guarda de motos e bicicletas.

Texto retirado do Projeto de José Otávio Sorato, Gustavo Braz Carneiro e Fábio Marcizio Gonçalves para a construção do primeiro Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte de Fortaleza, o CUCA em 18 de março de 2006.



O prédio do antigo Clube de Regatas, outrora restrito, hoje é palco do Cuca Che Guevara, construído na gestão da prefeita Luizianne Lins. Um sonho coletivo, realizado por uma gestão democrática e popular. Um espaço de juventude com esporte, lazer, cultura, arte e ciência.

Por quase duas décadas, o local ficou abandonado, até que a Prefeitura resolveu construir o Centro Urbano de Cultura, Arte e Esporte (Cuca).

Em 2009, o equipamento, que recebeu o nome do médico e guerrilheiro Ernesto Guevara de la Senra (Che Guevara) e passou por reformas durante mais de um ano, foi inaugurado com uma festa que contou, inclusive, com a participação do presidente Lula.

Nos 14 mil m² de área, foram construídos ginásios, anfiteatros, pista de esportes radicais, piscina semiolímpica, campo de futebol, salas de aula e de dança, biblioteca e um cine-teatro com moderna estrutura de som e iluminação, com capacidade para 220 pessoas. "Isso aqui é tudo para nós, que não tínhamos o que fazer nas férias", conta o estudante Inácio Albuquerque Filho, que reside no bairro e frequenta o Cuca.

O Cuca Che Guevara foi inaugurado no dia 10 de setembro de 2009.


O Cuca Che Guevara vem para tentar mudar um pouco a realidade dos jovens de Fortaleza. Trata-se de uma ação efetiva das políticas públicas para a juventude. No Cuca, os jovens terão acesso livre à cultura, esporte, lazer e qualificação profissional em um espaço coletivo que contempla ginásio coberto, anfiteatro, pista de esportes radicais, piscina semi-olímpica, campo de futebol de areia, cine-teatro, salas de aula e laboratórios equipados para cursos de informática e artes visuais.

A Secretaria de Esporte e Lazer de Fortaleza é parceira do Cuca porque compreende o esporte e o lazer como direitos humanos, sociais e universais, direito de todos, instância de emancipação social e desenvolvimento humano.


Fonte: Diário do Nordeste e Blog do Prof. Evaldo

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

“Royal Briar – A Fortaleza dos anos 40”



“Royal Briar” era um nome de um perfume que as mulheres fortalezenses adoravam.

Na década de 40 Fortaleza tinha aproximadamente 200 mil habitantes, nem chegava a isso. Era uma cidade limpa, humana, com cheiro de flores dos seus jardins e de suas praças. A cidade vivia a euforia pelo término da Segunda Guerra Mundial, e a alegria que parecia estar em cada face, em cada sorriso...

Fortaleza era uma cidade com ares aristocráticos, tinha pudores de donzela. A França determinara a formação das senhoras de Fortaleza de boa estirpe, assim como comandava a moda, o padrão das lojas e a vida social que acontecia em clubes elegantes que até hoje existem como o Ideal, Náutico e Clube dos Diários.

A vida era pacata. Compunha do Centro e dos bondes. Aldeota era vista como uma “floresta de cajueiros”, hoje é um dos bairros mais elegantes do Nordeste.

Os homens usavam terno de linho irlandês, de dia, e de casemira inglesa, à noite. As mulheres usavam muita seda francesa, luvas e chapéu. Aliás, esse último era presença constante por causa do forte sol.

As fachadas no estilo “Art- Nouveau” imperavam nos bairros, como na Av. do Imperador e em Jacarecanga e Benfica.

A Praça do Ferreira também era afrancesada, como tudo em Fortaleza lembrava um pouco de Paris. A Praça era simétrica, nos bancos cortados à maneira de Versailles e Tulleries, com suas estátuas de louça. A Coluna da Hora, no centro da praça, fazia beleza e contrastava com as linhas retas da coluna: O Rococó e o Decó.

Era na Praça do Ferreira que estava e ainda está!!! O antigo Excelsior Hotel, com sete andares, e no livro dizia: “o maior do mundo em alvenaria, o mais luxuoso do Norte-Nordeste da época e a maior terrace do Brasil”. No alto do seu platibanda, tremulavam as bandeiras das nações amigas.

Cada nome lembrava a França, principalmente as farmácias, que eram muitas, como Pharmacia Pasteur, e Farmácia Francesa.

Não havia assaltos . Incrível, os únicos ladrões eram os que roubavam galinhas. Em praticamente cada esquina do centro, havia CAFÉS, como em Paris, uma legião de cafés, como o “Café Sport”. Eram sinais de bucolismo romântico, com toque parisiense.

Os bondes eram um símbolo de uma época de romantismo. Em 1947 foram extintos.


A Antigo Palacete Ceará, chamado popularmente de “Rotisserie”, uma das mais lindas fachadas

de Fortaleza. Teve dias e noites de glória, sediando o aristocrático Clube Iracema
Hoje sedia a Caixa Econômica.


Neste prédio funciona hoje a loja “Esquisita”. Na época da foto, funcionava o antigo “Café Sport

Rua do Barão do Rio Branco, próximo ao Passeio Público, ficava esse rico conjunto arquitetônico.


Fortaleza tinha belas residências, que eram grandes chácaras. Essa, ficava na Avenida Visconde de Cauipe, atual avenida da Universidade, no Benfica. Era a residência de João Gentil. O imóvel foi demolido e no local hoje funciona o curso de Ciências Sociais da UFC

Bonde transportando alunos do "Liceu do Ceará". Detalhe para o prédio do Photo Ribeiro.






O lindo prédio do Cine Majestic, com cadeiras da Áustria, esse prédio era lindo, não existe mais, foi destruído após um devastador incêndio. Era mais um cinema, nessa cidade que “respirava cultura”. Dos três prédios, só o da Pasteur permanece.


Ao lado do Palacete Guarany, ficava o prédio do Barão de Studart. No local hoje existe um estacionamento¬¬



Marciano Lopes



Crédito: Fortal

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