Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Gentilândia




O Bairro da Gentilândia, que aqui será apresentado, faz parte de um maravilhoso trabalho de pesquisa e resgate histórico coordenado pelo Prof. Dr. Elmo Vasconcelos Júnior, que, com a ajuda dos moradores, pesquisadores e outros apaixonados pelo Bairro da Gentilândia, foi capaz de desenvolver ao longo de anos de coleta e pesquisa.

O Dr. David, presidente do CEPIMAR, sensivel à importância histórica deste resgate, patrocinou ativamente este projeto.

A exposição deste material só foi possivel graças à sensibildiade do Prof. Elmo Vasconcelos Júnior, da Sra. Aida Eskinazi, do Centro de Documentação da Federação dos Transportes e o Dr. David, presidente do CEPIMAR.

A Gentilândia é um daqueles lugares onde a cidade lembra o que já foi, lugar onde se vive para conviver, para ver, para sentir, para ouvir, para andar, para conversar.

Convivência experimentada no cotidiano, fruto das relações sociais alicerçadas pelo tempo.
Por isso, ser gentilandino é um estado de espírito e, quem já viveu na Gentilândia sabe que é imprescindível voltar sempre.

Para conviver, para ver, para sentir, para ouvir, para andar, para conversar.

Gentilândia - A Origem

O Coronel José Gentil Alves de Carvalho nasceu em Sobral em 11 de setembro de 1867 e faleceu em 11 de março de 1941.
Foi em vida o maior empresário do Ceará.
Em 1909, já Residindo em Fortaleza, adquiriu uma chácara na Av. Visconde de Cauipe, no Benfica; onde ergueu em 1918 um belíssimo palacete para ser a sua residência.
Em torno do palacete construiu vilas e ruas com residências de vários tamanhos e estilos, praças e áreas verdes.
Lugar que ficou conhecido como Gentilândia.








Continua...
Fonte: Fortaleza de Ontem e de Hoje

Padre José Nilson - Vigário do Mucuripe




José Nilson de Oliveira Lima, nasceu no dia 05 de junho de 1922, na cidade serrana de Coité (atual Aratuba). Filho de Isabel Oliveira Lima com o latifundiário Adolfo da Silveira Lima, atual nome da praça principal da cidade. José Nilson começou a estudar teologia ainda jovem e obteve a sua ordenação sacerdotal em 30 de novembro de 1947, aos 25 anos de idade. Por muitos anos, foi vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Saúde, em Fortaleza. Em outras oportunidades, acabara sendo: diretor do colégio Pe. José Nilson, diretor do colégio estadual Estudante João Nogueira Jucá, diretor do colégio Feliz Amanhã, membro do conselho fiscal da colônia dos pescadores do Mucuripe, vigário cooperador da igreja do Patrocínio, capelão do Patronato, em Cascavel (1949), professor do Seminário da Prainha (1950) e pároco emérito da paróquia Nossa Senhora da Saúde, em 20 de maio de 1950.


O Pe. José Nilson é primo em terceiro grau do Frei Timóteo Francisco Nemésio Cordeiro, mais conhecido como Dom Timóteo, primeiro padre e administrador da diocese de Tianguá. Também é primo em segundo grau, do anfitrião Major Antônio Couto Pereira, que foi presidente do Coritiba Foot Ball Club, durante 17 anos.


Fortaleza perdeu hoje um de seus sacerdotes mais humanistas. Falo do Padre José Nilton. Vigário do Mucuripe, desde 1950, nutria pela categoria de jornalistas um enorme carinho. Inclusive, um parente dele, o Erick Guimarães, está na atividade.


Durante bom tempo, gozei da amizade desse bondoso religioso. Que não tinha preconceito religioso, respeitando todas as denominações com a visão pluralista de quem é sábio.


Diante do crescimento das seitas evangélicas, padre Zé Nilson comentou comigo que “as pessoas que deixam a Igreja Católica e procuram essas igrejas evangélicas, é que não tinham a verdadeira fé que se quer ao cristão católico”.


Educador, sua maior preocupação foi levar ensino aos filhos de famílias do Mucuripe e arredores. Exerceu papel importante junto ao trabalho de transformação do Farol, antiga zona de prostituição, onde sua palavra e orientação nunca faltaram aos seus residentes.


Padre José Nilson morreu aos 88 anos, vítima de falência múltiplas de órgãos. Seu sepultamento será às 16 horas no Parque da Paz.


Nonato Albuquerque



O padre José Nilson, de 88 anos, era pároco da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, no Mucuripe, onde atuava desde 1950

Morreu, nesta madrugada (15/04/2010) de quinta-feira, um dos religiosos mais respeitados e conhecidos de Fortaleza: o padre José Nilson.

Vítima de falência múltipla de órgãos, padre José Nilson de Oliveira está sendo velado na Funerária Paz Eterna, onde, às 14 horas, haverá celebração de missa de corpo presente na Igreja da Saúde.
O enterro do Padre José Nilson será às 16 horas, no Parque da Paz.

Jornal O Povo
15 de Abril de 2010

O dia amanheceu mais triste hoje...

O padre José Nilson era muito querido por seus paroquianos, a grande maioria composta por pescadores das praias do Mucuripe e Meireles.
Foi celebrada uma missa de corpo presente, presidida por dom José Antonio A. Tosi Marques, arcebispo de Fortaleza.
Estudei no colégio do padre por 11 anos e assim como a maioria dos alunos, sempre tive um grande carinho pelo padre José Nilson, sem dúvida uma grande perda para todos nós, independente de religião, ele sempre foi uma pessoa muito bondosa e preocupado com as crianças do bairro.



O padre sofrendo em meio a tantas enfermidades, estava em repouso no Seminário da Prainha aos cuidados de Dª Eva (Téc. em Enfermagem).



Pe José Nilson era o único padre que tinha a carteira de pescador, com seus 88 anos, natural de Aratuba, ainda lembrava com carinho de sua ex-paroquia do Mucuripe.

A despedida do santo do Mucuripe

A comunidade do Mucuripe está órfã. Com a morte do padre José Nilson, a população se reúne para agradecer os ensinamentos do homem que fez história na Paróquia de Nossa Senhora da Saúde, acolhendo pobres, pescadores e prostitutas.



Foto de Deivyson Teixeira

Era década de 1950 quando o então arcebispo ofereceu o rebanho que nenhum pastor queria. "É uma paróquia difícil. Ninguém quer o Mucuripe", apelava dom Antônio Lustosa ao padre José Nilson. A proposta era passar seis meses na Paróquia Nossa Senhora da Saúde. O padre transformou esse tempo em 54 anos. Acolheu os pobres, defendeu os pescadores e lembrou-se das prostitutas. Fez história no Mucuripe. Ontem a comunidade, chorosa pela perda, foi agradecer.


Eram muitos os que queriam dizer do padre. Franceni Lima Cabral garantia que ele se sentia realizado porque cuidava dos pobres. "Ele sabia acolher as pessoas. Muitas vezes, erguia a batina até a perna para subir no morro e atender à população", conta. Para Elvira Praciano, o Mucuripe ficou órfão. "Perdemos um pai. Ele se destacava pela simplicidade. Era educado, caridoso, tratava todo mundo muito bem", recorda.


Eva Lima Gregório chorava a falta de um filho. "Eu não o tinha como um chefe. Cuidava dele como cuido dos meus filhos. Ele era o meu bebê", lacrimeja a mulher ao se lembrar do padre que cuidou por 11 anos. Fátima Vieira narra as vezes que levou a água simples para o padre transformar santa. "A gente trazia e ele benzia com tanto gosto. Foi ele que casou minha mãe, me batizou e me crismou", sorriu.





Padre José Nilson benzendo o barco do Sr.  Raimundo Monteiro. Acervo de Isabella Monteiro


A senhora do lado orgulha-se em citar que era amiga do padre Zé Nilson. Tinham a mesma idade, chegaram ao Mucuripe no mesmo ano. "Era um padre bom, um padre santo, um padre dos pobres. Por isso é tanta gente desse jeito na igreja", e apontou a multidão que se apinhava para ver o corpo do padre após a celebração da despedida, presidida pelo arcebispo dom José Antônio Aparecido Tosi, junto com 20 padres.


Após a missa, cinco ônibus partiram rumo ao Cemitério Parque da Paz junto com os carros que completavam o cortejo. Era a comunidade do Mucuripe que seguiria para agradecer. A população cantava. Padre José Nilson foi sepultado sob aplausos e ao som do hino da padroeira, Nossa Senhora da Saúde.


Ao fim da despedida que se fazia homenagem, mais um momento para agradecer o que se havia aprendido com o homem santo do Mucuripe. Com um livrinho na mão, sozinha, uma senhora se encostou ao túmulo já coberto. Antes de começar a cantar, justificou: "Quero cantar para ele. Foi ele quem me ensinou a ler". Dívida de gratidão.

O padre José Nilson de Oliveira Lima nasceu em 5 de junho de 1922, em Aratuba, a 128 quilômetros de Fortaleza.
O padre morreu em um hospital particular, devido a uma insuficiência renal.
Para o padre Gílson Soares, assessor para comunicação da CNBB, a Igreja perdeu uma pessoa que era referência para toda a Arquidiocese, principalmente devido ao seu trabalho social: "Ele tinha um desapego total das coisas. O pouco que tinha era do povo".


Padre Gílson lembra que uma das paixões do padre José Nilson era o time do Fortaleza. "Agora, o time ganha um intercessor no céu", frisa.


Otacília Verçosa, a Tatá, líder comunitária do Mucuripe, trabalhou com o padre por mais de 40 anos. Segundo ela, o padre prestava muita assistência social às prostitutas, conversando e aconselhando.


O seminarista Lauriano Ferreira, que atuou como coroinha do padre José Nilson, frisa o trabalho de evangelização que o padre fazia com a Colônia dos Pescadores Z-8, na comunidade do Mucuripe.

O Povo

A luta do Padre José Nilson como vigário do Mucuripe - Clique para ampliar

Fotos Históricas


Em 17 de maio de 1997, é fundado o Acervo do Mucuripe Padre José Nilson de Oliveira Lima, na Rua Boa Vista nº 26, residência de sua fundadora, D.Vera Lúcia Miranda, a "Verinha", no Mucuripe.

D. Vera cuidou do acervo por mais de vinte anos.
















Fonte: Jornal O Povo/ Blog Gente de Mídia / Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez).


terça-feira, 6 de abril de 2010

Praça Valdemar Falcão - Mercado de Ferro



A primeira feira semanal de Fortaleza aconteceu no dia 10 de julho de 1808, no governo de Barba Alardo, que deu grande impulso à capitania do Ceará. A primeira feira franca (depois feira livre) foi no dia 15 de agosto do mesmo ano. O mercado construído na administração de Barba Alardo era de madeira e ficava no meio do cercado da casa da Câmara.

No dia 18 de abril de 1897 foi inaugurado o mercado de ferro, destinado à venda de carne fresca, obra contratada com o mestre Álvaro Teixeira de Sousa Mendes, que utilizou nas calçadas do mesmo, granito cearense. O mercado ficava no meio da Praça Carolina, que hoje seria entre o Palácio do Comércio e o prédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT. A praça, ao tempo do mercado recebeu o nome de José de Alencar, depois Capistrano de Abreu e hoje, a parte que fica entre a agência do Banco do Brasil e o Palácio do Comércio tem o nome de Valdemar Falcão, desde 1940.



Interior do Mercado no século XX - Álbum Vistas do Ceará


Depois foi construído o mercado grande que dava para a Rua Conde D'Eu e para a Praça Carolina, conhecido como, Mercado Central e que depois só vendia peças de artesanato e que foi transferido para a Avenida Alberto Nepomuceno, ficando em seu lugar o Centro de Referência do Professor.

A partir do meio da década de 1930 a praça começou a sofrer modificações, com a construção do prédio dos Correios, inaugurado em 14 de fevereiro de 1934; o desmonte do mercado de ferro, indo uma parte para a Aldeota e outra para a praça de São Sebastião, a construção do prédio do Banco do Brasil (1940-1942), do Palácio do Comércio (1938-1940) e da praça Valdernar Falcão (1940) que teve a inauguração do busto do homenageado graças à iniciativa do jornalista Gilberto Câmara.

As fotos mostram as diferenças de época. A primeira é de 1906 e a última, atual.




Crédito:  Nirez/Portal do Ceará

sábado, 3 de abril de 2010

Estoril - Vila Morena



 Na época da Vila Morena - Acervo Carlos Juaçaba


Ícone da “boemia” da Praia de Iracema, a antiga Vila Morena, ou residência dos Porto, foi construída pelo comerciante pernambucano José Magalhães Porto, entre 1920 e 1925, sendo a primeira construção de destaque da então Praia do Peixe. José Porto desafiou os conselhos de amigos, que o alertava que a praia era perigosa e suas ondas eram muito fortes, instalando ali a sua moradia e dedicando o nome dela, como era usual à época, à sua amada esposa Francisca Frota Porto, de apelido ‘Morena’. A residência conservava ao redor lindo jardim onde também eram criadas algumas aves. Dizem que foi a primeira moradia com piscina de Fortaleza
Localiza-se na rua dos Tabajaras, 397 - Praia de Iracema.

Cartão postal colorizado à mão, no qual vemos a antiga Praia do Peixe nos anos 20, época da construção do Estoril. 

Sobre seu proprietário, é interessante salientar que ele ajudou o antigo Porto das Jangadas, que depois recebeu o nome de Praia do Peixe, a se chamar Praia de Iracema, bem como influenciou para que as ruas próximas à Vila tivessem seus nomes inspirados em tribos indígenas do Ceará, a rua da sua residência recebeu o nome de Rua dos Tabajaras.

Para a edificação da sua ‘Vila Morena’, ele utilizou a taipa (técnica construtiva vernacular à base de argila (barro) e o cascalho. Provavelmente, a taipa de mão, também conhecida como "à galega" em Portugal) e a ergueu sem ajuda de engenheiros. As paredes eram armadas de madeira (varas) com barro e pedaços de tijolos e pedras - tinha  portas e janelas com vidros importados, duas escadas "caracol", "frades de pedra" na frente, calçadas em pedra cristal em preto e branco tendo no centro as iniciais JMP que também eram usadas nos portais, vitrais coloridos com a inscrição "Vila Morena" no alto da torre. Foram empregados materiais nobres, importados da Europa, como as vidraças das portas que vieram da França, as duas escadas de ferro em caracol, fabricadas na Inglaterra e os vasos sanitários e louças oriundas da Alemanha.

                       Foto de 1943 - Detalhe para o clube de veraneio da época.
Foto do tempo do United States Office - USO

Serviu de residência para a família Porto até 1942, mas com a chegada da Segunda Guerra Mundial, a família desloca-se para outra casa ao lado e arrendam a Vila Morena para às tropas americanas, que em 1943, o transformaram em cassino, sob a denominação de U.S.O. - United State Office. Era o clube de veraneio dos soldados. Nessa época, a Praia do Peixe já era Praia de Iracema, nome dado pela cronista Adília de Albuquerque, esposa do jornalista Tancredo Moraes.
 

Nesta época, o bairro ganhou visibilidade social como uma fase de glamour para a Praia de Iracema. O clube, de acesso quase exclusivo dos estrangeiros, teve na cidade grande repercussão e isso devido às suas noitadas patrocinadas pelo governo americano, com danças, jogos e shows de célebres artistas do cinema. São vários os relatos de que esse clube tornou-se um atrativo para as moças, que se dirigiam ao local para namorar os oficiais americanos, ficando conhecidas na cidade como Coca-colas.

A Vila Morena ainda com a placa da USO

Segundo Marciano Lopes, as "Coca-colas" surgiram, simultaneamente, com a chegada dos soldados americanos, no alvorecer dos anos 40. Melhor dizendo, elas foram consequência da permanência daqueles militares ianques em nossa capital. O epíteto Coca-Cola surgiu do fato de elas terem o privilégio de tomar o famoso refrigerante americano que, àquela época, a gente só conseguia "saborear" através dos filmes made in Hollywood. Também, por ser a Coca-Cola um dos mais conhecidos símbolos americanos. Em suma, foi alguma mulher feia e despeitada ou algum machão desiludido quem apelidou as atrevidas moças de "coca-colas."
As Coca-Colas eram moças da sociedade, bem nascidas, de famílias tradicionais, lindas, elegantes, vistosas, inteligentes, educadas e imponentes, que tiveram coragem de enfrentar as críticas e condenações da época. 

As Coca-Colas dançando com os soldados americanos na década de 40.

Militares norte-americanos no Estoril com algumas Coca-Colas na década de 40.   


A partir de 1948, dois portugueses (João Freire de Almeida e Antônio Português) alugam a casa e abrem um restaurante, que daria nova identidade a Vila Morena, o Restaurante Estoril (referência a uma freguesia portuguesa do concelho de Cascais), com especialidade em pratos portugueses. Em 1952, José Alves Arruda, conhecido por Zé Pequeno, assumiu a direção da casa, que passou a receber a boêmia de Fortaleza composta principalmente por intelectuais. 

A Vila Morena após a Segunda Guerra a abrigar o Estoril bar e restaurante que abrigava a intelectualidade fortalezense. Arquivo Nirez

   
Já na década de 60, o Estoril vira palco de veladas discussões políticas, fato que o tornou alvo de especial atenção para o governo durante o período da Ditadura Militar. Os discursos dos meios de comunicação também reafirmam esta representação descrevendo o Estoril, nos anos 60, como o lugar de “setores intelectualizados da cidade”.

Estoril de perfil em 1978 - Arquivo Nirez 


Com a intensificação da especulação imobiliária, no final dos anos 80, o bar e Restaurante Estoril, mesmo funcionando em precárias condições físicas e de higiene, continuava a ser referenciado nos meios de comunicação como ícone da boemia da Praia de Iracema. 

 Foto do Livro de Luciano Maia- acervo Renato Pires

 Foto do Livro de Luciano Maia- acervo Renato Pires

Em 1986 ele recebe normas de proteção, preservação e conservação em documento assinado pela prefeita Maria Luíza Fontenele, após reivindicações da Associação dos Moradores e através do Projeto de Lei de autoria do vereador Samuel Braga.
O valor simbólico do edifício chegou a encobrir os riscos causados pela falta de segurança e limpeza, tanto que, mesmo após ser interditado pela Vigilância Sanitária em 1989, foi reaberto no dia seguinte, por intervenção do prefeito da época. 



Apesar dos vários alertas feitos à municipalidade, do perigo que corria a casa que aos poucos se deteriorava nada foi feito, até que o prédio ruiu em 1992, sendo então desapropriado pela Prefeitura Municipal que o comprou da família Porto pelo valor de US$ 250 mil e o tombou como patrimônio cultural em 1993 com objetivo de ser transformado em um Centro Cultural. Porém, em virtude do seu estado, em 1994 a torre e parte da fachada desmoronam em decorrência de uma chuva. Após esse fato, que foi intensamente noticiado pela mídia, a prefeitura assumiu a sua imediata reconstrução, isso ocorre na administração do prefeito Antônio Cambraia. A casa foi reconstruída, no entanto, usando concreto armado e alvenaria, quando a casa original era de taipa. O antigo edifício foi substituído por uma réplica, com algumas modificações na planta original. O prédio, coberto por telha marselha, possui dois pavimentos e uma torre. Passou a ser administrado pela municipalidade, sendo inaugurado em 31 de maio de 1995, como Centro Cultural da Praia de Iracema, com restaurante, bar, sala para exposições e espaço para cursos de arte e cultura.
 
 Foto do Livro de Luciano Maia- acervo Renato Pires


 Foto do Livro de Luciano Maia- acervo Renato Pires


Em 2008 passou por nova reforma, que incluiu, entre outros itens, a recuperação de revestimentos de piso, teto e paredes, esquadrias, recuperação da coberta, demolições de acréscimos na edificação original, melhoria das condições de acessibilidade, sendo instaladas rampas, plataforma para acesso à parte superior do prédio, banheiro para pessoas com dificuldade de locomoção e elevador. O equipamento foi restaurado por meio do projeto ‘Nova Praia de Iracema’. Após a conclusão das obras, o Estoril foi novamente aberto para ser o novo carro-chefe do polo gastronômico e cultural da Praia de Iracema. O Estoril era entregue novamente aos intelectuais, boêmios, artistas e para todos aqueles que amam Fortaleza! 

  Foto do Livro de Luciano Maia- acervo Renato Pires

  Foto do Livro de Luciano Maia- acervo Renato Pires

O Estoril - Acrílico sobre tela de Tarcísio Garcia










Fontes: Portal da História do Ceará de Gildácio Sá/ Arquivo Nirez

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