Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Fábricas em Fortaleza



Fábrica de sorvetes Gelatti que ficava na Avenida Barão de Studart esquina com a Avenida Soriano Albuquerque. No local hoje está a firma Gerardo Bastos S/AA cantora Ayla Maria foi uma das garotas propaganda da Gelatti. 
A fábrica foi inaugurada em 18 de janeiro de 1971, em prédio na Avenida Barão de Studart nº 3200. A fábrica de sorvetes pertencia a Frios Nordeste S. A. (Frinosa), do Grupo Sérgio Filomeno. Arquivo Nirez

"A Gelatti, marca uma nova era, um divisor de águas, pois antes existiam pequenas fábricas de picolés semi-artesanais como a "Princesinha"(na Barão de Aratanha dos irmãos Arruda) e a Gelatti se estabelece com equipamentos modernos, em escala industrial, onde até o carrinhos eram diferentes e os vendedores, trabalhavam uniformizados e de boné." Eymard Freire

Letra da canção que Ayla Maria cantava no comercial de TV: Gelati, o sorvente quente/ Gostoso, gostosíssimo/ É o melhor/ É pra frente/ É o sabor, é o sabor que a gente sente. Gelaaaatti.  By Ricardo Guilherme

"Foi uma verdadeira modernização na cidade a chegada do Gelatti, com sua fábrica transparente, onde a gente passava de circular e via os trabalhadores operando as máquinas, com seus carrinhos padronizados e vendedores de farda." Nirez


Fábrica de Tecidos São José, na esquina da Avenida Filomeno Gomes com Av. Tenente Lisboa, atrás do Cemitério São João Batista e ao lado da Escola de Aprendizes Marinheiros e próximo a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes no Jacarecanga. Arquivo Nirez


Fábrica Miramar, Instalações Industriais de Brasil de Matos & Cia., produtora do Café Sertanejo e do Café Baturité e os carros são da mercearia "A Brasileira", do mesmo proprietário.

"A Fábrica Miramar de Ernesto Brasil de Matos & Cia. ficava na Avenida Monsenhor Tabosa no tempo em que só existiam casas de morada e o Seminário Arquiepiscopal, por volta de 1930. Na época o porto de Fortaleza era a Ponte Metálica." Nirez


Fábrica Progresso, de Thomaz Pompeu na Av. do Imperador

Fábrica Progresso foi a primeira fábrica têxtil de Fortaleza, iniciando sua industrialização.

"A Fábrica de Tecidos Progresso foi resultado da fusão Fábrica de Fiação e Tecidos Cearenses, fundada em 1883 e a Fábrica Progresso fundada em 1899. Ficava no quarteirão que tinha as ruas: ao sul - Antônio Pompeu; ao norte - Clarindo de Queiroz; ao nascente - Av. do Imperador; e no poente, a Rua Princesa Isabel.
não há mais nenhum resquício desse prédio." Nirez


Fábrica Vitória, de Homero Barbosa Lima & Cia., sucessores da Fábrica de Destilação Santo Antônio, na Rua Senador Alencar nº 16 (antigo). Fábrica fundada em 1905.

"Interessante é que na parede do estabelecimento a firma está como "Homero Barbosa Lima & Cia", enquanto no Almanak Hénault a firma vem como "Homero Batista Lima & Cia". A numeração é antiga e por isto não sabemos a localização exata para verificar o que existe hoje no local." Nirez


Fachada da Fábrica Araken

"Quem não se lembra das marcas de cigarros "Princeza", "Princezita", "Garoto", "Garotinho", "Sonho Azul", "Globo", "Kennel Club", "Zig-Zag", "Peito de Vaca", "Baker", todos fabricados pela Manufatura de Cigarros Araken, de Diogo & Cia.? Pois esta era a fábrica, na Rua Dona Teresa, ou Thereza Christina, entre a Pedro I e a Duque de Caxias.
Todos os cigarros fabricados em Fortaleza nenhum tinha filtro." Nirez


Arquivo Nirez

Em 12 de outubro de 1919 é fundada em Fortaleza, a Usina Gurgel, da firma Teófilo Gurgel Valente, em solenidade que contou com a presença do presidente do Estado, João Tomé de Sabóia e Silva, o governador do Arcebispado, monsenhor Joaquim Ferreira de Melo, o presidente da Associação Comercial do Ceará, coronel José Gentil Alves de Carvalho, o diretor da Rede Viação Cearense, Henrique Eduardo Couto Fernandes, etc.
Seria depois Usina Ceará ou Siqueira Gurgel.



Fachada da Usina Gurgel que ficava para o lado da Avenida José Bastos, hoje Avenida José Jatahy. Nirez

No dia 05 de dezembro do ano 2000, é inaugurado no local antes ocupado pela Usina Gurgel, o Hiper Bompreço. Nirez

 

Fábrica de Café Taki

"Este prédio foi construído no início da década de 1950 pela fábrica de Café Taki e funcionou algum tempo assim. Depois o prédio foi ocupado pelo Café Mucuripe. Atualmente eu não sei quem ocupa o prédio. Antigamente ele ficava atrás da Nebran e hoje fica por trás do Farias Brito Júnior. Fica na Rua Barão do Rio Branco, esquina com Rua Padre Miguelino." Nirez





Crédito: Arquivo Nirez

domingo, 29 de abril de 2012

Rótulos antigos


Rótulo da aguardente de cana Fonseca Extra Velha - Arquivo Nirez

Rótulo da carteira dos Cigarros Acácia, da Fábrica de Cigarros Iracema, que ficava na Av. Filomeno Gomes próximo aos fundos do Cemitério São João Batista. A razão social era Beleza & Garcez & Cia Ltda
"Na verdade essa indústria de cigarros de Fortaleza era dos Filomenos, ora na mão do próprio Pedro Filomeno, nas mãos dos Diogos, do Markan, mas todos faziam parte da mesma família. Já esse "Beleza" e esse "Garcez" eram funcionários que ficaram à frente da firma não sei porque! Essa mesma marca foi da Fábrica de Cigarros São Lourenço e por fim era da Araken." Nirez

Rótulo do "Collyrio amarello adstringente de Wecker conhecido por collyrio "Moura Brasil", fabricado na "Pharmácia Albano", de Antônio Albano, do farmaceutico na Rua Floriano Peixoto, 150, Fortaleza, Ceará. Data aproximada: 1929 
Arquivo Nirez

Doce de goiaba da Serra d'Aratanha
"De acordo com o rótulo, era fabricada com todo esmero por Maria Guimarães Coelho, era de Pacatuba do Sítio Cachoeira. Na verdade traz a figura de um coelho, por ser a proprietária da família Coelho, mas na verdade o doce não tem uma marca. Seria Doce de Goiaba Coelho? Ou seria Doce de Goiaba Sítio Cachoeira? -Nirez

Rótulo da Especial aguardente de cana Douradinha
 "A única deste Estado premiada com medalha de ouro nas exposições do Rio de Janeiro de 1908 e 1922, fabricada e engarrafada por Bezerra Lima, Acarape, Ceará". Nirez

Este é o rótulo do Vinho Reconstituinte de Quina, Carne e Iactophosphato de Cálcio, preparado pelo pharmaceutico F. Gonzaga, do Laboratório Gonzaga, que funcionava na Rua Major Facundo nº 261. Este rótulo é da amostra grátis. Arquivo Nirez

Este era o maço dos Cigarros Kennel Club, da fábrica de cigarros Araken. Arquivo Nirez

Este era o rótulo das caixas de sapatos da Casa Ponte de Frederico Ponte& Cia na Rua Major Facundo 138 e 140 - Década de 1920 - Arquivo Nirez

"Este era o rótulo do "Puro suco de caju Cajuilla, cuidadosamente preparada por João Fontenelle, Ceará-Fortaleza", assim vem no rótulo, mas acho que se tratava de cajuína, inclusive no texto transcrito acima há uma falta de concordância, pois ele diz "Puro suco" (masculino) e adiante diz "preparada" (feminino), referindo-se talvez à cajuína. O rótulo era impresso pela Empresa Gráfica Amazônia, de Belém, Pará." Nirez

Este era o rótulo dos Cigarros 27, da Manufatura de Fumos e Cigarros S. Lourenço, de J. Markan, com escritórios na Rua Major Facundo 125 a 129, esquina com Rua São Paulo, nº 50. Arquivo Nirez

 Este era o Saponaceo Pavão, da Siqueira Gurgel & Cia. Ltda.
"Saponáceo era um tijolo para fazer limpeza na hora de lavar a louça, substituía o Bombril. Os mais pobres usavam areia mesmo, fazia quase o mesma efeito e era muito mais barato." Nirez

Rótulo do Sabonete Eucalol
"Antigamente existia o Sabonete Eucalol, que era vendido avulso mas vinha também em caixas com três sabonetes e nessas caixas vinham três estampas Eucalol que as pessoas colecionavam. Vinham vários assuntos, fardamentos, bandeiras, populário, história do Brasil, histórias infantis, Incrível porém verdadeiro, etc. E a Eucalol distribuía um álbum próprio para colecionar as figuras.
Entre as dezenas de assuntos enfocados pelas Estampas Eucalol, havia as séries de bandeiras, que eram badeiras mundiais, estaduais e bandeiras históricas." Nirez

Série Bandeiras - Nirez

Esta foi a primeira estampa da primeira série das estampas do Sabonete Eucalol, editada em 1927. Arquivo Nirez

"O Sabonete Eucalol quando era vendido em caixa, com três, trazia três estampas ilustrativas e informativas, isto desde 1927 e durou até 1957 pelo que sei. Foram 30 anos de várias informações. Além das séries normais de seis ou de doze estampas com assuntos variados, tinham ainda as séries especiais, como esta dos escoteiros." Nirez

Eucalol, série Bandeirantes - Nirez

Estampa do Sabonete Eucalol da Série Bandeirantes 1961- Acervo Jane Bandeira

Óleo Pajeú da Siqueira Gurgel & Cia. Ltda - Acervo Maninho Batera

Rótulo da Farmácia Globo
"A Farmácia Globo pertencia à firma Barros, Moreno & Campos, Ltda. O farmacêutico responsável era Alcir Rocha Lima. Ficava na Rua Floriano Peixoto nº 601, na Praça do Ferreira, era aberta dia e noite e seu telefone era 1466. Este rótulo era usado nos frascos de produtos para manipulação. Este, por exemplo, abrigava o Glicerofosfato de ferro. Corria aí os anos de 1928 a 1934." Nirez

Rótulo dos Cigarros Brasil Novo
"Após a Revolução de 1930 o grande herói nacional era o tenente Juarez Távora e todas as homenagens possíveis lhe foram prestadas, até a Fábrica Araken de Cigarros, de Diogo & Cia. Ltda. colocaram no mercado os cigarros "Brasil Novo", com a efígie de Juarez ladeado por duas bandeiras, a brasileira e a vermelha, símbolo da Revolução e além desta efígie na frente da carteira de cigarros, vinha ainda uma foto do tenente internamente para quem quizesse colecionar." Nirez

Rótulo do Aseptol  fórmula do Dr. Meton de Alencar - Arquivo Nirez

Rótulo dos Cigarros Baker da Manufatura Araken Limitada - Arquivo Nirez

Rótulo dos cigarros BB, cujo nome dão várias atribuições, Brigite Bardot, Banco do Brasil, Bom e Barato -Nirez

Rótulo do Sabão Aguia
"Os sabões eram antigamente embalados em caixas de madeira e nas texteiras da caixa vinham os rótulos, muito bem apresentados, como este do sabão "Águia", da Usina Ceará da firma Siqueira & Gurgel Ltda, a mesma do Sabão Pavão, do Sabonete Sigel, do Saponáceo Pavão e do óleo Pajeú. Era também do time de futebol Usina Ceará. Ficava na Av. José Bastos (José Jatahy) com frente para a Bezerra de Menezes". Nirez

Sabonetes Dion
"Existiu em Fortaleza, fundado em 1928, o Laboratório Malvyl S. A., do farmacêutico Dionísio de Oliveira Torres, hoje nome de bairro, cuja sede ficava na Rua Joaquim Torres e tinha escritórios na Rua Floriano Peixoto, que fabricava entre outras coisas, perfumes e artefatos como sabonetes, sabões, etc. Logo no início foi lançada esta marca, os "Sabonetes Dion", que vemos aqui sua caixa e o sabonete trazia o mesmo rótulo." Nirez

Rótulo Sabonete Sigel
"Sabonete genuinamente cearense, o Sabonete Sigel, nome extraído da firma que o fabricava, Siqueira Gurgel." Nirez





x_3c64a5f4

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Postes e eleições



Poste de madeira em frente a casa. Esta casa localizava-se na atual Rua Conde D'Eu, ao lado da casa dos governadores, onde em 1932 foi construído o Mercado Central (o antigo, o atual é uma feira de regionalismos). Foi nesta casa que em 1824 refugiou-se o Padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó que ali foi preso e conduzido para a morte ocorrida no dia 30 de abril de 1825. Arquivo Nirez

Vários historiadores defendem ser cíclica a história e o cotidiano leva ao fortalecimento do princípio.

No período antecedente às últimas eleições municipais, a mídia divulgou declarações de políticos afirmando que o presidente da República, por sua popularidade, elegeria quem e o quê desejasse. Até mesmo um poste.

Como não aplicaram a Teoria de Garrincha, isto é, não combinaram com a outra parte – os eleitores – deram com os burros n’água. Seus postes continuam postes. Os índices apontados nas pesquisas não foram transferidos, escafederam-se.



Poste de madeira nos arredores da Estação Central - Século XIX

Em nossa Capital, anos sessenta e setenta do século passado, ao contrário do desejado na atualidade, foram os postes que elegeram os políticos. Isto mesmo, o ontem contrariou o desejo do hoje.

Um sempre lembrado ex-vereador e ex-diretor do Departamento de Iluminação da Prefeitura de Fortaleza, órgão então responsável pela instalação de energia elétrica, aliou-se a um ex-deputado estadual, não menos famoso, e produziram uma inédita e luminosa idéia eleitoreira.

Como nos subúrbios a maioria das ruas não dispunha de energia elétrica, pouco antes das eleições escolheram várias artérias de bairros periféricos, reuniram os moradores e garantiram que todos teriam o desejado serviço público em seus lares.

Quase às vésperas dos pleitos, caminhões da Municipalidade, carregados com os antigos postes de madeira, destinavam-se às ruas dos votantes e deitavam ao chão dois postes em cada quadra.


Poste de madeira na então Rua da Frente (Av. Beira-Mar) na década de 30 - Arquivo Nirez

Muitas alegrias e comemorações realizaram-se por conta do futuro benefício. Os postes estavam ali. Eram a garantia, pensava o eleitorado.

Os candidatos divulgavam atraso nas obras por conta da burocracia, entretanto juravam que logo após a eleição todos teriam a desejada luz nas casas e nas ruas. Tudo ficava na promessa e os postes eram recolhidos ao depósito municipal após elegerem e reelegerem a ambos, com votações de áreas sempre diferentes.

A lembrança restada da tramóia foi o apelido dado ao deputado, formado pelo designativo do sexo masculino, o sinônimo de madeira e a posição horizontal dos postes.



Crédito ao amigo e colaborador Geraldo Duarte (advogado, administrador e dicionarista)

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Judas jipeiro



Acervo de Licínio Filho

Nas lonjuras do tempo, a queima ou malhação do Judas tradicionalizava-se.

O marchante Zé Gomes, em dias da Semana Santa, contratava costureira responsabilizada pela feitura esmerada de um boneco, que representava o apóstolo traidor. Com trajes modernos. Terno completo, gravata, lenço no bolso, sapatos, chapéu de massa, óculos Ray Ban e uma pasta de couro preta.

Véspera do Sábado de Aleluia. Forca armada. No alpendre, ocupando lugar de destaque entre os convidados, o nascido em Carioth, Sul de Judá. Testamento, em versos debochados, pronto para leitura. Cachaçada e tira-gostos à beça. O mais sóbrio confundia a Lua com o Sol.

Acervo de Licínio Filho

Relaxaram a vigilância ao desditoso. Daí veio outra tradição da data. Sorrateiramente, grupo de ladrões de Judas, furtou o cúmplice dos sinedritas.
Já madrugada, quando sentida a falta. Festeiros, sem rumo, deram-se a procura.

Há três quarteirões, o Jeep Willys, 1954, famoso “cara alta”, passava a noite em frente à propriedade do dono, Seu Osório. A algazarra dos bebuns o acordou e, pelas venezianas, vislumbrou os bagunceiros e algo mais preocupante. Um homem corpulento sentado no banco do guiador do 4 x 4.

Acervo Guilherme da Costa Gomes

Correu até o telefone. Discou 2874. Rádio Patrulha. E relatou o que vira.
“Um ladrão corpulento está tentando roubar meu jipe. Não consegue fazer ligação direta da ignição porque, à noite, eu retiro o rotor. Venham depressa!”

Acervo agmindaiatuba

Deu o endereço e aguardou. Como um raio, dois fuscas RP chegaram. Policiais armados cercaram o veículo. Alarido dos curiosos. Gritos de ordem dos agentes da lei. E o larápio impassível. Silente. Imóvel.

Era o Judas roubado. Judas jipeiro.


Crédito ao amigo e colaborador Geraldo Duarte 

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: