Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



terça-feira, 26 de junho de 2012

Avenida Santos Dumont - Antiga Rua do Colégio das Órfãs



A  Avenida Santos Dumont é uma das avenidas mais importantes de Fortaleza. É uma das vias mais longas da cidade com mais de oito quilômetros ligando o bairro Centro a zona leste de Fortaleza chegando até a Praia do Futuro cruzando o bairro Aldeota. A avenida começa estreita e de sentido único oeste-leste a partir da rua Coronel Ferraz sendo alargada a partir da rua Dona Leopoldina. A partir da rua Tibúrcio Cavalcante a avenida ganha um canteiro central e passa a ser de sentido duplo. Quase que totalmente uma linha reta, após seu prolongamento na subida das dunas da praia do Futuro, ganha uma curva na descida para a praia a partir da rua dos Tapajós. A partir dessa rua até o seu fim na Avenida Dioguinho seu canteiro central é bem largo.

Existe uma grande quantidade de instituições, empresas e centros comerciais situadas ao longo de sua via tais como Colégio Militar de Fortaleza, Colégio da Imaculada Conceição, Shopping Del Paseo, Shopping Center Um, Unimed Fortaleza, Hospital São MateusHospital Gênesis, Hospital e Maternidade Gastroclínica,  BNB Clube de Fortaleza, Tribunal Regional do Trabalho, Funasa, Central de Artesanato do Ceará, dentre outros.


Fatos Históricos da Avenida:


 10 de março de 1857 - Inaugura-se o Colégio de Educandos de Fortaleza, com apenas 10 alunos, depois se transformaria no Colégio da Imaculada Conceição. Em 15 de agosto de 1865, deu-se a instalação do Colégio da Imaculada Conceição, administrado por Irmãs de Caridade.

Prédio construído para o Asilo de Mendicidade

 22 de novembro de 1877 - O comerciante Joaquim da Cunha Freire (Barão de Ibiapaba) faz doação da quantia de dez contos de réis e de um terreno entre a Rua do Sol (Rua Costa Barros), Rua Dona Leopoldina, Rua da Soledade (Rua Nogueira Acioli) e Rua do Colégio das Órfãs (Avenida Santos Dumont), para a construção de um prédio destinado a um Asilo de Mendicidade.
O prédio foi construído, mas a tal entidade nunca funcionou.
Depois de dois anos de abandono, o prédio foi doado pelo Presidente do Ceará ao Governo Federal para instalação da Escola Militar, que funcionou de 1889 a 1897, passando a ser ocupado pelo Colégio Nossa Senhora de Lurdes.
Lá esteve, de 1911 a 1917, a Força Pública do Estado.
Em 1917 foi ocupado pelo 9º Regimento de Artilharia Montada que ficou até 1919.
Com a criação do Colégio Militar o prédio foi entregue a ele, que em 1938 foi transformado em Colégio Floriano, ficando ali até 1941.
Em 1942, foi criada a Escola Preparatória de Fortaleza, que foi extinta em 1961, quando foi restabelecido o Colégio Militar que iniciou suas atividades em 1962.

Colégio Militar de Fortaleza

Colégio Militar de Fortaleza

 01 de fevereiro de 1889 - Criada, em Fortaleza, a Escola Militar do Ceará, que se instalou em 01/05/1889, em prédio entre a Rua do Sol (Rua Costa Barros), Rua Dona Leopoldina, Rua da Soledade (Rua Nogueira Acioli) e Rua do Colégio das Órfãs (Avenida Santos Dumont).

Colégio Militar de Fortaleza

Colégio Militar de Fortaleza

 01 de outubro de 1896 - Começam as atividades, em Fortaleza, do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, criado por Ana Lopes de Alcântara Bilhar (Ana Bilhar) e sua irmã Branca Lopes de Alcântara Bilhar (Branca Bilhar), em 1889, na Serra de Guaramiranga.
Em Fortaleza, instalou-se em prédio na Rua 24 de Maio nº 92 (antigo), esquina com Rua São Paulo, mudando-se, em 1898, para o prédio do Colégio Militar, na Praça Benjamim Constant (hoje Praça da Bandeira) também conhecida como Praça do Cristo Rei, na Avenida Santos Dumont.
Compunha-se do curso primário, secundário, complementar e o curso de artes, com o ensino de música, piano, bandolim, canto, desenho, pintura e caligrafia.



 21 de novembro de 1903 - Data que marca o dia da inauguração da Igreja da Imaculada Conceição (Igreja do Pequeno-Grande) na Praça Figueira de Melo.
É em estilo neogótico com telhado agudo apoiado em estrutura metálica importada da Bélgica, conforme informa o arquiteto Liberal de Castro.
A igreja foi construída pelas irmãs francesas que aqui chegaram na segunda metade do Século XX.
Vinham como filhas de caridade de São Vicente de Paulo a convite de Dom Luís Antônio dos Santos, primeiro bispo do Ceará.



O templo é dedicado a Nossa Senhora do Carmo.
Sua pedra fundamental foi lançada em 1896 pelo Padre Chevalier.
As obras se iniciaram no mesmo ano da pedra inicial, mas logo pararam, reiniciando-se em 1898.
O templo foi projetado por Isac Correia do Amaral.
A montagem da parte de ferro esteve a cargo do mestre de obras Deodato Leite da Silva.


O bonde Outeiro

1914 - fevereiro - 14 - Inaugurada mais uma linha de bondes de tração elétrica, desta feita, a do Outeiro que ia pela Rua Floriano Peixoto, Rua Sobral, Rua São José, Rua Visconde de Sabóia, Rua Coronel Ferraz, Avenida Santos Dumont, Colégio Militar, onde voltava pelo mesmo caminho.


 11 de agosto de 1922 - Iniciada, pelo governo Justiniano de Serpa, a construção do prédio da Escola Normal no centro da praça em frente à Igreja do Pequeno Grande e Colégio da Imaculada Conceição, hoje Praça Figueira de Melo.
A Escola Normal funcionava à época em prédio na Rua Liberato Barroso, esquina com Rua 24 de Maio, na antiga Praça Marquês do Herval, hoje Praça José de Alencar, onde funciona o IPHAN.


17 de março de 1923 - Fundada a União Síria, funcionando em prédio na Rua Major Facundo nº 55 (altos).
Depois, a União Síria juntou-se à União Libanesa, formando a União Sírio-Libanesa, quando se mudou para a Avenida Santos Dumont, esquina com Rua João Cordeiro.
Quando mudou o nome para Clube Líbano Brasileiro, em 1947, mudou-se para a Avenida Santos Dumont, esquina com Avenida Barão de Studart, onde esteve até mudar-se para a sede própria, na Rua Tibúrcio Cavalcante nº 271.

O Ginásio São João

06 de março de 1930 - Começa a funcionar o Ginásio São João sob a direção do professor César de Adolfo Campelo, na avenida Santos Dumont nº 1169, no Bairro Santos Dumont (Aldeota) na antiga Vila Quixadá, casa construída por Adolfo Quixadá e que foi usada como residência dos presidentes de Estado.
Em 02/02/1943 passou a ser Colégio São João.
Em 1976, foi vendido para a Organização Farias Brito, mudando o nome para Farias Brito-Aldeota/1.
Hoje no local existe um Supermercado Pão de Açúcar.

 10 de maio de 1970 - Fundado o Colégio General Osório, pelo major Asthon Guilherme da Silva, com sede provisória na Avenida Santos Dumont nº 1324.
Começou a funcionar no ano letivo de 1971.
Antes era o Curso General Osório, que preparava alunos para o Colégio Militar de Fortaleza.



O palacete de Leonel Jucá em 1957 - Hoje é o TRT - Arquivo IBGE


20 de junho de 1971 - O Ministério da Justiça adquire, por compra, o palacete de propriedade de Leonel Jucá, na Avenida Santos Dumont nº 3384, para nele instalar o Tribunal Regional do Trabalho - TRT 7ª Região.

02 de dezembro de 1971 - Com a presença dos governadores do Ceará, Piauí e Maranhão, além do presidente do Superior Tribunal do Trabalho, ministro Hélio Monteiro, é inaugurada a nova sede do Tribunal Regional do Trabalho - TRT, na avenida Santos Dumont nº 3384.
Expressando o pensamento daquela corte falou o juiz Francisco Osmundo Pontes.


11 de fevereiro de 1974 - Entendimentos entre o Grupo Lojista liderado pelo empresário Antônio Romcy e a família do capitalista Plácido de Carvalho, proprietária do Castelo ou Palácio do Plácido, na avenida Santos Dumont nº 1545, entre a Rua Carlos Vasconcelos e Rua Monsenhor Bruno, resulta em sua venda.
O palácio não chegou a ser reconhecido pelo Patrimônio Histórico da União e vai ceder a área que ocupa para construção de um supermercado.


Com a morte do comerciante Plácido de Carvalho, proprietário do castelo, o patrimônio ficou sob a responsabilidade de sua viúva e dos filhos do primeiro matrimônio e, posteriormente do arquiteto austríaco Emílio Hinko, casado depois com a viúva.
Posteriormente o Palácio foi demolido e em seu lugar existe hoje o Centro Artesanal Luiza Távora.


 13 de fevereiro de 1974 - Começa a demolição do Palácio do Plácido, na Avenida Santos Dumont nº 1545, sob os protestos da imprensa, para construção, no local, de um supermercado do Grupo Romcy, que não chegou sequer a ser iniciado.
O Palácio do Plácido fora construído pelo arquiteto Luís Gonzaga Flávio da Silva

 06 de novembro de 1974 - Surge o primeiro shopping center de Fortaleza, o Center Um, na Avenida Santos Dumont nº 3130; São 7 mil e 500 metros quadrados de área coberta, abrigando estabelecimentos comerciais das mais diferentes categorias e estacionamento privativo com 450 vagas, empreendimento do empresário Tasso Ribeiro Jereissati (Tasso Jereissati) Liberalidade com relação ao modo de trajar é uma das características do Center Um, onde existe, ainda, a terminante proibição de gorjetas.
Além de um supermercado Jumbo, 45 lojas servindo das mais variadas maneiras.
Havia o shopping-center Aldeota, mas na verdade tratava-se de um conjunto de lojas em aberto, sem nenhuma segurança ou privacidade.
 31 de agosto de 1981 - Inaugura-se a Central Cearense de Artesanato Luísa Távora - CCALT, na Aldeota, no quarteirão entre a Rua Carlos Vasconcelos, Rua Costa Barros, Rua Monsenhor Bruno e Avenida Santos Dumont, onde antes existia o Palácio do Plácido.

Mais fotos antigas da Avenida:








Wikipédia, Fotos do Arquivo Nirez, Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo

domingo, 24 de junho de 2012

Crédito Popular São José


O Crédito Popular São José foi uma cooperativa fundada pela Igreja em 17 de novembro de 1920 para “favorecer a pobreza oprimida pela desenfreada usura dos tempos”. 

Almanach Estatístico, Administrativo, Mercantil, Industrial 
e Literário do Estado do Ceará para o anno de 1921.

O Crédito popular São José foi a primeira cooperativa de crédito fundada no Ceará. Instalada a 17 de novembro de 1920 sob os auspícios do Exmo. Sr. Dom Manuel da Silva Gomes, arcebispo Metropolitano, iniciou suas operações com o pequeno capital de 22:000$000, que logo se elevou a 70:895$.

Foi seu primeiro presidente o Sr. Ildefonso Araújo, de saudosa memória.

Hoje essa cooperativa é indubitavelmente, a maior do Estado. Seu capital se eleva, pelo último balanço, a Rs. 305:872$500.

Seus depósitos já se apresentam com a elevada soma de Rs. 2.942:070$716 sendo que a maior parte é a prazo fixo, na importância de 2.165:935$938.


Esse estabelecimento, de orientação católica, foi fundado para auxiliar as classes populares. Nesse sentido estabeleceu uma tabela de empréstimos de importância até 1:200$000, com juros excepcionais, destinados a socorrer os pequenos tomadores.

Antônio Ildefonso de Araújo

Sob a presidência do Sr. Antônio Ildefonso de Araújo, o mesmo estabelecimento levou a efeito a construção da Vila Operária, "Dom Manuel" composta de 32 casas no Bairro da Prainha, nesta cidade, para venda em pequenas prestações mensais.

O bairro da Prainha - Arquivo Nirez

Também construiu o "Quarteirão Santa Teresa", no Outeiro, com boas casas, igualmente vendidas a prestações.

Rua 25 Março no antigo bairro do Outeiro

O atual presidente desta cooperativa é o Dr. Manuel Antônio de Andrade Furtado, professor da Faculdade de Direito e Jornalista católico.

Texto do Álbum Fortaleza 1931 

Manuel Antônio de Andrade Furtado

A foto ao lado é de 1926 da Rua General Bezerril.
O prédio da esquerda, foi demolido e em seu lugar foi levantado o do Banco de Fortaleza - Banfort. Antes, o velho prédio já abrigava o Crédito Popular São José, Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Ltda., fundada em 1920 sob a responsabilidade do Arcebispado de Fortaleza, transformando-se, em 1939, em Banco Popular de Fortaleza S/A. A árvore ao lado é o famoso 
Oitizeiro do Rosário.

As habitações populares no início da década de 1920, começaram a sofrer as intervenções estatais dentro da zona urbana – com base na política sanitária e controle das epidemias. Foi nesse período que se iniciaram os incentivos para a construção de vilas de acordo com as normas de higiene e saúde pública em vigor. Em 1922, uma lei concedia isenção de impostos prediais e municipais para construção de casas populares nos bairros menos habitados da cidade. Dois anos depois, o Crédito Popular São José também conseguiu a mesma isenção para construir e vender casas em Fortaleza com valor que não excedesse dez contos de réis.

Em meados dos anos 1920, a disposição de casas para os trabalhadores começa a ser ensaiada no Círculo São José. A diretoria do Círculo conseguiu em 1924, na gestão do Desembargador Moreira, isenção de impostos para as casas da Vila Operária Dom Manoel. O projeto que previa ampliação edificou, com financiamento do Crédito Popular São José, 31 casas “arejadas e higiênicas” a serem vendidas a pequenos comerciantes associados ao Círculo Operário. Apesar de as casas serem vendidas em parcelamentos de até quinze anos, eram destinadas aos comerciantes, certamente porque a maioria dos circulistas tinha
ganhos descontínuos, não podendo pagar rigorosamente todos os meses. As prestações variavam entre 27 e 47 mil réis e as casas eram de três tipos (A, B e C), dependendo da área construída e do número de cômodos.

Círculo de Operários e Trabalhadores Católicos São José

Fatos Históricos

  • 17 de novembro de 1920 - Instala-se, em Fortaleza, o Crédito Popular São José, sociedade cooperativa de responsabilidade limitada, na sede do Círculo Católico de Fortaleza, sob direção de Antônio Ildefonso de AraújoDepois iria para prédio na esquina da Rua Guilherme Rocha nº 15 (antigo, atual 17) com Rua General Bezerril nº 177 (antigo). Depois se transformou no Banco Popular de Fortaleza S/A - Banfort

  • 22 de abril de 1926 - Adquirido a Carlota Gouveia de Miranda Cavalcante, pelo Crédito Popular São José, o terreno na Rua da Aldeiota (hoje Rua Nogueira Acioli), na Praça Benjamin Constant (Popularmente do Cristo Rei), para construção da residência dos padres jesuítas. A mesma proprietária doou parte do terreno para ser construída a Igreja do Cristo Rei

  • 03 de fevereiro de 1938 - O Crédito Popular São José, passa a denominar-se Banco Popular de Fortaleza S/A - Banfort, em vista de autorização concedida pelo governo federal, através da Carta Patente nº 169 de 25/01/1938.


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Fontes: Álbum Fortaleza 1931, Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Arquivo Nirez e o artigo “Obreiros Pacíficos”: O Círculo de Operários e trabalhadores Católicos São José. (Fortaleza, 1915 – 1931) de Ana Cristina Pereira Lima

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: