Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Restauração descaracteriza monumento Iracema




Filgueiras Lima, quando discursava em homenagem ao Presidente Castelo Branco, na Inauguração do monumento de Iracema em 1965


Trabalho, realizado por frequentador, teve resultado desastroso

A estátua da índia Iracema, da avenida Beira-mar, não é mais a mesma. O monumento, que não tem nenhuma proteção contra o vandalismo, também sofre com a ação do tempo. Cansado de esperar pelo poder público, um frequentador do local decidiu fazer uma restauração por conta própria, mas a emenda ficou, literalmente, pior do que o soneto.
Qualquer pessoa pode subir no monumento mais visitado pelo turista, um dos mais queridos do cearense. A estátua de Iracema não tem grade de proteção, não tem vigilância, logo, vira um brinquedo de crianças e adultos. Por falta de manutenção, segundo testemunhas, um frequentador decidiu restaurar a estátua. A iniciativa foi boa, mas o resultado, desastroso.
Alguns pequenos detalhes estão faltando. Precisaria fazer uma nova reforma, afirma a esteticista Suely Ferreira.

Monumento a Iracema em 1965- Acervo O Povo

O restaurador César Teles fez o primeiro reparo na estátua, há 33 anos. O artista conhece bem a história e tem fotos que mostram as formas originais do monumento. Ele ficou impressionado com o que chamou dejogo dos sete erros’: a mão esquerda da Iracema mudou de posição e perdeu os dedos; a mão e o braço emendam no corpo; o arco de ferro não foi recolocado na mão da Índia; a concha que ampara o filho Moacir está mais côncava; a cabeça do menino está desfigurada; na jangada, o remo está torto; e a perna, o braço e a mão do guerreiro Martim Soares Moreno engordaram, depois de receberem uma camada de massa.
Restaurações feitas aleatoriamente acabam fazendo uma transformação. Numa restauração, você não pode modificar o original. Seria como uma versão de uma música. Você pode dar uma nova interpretação, mas não pode mudar a letra. Ele mudou o tom, a letra, trocou as bolas, explica César Teles.

O monumento em homenagem a Iracema, personagem do escritor José de Alencar, foi inaugurada em 1965, na Praia do Mucuripe, local onde, conta a lenda, Iracema esperava saudosa o retorno de Martins Soares Moreno.
A obra, de autoria do artista pernambucano Corbiniano Lins, foi esculpida em estilo expressionista e infelizmente não agradou a todos, sendo que alguns críticos a consideram uma combinação imperfeita do estilo moderno com o acadêmico, devido às distorções corporais: pernas grossas, longas e seios desproporcionais. O autor não retratou só a personagem símbolo do romance, ele narra o momento em que o guerreiro branco, seu filho e seu fiel cão deixam nossa praia em uma frágil jangada. As estátuas são esculpidas em concreto e revestidas em gesso e lembram a miscigenação entre índios e brancos, assim como a grandeza da obra deixada por José da Alencar.



A "recuperação" da estátua realizada inúmeras vezes antes pelo escultor e restaurador, César Perez, desta vez deixou o mesmo contrariado. Isto porque o monumento ficou totalmente descaracterizado, segundo o artista. O risco, admite ele, é que mais uma ou duas restaurações dessas, a imagem de Iracema (a virgem dos lábios de mel) já não mantenha mais nenhuma característica da obra original.



Realizada em concreto, pela ação da chuva, sol, maresia e depredação das pessoas, a estátua já necessitava de novos reparos, os quais devem ser realizados adequadamente, com material especial, uma vez que não se pode misturar cimento antigo com novo. “O filho de Iracema, Moacir, está completamente deformado. Ele havia sido quebrado e não foi possível fazer uma restauração do mesmo nível, não entendo porquê. A própria Iracema está mais gorda”, denuncia.

César Peres, que tem 54 anos, conta que desde 1976 faz restauros dos monumentos públicos para a Prefeitura de Fortaleza.

A última vez que restaurou a estátua de Iracema foi em 2005. De lá para cá, a depressão retirou vários elementos do conjunto da obra.
“Restaurar é conservar o mais semelhante ao original. Basta observar um carro 2000, que se insistir em colocar um novo para-choque 2009, perde totalmente sua concepção original”.
No restauro da estátua da Praia de Iracema, recorda que sugeriu colocar peso da cintura para baixo, na estátua, a fim de evitar as oscilações do monumento, as quais favorecem a depredação.





Reportagens antigas já denunciavam o descaso:

°°°Estátua de Iracema é usada como playground e manobras de skate°°°

Apesar de ser um dos principais cartões-postais de Fortaleza, a Estátua de Iracema encontra-se em verdadeiro estado de abandono. Além da depredação por parte dos próprios cidadãos, a falta de manutenção compromete ainda mais a estrutura da estátua.

Na última quinta-feira, vi um grupo de rapazes fazendo manobras de skate nas escadas e muretas que circundam a estátua. Qual o sentido de fazer isso se eles já têm uma área ali perto para brincar de skate? Liguei duas vezes para a Guarda Municipal, mas depois de muita espera ao telefone nada foi feito - reclama uma moradora das proximidades.

A estátua foi inaugurada por conta do centenário da obra homônima do escritor cearense José de Alencar. A estátua representa a virgem dos lábios de mel ao lado da jangada em que, de acordo com a descrição do livro, o português Martim Soares Moreno leva Moacir, o filho que ele teve com a índia e o primeiro brasileiro, de volta a Portugal.

A estátua foi recuperada em abril de 2006, para as comemorações do aniversário de 280 anos da Capital cearense. Mas com menos de dois anos depois da restauração, a obra do artista plástico pernambucano Corbiniano Lins já está seriamente depredada pelas pessoas que visitam ou passam pelo local, além de sofrer com os efeitos corrosivos da maresia.

De acordo com o barraqueiro João Alexandre Carneiro, que trabalha logo atrás da estátua há 20 anos, durante a noite muito pais levam as crianças para ver a estátua, e elas acabam usando o local como uma espécie de playground.

Eu acho que a pessoa pode até chegar perto da estátua, tirar uma foto, mas não ficar correndo em cima como se fosse um brinquedo. As crianças pulam, sobem na estátua e os pais simplesmente deixam, opina o barraqueiro.

O uso indevido da área provoca rachaduras na estrutura da obra, que vão aumentando com a falta de manutenção até alcançar a parte de sustentação das estátuas, que são corroídas e enferrujadas pelo efeito da maresia e do tempo.


No local onde fica a jangada, o bebê Moacir foi arrancado, sobrando apenas pequenos pedaços. A parte que representa o personagem Martim é a mais prejudicada, já que possui buracos em vários pontos, deixando a estrutura de ferro exposta. A própria Iracema não foi poupada: teve as mãos quebradas e o arco que segurava, arrancado. A placa comemorativa da estátua, onde há o registro da restauração feita há dois anos, também está quebrada.

É muito triste ver uma obra bonita como essa tão destruída, ainda mais por quem mora aqui, lamentou a turista norte-americana Jacqueline Graves, que passeava com as duas filhas pequenas pela Beira-Mar.
A turista disse que, apesar da beleza da obra, esperava uma melhor conservação das obras públicas em sua primeira visita à Capital cearense.

°°°Estátua de Iracema precisa de uma nova reforma°°°

Passados dois anos de sua reforma a estátua de Iracema, localizada na Volta da Jurema, necessita de uma reforma. Se ela não acontecer, os turistas irão encontrar um dos ícones de Fortaleza com o ferro da armação exposto.

Perto do início da alta estação turística e do período de férias a estátua de Iracema, localizada na Volta da Jurema, está muito deteriorada. A ferrugem toma conta da armação que sustenta a obra. O arco da Iracema há muito tempo sumiu. O ferro de sustentação de sua mão também é visível. Pedaços de cimento caem dos braços e pernas de Martins Soares Moreno, que compõe a obra, deixando sua armação exposta à maresia. De Moacir, o filho de Iracema com Martins Soares Moreno no romance Iracema, de José de Alencar, resta apenas a armação de ferro. A jangada de cimento também apresenta vários buracos.

A obra foi restaurada há pouco mais de dois anos, depois que o local foi escolhido como um dos ícones de Fortaleza. O monumento foi o primeiro dos 13 presentes que a Prefeitura restaurou em comemoração aos 280 anos da Capital, em abril de 2006. Na época, a meta era entregar uma obra restaurada por mês. Em junho do ano passado O POVO publicou matéria mostrando que a estátua e outros monumentos recuperados já apresentavam desgastes.

Edimar José de Morais, 57, proprietário da barraca É, ao lado da estátua, reclama da falta de conservação do local. Ele diz que a obra foi se deteriorando aos poucos e ninguém tomou providência. De longe a estátua atrai. Mas basta chegar mais próximo para ver a deterioração da peça. "As pessoas poderiam vir mais por aqui, se estivesse mais em ordem. O policiamento melhorou bastante, falta melhorar o resto".

Quem visitou o local ontem foi o casal Célia Costa, 54, e Antônio Carlos, 56. Eles foram levar os netos para um passeio de tarde na Beira Mar. Os dois disseram que não haviam reparado muito nas estátuas quebradas. "Faz uns quatro meses que viemos aqui e não tínhamos notado. Mas olhando agora está bem ruim, muita coisa quebrada. Deveriam consertar isto aqui", diz Célia Costa, enquanto um dos netos brinca nas estátuas.



Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Executiva Regional II (Ser II), existe um projeto de recuperar toda a avenida Beira Mar. Em novembro deste ano a Justiça acatou um pedido do Ministério Público Federal de recuperar toda a orla da avenida em um prazo de até 180 dias. Durante este período, a Prefeitura terá que apresentar um projeto completo, incluindo os prazos de execução e os recursos para a restauração da avenida e seus equipamentos. Ainda de acordo com a assessoria, a Prefeitura deverá realizar um Concurso Nacional de Idéias, para escolher o melhor projeto de reurbanização da avenida Beira Mar.

Passados mais de 40 anos, a estátua já passou por várias recuperações, sendo que a última foi realizada em abril de 2006, em comemoração aos 280 anos de Fortaleza.

Em fevereiro deste ano, foi publicada na coluna O POVO nos Bairros a informação de que pessoas que praticavam caminhada na avenida Beira Mar reclamavam do estado de abandono da obra. Em resposta, a Secretaria Executiva Regional II informou em resposta que estava em fase final de contratação da Associação dos Artistas Plásticos Profissionais do Ceará para a recuperação da estátua.

O trabalho, segundo a assessoria, envolveria lixamento da estrutura de ferro, seguida de um banho com produto isolante; picotamento, cobertura e amassamento das fissuras e rachaduras, além da reconstituição de partes que não existem, como a mão esquerda de Iracema. O trabalho seria concluído em um mês.


Em um mês...Aham...

Programa Irapuan Lima



Nessas minhas andanças pela internet garimpando material para o blog, achei algo que me fez parar e lembrar de quando eu tinha uns 6, 7 anos e ficava achando graça aquele senhor presentear os calouros com um pacote de macarrão Fortaleza rsrs sem falar nos calouros, aparecia cada figura...
Eu sei que o blog é sobre a cidade de Fortaleza, mas Irapuan Lima merece que eu abra uma exceção!

°°°No ar "O Chacrinha do Norte"°°°

Antes do hype do "formato VJ", os telespectadores desta cidade quente podiam ver, todas as tardes de sábado, um apresentador estritamente cearense. O saudoso Irapuan Lima,com suas "irapuetes", fazia um inacreditável programa de calouros, com direito ao "Frango assado do Zezé" como prêmio de consolação aos perdedores. Irapuan só gostava de apresentar programa ao vivo, adorava improvisar, cantava clássicos da Era do Rádio, era garoto-propaganda de vários produtos, fez programas infantis e, no Carnaval, dizem, era um excelente Rei Momo. Passaram pelo seu programa ícones da música brasileira de todos os tipos, como Roberto Carlos, Wanderley Cardoso, Sérgio Cardoso, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Bibi Ferreira e Ângela Maria.

Cadê Cacá, Cacá, Cacá?



Famoso pela sua irreverência e pelos famosos reclames (”Cadê Cacá”, “Frango do Zezé”, “Macarrão Fortaleza” etc), Irapuan Lima tornou-se um dos mais importantes comunicadores da mídia cearense. Recebeu o apelido de “Chacrinha do Norte” pelo companheiro Armando Vasconcelos, que dividia a preferência nos finais de semana da TV Cidade, na década de 1980.

 



















Irapuan Barros de Lima nasceu em Fortaleza em 1º de agosto de 1927. Começou a carreira com pouco mais de 20 anos, na Rádio Iracema, em 1949. Na emissora apresentou programas infantis como A Garotada se Revela e o Programa Irapuan Lima, nome que levou para a televisão, ao ingressar na TV Ceará Canal 2, em 1975.



Foi rei momo do carnaval cearense durante três anos consecutivos (1961, 1962 a 1963). Depois de apresentar diversos programas na Rádio Iracema foi para a televisão. Com o fechamento das emissoras associadas, Irapuan partiu para a TV Verdes Mares, apresentando o programa Dez Espetacular. Ficou pouco tempo. Foi para a TV Cidade Canal 8, onde atingiu seu auge de popularidade.

A cantora Ayla Maria, Célio Cury e Irapuã Lima na Rádio Iracema - Arquivo Marciano Lopes

O Programa Irapuan Lima ficou no ar até janeiro de 1992, quando interrompeu as atividades por conta de uma cirurgia na vesícula, que havia evoluído para uma pancreatite. Após isso, o “Chacrinha do Norte” realizou aparições em comerciais da televisão.

Foto de 1971

Irapuan Lima chegou a comandar seu programa de auditório por 4 horas e meia ao vivo, o maior neste formato na América Latina durante a década de 1980. A fama também aconteceu para suas companheiras de palco, as Irapuetes, principalmente para Lionah Dias - a Xuxa cearense.



Para quem ainda não ligou o nome à pessoa, a Lionah Dias (a Xuxa cearense) é aquela senhora que faz o programa Clube do Brega da TV Diário.

Foto recente da ex Irapuete "Xuxa cearense"



Outra curiosidade fica por conta da Jornalista mirim ( "Boa tarde Irapuan, boa tarde Telespectadores " ) Daniele Portela. Sim, ela mesma, a jornalista do CE TV que com apenas 5 aninhos era jurada do Irapuã Lima e fazia um jornalzinho num dos intervalos do programa.


Em 1982, Chacrinha fazia sucesso em todo o Brasil, mas no Ceará as tardes dos sábados eram imperdíveis no canal 8. Aqui, a maior audiência era sem dúvida de Irapuan Lima, que começava o seu programa de auditório ao meio-dia proporcionando muita alegria a milhares de pessoas. Ele, e claro, as Irapuetes, que na época esbanjavam sensualidade. Ao invés do abacaxi que se tornou marca registrada do "concorrente" nacional, Irapuan Lima oferecia um frango aos candidatos reprovados pelos jurados no palco. A sátira era engraçada e agradava em cheio ao público.



No Chacrinha tinha as Chacretes, já aqui tinha as Irapuetes, e pense numas Irapuetes!
Grande ícone da publicidade local, o programa era famoso pela sua irreverência e pelos famosos reclames. Irapuan tornou-se um dos mais importantes comunicadores da mídia cearense. Seu programa ficou no ar até janeiro de 1992, quando interrompeu as atividades por conta de uma cirurgia na vesícula, que havia evoluído para uma pancreatite.

 

"Eu mesmo não perdia um sábado o “Irapuan Lima”. De tão tosco o programa, tornava-se engraçado, leve e muito contemporâneo, em uma época onde os ídolos tinham muito talento e carisma. A TV local ainda está orfã de um profissional como Irapuan e seu programa. Saudades de uma época que passou e não volta mais, mas o que nos resta são as lembranças engraçadas, como a Xuxa cearense que dizia que a cachaça Sapupara em japonês era chamada de Sapupei. Pense!" -Thiago Marinho do blog CULTucando

O ADEUS

"Morreu na madrugada deste sábado(04 de Maio de 2002), o radialista e apresentador de TV, Irapuan Lima, aos 74 anos. Irapuan estava passando o final de semana com a família na praia de Quixaba, em Aracati, quando sentiu-se mal. A causa da morte foi uma embolia pulmonar.

Irapuan trabalhou na Rádio Iracema. Na TV, apresentou programas na TV Verdes Mares e TV Cidade. Nos últimos tempos, o radialista havia se aposentado
." - Jornal local

O velório aconteceu no domingo, no cemitério Parque da Paz às 16hs.


°°°Uma homenagem ao Chacrinha do Norte°°°


O Museu da Imagem e do Som (MIS) está fazendo uma homenagem ao radialista que se tornou um símbolo na televisão cearense: Irapuan Lima. O Chacrinha do Norte, como ficou conhecido, rompeu décadas animando programas de auditório, onde artistas nacionais dividiam o palco com calouros e novos talentos do Ceará. A estética de Irapuan Lima era própria, o talento era único.

E tudo isso pode ser visto pela primeira vez, numa exposição de fotografias, revistas e antigos equipamentos que contam a história de Irapuan, das ondas do rádios às luzes da televisão. A exposição pode ser vista no MIS, na Avenida Barão de Studart, na Aldeota.


A memória do rádio cearense merece homenagens. Na exposição do Museu da Imagem e do Som, na capital, os fãs do rádio vão encontrar mais que aparelhos antigos. A história do rádio no Estado está contada em fotografias, em revistas, em relíquias... A primeira rádio do Estado - Ceará Rádio Clube - foi fundada em 1934. Depois a mesma rádio passou a ser chamada de PRE-9 e transmitiu a primeira novela de rádio. Era a época dos radioatores.


A história do rádio se confunde. Nascido em Fortaleza, Irapuan Lima entrou para o rádio em 1949. No rádio e na tv o comunicador famoso pela alegria contagiava o público nos programas de auditório. Foram 54 anos de carreira, como relembra o amigo, Francisco Felix, também radialista que trabalhou ao lado de Irapuan por 15 anos.





A frente de programas de auditório na TV Irapuan Lima se destacava pela espontaneidade. A filha Vera Sílvia também gosta de relembrar a hospitalidade do pai com os artistas que trazia de todo o país. Mais que a coroa de rei momo do Carnaval - que foi dele nos anos 60 - Irapuan Lima deixou lições de um comunicador cheio de carisma.








1986



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Escola Normal - Colégio Justiniano de Serpa




O clamor por mestres que cumprissem devidamente os encargos da profissão foi uma constante em relatórios dos presidentes de província do Ceará durante todo o século XIX. Mestres devidamente habilitados eram garantia de uma boa escola.
Assim, depois de várias tentativas para a instalação no Ceará de uma Escola Normal que cuidasse do preparo dos professores, foi lançada a pedra fundamental do edifício em 2 de outubro de 1881. A escola foi inaugurada em 22 de março de 1884.
O edifício foi projetado pelo engenheiro civil austríaco Henrique Foglare. A obra ficou a cargo do engenheiro civil Henrique Theberge, responsável pelas obras públicas provinciais, sendo executada pelo mestre pedreiro Francisco de Sousa Brasil.
Concluída em 6 de dezembro de 1882, a edificação só veio a ser utilizada dois anos depois. O edifício sediou a Escola Normal até 1923, quando foi ocupada pelo Grupo Escolar Norte da Cidade. O aspecto da edificação foi provavelmente “modernizado” nessa época, quando teve sua coberta modificada, implantando-se uma platibanda no lugar da antiga coberta à vista. O frontão triangular que marcava a entrada norte também desapareceu.
Em 1947 e 1954, o prédio serviu de sede para o Instituto Médico do Ceará. A partir dessa data, funcionou como a Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará. Desde 1987, sedia o atual IPHAN.




O prédio hoje

Histórico da Escola Normal do Ceará...

"A aspiração para criar escolas de formação de professores no Brasil começou ainda no Império, porém havia dificuldades na criação das Escolas Normais em todo o país. Em 1879, a Reforma de Leôncio de Carvalho, que tinha valor somente no Rio de Janeiro, foi um marco para a criação desse tipo de escola.
No Ceará, a primeira tentativa de criação de uma Escola Normal deu-se em 1837, no mandato do presidente da província, José Martiniano de Alencar. A Lei 91, de 05 de outubro de 1837, criava temporariamente a Escola Normal do Ceará, porém a escola não foi instalada por falta de recursos e continuidade administrativa. Após esse fracasso na tentativa da criação da Escola Normal, o estado ficou ainda um longo período sem sua escola de formação de professores.
Somente com a Lei 1790 de 1878, ressurge o interesse na criação da Escola Normal, que viria a se concretizar apenas no fim do Império, no ano de 1884.
A regulamentação da recém-criada Escola Normal do Ceará foi orientada por legislações concebidas em anos anteriores a sua efetivação. Essa regulamentação estava presente na Lei nº 1790, de 28 de dezembro de 1878 e no Regulamento da Instrução Pública de 1881. "Somente no ano seguinte (1885), é expedido o primeiro Regulamento da instituição”.
Escola Normal do Ceará foi o primeiro nome da nova instituição de ensino e seu prédio ficava localizado na Praça Marquês de Herval (posteriormente chamada de Praça José de Alencar). A Escola Normal teve algumas mudanças de localização durante esses anos. No período de 1919 a 1923, a escola foi instalada no pavimento térreo da Fênix Caixeiral


Escola Normal ainda em construção. Imagem de cartão postal capturada em 23 de julho de 1923. Acervo Carlos Augusto

Após reivindicações, o presidente do estado, Justiniano de Serpa, mandou construir o novo prédio da escola na Praça Figueira de Melo (onde hoje funciona o Colégio Justiniano de Serpa). A escola funcionou nesse local até 1958, ano em que se mudou para o Bairro de Fátima, já com o nome de Instituto de Educação do Ceará. Além das mudanças de locais, a Escola Normal também mudou várias vezes de nome.
Ao longo de sua trajetória a Escola Normal recebe várias denominações: Escola Normal Pedro II (Lei nº 2260, de 28 de agosto de 1925), seu segundo nome; Escola Normal Justiniano de Serpa (Decreto-Lei nº 122, de 2 de março de 1938); Instituto de Educação (Decreto-Lei nº 2007, de 7 de fevereiro de 1947) e, no final dos anos 50 recebe sua atual denominação, Instituto de Educação do Ceará (Lei nº 8559). 



Instituto de Educação Justiniano de Serpa no final dos anos 40.
Acervo Marcos Moreira

Juntamente com a Escola Normal do Ceará, foi criada a sua Escola de Aplicação, também chamada Escola Anexa, que ficou em funcionamento até o ano de 1918. A Escola de Aplicação era o local da prática pedagógica dos alunos da Escola Normal. Essa escola ressurgiu em 1922 com a denominação de Escola Modelo
Até a década de 1920, período que divide a história da educação no Ceará, a Escola Normal não tinha muito prestígio. A sua verdadeira importância deu-se somente após a Reforma de 1922, marcada pelo ideário da Escola Nova.

No Ceará, as idéias modernas de educação também já eram pregadas desde o final do século XIX. Após viagem aos Estados Unidos, o advogado e professor de latim, Amaro Cavalcante, apresentou um Relatório ao presidente da província e à população cearense. Tal Relatório foi escrito em 1881 e dava informações acerca da instrução primária americana. 


Essa linda foto de 1967, foi feita na escadaria externa do Colégio Justiniano de Serpa. Na primeira fileira, vemos a então professora de Filosofia, a Jornalista Adísia Sá (do meio, de sapatos brancos). Acervo pessoal de Maria José Melo Fraga
No Relatório, Amaro Cavalcante trata da educação de um modo geral; do método escolar; das escolas normais e da inspeção da educação pública. “O debate em torno das idéias por Amaro Cavalcante e demais fundadores da Escola Normal e suas consequências práticas preparam o terreno para que o escolanovismo florescesse a partir do impulso dado pela reforma de 1922”. 
A Reforma de 1922, mais conhecida como Reforma Lourenço Filho, realizada no governo de Justiniano de Serpa, marca o início de uma nova fase da educação no estado. Ela ocasiona mudanças no ensino primário e normal do estado."

Crédito: Janderson (Uma metamorfose ambulante)

Diz a nota: Novo prédio da Escola Normal de Fortaleza
Este prédio tem doze salas de aulas, anfiteatro, biblioteca, Museu, diretoria, secretaria, hall e outras dependências, sem contar o porão habitável que servirá para as aulas de trabalhos manuais. Gabinete de Química, etc. Representa o tipo de construção escolar higiênica e econômica. Foi orçado em 280.000$, sendo inaugurado solenemente no dia 23 de dezembro de 1923
O prédio foi construído sob a orientação do engenheiro José Gonçalves da Justa, para sediar a Escola Normal, inspirado no modelo de um colégio suíço. Sua construção teve início em 11 de agosto de 1922, em frente à Praça Filgueira de Melo, na gestão do Presidente Justiniano de Serpa. A finalização da obra se deu no governo do Presidente Ildefonso Albano, sendo inaugurado em 23 de dezembro de 1923. A atual denominação adquirida em 1961 veio em homenagem ao Dr. Justiniano de Serpa. É um dos mais tradicionais estabelecimentos de ensino de Fortaleza





Colégio Justiniano de Serpa - Antiga Escola Normal

Primeiramente chamou-se Escola Normal Pedro II, e por algum tempo deste 1918 funcionou no andar térreo da Fênix Caixeiral, à rua 24 de Maio, esquina noroeste com rua Guilherme Rocha, daí saindo em 23 de dezembro de 1923, data que se transferiu para a bela sede da Praça Figueiras de Melo, (antes chamada Praça dos Educandos e também Praça do Colégio), começada a construir em 11 de agosto de 1922, sob planta do Eng. José Gonçalves Justa, na gestão do Presidente Justiniano de Serpa, mas somente inaugurado em parte, pelo seu sucessor, Senhor Ildefonso Albano. A conclusão do Edifício verificou-se no governo do Capitão (depois Major) Roberto Carneiro de Mendonça (1931/34). Mais tarde, teve o nome de Instituto de Educação Justiniano de Serpa.


As normalistas de 1958/59 - Acervo Sônia Lúcia machado Braga
As normalistas de 1958/59 - Acervo Sônia Lúcia machado Braga
O edifício, com dois pavimentos, possui planta dividida em três vãos, ficando a escada no vão central.
Foi construído em tijolo e cal, e sua estrutura horizontal é composta de barrotes no piso superior e tesouras de madeira na coberta. Os forros são de madeira tipo saia e camisa.
A fachada principal – encimada por balaustrada e um frontão arredondado em sua parte central – possui marcações horizontais, que definem a linha de piso do primeiro pavimento e de coberta e marcações verticais, definindo o acesso e a área do balcão, também com balaústres, no pavimento superior.
Protegido pelo Tombo Estadual segundo a lei n° 9.109 de 30 de julho de 1968.




"A Praça Figueiras de Melo contém um valioso patrimônio Arquitetônico miraculosamente preservado, nele encontramos jóias como o Colégio da Imaculada Conceição, a Igreja do Pequeno Grande e o prédio da Escola Normal. A praça que o circunda era bem traçada, com lindos canteiros e os bancos confortáveis de madeira com estrutura de ferro fundido, uma constante das praças da cidade."  


Royal Briar


Aluna do Colégio Justiniano de Serpa em 1978.
Acervo pessoal de Lúcia Araújo



Leia mais em: Escola Normal de 1884 à 1922




Praça Cristo Redentor


Recebeu essa denominação em 1922, em razão ao monumento que abriga uma coluna com Cristo no topo, com 35 metros de altura. É considerada uma das praças mais arborizadas de Fortaleza. Nela são realizados muitos eventos culturais por se localizar entre o Teatro São José e o Seminário da Prainha. Localização: Situada entre as ruas Rufino Alencar, 25 de Março, Franco Rabelo e a Avenida Dom Manuel, em frente à biblioteca pública e ao Centro Cultural Dragão do Mar.
Com a construção do Teatro São José ficou definido a área que passaria a ser urbanizada como uma praça no ritmo do Brasil Republicano e comemorando o Centenário da sua Independência, passando a ter praticamente a mesma forma que tem hoje.
No centro da praça foi erguido uma coluna/monumento de 35 metros de altura, montada sobre uma base cúbica. Desenvolvida sobre um eixo vertical gerado por uma escada com 115 degraus. Está revestida e decorada exteriormente com elementos jônicos, frisos, cornijas, moldura e outros detalhes executados com argamassa de cal e areia. Sobre sua base se encontram um conjunto de placas de mármore onde podemos ler a lista dos nomes dos amantes desta luminosa cidade praieira, vinculados à história da cidade através deste singelo e elegante monumento.


Foto aérea de 1930


A imagem do Cristo Redentor é de autoria dos escultores: José Rangel Sobrinho, José Maria Sampaio e Vicente Leite - pintor. A sua altura é de 2,70 m e está executada em alvenaria como o restante do monumento.


Foto rara de data desconhecida

O Círculo Operário São José foi responsável pelo “projeto” e execução do monumento. Tiveram como mestres: Antônio Machado, Domingos Reis, Severino Moura.
O monumento desde sua inauguração foi dotado de um relógio de quatro esferas, apontadas para os quatros pontos cardeais. Infelizmente a oscilação da coluna não permitiu o perfeito funcionamento do mesmo que foi transferido posteriormente para a Igreja dos Remédios.

Foto de 1896, a "Praça" não passava de um areal ao lado do Seminário da Prainha

Após a segunda guerra mundial foi demolido o muro circular que circundava o monumento e que imprimia-lhe uma boa proporção e limpeza formal. Felizmente hoje se encontra novamente restaurado.



Foto do Acervo de Raimundo Gomes

O QUE MUDOU NO DECORRER DO TEMPO...

Vemos na foto(lado esquerdo) do ano de 1938, a Praça do Cristo Redentor. A partir da esquerda, a mansão que foi de Luiz Borges da Cunha e Maria Pio de Castro, que ficava na Rua Franco Rabelo, em frente à Praça, seguida da casa construída por José Pio Moraes de Castro e Angélica Borges Pio de Castro, depois ocupada pelo inglês Francis Reginald Hull (Mr. Hull), meio encoberta por uma árvore; a Avenida Monsenhor Tabosa, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e o Seminário Arquidiocesano. Na frente, a praça, com a torre que lhe deu o nome.

A pedra fundamental da Torre do Cristo Redentor foi lançada no dia 23 de julho de 1922, na então Praça Comendador Machado (hoje Praça do Cristo Redentor), construída para comemorar a passagem do Centenário da Independência do Brasil. Usou da palavra o arcebispo Dom Manoel da Silva Gomes.

Deveria ter sido inaugurada no dia 7 de setembro de 1922, mas só o foi às 17h de 24 de dezembro do mesmo ano. Os construtores foram os mestres Antônio Machado, Domingos Reis e Severino Moura, que foram os próprios arquitetos e engenheiros. Na ocasião da inauguração falou o arcebispo Dom Manoel da Silva Gomes. Estavam presentes o presidente do Estado Justiniano de Serpa, o prefeito de Fortaleza coronel Adolfo G. Siqueira e o deputado estadual Rubens Monte. A torre mede 35m de altura, com 3m de circunferência.

No dia 16 de novembro de 1924 foi inaugurado o relógio de quatro faces da coluna do Centenário (Cristo Redentor), mas em virtude do balanço da torre teve que ser retirado e foi depois levado para a torre da Igreja dos Remédios, onde ainda está.


No dia 19 de dezembro de 1924, a antiga Praça Senador Machado muda o nome para Praça do Cristo Redentor, que no dia 16 de julho de 1938 inaugurou sua urbanização.

A Biblioteca Pública do Estado, que estava funcionando no Palácio da Luz, começa a mudar-se para sua sede própria, na Praça do Cristo Redentor, no dia 26 de janeiro de 1967, era a casa já citada, de Luiz Borges da Cunha, vizinha ao atual prédio da Biblioteca Pública Menezes Pimentel, inaugurada em 27 de março de 1967.

Na década de 70 iniciaram-se as obras de construção da Avenida Leste-Oeste que absorveu a Rua Franco Rabelo e unindo lado leste ao oeste da Cidade. Foi Inaugurada no dia 5 de outubro de 1974, às 10h, batizada de Avenida Presidente Castelo Branco, unindo a Praça Cristo Redentor à Barra do Ceará.


A foto nova (lado direito) mostra a praça como hoje está, sua arborização não deixa ver os prédios que a rodeiam, mas as casa da primeira foto que ficavam na Rua Franco Rabelo foram demolidas para darem lugar hoje ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.







Fontes: Portal do Ceará e Pesquisas na internet

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