Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



sexta-feira, 16 de abril de 2010

Gentilândia - Palacetes, Sobrados e Casarões

Na Av. Visconde de Cauípe, margeando o espaço da Gentilândia, foram construídos palacetes, sobrados e casarões de variados estilos arquitetônicos. Seguem algumas fotos ilustrativas da época dos grandes casarões que representavam toda uma família.


Av. Visconde de Cauípe, a partir da rua Paulino Nogueira em direção ao centro da cidade, vendo-se ao fundo o bonde na linha do Benfica.

Do lado direito: o muro da casa de propriedade da Imobiliária Frota Gentil e onde moraram Sr. Aziz Kalil, avô do Sr. Tasso Jereissati, posteriormente o Sr.José Albuquerque Monteiro e por último o Casal Heitor e Nancy de Albuquerque Gentil, quando o imóvel junto com os outros dois desta quadra foram vendidos para a UFC; o muro seguinte é o da casa de José Campos Paiva e Dna. Beatriz Gentil Campos; o próximo é o do Palacete do Cel José Gentil Alves de Carvalho. Do lado esquerdo: O Muro da Chácara do Dr. Edgar Cavalcante de Arruda; o muro seguinte é o do Colégio Santa Cecília de Dona Almerinda de Albuquerque, depois vendido às Irmãs Damas da Instrução Cristã, 1938.

Agora o Palacete dos Nepomuceno, 2006 Arquivo Elmo.  


Palacete da Família Gentil, 1947. Arquivo Nirez.


Palacete de João Gentil, filho do Cel. José Gentil, em 1940 - Arquivo Nirez.


Casa alpendrada que pertenceu ao Dr. Eliezer Studart da Fonseca e depois ao Dr. Heitor Fiúza Pequeno, 1941. Arquivo Nirez.


Mansão do Dr. João Tomé de Sabóia,1932. Arquivo Nirez.

Por último, duas fotos do Chalé que pertenceu ao Sr. Francisco Queiroz Pessoa.
(Atual Cultura Germânica da UFC).
In. Bezerra (1931).


Fonte: Fortaleza de Ontem e de Hoje

Gentilândia - Os Bondes e os Ônibus


A Gentilândia era servida pelos bondes elétricos da Ceará Light que faziam as linhas Prado e Benfica. Empresas de ônibus a partir da década de 30 passaram a trafegar do centro para o Benfica e Prado, como das empresas São José e Severino. Além desses, outros em direção a Parangaba e ao Montese também serviram a Gentilândia.

Depoimento: “Os bondes deixaram uma saudade incrível em muita gente, .... Em um banco cabiam cinco ou seis pessoas, os rapazes ficavam pendurados tentando paquerar as meninas”. Dona Maria de Lurdes Linhares .

(1ª Foto -Bonde elétrico da Light que fazia a linha Benfica.
Arquivo Assis Lima).
TRAJETO LINHA BENFICA - Percurso dos Bondes do Benfica: Saia da Praça do Ferreira em frente ao Rotisserie, hoje Caixa Econômica e seguia pela rua Floriano Peixoto, Guilherme Rocha, General Sampaio, Av. Visconde do Cauipe até a esquina com Adolfo Herbster.

De volta vinha pela Visconde do Cauipe e na rua General Sampaio entrava a direita na rua Clarindo de Queiroz, seguindo por trás da Igreja do Carmo para entrar a direita na rua Floriano Peixoto até chegar a praça do Ferreira.


(2ª Foto - Bonde elétrico da Light que fazia a linha Prado parado na Praça do Ferreira, 1943.
Arquivo Nirez.)

TRAJETO LINHA PRADO - Percurso dos Bondes do Prado: Praça do Ferreira, Guilherme Rocha até a General Sampaio a altura do antigo bar Americano, dobrando a esquerda na praça José de Alencar para alcançar a Av. Visconde do Cauipe, dobrando a esquerda na 13 de Maio, Vivenda da Família Gentil, até a rua Marechal Deodoro antiga “cachorra magra” defronte ao Bar do Bola de Ouro, onde predominava o jogo de sinuca.

O percurso de volta era feito pela Marechal Deodoro, passando em frente ao Ponto Chic, entrando a direita na Domingos Olímpio até chegar a Floriano Peixoto, alcançando a Praça do Ferreira.



3ª Foto - Ônibus da Empresa Severino que fazia a linha Benfica, 1936.
Arquivo Nirez.

4ª Foto - Ônibus que fazia a linha Prado da Viação César, ao lado da Escola Industrial nesse período em construção, 1947.
Arquivo CEPIMAR


5ª Foto - Final da Linha do bonde do Benfica na Av. Visconde de Cauípe, 1943. A esquerda vê-se o antigo café do Eugênio. Arquivo Nirez.



6ª Foto - Ônibus da Empresa Santo Antônio que fazia a linha Maracanaú, estacionado em frente a sua primeira sede na Travessa Sobral, 91. Em 1962.

Arquivo CEPIMAR







7ª Foto - José de Assis Oliveira
Arquivo CEPIMAR.

A Empresa Santo Antônio, que faz transporte de passageiros para Maracanaú, foi fundada por José de Assis Oliveira - com sua primeira sede na travessa Sobral, 91 na Gentilândia.






Continua...

Fonte: Fortaleza de Ontem e de Hoje

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Gentilândia




O Bairro da Gentilândia, que aqui será apresentado, faz parte de um maravilhoso trabalho de pesquisa e resgate histórico coordenado pelo Prof. Dr. Elmo Vasconcelos Júnior, que, com a ajuda dos moradores, pesquisadores e outros apaixonados pelo Bairro da Gentilândia, foi capaz de desenvolver ao longo de anos de coleta e pesquisa.

O Dr. David, presidente do CEPIMAR, sensivel à importância histórica deste resgate, patrocinou ativamente este projeto.

A exposição deste material só foi possivel graças à sensibildiade do Prof. Elmo Vasconcelos Júnior, da Sra. Aida Eskinazi, do Centro de Documentação da Federação dos Transportes e o Dr. David, presidente do CEPIMAR.

A Gentilândia é um daqueles lugares onde a cidade lembra o que já foi, lugar onde se vive para conviver, para ver, para sentir, para ouvir, para andar, para conversar.

Convivência experimentada no cotidiano, fruto das relações sociais alicerçadas pelo tempo.
Por isso, ser gentilandino é um estado de espírito e, quem já viveu na Gentilândia sabe que é imprescindível voltar sempre.

Para conviver, para ver, para sentir, para ouvir, para andar, para conversar.

Gentilândia - A Origem

O Coronel José Gentil Alves de Carvalho nasceu em Sobral em 11 de setembro de 1867 e faleceu em 11 de março de 1941.
Foi em vida o maior empresário do Ceará.
Em 1909, já Residindo em Fortaleza, adquiriu uma chácara na Av. Visconde de Cauipe, no Benfica; onde ergueu em 1918 um belíssimo palacete para ser a sua residência.
Em torno do palacete construiu vilas e ruas com residências de vários tamanhos e estilos, praças e áreas verdes.
Lugar que ficou conhecido como Gentilândia.








Continua...
Fonte: Fortaleza de Ontem e de Hoje

Padre José Nilson - Vigário do Mucuripe




José Nilson de Oliveira Lima, nasceu no dia 05 de junho de 1922, na cidade serrana de Coité (atual Aratuba). Filho de Isabel Oliveira Lima com o latifundiário Adolfo da Silveira Lima, atual nome da praça principal da cidade. José Nilson começou a estudar teologia ainda jovem e obteve a sua ordenação sacerdotal em 30 de novembro de 1947, aos 25 anos de idade. Por muitos anos, foi vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Saúde, em Fortaleza. Em outras oportunidades, acabara sendo: diretor do colégio Pe. José Nilson, diretor do colégio estadual Estudante João Nogueira Jucá, diretor do colégio Feliz Amanhã, membro do conselho fiscal da colônia dos pescadores do Mucuripe, vigário cooperador da igreja do Patrocínio, capelão do Patronato, em Cascavel (1949), professor do Seminário da Prainha (1950) e pároco emérito da paróquia Nossa Senhora da Saúde, em 20 de maio de 1950.


O Pe. José Nilson é primo em terceiro grau do Frei Timóteo Francisco Nemésio Cordeiro, mais conhecido como Dom Timóteo, primeiro padre e administrador da diocese de Tianguá. Também é primo em segundo grau, do anfitrião Major Antônio Couto Pereira, que foi presidente do Coritiba Foot Ball Club, durante 17 anos.


Fortaleza perdeu hoje um de seus sacerdotes mais humanistas. Falo do Padre José Nilton. Vigário do Mucuripe, desde 1950, nutria pela categoria de jornalistas um enorme carinho. Inclusive, um parente dele, o Erick Guimarães, está na atividade.


Durante bom tempo, gozei da amizade desse bondoso religioso. Que não tinha preconceito religioso, respeitando todas as denominações com a visão pluralista de quem é sábio.


Diante do crescimento das seitas evangélicas, padre Zé Nilson comentou comigo que “as pessoas que deixam a Igreja Católica e procuram essas igrejas evangélicas, é que não tinham a verdadeira fé que se quer ao cristão católico”.


Educador, sua maior preocupação foi levar ensino aos filhos de famílias do Mucuripe e arredores. Exerceu papel importante junto ao trabalho de transformação do Farol, antiga zona de prostituição, onde sua palavra e orientação nunca faltaram aos seus residentes.


Padre José Nilson morreu aos 88 anos, vítima de falência múltiplas de órgãos. Seu sepultamento será às 16 horas no Parque da Paz.


Nonato Albuquerque



O padre José Nilson, de 88 anos, era pároco da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, no Mucuripe, onde atuava desde 1950

Morreu, nesta madrugada (15/04/2010) de quinta-feira, um dos religiosos mais respeitados e conhecidos de Fortaleza: o padre José Nilson.

Vítima de falência múltipla de órgãos, padre José Nilson de Oliveira está sendo velado na Funerária Paz Eterna, onde, às 14 horas, haverá celebração de missa de corpo presente na Igreja da Saúde.
O enterro do Padre José Nilson será às 16 horas, no Parque da Paz.

Jornal O Povo
15 de Abril de 2010

O dia amanheceu mais triste hoje...

O padre José Nilson era muito querido por seus paroquianos, a grande maioria composta por pescadores das praias do Mucuripe e Meireles.
Foi celebrada uma missa de corpo presente, presidida por dom José Antonio A. Tosi Marques, arcebispo de Fortaleza.
Estudei no colégio do padre por 11 anos e assim como a maioria dos alunos, sempre tive um grande carinho pelo padre José Nilson, sem dúvida uma grande perda para todos nós, independente de religião, ele sempre foi uma pessoa muito bondosa e preocupado com as crianças do bairro.



O padre sofrendo em meio a tantas enfermidades, estava em repouso no Seminário da Prainha aos cuidados de Dª Eva (Téc. em Enfermagem).



Pe José Nilson era o único padre que tinha a carteira de pescador, com seus 88 anos, natural de Aratuba, ainda lembrava com carinho de sua ex-paroquia do Mucuripe.

A despedida do santo do Mucuripe

A comunidade do Mucuripe está órfã. Com a morte do padre José Nilson, a população se reúne para agradecer os ensinamentos do homem que fez história na Paróquia de Nossa Senhora da Saúde, acolhendo pobres, pescadores e prostitutas.



Foto de Deivyson Teixeira

Era década de 1950 quando o então arcebispo ofereceu o rebanho que nenhum pastor queria. "É uma paróquia difícil. Ninguém quer o Mucuripe", apelava dom Antônio Lustosa ao padre José Nilson. A proposta era passar seis meses na Paróquia Nossa Senhora da Saúde. O padre transformou esse tempo em 54 anos. Acolheu os pobres, defendeu os pescadores e lembrou-se das prostitutas. Fez história no Mucuripe. Ontem a comunidade, chorosa pela perda, foi agradecer.


Eram muitos os que queriam dizer do padre. Franceni Lima Cabral garantia que ele se sentia realizado porque cuidava dos pobres. "Ele sabia acolher as pessoas. Muitas vezes, erguia a batina até a perna para subir no morro e atender à população", conta. Para Elvira Praciano, o Mucuripe ficou órfão. "Perdemos um pai. Ele se destacava pela simplicidade. Era educado, caridoso, tratava todo mundo muito bem", recorda.


Eva Lima Gregório chorava a falta de um filho. "Eu não o tinha como um chefe. Cuidava dele como cuido dos meus filhos. Ele era o meu bebê", lacrimeja a mulher ao se lembrar do padre que cuidou por 11 anos. Fátima Vieira narra as vezes que levou a água simples para o padre transformar santa. "A gente trazia e ele benzia com tanto gosto. Foi ele que casou minha mãe, me batizou e me crismou", sorriu.





Padre José Nilson benzendo o barco do Sr.  Raimundo Monteiro. Acervo de Isabella Monteiro


A senhora do lado orgulha-se em citar que era amiga do padre Zé Nilson. Tinham a mesma idade, chegaram ao Mucuripe no mesmo ano. "Era um padre bom, um padre santo, um padre dos pobres. Por isso é tanta gente desse jeito na igreja", e apontou a multidão que se apinhava para ver o corpo do padre após a celebração da despedida, presidida pelo arcebispo dom José Antônio Aparecido Tosi, junto com 20 padres.


Após a missa, cinco ônibus partiram rumo ao Cemitério Parque da Paz junto com os carros que completavam o cortejo. Era a comunidade do Mucuripe que seguiria para agradecer. A população cantava. Padre José Nilson foi sepultado sob aplausos e ao som do hino da padroeira, Nossa Senhora da Saúde.


Ao fim da despedida que se fazia homenagem, mais um momento para agradecer o que se havia aprendido com o homem santo do Mucuripe. Com um livrinho na mão, sozinha, uma senhora se encostou ao túmulo já coberto. Antes de começar a cantar, justificou: "Quero cantar para ele. Foi ele quem me ensinou a ler". Dívida de gratidão.

O padre José Nilson de Oliveira Lima nasceu em 5 de junho de 1922, em Aratuba, a 128 quilômetros de Fortaleza.
O padre morreu em um hospital particular, devido a uma insuficiência renal.
Para o padre Gílson Soares, assessor para comunicação da CNBB, a Igreja perdeu uma pessoa que era referência para toda a Arquidiocese, principalmente devido ao seu trabalho social: "Ele tinha um desapego total das coisas. O pouco que tinha era do povo".


Padre Gílson lembra que uma das paixões do padre José Nilson era o time do Fortaleza. "Agora, o time ganha um intercessor no céu", frisa.


Otacília Verçosa, a Tatá, líder comunitária do Mucuripe, trabalhou com o padre por mais de 40 anos. Segundo ela, o padre prestava muita assistência social às prostitutas, conversando e aconselhando.


O seminarista Lauriano Ferreira, que atuou como coroinha do padre José Nilson, frisa o trabalho de evangelização que o padre fazia com a Colônia dos Pescadores Z-8, na comunidade do Mucuripe.

O Povo

A luta do Padre José Nilson como vigário do Mucuripe - Clique para ampliar

Fotos Históricas


Em 17 de maio de 1997, é fundado o Acervo do Mucuripe Padre José Nilson de Oliveira Lima, na Rua Boa Vista nº 26, residência de sua fundadora, D.Vera Lúcia Miranda, a "Verinha", no Mucuripe.

D. Vera cuidou do acervo por mais de vinte anos.
















Fonte: Jornal O Povo/ Blog Gente de Mídia / Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez).


terça-feira, 6 de abril de 2010

Praça Valdemar Falcão - Mercado de Ferro



A primeira feira semanal de Fortaleza aconteceu no dia 10 de julho de 1808, no governo de Barba Alardo, que deu grande impulso à capitania do Ceará. A primeira feira franca (depois feira livre) foi no dia 15 de agosto do mesmo ano. O mercado construído na administração de Barba Alardo era de madeira e ficava no meio do cercado da casa da Câmara.

No dia 18 de abril de 1897 foi inaugurado o mercado de ferro, destinado à venda de carne fresca, obra contratada com o mestre Álvaro Teixeira de Sousa Mendes, que utilizou nas calçadas do mesmo, granito cearense. O mercado ficava no meio da Praça Carolina, que hoje seria entre o Palácio do Comércio e o prédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT. A praça, ao tempo do mercado recebeu o nome de José de Alencar, depois Capistrano de Abreu e hoje, a parte que fica entre a agência do Banco do Brasil e o Palácio do Comércio tem o nome de Valdemar Falcão, desde 1940.



Interior do Mercado no século XX - Álbum Vistas do Ceará


Depois foi construído o mercado grande que dava para a Rua Conde D'Eu e para a Praça Carolina, conhecido como, Mercado Central e que depois só vendia peças de artesanato e que foi transferido para a Avenida Alberto Nepomuceno, ficando em seu lugar o Centro de Referência do Professor.

A partir do meio da década de 1930 a praça começou a sofrer modificações, com a construção do prédio dos Correios, inaugurado em 14 de fevereiro de 1934; o desmonte do mercado de ferro, indo uma parte para a Aldeota e outra para a praça de São Sebastião, a construção do prédio do Banco do Brasil (1940-1942), do Palácio do Comércio (1938-1940) e da praça Valdernar Falcão (1940) que teve a inauguração do busto do homenageado graças à iniciativa do jornalista Gilberto Câmara.

As fotos mostram as diferenças de época. A primeira é de 1906 e a última, atual.




Crédito:  Nirez/Portal do Ceará

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