Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

sábado, 21 de agosto de 2010

A Pequeno Grande e os órfãos


Foto do Livro Royal Briar, a Fortaleza dos anos 40

A Igreja do Pequeno Grande fica na Praça Figueiras de Melo.
Pedra fundamental: 27 de novembro de 1896
Data de Inauguração: 21 de novembro de 1903
Estilo: Neogótico
Autor: Isaac Correia do Amaral e Robert Gow Bleasby
Rua: Santos Dumont

Centro Histórico: A história da Chamada Igreja do Pequeno Grande se inicia em 5 de agosto de 1856, quando a Lei 759 criava em Fortaleza a primeira casa de educação e recolhimento de meninos órfão, em 1866 extinguiu-se aquela casa pioneira e foi criado o Colégio das órfãs, sob a orientação das irmãs de São Vicente de Paulo e já com o nome de Imaculada Conceição. A primeira Superiora foi a Irmã Margaret Baset, que faleceu em 1887, no seu lugar ficou a irmã Gaynè, em cuja administração foi construída a Capela do Pequeno Grande, ou Capela da Imaculada Concepção em 1903. A Igreja do pequeno Grande se insere em um esplêndido conjunto arquitetônico, formado pelo Colégio da Imaculada Conceição, ocupando um quarteirão frente à Praça Figueiras de Melo onde se encontra a Escola Normal, Escola Justiniano de Serpa e a Escola Jesus , Maria e José que se encontra na lateral oeste. A Historia da Igreja do pequeno Grande esta intimamente ligada à historia do Colégio da Imaculada Conceição.

A pedra fundamental foi lançada em 1896, pelo Pe. Chevalier, como capelão do Colégio. As obras sofreram paralisação um ano depois, sendo reiniciadas em 1898, até sua conclusão em 1903. Com doações das próprias irmãs e de diversas instituições arranjaram recursos para as obras. A estrutura metálica foi trazida da Bélgica, e a montagem esteve a cargo do mestre de obras Deodado Leite da Silva. A planta da igreja consta de nave única, com pórticos de perfiles metálicos em forma de H que formam sua estrutura de coberta, o telhado com inclinação acentuada, formando um angulo obtuso bastante fechado dando um teto pontiagudo, pouco comum em nossa arquitetura. No abside se apresentam os perfis como médios pórticos formando um polígono.

Postal antigo

Aparece outro elemento metálico que são os cabos de aço cuja função é evitar os empuxo da estrutura no sentido horizontal. Nas paredes laterais as rosáceas lobuladas que também servem de elementos estruturais e porque não decorativos. As Paredes de tijolos não tem função estrutural, já que a estrutura esta concentrada nas colunas e pórticos de ferro.

Revista do Instituto do Ceará - Liberal de Castro - Arquitetura de Ferro no Ceará:

Do ponto de vista cronológico, provavelmente a primeira obra de arquitetura do ferro do Ceará foi a nova capela do Colégio da imaculada Conceição, mais conhecida por Igreja do pequeno Grande, iniciada em 1896, seria pelo menos contemporânea da construção do Mercado da Carne, apesar de ter obras prolongadas por vários anos, pois foi inaugurada somente em 1903. A Igreja do Pequeno Grande vinha substituir a pequena e antiga capela do Colégio, ainda hoje de pé. A Igreja tem vão único, sendo contornada exteriormente por paredes de alvenaria de tijolos sem função estrutural. Conforme os padrões neogóticos adotados no país, possui torre axial única. A coberta, íngreme, é revestida com telhas planas de ardósia, material cuja imitação entrou em moda nos avarandados de muitas casas fortalezenses na época. O respaldo das paredes exteriores é pontuado com pináculos e os vãos nelas inseridos aparecem coroados por tímpanos ogivais, cegos e argamassados, na ocasião, já comuns na cidade. Todos esses vãos estão preenchidos por vitrais exibindo efígies de santos correlacionados com a irmandade, principalmente na abside, cujos paneis de contorno se desdobram em planos amplos. No interior da igreja, figuram excelentes obras de marcenaria (Retângulo e púlpito) Trabalhadas com motivos neogóticos em pinho de Riga. No forro, que acompanha a inclinação das abas de coberta, aparecem pinturas devotas. Há um grande número de imagens de terracota, todas executadas por Heaulne Busine, da cidade de Lille, na França. Há referencias de que a estrutura da Igreja teria procedência belga e o autor do projeto seria Isaac Correia de Amaral , cearense de Guaramiranga educado na Alemanha e amador de arquitetura, Amaral foi responsável por outros projetos fortalezenses do período, tais como a Igreja dos Remédios, no Benfica, hoje com interiores alterados, e o de um teatro inconcluso e posteriormente demolido no meio da Praça Masquês de Herval (Praça José de Alencar).

Postal antigo

Amaral em outros projetos e neste, fez parceria com o já mencionado engenheiro escocês Robert Gow Blasby, radicado no Ceará desde o último decênio do século XIX, provável encarregado de definir os elementos construtivos dos projetos. A estrutura de Ferro foi montada com o auxilio do mestre de obras Deodato Leite da Silva. O templo é dedicado à Nossa Senhora do Carmo, e foi inaugurada com a Benção dos beneditinos, foi toda decorada com peças francesas. O altar, o piso, as imagens tudo veio da França, marcando a influência européia em Fortaleza. Em 1996 a Igreja passa pela primeira vez por uma grande reforma, teto piso e pintura, respeitando sempre o estilo original, a eletricidade também foi reformada. Os sinos da Igreja são de 1903 e vieram da França, são três sinos, sendo o primeiro com o som Mi , pesando 100 quilos, o segundo com som de Fa e 85 quilos, e o terceiro com som de Sol e 72 quilos. Os sinos em 1983 foram adaptados para tocar computadorizados e tocaram apenas o que chama-se de festa, ou seja, repicam.



Fonte: Ofipro

Igreja de São Pedro dos Pescadores - Mucuripe


A igrejinha em 1942


A pedra fundamental da Igreja de São Pedro dos Pescadores foi colocada em 1852. Na época, ela era chamada de Capella Nossa Senhora da Saúde do Mucuripe. O templo já foi lugar de mobilização da comunidade em 1909, quando os moradores se uniram em oposição à Diocese, que havia determinado o arrolamento dos bens e a instalação de um cofre no local. A Igreja ficou fechada durante sete anos, sendo reaberta em 1937, com o nome de Capella de Nazaré, para só depois receber o nome de São Pedro dos Pescadores



Fotos do Filme Quatro Homens e uma Jangada de 1942

O processo de tombamento, iniciado em janeiro último, foi resultado da luta dos moradores do Mucuripe.


Foto de 1942
A Igreja de São Pedro, conhecida como Igreja dos Pescadores, no Mucuripe, está em processo de tombamento, por isso, já está protegida como patrimônio cultural do Município. O projeto de tombamento do templo religioso foi aberto em janeiro deste ano, após solicitação da comunidade do Mucuripe. Para isso, foi entregue um abaixo-assinado com mais de 1.800 assinaturas à Câmara Municipal de Fortaleza. A novidade, anunciada pela Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secult), chega para o alívio da comunidade local, que vinha temerosa desde o ano passado, com os rumores de venda e demolição do prédio, para quitar uma dívida de R$ 250 mil da Arquidiocese com a União.


No último dia 19 de dezembro, o Diário do Nordeste denunciou a ameaça de venda do prédio e o sofrimento dos fiéis com a possível perda da Igreja. A aposentada Dalva Bindá, 77 anos, falou do incômodo sentido com a possibilidade de demolição do local, que frequenta todo dia desde a juventude. Agora, os tempos são outros. Segundo o pároco da São Pedro, padre Alderi Leite, a notícia do tombamento é extremamente animadora pela preservação histórica, material e cultural da igreja. Entretanto, a dívida continuará. Para o advogado e professor do Cefet-CE, Solon Sales, que também é mestre em Turismo, a iniciativa é animadora, pois mostra, tanto para o morador quanto para o turista, a preocupação que o Município tem em preservar não só as suas edificações de arquitetura suntuosa, mas também aquelas mais simples e que carregam a memória afetiva e cultural. 

Quanto à dívida que a Arquidiocese de Fortaleza possui com a Gerência Regional do Patrimônio da União (GRPU), ela realmente permanece, mesmo a igreja sendo tombada. Segundo Solon Sales, o proprietário do bem tombado não perde a propriedade e continua com os seus direitos e deveres. “O que pode ser feito é pedir a diminuição ou retirada de juros, através de um processo administrativo junto a GRPU”, diz o professor do Cefet-CE. A Igreja de São Pedro, ou dos Pescadores, existe há 150 anos, e guarda valores culturais da cidade e, principalmente, dos moradores do bairro Mucuripe. Esse fator é considerado de extrema relevância para que a Prefeitura de Fortaleza efetue o tombamento do templo. Durante a reunião realizada, o Conselho de Patrimônio Histórico-Cultural (Comphic), componente da Secultfor, analisou as pesquisas técnicas necessárias para a preparação da Instrução de Tombamento, que consiste no levantamento arquitetônico e histórico do imóvel.

Crédito: Jornal Diário do Nordeste

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

As Igrejas e suas arquiteturas


Primeira Igreja Presbiteriana de Fortaleza

Postal Igreja do Rosário, início do séc. XX

Construção do século XVIII, a primeira edificação da cidade.
Tombamento Estadual de 1983
Localização: Praça General Tibúrcio - Centro
Prédio mais antigo em pé na cidade. Construída inicialmente em taipa e palha no segundo quartel no século XVIII, teve a capela-mor construída em pedra e cal em 1755, seguindo-se então os trabalhos até sua conclusão. Foi a Matriz de Fortaleza de 1821 à 1854. Sofreu reparos para sua conservação em 1855 e 1872, tendo dessa forma alguns elementos descaracterizados.


1912 - Praça General Tibúrcio vendo-se a Igreja do Rosário

Postal antigo da Igreja do Pequeno Grande

Igreja do Pequeno Grande - Postal antigo

Postal Igreja Cristo Rei - Anos 30

Antiga igreja da de Fortaleza, 1900. Acervo Thomas de Matos - MIS

Antiga Catedral

Antiga Catedral - Anos 30

Fotografia da Antiga Catedral da Sé, que existiu até 1938
Crédito da foto - Arquivo Nirez

O projeto da nova Catedral foi de autoria do engenheiro francês Georges Mounier

Primeiramente em Fortaleza, a Capela de Nossa Senhora da Assunção, localizada dentro da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, era a única igreja da região que se tem registro até 1699. Depois desta data, uma Ordem Régia determinou que fosse construída uma igreja na cidade, esta seria a Igreja Matriz. Porém, somente em 1795, quando o padre Antônio Alvares de Carvalho contrata José Gonçalves Ferreira Ramos é que a obra será terminada. No entanto, em 1820, foi feita uma vistoria nesta igreja e ela acabou sendo demolida por estar completamente deteriorada. Imediatamente, foi iniciada a construção de uma outra igreja. Esta seria a Igreja de São José, cuja construção terminara somente em 1854. Quando Dom Luis Antônio dos Santos foi nomeado Bispo do Ceará, em 1861, a Igreja de São José passou a ser a Catedral. Esta passou a ser, desde então, o regulador da cidade, pois nela existia um grande relógio e todas as pessoas se guiavam por ele. Heis que chega em Fortaleza, um baiano que se tornará uma das figuras mais importantes do Estado no âmbito religioso e social, tanto que seu nome ainda figura numa das principais avenidas de Fortaleza (Avenida Dom Manoel). Manoel da Silva Gomes, nascido em 1874 na Bahia, foi o terceiro Bispo do Ceará e o primeiro Arcebispo de Fortaleza, ele era uma pessoa muito admirada e estimada na cidade por causa de seu posicionamento caridoso. Dom Manoel foi responsável por muitas obras de caridade, como o Circulo Operário Cristão, e fundou ainda o jornal "O Nordeste". Ficou conhecido nacionalmente como o "Bispo da Seca", porque não cansava de viajar para o sul do país para pedir ajuda às vítimas da seca no Ceará. Em 1938, foi feita nova vistoria na Catedral e foi detectado de novo o seu completo deterioramento. Depois de muito refletir, Dom Manoel decidiu que a Igreja deveria ser demolida para que uma outra fosse construída em substituição. Esta decisão causou uma grande polêmica na cidade, pois toda a população estava contra a demolição da Igreja. Mas Dom Manoel alegou que a qualquer momento o teto poderia desabar na hora da missa. Então, ele não teve mais dúvidas, resolveu que a demolição da Igreja seria a única solução segura e correta. Todo material da Igreja fora transferido para a Igreja do Rosário, que foi a Catedral provisória enquanto a construção da outra Igreja não acabava. Em Agosto de 1939, a pedra fundamental desta Igreja foi lançada, início simbólico da edificação desejada. O projeto é de autoria de um engenheiro francês chamado Georges Mounier, que viera para o Brasil durante a 2ª Guerra mundial e trabalhava em Recife. O Arcebispo planejou campanhas com intenção de angariar fundos para a construção da nova Matriz. Houvera muitas doações de particulares e dos poderes públicos, porém não eram suficientes. Só em 1964, quando foi organizada uma nova Comissão de Construção da Catedral é que os serviços se adiantaram. Quando o Cardeal Dom Aloísio Lorscheider assumiu o Arcebispado de Fortaleza as obras se aceleraram mais ainda. Até que, em 1978, a construção acabou e finalmente a Igreja pôde ser inaugurada. Foram quase quarenta anos e CR$ 18 milhões gastos na construção. "A obra demorou exatamente 39 anos, quatro meses, sete dias e três horas, segundo informações sucintas do padre Tito Guedes. Desde 1964 à frente do curato da Sé." A nova Catedral foi inaugurada no dia 22 de Dezembro de 1978 e ela continua a ser a Catedral até os dias de Hoje. Localizada na Praça da Sé, a atual Catedral herdou da antiga o conjunto de sinos que ainda hoje estão badalando no alto de suas torres de 75 metros de altura. A Planta arquitetônica é em forma de H, sendo que o seu espaço interno é dividido em três naves, uma central e duas laterais, onde estão distribuídos os 375 bancos de madeira. A igreja tem capacidade para um total de 5.000 pessoas. O estilo tem influências do românico e do gótico e isso dá o estilo eclético. Com seus 90 metros de comprimento e 45 metros na parte mais larga (transeptos), na Igreja ainda existem a Capela do Ressuscitado e a do Santíssimo Sacramento, ambas encontram-se na Cripta da Igreja. Esta Cripta foi projetada pelo engenheiro Luciano Pamplona e dedica aos adolescentes. Uma das muitas curiosidades deste lugar é que no altar nós encontramos a imagem de Jesus Cristo adolescente e também estão enterrados os restos mortais de algumas pessoas, tais como: Dom Manoel da Silva Gomes, Dom Antônio de Almeida Lustosa, Monsenhor José Quinderé e Monsenhor Tito Guedes Cavalcante. No interior da Catedral ainda podemos ver maravilhosos vitrais que figuram passagens da Bíblia e personagens eclesiásticos (alguns papas e bispos importantes para o Ceará). Fonte: Ofipro

Construção da Catedral - Nirez

Catedral em construção - Arquivo Nirez

Igreja Nossa Senhora dos Remédios - Benfica / Arquivo Nirez

Igreja de São Pedro - Praia de Iracema/ anos 50 - Arquivo Nirez

Crédito da foto - Jornal O Povo

Igreja S. Coração de Jesus - Postal antigo

Antiga Igreja Sagrado Coração de Jesus, antes de ser demolida - Jornal O Povo

Crédito: IBGE, Enciclopédia - 1959
A construção da Igreja Sagrado Coração de Jesus começou em 1878 e terminou em 1886. A obra foi encomendada pelo casal Albano para um de seus filhos, Antônio Xisto Albano, que estava na Europa se preparando para ser padre e chegou a ser nomeado bispo do Maranhão. Em 1901 ele convidou os capuchinhos para tomar conta da igreja. A primeira construção se assemelhava à Igreja do Carmo. Em 1952, os engenheiros Luciano Pamplona e Valdir Diogo aumentaram a altura da torre e colocaram um imenso relógio trazido de Roma na fachada. Cinco anos depois, em 1957, a torre cedeu e soterrou a entrada da igreja. Não houve vítimas. Em 2001, pequenas reformas marcaram o centenário dos capuchinhos no Ceará. A cúpula ganhou pintura nova. O painel externo inspirado no Cântico do Irmão Sol de São Francisco de Assis, feito em 1961 com pastilhas coloridas, foi substituído por um em alto-relevo.

Anos 50 - Igreja Nossa Senhora das Dores/ Otávio Bonfim

Igreja N. Sra. das Dores - 1960

Igreja do Patrocínio - Anos 40

Crédito - Livro Royal Briar, a Fortaleza dos anos 40, de Marciano Lopes.
Praça José de Alencar, Lado Norte ( Rua Guilherme Rocha, 24 de Maio, Liberato Barroso, General Sampaio). Faz frente à Praça do Marquês de Herval pelo lado do norte, é modesta, regular em proporções, asseada e recomenda-se pela singeleza dos ornatos, que são todos de deslumbrante alvura. Não tem dourados. Externamente, a sua torre, esguia e fina, que se levanta pôr sobre a porta principal, dá-lhe ar alegre e atrativo. Em 1849 o cabo de Esquadra Fortunato José da Rocha, disparando um tiro contra o capitão Jacarandá, acertou no joelho do alferes Luís da França Carvalho, quem em ocasião conversava com dito capitão . França, vendo-se em perigo de vida, fez voto a N.S. do Patrocínio, se escapasse, iria erigir-lhe uma Igreja; e de feito no dia 2 de fevereiro de 1850 foi lançada a primeira pedra. Aquele oficial demorou-se pouco tempo em Fortaleza. Os trabalhos da Igreja iam muito vagarosamente, de sorte que só ao fim de cinco anos foi que se levantou o travejamento da capela-mor. Apesar do auxílio de particulares e das Assembleias Provinciais pôr diversas vezes, os materiais que de ordem do Governo lhe foram dados no período da seca, só chegou a concluir-se devido aos esforços do cônego João Paulo Barbosa, atual vigário, Sociedade Auxiliadora dos Templos. A Planta foi fornecida pelo mestre Antônio da Rosa e Oliveira. Em 1855 foi concluído o travejamento da Capela-Mor, uma associação de fiéis construiu a Capela-Mor à Nossa Senhora do Patrocínio 1859 -1860 e depois fundou uma irmandade; nessa capela celebrava o Padre Pompeu depois Senador Pompeu. Em 15 de Outubro de 1879 a Capela foi elevada a Freguesia João Paulo Barbosa cônego, formado pelo Seminário da Prainha implementou a construção do templo, fez o corpo da Igreja, ampliou a Capela-Mor, e fez o Altar-Mor de madeira; a obra só foi concluída entre 1896 e 1924 . Apresenta uma arquitetura simples no estilo românico e com ausência de decoração rebuscada e objetos de valor no seu interior. Durante muito tempo foi cartão-postal da cidade e rainha da praça. Em 1975 foram demolidas as escadarias laterais. Possui forro e Altar-Mor de madeira decorado com um grande afresco, cenas da via sacra em gesso circundando o templo e alguns vitrais. A praça José de Alencar anterior a 1870 se chamou do Patrocínio por causa da Igreja. 
Fonte: Ofipro

Construção da Igreja nossa senhora de Fátima - Arquivo Nirez

Igreja de Fátima - Antiga - Arquivo Nirez

Construção da Igreja de São Benedito

O Santuário de São Benedito foi inaugurado em 3 de agosto de 1938, pelo Arcebispo Dom Manuel da Silva Gomes. Em 1968 o Santuário ganhou status de Paróquia, por meio de Decreto assinado por Dom José de Medeiros Salgado e tendo como 1º vigário o Padre Pedro Hansen. Em 1972, Padre André Van Der Staak sucedeu o Pe. Pedro, estabelecendo a divisão do perímetro da paróquia por quadras, com responsáveis para visitas às casas. Dentre outras ações, Pe. André iniciou ainda o jornal da Paróquia e o trabalho social na Vila da Condessa. Dando continuidade aos movimentos criados por seus antecessores, Pe. Renato Bivort assumiu a Paróquia em 1982, criando o dízimo na mesma e dedicando-se ao movimento das madrinhas dos seminaristas. Os três primeiros seminaristas do Santuário. Atualmente a Paróquia é comandada por Pe. Jackson Alcântara que foi designado para a missão em 11 de setembro de 2005, com a saída de Pe. Armindo Magalhães. Em apenas quatro meses, o novo Pároco já conseguiu realizar grandes feitos no Santuário como a criação de novas pastorais e a estruturação da Pastoral Social. 
Fonte e foto: Portal Igreja São Benedito

Igreja de São Benedito

Igreja do Bom Jesus dos Aflitos, bairro Parangaba

Crédito: Claudio Lima
A Igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos teve sua origem durante o processo de colonização e de instalação das missões e aldeamentos jesuítas e da ocupação indígena no Ceará, por volta de 1664.


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Crédito: Fortal

Alfândega - Avenida Pessoa Anta


AVENIDA PESSOA ANTA

Temos aqui a Avenida Pessoa Anta em três tempos. A foto mais antiga foi publicada no "Álbum de Vistas do Ceará - 1908" e mostra a avenida ainda sem pavimentação, mas com os trilhos dos bondes de tração animal. Os combustores de iluminação a gás estão presentes, bem como algumas pessoas e até uma galinha quase em primeiro plano.
O prédio da Alfândega, à direita, ainda não tinha o bloco total como hoje. Ao longe, o prédio da Escola de Aprendizes Marinheiros, que ficava no local hoje ocupado pela Secretaria da Fazenda.
O prédio da Alfândega foi construído com pedras, tendo como argamassa areia com óleo de peixe. Seus construtores foram Tobias Laureano Figueira de Melo e Ricardo Lange. A Inauguração foi 15 de julho de 1891, mas a Alfândega só iníciou suas atividades no dia 10 de abril de 1893.
Na segunda foto, de meados da década de 1930, o mesmo trecho já traz o bonde elétrico com seus trilhos e fiação, o prédio da Alfândega ainda faltando parte do bloco em relação à hoje, o prédio da esquerda já é um outro, assobradado, uma bomba de gasolina na esquina e, ao longe o prédio da firma Leite Barbosa & Cia, de 1914 e o da Secretaria da Fazenda, de 1927.
Vemos o gasômetro - depósito de gás carbônico para iluminação da cidade - que ficava ao lado da Santa Casa de Misericórdia. A avenida Pessoa Anta foi urbanizada em 1931-32, na gestão do major Tibúrcio Cavalcanti.
O nome da avenida é uma homenagem a João de Andrade Pessoa Anta (1787-1825), mártir da Revolução de 1824, no Ceará. Foi bacamartado no dia 30 de abril de 1825.
A terceira foto, atual, de Osmar Onofre, já traz o prédio da Alfândega, onde já funcionou a Receita Federal e hoje é ocupado pela Caixa Econômica Federal, completo, o prédio da esquerda não mais existe.
Ao longe, estão a Secretaria da Fazenda e seu anexo que na foto não divisamos. À esquerda, vemos parte do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, inaugurado em 1999, seguido de antigos prédios que hoje abrigam anexos da Secretaria da Fazenda.

Saiba mais sobre a Alfândega AQUI

Fonte: Fortaleza de ontem e de hoje e Arquivo Nirez

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ruas e Praças de Fortaleza - Mudanças de nomes


Em seu interessante livro “História Abreviada de FORTALEZA e Crônicas sobre a Cidade Amada”(UFC-Fortaleza-1998), Mozart Soriano Aderaldo escreve:
“A pedido do então Prefeito de Fortaleza, organizei há tempos lista de antigos nomes de ruas da capital cearense"

Colocarei aqui algumas ruas da lista:

Início do século XX

Av. Pessoa Anta – parte da antiga Rua da Praia.
Av. Monsenhor Tabosa - antiga Rua do Seminário.
Rua Tenente Benévolo – Antiga Travessa da Conceição (Igreja da Prainha).
Rua Pereira Filgueiras – antiga Rua do Paço(Palácio do Bispo).
Rua Costa Barros – antiga Rua da Aurora e Rua do Sol.
Av. Santos Dumont – antiga Rua do Colégio(da Imaculada), Gustavo Sampaio e Boulevard Nogueira Acioly.
Rua Pinto Madeira – antiga Rua do Córrego (Pajeú)
e da Cavalaria (sediada no prédio, depois reformado, em que se instalou parte da Escola de Administração).

Rua Barão do Rio Branco com Dr. João Moreira

Travessa Baturité – antiga Travessa da Escadinha.
Rua Boris – antiga Rua da Praia.
Rua 25 de Março – antiga Rua do Outeiro (bairro) e do Pajeú (riacho).
Avenida Dom Manuel – antigo Boulevard da Conceição (Igreja da Prainha) e Av. D. Luís.
Rua J. da Penha – antiga Rua da Soledade.
Rua Nogueira Acioly – antiga Rua da Aldeota.
Rua Castro e Silva – antiga Travessa das Flores e Rua Manuel Bezerra.
Rua Visconde de Saboia – antiga Travessa da Cacimba(no leito do Pajeú) e parte da Rua da Assembléia.
Av. Duque de Caxias – antigo Boulevard do Livramento(em razão da igreja, antiga do Livramento e hoje do Carmo).

1920

Rua Conde d’Eu – antiga Rua dos Mercadores, de Baixo, do Riacho (Pajeú) e da Matriz(então existente no lugar da Catedral).
Rua Pedro Borges – (da Praça do Ferreira à Rua Conde d’Eu) – antiga Rua do Cajueiro.
Rua Solon Pinheiro – antiga Rua da Trindade.
Rua Floriano Peixoto (até a Praça do Ferreira) – antiga Rua das Belas, da Pitombeira e da Boa Vista.

Major Facundo - 1928

Rua Floriano Peixoto ( a partir da Praça do Ferreira) – antiga Rua da Alegria.
Rua Major Facundo ( até a Praça do Ferreira) – antiga Rua Nova Del Rei e Rua da Palma.
Rua Major Facundo ( a partir da Praça do Ferreira) – antiga Rua do Fogo (que pode sugerir luta e também sujeira ou lixo da cidade ali queimado, bem como casas de palha incendiadas).
Rua Barão do Rio Branco – antiga Rua Nova, Formosa, Dom Luís e Paes de Carvalho.
Av. Tristão Gonçalves – antiga Rua da Lagoinha, 14 de Maio e Trilho de Ferro (por ali passavam, primitivamente, os trilhos da R.V.C. em demanda de Parangaba e do interior do Estado).
Av. da Universidade – antiga Rua do Benfica e Av. Visconde de Cauípe.

Rua Floriano Peixoto

As praças e os nomes antigos:

Praça da Sé – antiga Praça do Conselho (de Vereadores), onde se achava o prédio, hoje desaparecido, em que se reunia o chamado Senado da Câmara.
Praça Cristo Redentor – antiga Praça da Conceição (em alusão à igreja da Conceição da Prainha ou do Seminário).
Praça Figueira de Melo – antiga Praça do Colégio (da Imaculada).
Praça José de Alencar – antiga Praça do Patrocínio (em referência à igreja em sua frente construída) e Marquês de Herval.
Praça da Bandeira – antiga Praça do Asilo (o prédio do atual Colégio Militar foi construído para nele funcionar um abrigo a desvalidos) e Benjamim Constant popularmente do Cristo Rei (em razão da igreja construída em sua frente na década de 1930).
Praça do Ferreira – antiga Feira Nova. Seu nome atual é justíssima homenagem ao maior dos Prefeitos da cidade, com botica (farmácia) no local do prédio onde depois se instalou a loja menor das chamadas lojas 4.400 (atual nº 566 da Rua Major Facundo). Depois passou a abrigar a loja Riachuelo.
Praça dos Mártires – antigo Largo do Paiol (de pólvora), então existente no seu canto noroeste. Ajardinado, foi o frequentadíssimo Passeio Público, de gloriosas tradições cívicas e sociais. Sua denominação oficial é homenagem aos mártires da Revolução de 1824, entre os quais avultou Padre Mororó, Azevedo Bolão, Carapinima, Ibiapina e Pessoa Anta.
Praça General Tibúrcio – antigo Largo do Palácio (do Governo).

Acabaremos esta crônica enfatizando o antigo costume de se dar o mesmo nome a uma rua e a uma travessa que se cruzavam, de que são exemplos o caso da Rua da Alegria (Floriano Peixoto, depois da Praça do Ferreira) com a Travessa da Alegria (Rua Pedro I), e o da Rua São Luis (Rodrigues Junior) com a Travessa São Luís (Franklin Távora) etc. "O historiador, para evitar equívocos, há de estar atento a esses dados”.

Praça Coração de Jesus



Foto rara e antiga, infelizmente não datada

Não importa se é manhã, tarde ou noite. Com a presença dos boêmios, a Praça Coração de Jesus está sempre movimentada. Limitada pela Avenida Duque de Caxias, no Centro de Fortaleza, a praça tem como principal referência a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, que fica entre as ruas Pedro I, Sólon Pinheiro e Jaime Benévolo. As árvores frondosas, bancos e um comércio movimentado proporcionam encontros agradáveis de amigos e vizinhos.
Batizada como Praça da Boa Vista, a Praça Coração de Jesus foi inaugurada em 1880, algum tempo depois que a igreja foi construída. Em 1881, em homenagem a José Júlio de Albuquerque Barros, o Barão de Sobral, passou a chamar-se Praça Dr. José Julio. Em 1890, por resolução do Conselho da Intendência Municipal, recebe a denominação de Praça da Liberdade.
Os principais motivos do movimento nas manhãs e tardes no entorno da igreja são as inúmeras paradas de ônibus e o terminal que fica ao seu lado direito.
O vai-e-vem dos passageiros faz com que vendedores ambulantes circulem diversas vezes ao redor da praça.
Os ônibus não passam pelos principais terminais da cidade.

A antiga igreja, antes do desabamento

Fazem a rota de um bairro específico e voltam para o centro. Funcionários da Empresa de Transporte Urbano (ETUFOR), instalados em uma pequena cabine branca, localizada ao lado do terminal, monitoram a ida e a volta do transporte coletivo mais usado pelos cearenses. As principais linhas de ônibus são: Conjunto José Walter/BR 116; Castelão/Visconde do Rio Branco; Av. Antônio Sales e o Bairro de Fátima e 13 de Maio/Rodoviária.
Ao embarcar ou desembarcar em qualquer parada de ônibus do terminal, as pessoas são abordados por vendedores de vale-transporte e passe card. Eles cobram 10 centavos mais barato e assim tiram o seu sustento.
“Olha o vale, olha vale”, é o apelo mais usado pelos vendedores.
Além do terminal de ônibus, a praça conta também com pontos de referência conhecidos como: o Tribunal Regional Eleitoral, o Supermercado Lagoa, a Faculdade Tecnológica(FATECI), a Padaria Romana e a Pousada Ideal.
No interior da praça, personagens do seu cotidiano: banqueiros de jogo do bicho, engraxates, comerciantes e funcionários de lojas propondo cadastro de cartão de crédito. Antes de voltar para casa, pessoas que aguardam a condução passam nas barracas para fazer um lanche ou comprar água. Os bancos servem de dormitórios para sem-tetos e são pouco usados pela população.
O engraxate mais antigo o e mais famoso da praça é José Ferreira. O “seu Zé” como é conhecido, trabalha há 15 anos na praça e também conserta sapatos. O horário de trabalho é de 7 da manhã às 18 horas. Torcedor do Ceará, muitos amigos se juntam perto do seu local de trabalho e conversam sobre futebol. Em final de ano, o movimento aumenta e o serviço de engraxate requer mais esforço e a hora de ir para casa (bairro Aerolândia) passa ligeiro. Muitas mulheres o procuram para consertar os sapatos. “Vem todo tipo de cliente engraxar sapato, do mais pobre ao mais rico”, afirma “seu Zé”.

A nova, já com a cúpula

Com bancas de guaraná e açaí, a praça é um ponto de encontro para quem gosta da fruta exótica. São sete bancas espalhadas na sua área. E pra quem deseja comprar cartão telefônico ou cartão de celular pré-pago, quatro cabines vendem cartões de todas as operadoras. A praça possui 12 bancas de revistas. A mais antiga é a banca O Freitas. Manoel de Freitas trabalha há 31 anos no ponto e é muito conhecido. “Eu moro aqui. Essa banca é minha casa”. A rotina é diária e o seu horário vai de 7 da manhã às 19 horas. Uma característica marcante que o dono da banca tem, é ajudar as crianças que necessitam de alguns trocados para comer. Seu Freitas oferece caixas de bombons e chocolates para que os meninos vendam ao redor do centro. Com isso, parte do arrecadado serve para que as crianças tenham como pagar o almoço e o lanche. “Ajudo as crianças porque sei como elas sofrem e serve de estímulo para outros banqueiros também possam ajudar”.




O número de meninos de rua é um problema. Eles circulam na praça e no Parque da Criança, bem ao lado. Antes de ir para a escola, o adolescente Daniel Monteiro, 15 anos, tem de trabalhar para ganhar algum trocado.
Daniel mora e estuda no bairro Tancredo Neves. Deixa a praça às 17h45min e entra na escola às 19 horas. “Meu pai está desempregado e minha mãe trabalha como dona de casa, por isso tento ajudar minha família a sobreviver."
Não apenas de bancos e bancas de revista vive a praça. Há outras inúmeras barracas que vendem de lanches a cds e dvds, e se misturam no patrimônio público. Se duvidar há 30 barracas espalhadas no local, com pessoas tentando sobreviver. Cerca de 20 orelhões também fazem parte do cenário e ajudam a quem deseja se comunicar. “Ei chapa, me arranja um trocado pra inteirar o almoço?”, pede um homem moreno, sem camisa, acompanhado de cinco amigos. O pedido veio de Francisco Leonardo Rocha Neto, morador de rua que, junto com os amigos, realiza trabalhos artísticos com o lixo que encontra nas ruas. Sem dinheiro e sem material, Leonardo pede esmolas para comer. Leonardo diz que,estudou até a 6ª série e há dois anos abandou a família para viver nas ruas com as drogas. “A gente está sem dinheiro, sem material. E o que a gente consegue é para comer, tomar uma pinga e fumar nosso baseado”, revela a rotina de todos os dias. Para se lavar e tomar água, Leonardo tem que ir ao Parque da Criança usar a torneira e o bebedouro. Mas quase sempre ocorrem problemas com os seguranças do parque. “Os homi não deixa nem agente lavar as mão, só porque agente tá mal vestido. Eles não deixa os moradores de rua usar o patrimônio. Prá nois eles não bota queixo porque se não eles come chibata."



"Para que a gente paga imposto? Eu sei que não tenho casa, mas se eu comprar uma caixa de fósforos eu pago imposto”. E a vida segue, com o entra e sai dos ônibus no terminal da praça.

Crédito: Mario Jorge Teles

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