Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Praça da Lagoinha



Sujeira, monumentos pichados e destruídos, bancos estraçalhados. Este é o cenário atual da Praça Capistrano de Abreu, popularmente conhecida como Praça da Lagoinha. Os transeuntes se resumem a mendigos. Os outros personagens que compõem o cenário da praça são vendedores ambulantes, geralmente de produtos roubados, o que gerou o apelido de ‘feira dos malandros’.

Foto de 1931

Um aspecto curioso é a presença de duas barbearias improvisadas nas calçadas da praça. Com espelhos pendurados no muro da Casa de Saúde César Cals, Chileno e Fofa cortam “barba, cabelo e bigode” por apenas R$1,99. Chileno conta que trabalha há seis anos no local e, como a procura havia aumentado, contratou os serviços de Fofa, há quatro meses, para ajudá-lo a dar conta do recado.
Luis Reginaldo, fiscal do comércio ambulante, aproveitou os três anos de atuação na área para conhecer historicamente os quatro cantos do logradouro onde trabalha. E revela: o maior objetivo da fiscalização é impedir que os ambulantes ocupem toda a praça. Eles se limitam à parte esquerda dela. O trabalho acabou duplicando: além de fiscal, tira onda de guia turístico.
Apesar de abandonada e sombria, a pobreza da praça atrai jornalistas em busca de informações, inclusive históricas,para denunciar o abandono e resgatar o que foi aquele espaço um dia. Quando isso acontece, Reginaldo está a postos. Nunca esquece de ressaltar a história do estudante João Nogueira Jucá, que tem seu busto imortalizado, em bronze, em um canto da praça, esquecido,
sem qualquer placa indicando quem ele é. Nada!

No dia 4 de agosto de 1959, o jovem estudante João Nogueira Jucá passava em frente à Maternidade Dr. César Cals, que fica ao lado da Praça da Lagoinha e funciona neste local até hoje.


No momento de sua passagem, aconteceu uma explosão seguida de incêndio. João entrou no hospital em chamas e salvou muitos recém-nascidos e parturientes. As pessoas gritavam tentando impedi-lo, mas o grito maior foi o de uma mãe: “- Por favor, meu filhinho ficou lá, salve-o pelo amor de Deus!” Depois de salvar todos os ocupantes do hospital, João caiu. Cerca de 80% do corpo do jovem foi consumido pelo fogo. Ficou irreconhecível. Morreu dia 11 de
agosto, coincidentemente o dia em que se comemora o Dia do Estudante. De tal modo, entrou para a história como um símbolo do estudante cearense. Uma vez no ano, dia 11 de agosto, é relembrado seu ato de bravura por meio de homenagem do Corpo de Bombeiros, realizada
na própria praça. Por iniciativa do vereador Tin Gomes, a Câmara Municipal de Fortaleza realizou em agosto deste ano, uma audiência pública marcando o início do Projeto João Nogueira Jucá. O objetivo é resgatar a memória do estudante. O projeto foi pensado para três etapas. Na primeira, pretendia recuperar o monumento em homenagem ao estudante e transferi-lo da Praça da Lagoinha, para o pátio externo do Colégio Liceu do Ceará. O segundo passo era aprovar um Projeto de Lei que declara João Nogueira Jucá, patrono dos estudantes de Fortaleza e dispõe sobre esta homenagem junto à comemoração anual do Dia do Estudante. Por último, a Câmara iria instituir a Medalha João Nogueira, que será concedida anualmente, no dia 11 de agosto, a um grêmio ou entidade estudantil que desenvolva atividades em defesa da vida. Mais um ‘pedacinho’ da Praça da Lagoinha será ‘extraído’. Só restarão as pedras soltas do passeio que se acumulam nos cantos da praça. Uma das mais antigas da cidade, sua demarcação enquanto praça é anterior a 1859. Batizada em 1891 com o nome de Comendador Teodorico, passou a ser chamada de ‘Lagoinha’ porque um dos afluentes do riacho Pajeú passava pelo local e formava uma pequena lagoa, que depois foi aterrada para a construção do espaço público.
A praça que foi bonita e bem cuidada, repleta de bancos, de jovens e de muitas noites de festa, já sofreu inúmeras perdas no decorrer de sua história. Em 1829 havia um coreto em forma de lira, demolido em 2001. Em 1930, um jardim foi construído com fonte luminosa, importada da Alemanha, que hoje se encontra na Praça Murilo Borges, em frente ao Banco do Nordeste.
No dia 21 de abril de 2003, a estátua de Capistrano de Abreu, em bronze, fundida em Paris no início do século passado, medindo 1,90m (tamanho natural) e pesando cerca de 100 quilos, desapareceu da praça, onde estava desde 1964. No mês seguinte a estátua foi recuperada. Estava prestes a ser vendida como sucata pelos ladrões.

Foto de 1950

João Capistrano Honório de Abreu, o homem e o nome da Praça.
Depois de resgatada após o “seqüestrofoi restaurada e devolvida ao seu ‘habitat’. Hoje, os sinais da restauração já desapareceram. O monumento encontra-se pichado e abandonado como o resto da praça. Um dos primeiros grandes historiadores do Brasil, ‘vive hoje’ em meio à história destruída. Talvez o primeiro historiador a dar importância a elementos populares ou menos elitistas, escrevendo uma história sócio-econômica do Brasil.
Cearense, nascido em Maranguape, em 23 de outubro de 1853, Capistrano de Abreu, depois de nove obras publicadas faleceu, aos 73 anos, no Rio de Janeiro.
Passaram-se os anos e o lugar perdeu a ambientação bucólica, onde, nas noites das quartas-feiras, a banda da polícia realizava retreta. Fortaleza vive o dilema da modernidade sem se dar conta de que a organização do espaço urbano não pode ser feita apenas para melhorar o fluxo de carros, sem contemplar a construção de espaços de convivência lúdica, com áreas verdes para caminhar, ler, escrever, contemplar, filosofar, agir...

Foto de Juliana Brito - A Praça na atualidade


Um pouco mais sobre Capistrano de Abreu

O historiador maranguapense, nascido em 1853, saiu do Ceará na casa dos 20 anos para o Rio de Janeiro e lá mesmo passou o resto da vida, que se esticou até 1927. Este homem dedicou-se a estudar a história colonial brasileira, especialmente as relações sócio-econômicas, buscando assim ressaltar elementos mais populares, menos elitistas.

Capistrano de Abreu foi considerado um intelectual brasileiro precursor de trabalhos como os de Gilberto Freire, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prada Júnior. Nada disso teria acontecido se ele não tivesse ido para o Rio de Janeiro sob as asas de José de Alencar ser redator da Gazeta de Notícias.

Por isso, quando a seca de 1915 estourou nos Inhamuns, ele estava pertinho do Pão de Açúcar, pensando na legitimidade de uma inconfidência qualquer – acontecida havia algumas dezenas de anos. Enquanto Fortaleza era invadida por flagelados da seca, enquanto as relações sócio-econômicas do estado passavam por uma mudança histórica, enquanto campos de concentração eram construídos para “abrigar” os miseráveis vindos do interior do estado, lá estava ele, no Rio.

Quando a segunda grande seca estourou, 1932, Capistrano já não estava entre os vivos, e, quando se tornou nome de praça, 1965, o Centro já não era mais o mesmo de seus 20 e poucos anos. Foi em forma de placa que o historiador cearense voltou à capital do Estado para ver o quanto ela prosperou em linhas tortas durante sua ausência.



Fonte - Renata Ribeiro Maciel Lopes, Blog Fortaleza no Centro e pesquisa de internet

sábado, 28 de agosto de 2010

Montese - Antigo Pirocaia


"Fundado em 14 de Abril de 1946 pelo dr. Raimundo Nonato Ximenes nas vizinhanças do Aeroporto Internacional Pinto Martins, na antiga “Piracaia”, região conhecida por produzir a melhor água da cidade. "

O bairro Montese recebeu esse nome em homenagem a batalha ganha pelos brasileiros da FEB
(Força Expedicionária Brasileira).
O bairro está na Secretaria Executiva Regional IV.

Bairro conhecido pelo seu intenso comércio (1.456 estabelecimentos). Forma uma região denominada de "Grande Montese" que é composta por esse bairro e os vizinhos Parreão, Bom Futuro, Damas, Jardim América, Itaóca, Aeroporto e Vila União. Seu principais pontos de referência são a Igrejinha de Aparecida, o IMPARH (centro de línguas)e o comércio das ruas Gomes de Matos e Alberto Magno.

Montese: 64 anos de história

Após a II Guerra Mundial, que impactou fortemente o país, alguns bairros da cidade mudaram de nome, entre eles a Pirocaia e o Açude do João Lopes...

Colégio Filgueiras Lima

Imagine-se trafegando pela congestionada Avenida Prof. Gomes de Matos e num passe de mágica fosse possível viajar no tempo e retornar a 64 anos atrás. O viajante, desavisado, talvez imaginasse a cena de um bairro com algumas casas, poucos estabelecimentos comerciais e quase nenhuma movimentação. Engana-se quem pensou assim. Na verdade, o que ele iria encontrar mais se parecia com a realidade interiorana, com inúmeras manadas de gado, tráfego de carros de boi e jumentos carregados com mantimentos de água seguindo em várias direções. Ao redor, havia ainda poucas habitações, mas, desde o início, o bairro já era um corredor de acesso ao comércio: a Estrada do Gado, como era conhecida a atual Av. Prof. Gomes de Matos, era rota constante dos criadores destes animais que passavam por ela até chegar ao famoso matadouro do Otavio Bonfim. E foi exatamente neste cenário que se constituía a antiga Pirocaia, ou o atual Montese.

Instituto Montese

Naquela época, o local era conhecido devido à qualidade e quantidade de reservas de água potável, bastantes disputadas, já que os recursos de manejo deste mineral eram escassos. O produto era vendido em toda a cidade através de tonéis de madeira, sobre carroças puxadas por burros. “Essa água era consumida por toda a população de Fortaleza e isso acontecia muito antes da vinda dos serviços da Cagece. Eu mesmo consumia água retirada de cacimbas abertas localizadas no meu próprio quintal.”, afirma Raimundo Nonato Ximenes, de 87 anos – o mais antigo morador e fundador do Montese.

Caldeirão em ebulição: estrada de gado, em 1950, hoje o Montese ferve durante o dia, com agências bancárias e diversos serviços, atraindo gente de todas as áreas da cidade

É um dos mais povoados de Fortaleza, com uma população estimada em 70 mil habitantes, embora o Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) só registre 26 mil pessoas. "Não há mais espaço", afirma Raimundo Nonato Ximenes, considerado o fundador do bairro. Em seu livro "De Pirocaia a Montese", ele alerta que a especulação imobiliária toma conta de tudo e acaba com o lazer da comunidade. Ximenes afirma que o local começa a se verticalizar e as "pessoas a se trancarem em condomínios. Vivemos entre o aeroporto e os espigões. Resultado de nossa época", lamenta.

Quando o bairro mudou de nome

Após a II Guerra Mundial, que impactou fortemente o país, alguns bairros da cidade mudaram de nome, entre eles a Pirocaia e o Açude do João Lopes, que atualmente se chamam Montese e Monte Castelo, respectivamente.
Oriundo do tupi, Pirocaia significa a Aldeia dos Pele Queimada (Pira = pele; Oka = moradia; Caia = queimada), sendo a primeira nomenclatura do bairro. E foi do dr. Ximenes a iniciativa para a mudança do nome. Ele, na época cabo do 23º Batalhão de Caçadores da Força Expedicionária Brasileira - FEB, não embarcou para a Itália, e nem retornou para Groaíras, sua cidade natal, permanecendo em Fortaleza e aguardando o final do confronto. “Foi quando fiquei sabendo da batalha ganha pela FEB, cuja conquista foi à cidade italiana de Montese que permanecia sob o domínio Alemão. Essa conquista, realizada em 14 de Abril de 1945, ficou conhecida como Batalha de Montese”, lembra Ximenes. E complementa emocionado: “A inspiração para o nome desse bairro veio juntamente com o sentimento de gratidão à bravura dos 25 mil brasileiros que combateram naquela Guerra”.

Nestes 64 anos, afirma Ximenes, ocorreram muitas mudanças no bairro, uma delas foi à pavimentação com pedra tosca da atual Av. Gomes de Matos, na década de 60. “Outro grande feito foi a chegada do asfalto, em 1968, na mesma época em que houve a mudança no nome da avenida, que já tinha deixado de ser Estrada do Gado e Av. 14 de Julho e passou a possuir o atual nome”, explica o historiador. Seu significado é em homenagem ao professor e jurista cearense, Raimundo Gomes de Matos.
“Ah! Mais aqui também teve coisa ruim”, lembra o Ximenes. Um acidente envolvendo um jato da Força Aérea Brasileira, ocorrido no dia 22 de junho de 1967, resultou na morte de 12 pessoas e deixou 35 feridos, abalando toda a comunidade. “Acho que ninguém se esqueceu daquele momento, mas depois disso, creio que aqui não tenha tido outras tragédias não”, complementa.

Em relação ao desenvolvimento industrial e comercial do bairro, uma empresa de redes foi uma das primeiras instaladas no Montese. Hoje, a Santana Textiles, como é conhecida internacionalmente, chegou ao local na década de 70, como uma pequena empresa de fabricação de redes e fios. Atualmente, a empresa possui duas fábricas na cidade de Natal (RN). A cidade de Horizonte (CE), Rondonópolis (MT) e a Argentina contam com uma filial cada uma. Com mais de 2.200 funcionários, a empresa pretende, agora, abrir outra filial no Texas, nos Estados Unidos. “Somos a maior fábrica de jeans do Brasil”, comemora Raimundo Delfino, fundador da empresa.

Devido à especulação imobiliária e comercial presente na localidade, afirma Ximenes, grande parte dos moradores vendeu suas casas. “É por isso que a gente ver poucas residências, a maioria são lojas”, acrescenta. Assim, o bairro cresceu e descobriu sua vocação para os negócios, acabando por englobar as regiões vizinhas que hoje fazem parte do Grande Montese, como já foi citado.

Um pouco mais do Fundador

Dr. Raimundo Nonato Ximenes, escritor e poeta
(Fonte: Foto extraída do livro "De Pirocaia a Montese - Fragmentos Históricos")


Raimundo Nonato Ximenes, o dr, Ximenes, nasceu em Groaíras no dia 15 de janeiro de 1923.
Filho de José Alves Ximenes e Jandira Rocilda Cavalcante. Foi agricultor até os 21 anos em sua terra natal. Em setembro de 1944, foi convocado para o Serviço Militar, tendo sido incorporado no 23º Batalhão de Caçadores, em Fortaleza, a partir de 1º de novembro. No dia 7 de abril de 1945, foi julgado apto para integrar-se à Força Expedicionária Brasileira (FEB). Mesmo com o fim da guerra permaneceu no Exército, licenciado, depois, por conclusão de tempo, na graduação de cabo. Em dezembro de 1948, casou-se com a parenta Libênia Feijão Ximenes, com quem gerou uma prole de sete filhos, 23 netos e cinco bisnetos.
“Naquela época meu desejo era ir embora para o sertão e encontrar minha noiva, mas aí preferi ficar e me casei com ela em 48. Estamos juntos até hoje”, comenta aos risos.

(Fonte: Foto extraída do livro "De Pirocaia a Montese - Fragmentos Históricos"
Flagrante da entrega do Título de Cidadania Honorária de Montese/Itália, no dia 14 de abril de 2003, na sede da Associação Nacional dos Veteranos da FEB, em Fortaleza, vendo-se da esquerda para a direita: o vereador (conselheiro) Ancelmo Uguccioni; Raimundo Nonato Ximenes (de óculos escuros), filho natural de Groaíras; Paulo Monari (assessor) e o dr. Luciano Mazza, prefeito municipal da cidade de Montese/Itália.

Após estudar na Faculdade de Farmácia e Odontologia, da Universidade Federal do Ceará (UFC), dr. Ximenes graduou-se em Odontologia em 1963. Morador do Montese há 64 anos, ele preserva a história de sua comunidade através de pesquisas, estudos e livros, como “Montese, Crônicas e Memórias“ e “De Pirocaia a Montese – Fragmentos Históricos”. Em suas obras são encontrados fatos cronológicos da região, além de fotos e reportagens dos jornais da época.


Faz parte da Associação Cearense de Imprensa (ACI) e da Associação Cearense dos Jornalistas do Interior (ACEJI),tendo sido seu presidente no período de 1971 a 1973.

Tem inúmeros trabalhos publicados, sendo integrante da Antologia de Autores Cearenses, Edição de 1997. Em 1998, publicou a primeira edição de "Montese -Crônicas e Memórias".

De Groaíras, desembarcando na Pirocaia

Deus me deu por moradia
Neste bairro um bom lugar
Pra ficar com a família
E ver tudo prosperar.
Da Pirocaia eu teria
O seu nome que mudar
Assim Montese nascia
Ocupando o seu lugar.

Raimundo Ximenes e a esposa, Libênia, residem em uma casa com quintal na Av. Gomes de Matos.
Ximenes resiste às ofertas de empresários para vender sua casa, com um quintal imenso, em plena Avenida Gomes de Matos. É um verdadeiro sítio, com mangas, cajás, caju, coco, carambola e, por incrível que pareça, muita paz. "Aqui eu recomecei a vida, depois da guerra, constitui família e só sairei para o cemitério", afirma enquanto pede para que a esposa, Libênia, fique perto dele para tirar fotos. "Estou desarrumada", desconversa ela. "Que nada, você é linda por natureza", elogia Ximenes.

Fonte: Jornal O Estado, Wikipédia, Vicente J. Rodrigues, Diário do Nordeste
e pesquisas de internet

Bairro Dias Macedo

Paróquia de São Francisco - Foto de Zemakila

O Bairro Dias Macedo, conforme trecho do livro "Fortaleza descalça"
O livro faz a seguinte citação sobre a história do bairro:
Tudo começou com a chegada de seus primeiros moradores, e em 1845, chegava ao Ceará, precisamente no lugarejo denominado Lagoa dos cachorros (hoje Boa Vista), o senhor Manuel da Silva Dantas, natural de Serra das Antas - RN, Chegando aqui constituiu família, viviam de pequenas plantações e do corte da madeira para lenha, moravam numa casa de taipa. No ano de 1877, nosso estado era castigado pela seca, lagoas salgadas, cacimbas secaram e o pouco de água ao qual ainda conseguiam era salgada e impróprias para o consumo, e nessa época nasceu um dos filhos de seu Manuel de nome Pedro Dantas, personagem este, que iniciou a história da Paróquia de São Francisco de Assis do bairro Dias Macedo.
O seu Manuel ficou sabendo que no Mata Galinha (hoje Dias Macedo), havia uma cacimba chamada de Caraúbas que nunca havia secado, pois tinha três olhos d'água. Seu Manuel pediu ao seu compadre Tomaz Lourenço da Silva, primeiro dono dessas terras, um lugar para morar e que fosse perto da cacimba Caraúbas. Este, mandou que ele escolhesse o local para construir a sua casa e que também usasse as terras para as suas plantações e que isto seria um presente para seu afilhado Pedro.

O seu Manuel e a dona Maria Joaquina, sua esposa, tiveram sete filhos de nomes: Serafim Manuel, Verônica, Antônia, Chagas, Pedro e Joaquim. Os mais moços, levavam para a cidade duas cargas de lenha nos dias de quarta-feira e no sábado onde vendiam à cinco patacas ou mil e seiscentos réis.
Na quarta-feira compravam a mistura da semana e ainda juntavam dinheiro para comprar roupas e calçados. Após fixar moradia no Mata galinha e alguns anos depois da morte de seu Manuel, o único a continuar nas terras foi o velho Pedro Dantas, onde constituiu sua família. Tomaz Lourenço, seu padrinho, havia doado as terras, mas não fez em escrituras, e havia dado um desfalque na Prefeitura, e seus bens foram sequestrados e publicados à venda em ata pública.
Vindos do Amazonas, Chiquinho e Janjão, arremataram as terras, estes filhos de Tomaz Lourenço. Arremataram por trinta contos e dividiram entre três irmãos. O Sr. Francisquinho, um dos irmãos e compadre de Pedro Dantas, em meados de 1913, chamou e lhe disse que como tinha muitos filhos, eles poderiam fazer questão pelas terras, para isso não ocorrer, eles deveriam ir juntos ao cartório na Parangaba e fazerem a doação à São Francisco.
Pedro Dantas foi o fundador do antigo Mata Galinha, segundo um de seus filhos, de nome Joaquim, conhecido também como Quincas, conta-se que o riacho onde hoje é localizada a ponte da Avenida Alberto Craveiro era conhecido antigamente como Lagoa dos cachorros, e que um homem carregava nos ombros um galão de galinhas e devido às fortes correntezas do riacho, o tal homem tentava atravessá-lo. As galinhas foram levadas pela correnteza enquanto este tentava escapar agarrado a um cipó, daí o nome de Mata Galinha.
D'Jesus Pereira

O Dias Macedo, no passado, fazia parte do Mata Galinha. O bairro completou 50 anos. Surgiu na década de 1960. Quando a área cheia de sítios e uma fazenda começou a receber moradores vindos do interior do Estado. A localização, próxima a BR-116, facilitou o crescimento. A família Macedo, deu nome ao bairro. Era a que possuía mais terras na região. Hoje, a paróquia de São Francisco e as pracinhas são pontos de encontro dos moradores.
A rua principal leva o nome de um dos fundadores da comunidade; Pedro Dantas. A neta dele ainda mora por lá. Maria de Jesus Dantas, tem 78 anos. Conta que a primeira casa em que morou era do avô e ficava no terreno onde hoje é a paróquia. “O terreno era do finado Fransquim de Oliveira, que era dono desses terrenos aí. Então ele chamou meu avô para morar aqui. E disse, ‘eu não sou eterno, eterno é São Francisco’, e essa terra aqui todinha foi doada à São Francisco”, conta Maria de Jesus.
Maria é vizinha da dona-de-casa, Jacinta. E no Dias Macedo é assim, todo mundo se conhece."Aqui só tem gente boa”, diz Jacinta.
A lanchonete do comerciante, Adalto Saraiva Costa, é conhecida no bairro. Ele vive no mesmo lugar em que trabalha. Há quase 20 anos trocou o Maciço de Baturité pelo Dias Macedo. “Para mim é tudo. É onde eu sobrevivo, ganho meu pão de cada dia”, diz Adalto.
O presidente do conselho, Aldir Felipe, também é referência por Lá. Ele é o presidente do conselho de moradores. Está sempre na rua observando problemas e procurando soluções. O maior orgulho é preservar a história do bairro. “O bairro é histórico, traz um certo saudosismo, é um dos poucos em Fortaleza que ainda se vê pessoas conversando nas calçadas”, conta Aldir.
O bairro, que vive com a falta de infra-estrutura, conta com o bom humor dos moradores para encarar os problemas. E tem ainda o açude Uirapuru.
Este é o Dias Macedo, com seus mais de 13 mil moradores. Entre eles, é claro, Maria de Jesus, que nem pensa em trocar de endereço."Eu não saio daqui não…quero me enterrar aqui”, diz Maria.
O bairro Dias Macedo fica do lado do aeroporto. O principal acesso é pela Avenida Alberto Craveiro. Depois de passar pela Igreja de Santo Antônio, os visitantes entram na rua Pedro Dantas. Nele vivem 14 mil pessoas. O professor José Duarte viu o bairro começar a ser povoado. Há 40 anos, havia sítio e grandes propriedades e logo veio a necessidade de fundar uma escola.
Os moradores do bairro Dias Macedo foram os primeiros da cidade a criar uma emissora de rádio com programação exclusiva para a comunidade. Ela é transmitida em caixas de alto-falantes, espalhadas em pontos estratégicos pelas ruas do bairro.
Fatos históricos do bairro:
Novembro de 1959 - É Publicado no Diário Oficial do Município - Diom nº 1.733 a Lei nº 1.431 do dia anterior que denomina de Rua Pedro Dantas uma via do bairro Dias Macedo, antigo Mata Galinha, proposta do vereador José Fiuza Gomes.
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30 de Maio de 1961 -Publicado o primeiro número do jornal O Suburbano, do bairro Dias Macedo, antigo Mata Galinha, com redação em casa na Avenida Pedro Dantas.
Diretor: José de Arimateia Palhano.
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18 de Abril de 1969 - Inauguração do estabelecimento de ensino primário Escolas Reunidas Assis Chateaubriand, no bairro Dias Macedo.
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26 de Setembro de 1992 - Inaugurado no bairro Dias Macedo, na Rua 3, nº 88, no Residencial Napoleão Viana, o Centro Integrado de Educação e Saúde Professor João Hipólito de Azevedo e Sá.
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29 de Janeiro de 2004 - Chove 265 mm na madrugada e manhã, causando morte e desaparecimentos; casas danificadas e outras destruídas; ruas e avenidas cortadas; alagamentos e desmoronamentos; A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros atendem a 133 ocorrências em mais de 25 bairros.
Foi a maior chuva desde 1910.
Na Avenida Alberto Craveiro, no bairro Dias Macedo, a água chegou a quase um metro de altura.


Créditos: Portal da história do Ceará, Portal Dias Macedo e Tv Verdes Mares


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Jornais de Fortaleza - Ano: 1830



Semanário Constitucional

Orgão da família Castro. Trazia entre Os dois nomes a Coroa Imperial; em algumas edições a Coroa vem sobre o título. Publicava-se aos sábados em Fortaleza, na Tipografia Constitucional, na Praça Carolina (Hoje Praça Valdemar Falcão), ex-Tipografia Nacional, antiga Tipografia Republicana, comprada pelo Capitão-mór Joaquim José Barbosa, e subscrevia-se nas casas nomeadas na Gazeta Cearense, nº 33. Custava 750 réis por trímestre e os números avulsos a 80 réis cada um na residência do redator. Tinha por epígrafe as palavras "Independência, União, Imperador, Constituição" e o verso de Camões, canto 9.0 Est. 90:

"Caminho da virtude, alto e fragozo
Mas no fim doce, alegre e deleitozo"

O primeiro número, que traz a data de 4 de Setembro, começa com o seguinte artigo-programa:

"He unicamente o zelo da Causa Publica, o desejo de ver arreigada e bem cultivada a prodigiosa arvore da liberal Constituição que vai dirigir a nossa penna e nos anima a entrarmos na honrosa linha dos escriptores livres, por meios do presente periodico, intitulado- O Semanario Constitucional.
Estamos dispostos a fazer quanto couber em nossas forças á prol da Constituição e da Lei. Empenhar-nos-hemos em fazer conhecer aos nossos concidadãos a excellencia do systema Constitucional -Monarchico Representativo, as vantagens que delle devemos esperar por ser a unico capaz de fazer a nossa felicidade e para isso teremos o cuidado de offerecermos aos nossos leitores alguns discursos dos mais acreditados políticos, as fallas pronunciadas na Tribuna Nacional pelos mais abalisados oradores de ambas as Camaras Legislativas, uma idea em geral dos trabalhos das mesmas, e igualmente transcreveremos tudo quanto julgarmos de melhor dos nossos periodicos defensores da Liberdade Constitucional.
Não se persuadão os nossos leitores que ignoramos quão difficil e espinhosa he a situação do escriptor publico morrnente quando se propõe a debellar o crime e os abusos que, infelizmente inveterados entre nós, entrarão fazendo parte do nosso primeiro alimento, e por isso identificados com grande numero de individuos, que não souberam ainda despir-se dos antigos habitos para trajarem as vestes Constitucionaes. Sabemos que he necessario adoptar uma firme resolução para nos expormos aos sacrificios que acompanhão sempre a enunciação da verdade, e a merecida censura das prevaricações, por mais moderada e modesta que seja. Sabemos que o infractor da Lei se esforça por cohonestar o seu illegal procedimento, procurando milhares de evasivas, ordinariamente despresa uma advertencia amigavel e patriotica, persiste no erro querendo dar provas de convicção e boa fé com que o commeteo a primeira vez, irrita-se contra o escriptor, lança-lhe o odioso estigma de calumniador, de mentiroso, de atrabiliario etc. e alguns mais penetrados da saudade do antigo tempo, as vezes em seus geraes exclamão-Maldito tempo! ja se não pode exercer um cargo publico! ja se acabou o tempo em que se podia governar no. Brazil!
É conhecimento pois destas verdades, que uma constante observação e experiencia nos tem ensinado, nos obriga a rogarmos aos nossos concidadãos, que se sobre algum recahia alguma censura que protestamos fazer guardadas sempre as Leis sagradas da decencia, a não recebão como didada por intriga, offensa ou outro algum particular motivo, mas pelos desejos de ver cada um conter-se dentro da orbita da Lei, e que os funccionarios publicos, quer de eleição do Governo, quer do povo, edifiquem com seu exemplo os outros cidadãos, e os ensinem a respeitar as Leis, a amar e zelar a Constituição. Conhecemos bastantemente a fraqueza dos homens, e que alguns de mais a mais teem de fazer o pesado sacrificio de substituir antigos por novos habitos, e por isso mesmo, dando os devidos descontos procuraremos somente frisar os pontos em que a Lei, ou a Constituição. for infringida, limitando-nos quanto ao mais á fazer leves advertencias, a ver se pouco a pouco vão entrando no verdadeiro e seguro trilho da liberdade legal.
Não nos he estranha a debilidade de nossa penna, e a fraqueza dos nossos homhros para nos submettermos á onerosa tarefa de redigirmos um periodico, mas ao mesmo tempo estamos convencidos de que a exposição nua e crua da verdade, a fraze singela, e a linguagem franca e patriotica he muitas vezes mais eloquente e poderosa do que os mais bem trabalhados discursos, enfeitados com todas as flores da Retorica; e firmes neste principio, nos abalançamos com coragem a tomar a defesa das Liberdades Publicas, e da Constituição, e continuaremos nella debaixo dos auspicios da Lei e do grande principio consagrado na mesma Constituição - Todos podem communicar os seus pensamentos por palavras, escriptos etc."

A transcrição, embora longa, serve como lição do que pensavam os jornalistas do tempo e da sua maneira de escrever para o público.
Foi um dos redatores do Semanário Constitucional o advogado Angelo José da Espectação Mendonça, Icoense, Angelo Rapadura como lhe Chamavam.

"Minha collecção encerra grande cópia de exemplares desse periodico, e nas pesquizas a que me entreguei ha annos no Archivo Publico do Rio encontrei os nºs 44 e 45, os quaes, a meu pedido, figuraram na exposição do Centenario da Imprensa."

Barão de Studart

Dimensões do Semanário: 31 e 1/2 centímetros de comprimento e 22 centímetros de largura.
A ele (Semanário) se refere nestes termos José de Castro Silva em Fala dirigida ao Conselho Geral da Província em 1º de Dezembro de 1830: "Hum periodico publicado aos sabbados nesta cidade, escripto em sentido liberal, vae offerecendo aos cidadãos hum tal e qual meio de aprezentarem ao publico suas reflexões, de censurarem o empregado negligente no cumprimento de seus deveres e de queixarem-se finalmente com a maior publicidade das arbitrariedades por qualquer praticadas."

Sacramento Blake no seu "Dicionário Bibliográfico" (Artigo José Ferreira Lima Sucupira) supõe que o Semanário Constitucional foi o primeiro jornal publicado no Ceará.


Sentinela Constitucional

A única coisa (Infelizmente) que se sabe sobre esse jornal é que era publicado em Fortaleza.


Fonte - Instituto do Ceará

Jornais de Fortaleza - Ano: 1829



Diário Cearense

Infelizmente nada se sabe sobre esse jornal, apenas que era publicado em Fortaleza. Rodei a internet e não achei nada além...

Gazeta Cearense

Publicado em Fortaleza. Saia duas vezes por mês e subscrevia-se na Casa do Correio Geral e Agências. Custava 480 réis por trimestre. Trazia a coroa imperial entre os dois nomes do título.
Era impresso na Tipografia Nacional.
A folha avisava que "sahiria por agora a 15 e no ultimo de cada mez que por falta de typos sufficientes não dá lugar a sahir pelo menos semanariamente."

"Encontrei o número 18, sexta-feira, 15 de Janeiro de 1830, na Bibliotheca Nacional, Rio de Janeiro."
Barão de Studart


Diário do Conselho Geral da Província do Ceará

Publicado em Fortaleza à 19 de dezembro. Trazia no vértice a Coroa Imperial. Saia da Tipografia Nacional. A primeira página é ocupada pela Ata da sessão preparatória de 30 de Novembro de 1829 sob a presidência do Pe. Antonio Francisco S. Paio.

O Conselho Geral da Província foi instalado em 1º de Dezembro com a presença de onze Conselheiros e do presidente da Província, que recitou a fala do estilo.

O N° de quarta-feira, 18 de Maio de 1831 é publicado com a declaração novamente do número primeiro. Este traz as Atas da sessão preparatória de 30 de Novembro de 1830, sessão de Instalação em 1º de Dezembro e sessão 0rdinária de 2 de Dezembro e Ordem do Dia.


Fonte - Instituto do Ceará

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Antônio Bezerra de Menezes




CABEÇA DE FOGÃO: Um cognome para definir a expressão de vida inquietante, corajosa, desbravadora de Antônio Bezerra de Menezes. Nasceu em Quixeramobim(CE) a 21 de fevereiro de 1841. Filho do doutor Manoel Soares da Silva Bezerra e de Maria Teresa de Albuquerque Bezerra, nascida a 13 de agosto de 1818 e falecida às 21 horas de 5 de maio de 1908. Neto pelo lado paterno do tenente-coronel Antônio Bezerra de Menezes e Fabiana de Jesus Maria Bezerra e bisneto do coronel Antonio Bezerra de Souza Menezes e Ana Maria da Costa, da família Antunes. Pelo lado Materno neto do tenente-coronel Manoel Alexandre de Albuquerque Lima, pernambucano, da família Albuquerque Melo, e de sua mulher Maria de Nazaré Bezerra de Menezes.

JORNALISMO: Na juventude participou do movimento abolicionista, em função do qual ingressou no jornalismo. Com Teles Marrocos e Antônio Martins, fundou o jornal " O LIBERTADOR ", em 1881, que alcançou renome na imprensa do Ceará como órgão devotado à causa emancipadora. Em 1884 e 1885 fez publicar no jornal "A CONSTITUIÇÃO" as impressões de viagem empreendida à zona norte do Estado em comissão que lhe fora confiada por Caio Prado, então Presidente da Província. Os trabalhos foram, mais tarde, enfeixados em livro sob o título NOTAS DE VIAGEM AO NORTE DO CEARÁ. Com Antônio Augusto de Vasconcelos, Ferreira do Vale e o médico Guilherme Chambly Studart, fundou "O CEARÁ". Pode-se afirmar sem receio de medo que colaborou em todos os jornais literários publicados em Fortaleza, na sua época. Em 1859 fundou "A ESTRELA" com José Barcelos. Havendo-se aposentado como empregado público, que foi por muitos anos, mudou sua residência para Manaus (AM), onde ocupou o lugar de diretor do Museu e foi redator principal da"PÁTRIA", órgão da colonia cearence naquela cidade.

LITERATURA: Ele entrou de cabeça no mundo literário, sendo essa uma das suas mais significativas contribuições. De volta ao Ceará, continua entregar-se aos estudos de sua predileção pretendendo escrever um livro sobre o Estado que no que abundam mapas , gravuras, etc. Foi membro do Instituto do Ceará(1887)sendo um dos seus doze fundadores, da Academia Cearense de Letras(1894), do Centro Literário de Fortaleza(1894) e foi o primeiro presidente da Sociedade de Ciências Práticas e um dos mais ativos padeiros da Padaria Espiritual(1892) com o nome de guerra de André Camurça. Pela intensa atividade realizada foi considerado como uma das mais impressionantes figuras do Ceará intelectual, apesar de autodidata, pois não o ornava nenhum diploma acadêmico, soube projetar-se, em alto estilo, na vida cultural, cívica e política de sua terra. Bem se disse dele que "nunca uma pessoa trabalhou com maior desinteresse e renúncia de toda e qualquer vantagem em prol do progresso de nossa terra".

ABOLICIONISTA: Abolicionista de convicção, foi um dos mais ardorosos e eficientes defensores da extinção do cativeiro. Fez diversas reuniões na Chácara Salubre, e conta-se que quando os terrenos da Chácara foram vendidos encontraram verdadeiros subterrâneos espalhados pelo local. Ele vendia as jóias da família para libertar negros. E sua maior vaidade encontra-se nos escritos do Ceará ainda hoje é a "Terra da Libertação".

PUBLICAÇÕES: "Algumas histórias do Ceará","Província do Ceará", "Dúvidas Históricas","Sonhos de Moço", livro de poesias, "Lampejos","Três Liras", juntamente com Antônio Dias Martins e Justiniano de Serpa, e"O Ceará e os cearenses", coletânea de artigos vindo à luz em Manaus, onde residiu entre 1896 e 1901 na busca de melhores condições de vida.

HISTÓRIA GERAL E CIENTÍFICA: Jornalista combativo cronista delicado, estudioso das ciências naturais, historiador de profunda acuidade. A história cearense deve-lhe a maior das contribuições. É sem conta o número de suas crônicas, artigos de jornais e de revistas sobre os mais variados assuntos. Historiador penetrante, exato e honesto, grande amante do Ceará, além de estudioso das ciências naturais e inspirado poeta. Foi uma figura notável das letras cearenses. O grande feito das suas atividades mentais apurou-se no domínio da literatura e no das investigações científicas. Patrono da Cadeira número 14 da Sociedade Cearense de Geografia e História e cujo primeiro ocupante foi Alba Valdez, pseudônimo de Maria Rodrigues e que atualmente é ocupada pelo maranhense Mozart Soriano Aderaldo. Da Academia Cearense de Letras, de que é membro fundador, é Patrono da Cadeira número 4, ocupada sucessivamente por João Otávio Lobo, Antônio Furtado Bezerra de Menezes, Raimundo Girão, e na atualidade por José Milton de Vasconcelos Dias. Nominou uma das ruas de Fortaleza e um de seus bairros. Apoiou, juntamente com Álvaro Dias Martins, Antônio Papi Júnior, Guilherme Chambly Studart (mais tarde Barão de Studart),...Rodrigues de Carvalho, Justiniano de Serpa, Martinho Rodrigues de Souza e Raimundo Farias Brito, a criação do Centro Literário em oposição à Padaria Espiritual. Foi também um estudioso profundo de ciências naturais. Poeta primoroso. "ALGUMAS ORIGENS DO CEARÁ" foi o seu último excelente esforço histórico, indispensável aos que estudam a evolução econômico-social do Ceará. Faleceu em Fortaleza(CE) no dia 28 de agosto de 1921.




NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: