Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Passeio Público II






Em Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção,
a Câmara reuniu-se, em grande sessão, aos 09 de
janeiro de 1824,
para declarar decaída a dinastia Bragantina.


Foi esse o inicio da revolta
que tantas lágrimas e tanto sangue

custou ao Ceará.


Debandado por José Félix
na contrarrevolução

do


Crato, e proclamada de



novo a Monarquia, ele assumiu a
presidência

da Província, como substituto de


Tristão Gonçalves.


Seguiu-se a perseguição dos principais chefes, a captura dos cabeças do movimento republicano. O Padre Mororó, preso em Fortaleza, à Rua dos Mercadores, hoje Rua Sena Madureira, foi condenado à pena máxima, assim também seus companheiros de ideais Pessoa Anta, Azevedo Bolão, Carapinima e Padre Ibiapina. Foi, então, fuzilado na atual Praça dos Mártires, lado norte do Passeio Público, no dia 30 de Abril de 1825, há cento e oitenta e cinco (185) anos, juntamente com o coronel de milícia João de Andrade de Pessoa Anta.



Vestido na sua alva, indagaram-lhe qual seria o último pedido a fazer; ele levantou o braço flexionando, colocou a mão direita sobre o peito para que fosse feita a mira do fuzil e disse: "Aqui!!!" - tombando já agonizante e, segundo a lenda, a cabeça separada do tórax, espetada no poste em praça pública, comovia a todos que ali passasse. Caiu envolto nas ensanguentada vestes, por tiro fatal de baioneta, compungindo a multidão de assistia aquele heroico e corajoso gesto, que enlutou a nossa Fortaleza, cobrindo funesto e penumbroso manto a todos quanto da noticia tomavam conhecimento. O Padre Mororó - segundo Dicionário Bibliográfico Barão de Studart - era Profundo latinista, com pregador socro, jurisconsulto e, também, botânico.



O Diário do Ceará

Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Melo Mororó - Padre Mororó, exerceu como diretor e redator do jornal "O Diário do Governo do Ceará", de 1824, que ficou desenvolvido nos anais da Imprensa Cearense, publicada pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1908.

A ele cabe também a glória de ter sido o secretário na sessão memorável de 26 de Agosto de 1824, chamada de Grande Conselho em que foram proclamadas a República no Ceará e sua completa adesão à Confederação do Equador.

Sua biografia encontra-se com detalhes nos trabalhos do coronel João Brígido dos Santos, intitulados Miscelânea Histórica, 1889, e Biografias, Revista do Instituto do Ceará, 1889, nos de Paulino Nogueira na mesma Revista, ano 1889, pág. 204 e ano de 1894, pág. 18 (págs. 248/9).


O movimento revolucionário

O movimento da Confederação do Equador teve inicio em Pernambuco em 1824, atingindo as províncias do Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba e Piauí, cuja mensagem assinada em 02 d e julho de 1824 pelo Presidente da Junta do Governo de Pernambuco, Manuel de Carvalho Paes de Andrade. Eis o conteúdo dessa mensagem:


"O dia fatídico

Assim naquela manhã do dia 30 de abril de 1825, Padre Mororó foi fuzilado na
Praça do Passeio Público. A Rua Dr.João Moreira teve varias denominações - antiga Rua da Misericórdia, Rua Nova Fortaleza, Travessa do Gurgel. No início da rua bem à altura da metade da Praça do Passeio Público, casa grande de nº 243 onde nasceu Dom Helder Câmara, com entrada com corredor lavado na entrada da casa dividida por quatro varandas, duas de cada lado; que serviu também de residência para o proprietário e sua família Dr. Gustavo da Frota Braga, parentes de Dom Helder Câmara, pais dos meus estimados amigos José Raimundo Barreira de Gustavo Braga e Fausto Barreira da Frota Braga, e demais irmãos, por quem sempre tive muito admiração.

O percurso

Padre Mororó, nasceu em Santa Quitéria na povoação do Riacho Guimarães, no dia 24 de julho de 1774, sendo seus pais do Rio Grande do Norte, Félix José de Sousa e Theodora Madeira. Ordenou-se no Seminário de Olinda, onde além dos estudos eclesiásticos dedicou-se aos das ciências físicas e naturais. De volta ao Ceará, foi capelão do lugar Boa Viagem em 1810 e mais tarde 1814 de Tamboril.

Afirma Barão de Studart - in Dicionário Bio-Bibliográfico Cearense as págs. 348 - "Favorecido com a amizade do Governador Sampaio, foi nomeado professor de latim da Vila do Aracaty - 1818, de que se demitiu em Dezembro de 1821, passando então a morar em Campo Grande, outrora Vila Nova D´El Rei, para onde chamou para sua companhia, afim de educá-los ao Cel. Felix José de Sousa, seu sobrinho e Francisco José de Sousa, seu primo que residia em Campo Maior, Capela dos Barros, de Campo Grande passou-se à Barra do Sitiá e depois para a fazenda da Canafistula e Quixeramobim."


p2

Gustavo Barroso

O insigne e ilustre homem de letras da Academia Brasileira de Letras Gustavo Dodt Barroso nasceu em Fortaleza no dia 29 de Dezembro de 1888-2010, teria 122 (cento e vinte e dois anos), filho de Antônio Felino Barroso e Anna Dodt Barroso e neto pelo lado paterno de José Maximiano Barroso e Dª Isabel Alexandrina da Cunha Barroso e avós maternos Dr. Gustavo Luiz Guilherme Dodt e Elisa Dodt. (Dicionário Bio-Bibliográfico Cearense - Barão Studart) dá-nos excelentes subsídios de Padre Mororó.

Como se constata, a Praça do Passeio Público quando de sua origem teve diversas denominações. Por ser uma das primeiras praças de Fortaleza do Século XVIII, teve a denominação - Largo da Fortaleza. Recebeu essa denominação em virtude de ficar ao lado do Forte Schoonenborch, cuja construção se iniciou a 10 de abril de 1649 pelos holandeses do Capitão Matias Beck, dirigidos pelo engenheiro Caar - Praças de Fortaleza, pág. 269. Maria Noélia Rodrigues da Cunha, em "Praças de Fortaleza", tornou-se exímia no detalhe, com profundidade das nossas praças, o que merece o mais elevado respeito à tão valiosa e minuciosa pesquisa tornando inédito, digno do mais alto apreço e admiração por tão valiosa obra elaborada. Outras denominações vieram à Praça dos Mártires.


Na rota do espaço

A Praça do Passeio Público, Largo da Pólvora, Praça dos Mártires, situa-se na parte norte da Cidade de Fortaleza, ao lado direito (leste) do Quartel General da 10ª Região Militar, na Av. Alberto Nepomuceno, Praça da Sé, e, da Rua General Bizerril, fazendo vértices com as quadras das Ruas Floriano Peixoto, Major Facundo, Barão do Rio Branco, cuja praça localizada ao longo da Rua Dr. João Moreira até a Rua Barão do Rio Branco, lado da sombra, onde se situa a casa onde nasceu um dos mais ilustres cearenses - Gustavo Dodt Barroso, vizinho ao Conservatório de Música Alberto Nepomuceno, depois Câmara Municipal de Fortaleza, na esquina da rua Dr. João Moreira, prédio que serviu de residência do Dr. João Moreira. Na outra quadra ao lado o Hospital da Santa Casa de Misericórdia, Rua Barão do Rio Branco de frente para Praça Passeio Público, na descida do gasômetro até a Praia da Draga. Ainda vizinho ao Quartel General da 10ª Região (lado sul) na Av. Alberto Nepomuceno, existiu prédio elevado com pequena escadaria de degraus para dar acesso ao Arquivo Público, antes funcionavam o Instituto do Ceará e o Museu Histórico; e, após demolição ergue-se Edifício com 5 andares, funcionando, por alguns anos, o Fórum Clóvis Beviláqua até sua implosão e transferido para a Avenida Desembargador Floriano Benevides nº 220, no bairro Edson Queiroz.


ZENILO ALMADA



Fonte- Diário do Nordeste

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Use a Cabeça, Bote o Pé na Casa Pio



A rede de lojas é uma das maiores do setor de calçados do País, com atuação em três Estados da Região Nordeste


Casa Pio nos anos 40- Foto de Marciano Lopes

A Casa Pio foi fundada em 1º de janeiro de 1928, na Rua Major Facundo, 242. A primeira loja foi inaugurada por Pio Rodrigues, fruto de sua experiência com empresas do setor. A caminhada de mais de 80 anos prossegue pelas mãos do empresário Clóvis Rolim que assume a direção do grupo em 1975, juntamente com sua esposa Edyr Rolim, atual presidente do Grupo C. Rolim.

Em 1977, o comando da empresa passa para as mãos dos filhos
Clóvis Rolim Júnior e Eduardo Rodrigues Rolim que continuaram a caminhada de expansão até a chegada da quarta geração, tendo à frente Clóvis Neto e Sérgio Rolim. Hoje, a rede Casa Pio é uma das maiores do varejo no setor de calçados do país. São 32 lojas: 17 em Fortaleza, nove em Recife e seis em João Pessoa.

Buscar sempre o novo e o melhor, construindo para transformar e semeando para perpetuar. Esses foram os princípios em que Clóvis Rolim alicerçou sua vibrante trajetória empresarial. Desde cedo cultivou boas sementes. Todas as suas obras são como árvores bem plantadas, sempre fornecendo bons frutos e novas e valiosas sementes.

Clóvis Rolim

"Pa pé pio, pá pé pio, vamos pra Casa Pio, vamos pra Casa Pio!
Querida mamãe, querido papai, no dia da criança eu quero um sapato... da Casa Pio, lá tá assim de ofertas, pa pé piu, vamos pra Casa Pio!"

Ontem e Hoje da Casa Pio da rua Barão do Rio Branco. Nelson Bezerra

Uma das mais antigas redes de lojas do Ceará, a Casa Pio completou, em 2008, 80 anos de fundação e tem motivos de sobra para comemorar. Em plena forma, a empresa se destaca como a detentora do maior número de pontos de venda dedicados exclusivamente ao varejo de calçados e acessórios no Ceará, despontando também como uma das mais importantes em todo o País.

Mas como todo negócio que tem no empreendedorismo o ingrediente principal de seu sucesso, a empresa começou pequena, no fim dos anos 20. O primeiro passo foi dado por Pio Rodrigues, que resolveu começar uma nova vida juntamente com o ano de 1928, que se iniciava. Logo no primeiro dia de janeiro, ele inaugurava a primeira Casa Pio, na Rua Major Facundo, 242. A ideia de montar o negócio veio de seu espírito empreendedor, suportado pela sua experiência em empresas do setor.

Talvez no princípio de tudo ele não tivesse ideia da dimensão que a marca tomaria. Hoje, a Casa Pio é uma das maiores redes de varejo no setor de calçados do país.

Expansão em família

A expansão da rede se consolidou através das sucessões familiares à frente dos negócios da família Rolim. Em 1975, quando a Casa Pio já tinha 47 anos de mercado, a liderança passou às mãos da segunda geração, com Clóvis Rolim assumindo a presidência da rede. Dois anos depois, seus filhos começam a integrar a direção da empresa e começam impulsionar a expansão da empresa, focados em ganho de escala e manutenção do posicionamento de mercado privilegiado, abrindo caminho para a quarta geração: é a vez dos netos que seguem os passos de seus pais e já fazem parte da diretoria da rede varejista.

CASA PIO

Rede que começou com uma única loja no Centro de Fortaleza chega hoje a 32 pontos de vendas em três estados

1,8 milhão de clientes

Uma das primeiras empresas a perceber a importância do crédito para promover a democratização do consumo, a Casa Pio sempre apostou na concessão de financiamentos com prazos elásticos para conquistar seus clientes e facilitar o acesso a seus produtos. Em cada ponto de venda da rede, o crédito pessoal para compras na loja é aprovado, garantindo que ninguém volte para casa de mãos vazias.

Por conta de sua grande capacidade, com presença forte em três estados nordestinos, e da abundância de crédito, amplamente divulgado por meio de campanhas publicitárias que enfatizam a possibilidade de programar as parcelas dentro do orçamento doméstico, a rede conta com um cadastro de 1,8 milhão de clientes ativos.

Exército de vendas

Para calçar tantos pés e agradar tantos consumidores exigentes, é preciso mobilizar um verdadeiro exército. Do negócio que começou familiar, hoje já são 2.600 colaboradores nas lojas, reciclados sistematicamente e motivados por uma política de valorização dentro da empresa.

Para calçar tantos pés e agradar aos consumidores exigentes, a Casa Pio conta com 2.600 colaboradores

Responsabilidade social

No conceito de empresa cidadã, a Casa Pio reafirmou seu compromisso com o bem-estar da população ao doar, em 2008, uma sala de recuperação totalmente equipada para o centro cirúrgico da
Santa Casa, hospital de referência no atendimento à comunidade carente do Estado.

Sinônimo de qualidade no atendimento, variedade de produtos e, principalmente, acesso ao crédito. A Casa Pio faz parte do imaginário do consumidor cearense há mais de oito décadas. Basta citar o jingle “Pá, pé, pio, vamos pra Casa Pio”, que praticamente toda criança e adulto sabem de cor. E o prazo elástico de pagamento, que fez escola no varejo local e a alegria de tantos clientes: 30, 60, 90, 120 dias.

Pelo segundo ano, a Casa Pio conquista o
Prêmio Contribuintes Ceará, entre os maiores recolhedores de ICMS da Região metropolitana. Prova de que sua base de 1,9 milhão de clientes está satisfeita.

Poucas são as empresas do varejo, no
Brasil e no Ceará, que têm uma atuação tão longeva. E sempre pautada na modernização. Mais de 70% do serviço na empresa são automatizados. O objetivo é trazer maior agilidade à clientela.

Propaganda de 2003




Créditos: Diário do Nordeste, Site da loja, You Tube e pesquisas de internet

Vídeo - Fortaleza Belle Époque




Crédito: Eder

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Fontes do passado




Durante longos anos, podia ser visto, na quadra ao lado da Santa Casa de Misericórdia, conhecida por "quadra do gasômetro" o muro da quadra que, pintado de alcatrão, dava uma funesta impressão, estampada pela excentricidade da cor preta aplicada nos muros que confinavam com os trilhos de trem que conduzia lenha para abastecer as fornalhas da Light. Aquele local foi infestado por casebres de madeira que margeavam o trilho do trem, e aí se proliferou verdadeiro antro de promiscuidade até o leito da praia, que ficou conhecida por "Cinzas", ao lado do "Curral das éguas", e, do mais famigerado "Bar São Jorge", palco dos mais hediondos crimes, com manchetes nos jornais sob as mais diferentes modalidades de crueldades.

La Conga

Teve sua época áurea ao tempo da chegada dos americanos aqui em
Fortaleza. Construíram barracão de madeira para promoverem seu lazer, com "dancing" - o "La Conga", em alusão ao ritmo de dança da época, executada e exercitada pelos soldados americanos, que desencabeçavam as jovens da sociedade, ensinando-lhes a dançar o excitante ritmo, nos idos anos de 1944, deixando rebentos mesclados de louro, tez morena, olhos esverdeados - os "americanalhados" - diziam.

Quando retornaram aos Estados Unidos, após guerra, desativando aquele barracão de madeira, pintado da cor verde, onde os americanos do Norte levavam a efeito esfuziantes encontros com as jovens desta Cidade, - apelidadas estas de "Coca-Cola", pois frequentavam aquela casa de lazer dos filhos do Tio Sam; ficavam tais moças alijadas perante outras famílias, eram discriminadas pela sociedade.


A referência eram os costumes europeus: as roupas e os adornos pouco adequados ao clima local




Dos lazeres

As vesperais se realizavam no prédio onde funcionava o Bar e Restaurante Estoril, na Praia de Iracema; tomava-se Coca-cola e se degustavam sorvetes, coisa por demais elegante naquele tempo. Hoje debaixo da mungubeira, árvore que cobre sombreando aquele espaço histórico de nossa Cidade, soprado pelos ventos que vêm da nossa praia do Poço da Draga, como costumeiramente chamado, praia do gasômetro, depois Light, das Cinzas, ao lado do tumultuado Bar São Jorge, que serviu de palco das mais atrozes cenas de sangue de homicídios, suicídios, depravação humana, onde a prostituição proliferava e vadiação de menores que ali nasciam, virados para os mais sórdidos hábitos, cuja delinquência assumia papel de preponderância no lenocínio.

As crianças, fruto do abandono e da marginalização dos que se fizeram adultos antes do tempo, mal saídas do ventre para sugar o peito materno, não se demoravam por muito tempo para que se tornassem perigosos marginais. Quanta falta de amor ao ser humano!

A delinquência já predestinada saía do ventre para o peito materno, descia para as calçadas da vida, que lhe serviam de berço, guarnecida por farrapos que mal dão para aquecer o açoite do impiedoso vento frio, que penaliza mãe e filho nas noites, até parece perdurar uma eternidade aquele sofrimento imposto a quem não pediu para nascer...


O velho Baobá

A mais adulta (antiga) árvore da Praça dos Mártires - Passeio Público, trazido do Continente Africano, por Hildebrando Pompeu de Sousa Brasil, filho do Senador Pompeu (Padre), local aonde por diversas vezes o Professor Dias da Rocha se deslocava com seus alunos da Escola de Agronomia, para dar aulas prática de botânica, cuja arvore tem o nome científico (Adansônia digitata) da família das bombacáceas, com tronco gigantesco, ereto, madeira branca, mole e porosa, casca medicinal e de que extraia fibra têxtil, grandes folhas digitadas, flores brancas e às vezes com tons lilás, cápsulas grandes oblongas e pubescentes; adansônia, embandeiro, nativa de regiões tropicais da África, pode viver mais de dois mil anos e seu tronco alcançar mais de 10 (dez) metros de diâmetro; as folhas, flores, frutos e sementes são comestíveis e têm inúmeros usos medicinais. Plantada na entrada da Praça do Passeio Público, de fronte a Rua Major Facundo numa diagonal da casa da residência do Dr. João Moreira (Rua Barão do Rio Branco esquina com a mencionada Rua Dr. João Moreira. A entrada principal da Praça do Passeio Público, em boa hora foi esculpida a esfinge - herma em forma de redoma do insigne Bibliográfico e historiador e um dos maiores homens de letra do nosso Estado do Ceará - O Barão de Studart.


Rua Barão do Rio Branco (antiga Rua Formosa), cruzamento com a Rua Dr. João Moreira, onde nasceu Dom Helder Câmara. ACERVO DE MACIANO LOPES


A casa de Dom Helder

O Casarão de cinco (05) portas de frente, na Rua Dr. João Moreira entre as ruas Major Facundo (Rua da Palma) e Barão do Rio Branco (Rua Formosa), nasceram além de Dom Helder, os irmãos Mardônio Pessoa Câmara casado com Francisca Norma Dias da Rocha (tia do autor desta crônica), Nair Pessoa Câmara, Gilberto Pessoa Câmara casado com Zuleika Catunda, Maria Pessoa Câmara (religiosa), Eduardo Pessoa Câmara casado com Elisa Rocha.

Já os demais filhos nasceram na Rua 24 de Maio no quarteirão entre Senador Castro e Silva e Senador Alencar, incluindo também mais cinco (05) filhos de tenra idade que faleceram numa semana de peste bubônica, segundo se comentava em família. Existiam outras residências de famílias gradas naquela quadra da Rua Dr. João Moreira entre as ruas Floriano Peixoto e Senador Pompeu, onde se destacava desde o inicio da quadra - do Cônsul da Inglaterra - Charles Matheus, casado com D. Helena Bulhão Matheus, depois a família do Dr. Valdir Liebmann, pai dos diretores do Ideal Clube, Ricardo e Sergio Liebmann, localizada no inicio da Rua Major Facundo (antiga Rua da Palma), uma família de árabes - Bachá, e a casa com bela fachada arquitetônica pertencente à família Bulhão Ramos - Helena, Maria, Regina e Rosa, pessoas de mais fino trato - cujas fachadas impressionavam por serem confeccionadas com moldes de madeira esculpidas em argamassa, pintada com tinta cor verde-lodo, próximo ao Palace Hotel, antigamente de propriedade da família do Sr. Efren Gondim, hoje pertencente à Confederação da Indústria e Comércio do Ceará.



Um espaço singular

A Rua Dr. João Moreira, apesar de resumido número de imóveis ali edificados servia para residência de antigas famílias conhecidas, formando um grupo homogêneo pertencente de um só grupo de pessoas, embora algumas descendentes de outras nacionalidades, mas quase sempre do mesmo ramo comercial, os chamados - "galegos".

Nos primórdios

A Prefeitura mantinha apreciadas retretas para ponto de encontro das jovens senhoritas e elegantes cavalheiros que para ali se dirigiam com finalidade de botar "conversa fora", "tirar linha", "namorar", tudo na mais perfeita cordialidade, numa troca de simpatia mútua, parafraseando recitativos e versos de afamados poetas, sublimados sonetos apropriados aos momentos de conversação.

Numa troca de congraçamento ou de afinidades literárias, para melhor aproximação entre seres que se prendiam doce por encanto de um olhar à primeira vista, que transmite o magnetismo de um amor perfeito.

Dos gestos

As moçoilas e mancebos elegantemente vestidos nos trajes da "belle époque" deixavam transparecer uma felicidade que vinha com ardentes chamas que o amor transmite. Essa aparência despontava no trajar, no falar, no olhar a primeira vista, aguardando o aperto da mão para alegrar e encher de ternura os corações que pulsavam.

A moda que palmilhava a praça

Ao voltear a Praça do Passeio Público, as casadoiras ricamente vestidas nas suas saias rodadas, balão, armadas saias com arame em forma de círculo, trajes vindo da Europa; anquinhas; bustiê; cinturinhas rendadas ou bordadas para contorno da cintura; califom (sutiã) para seios volumosos e proeminentes com ligas presas às meias; espartilhos para diminuir o volume do ventre confeccionado com presilhas e aspas em aço ou galalite para dar forma ao corpo por ser muito flexível e de boa duração, mais principalmente para dar melhor contorno e elegância.

As senhorinhas usavam, ainda, chapéus, laços de fitas, pentes brancos de galalite ou tartaruga com bijuterias, imitação de brilhantes, usados para segurar e armar cocó de quem possuía vasta cabeleira (madeixas); óculos l´ornion, presos a uma longa corrente de ouro, cujas hastes do l´ornion cravejado com brilhantes, dão aspecto senhorial de quem tinha alta linhagem social, procedentes de ilustres famílias de grande poder econômico. Os sapatos eram as botas de variadas cores, feitas de pelicas de variadas cores ou tecidos vindo da Europa. O chorão, com apurados desenhos e finos tecidos franceses. Os homens vestiam casimira, tecido irlandês, inglês nas diversas cores e padronagens, lisas, riscadas, quadriculadas, mas sempre com muita discrição. Usavam chapéus de feltro, palhinhas do Chile, Panamá, França, Inglaterra, Alemanha e Suíça.

Os sapatos na sua maioria eram botas ou botinas de couro - cromo alemão, depois, sapatos de bico fino em duas cores, bico e calcanhar da mesma cor, preto, cor de telha (marrom); azul ou verniz, da marca Polar, Belmont, Clarck, Scatamaki ou verniz de cor preto com salto carrapeta, de couro de bezerro alemão, de couro de cobra e jacaré, que davam especial destaque ao calçado pela elegância que imprimia a quem usasse os tão afamados calçados. Os ternos paletó almofadinha, calça casimira preta ou caruá listado, paletó branco S-120, jaquetão e combinado preto e casimira creme; não podia faltar o chapéu panamá ou palhinha cor champagne, veludo, chapéu cubano, as cuecas eram as famosas ceroulas que servia como primeira peça do vestuário masculino, que encobria desde a cintura até o tornozelo com atadura presa a um cadarço.





Vídeo - Fortaleza de Ontem e de Hoje




Crédito- Sara Goes

Escola Preparatória de Fortaleza



1942 - 196


O Decreto nº 4.006, de 09/01/1942, criou a Escola Preparatória de Cadetes de Fortaleza, subscrito pelo Presidente Getúlio Vargas e referendado pelo então Ministro da Guerra, o General Eurico Gaspar Dutra. A instalação oficial teve lugar em 26 de março de 1942 e as aulas tiveram início a 19 de maio daquele ano. Extinguiu-se em dezembro de 1961.


Entrada Novos Alunos

Formatura Matinal

Desfile de 07 de setembro

Comandaram a Escola Preparatória o Cel Inf Mário Travassos, que lançou os fundamentos de sua indestrut1vel organização, mais tarde elevado ao generalato, tendo comandado a Academia Militar e foi Diretor do Ensino do Exército; Cel Inf Otávio da Silva Paranhos; Cel Cav Alberto Dias do Santos; Cel Inf João Batista Rangel; Cel Art Amangá Liberato de Castro Menezes; Cel Inf José Ventura Pinto; Cel Inf Vitor Hugo de Alencar Cabral; Cel Inf Mário Barros Cavalcanti; Cel Inf Raimundo Teles Pinheiro, o último a quem coube encerrar a Escola e dirigir a abertura do novo Colégio Militar de Fortaleza, do qual foi também primeiro comandante.

Aula de Geografia

Juramento a Bandeira

Desfile na EPF

A inolvidável Escola Preparatória de Fortaleza, possuidora de excelente corpo docente tendo visto concluir seu curso cerca de 1.928 alunos, a maioria destinando-se à carreira militar, foi um estabelecimento modelar cujos docentes e discentes souberam honrar as tradições da casa, pela decisiva influência exercida na sociedade cearense quiçá no Brasil.

Parada de 07 de setembro

Alunos em Cortejo Fúnebre

Visita do Governador

Ginástica Acrobática







Crédito: Site CMF
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