Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Farmácia Oswaldo Cruz




Há mais de 80 anos no coração de Fortaleza


Fundada em 29 de Maio de 1934 na Praça do Ferreira, foco central da cidade, de propriedade da da firma Hortêncio Mota & Companhia composta dos sócios: Benjamin Hortêncio de Medeiros, Murilo Hortêncio de Medeiros, Hortêncio Mota de Campelo Matos, Áureo Hortêncio de Aguiar, Artur Augusto Porto e Raimundo Paiva Mota, em prédio de propriedade de Plácido de Carvalho, construído em 1927.
Hoje pertence a Edgar Rodrigues de Paula.
 Foi a pioneira com manipulação no estado do Ceará.


Farmácia Oswaldo Cruz - Acervo Carlos Juacaba

Na Oswaldo Cruz, a memória é preservada através de sua arquitetura e exposição de objetos farmacêuticos antigos.


Farmácia Oswaldo Cruz há 22 anos. Arquivo jornal O Povo  de 12/09/1989



As estantes dos medicamentos são de 1932 e o mosaico do piso é da década de 30 - Foto Antônio Ximenes

Em 1950 a empresa proprietária ficou em dificuldades financeiras e transferiu o controle da farmácia para outro boticário, Edgar de Paula. O novo proprietário nunca modificou nem a estrutura externa nem a interna da farmácia.




O setor de manipulação da farmácia foi reestruturado para atender as novas normas técnicas da legislação vigente, adequando-se aos padrões de qualidade exigidos. Possuem equipamentos de última geração, por isso conseguem produzir sua fórmula em até 1 hora.
Mas não é só com manipulação que a Farmácia trabalha, também possuem todo tipo de medicamentos industrializados, inclusive os Genéricos.


Farmácia Oswaldo Cruz, em 1952. Foto Arquivo Nirez



"O simples olhar em direção a fachada do prédio levou-me a uma viagem para 1934, ano em que oficialmente, foi inaugurada a Farmácia Osvaldo Cruz, ao lado da Praça do Ferreira. Chamou minha atenção a riqueza de detalhes arquitetônicos que pouco se vê nas construções de hoje em dia; e, é claro, uma certa sensação de angústia, por ver aquela Construção tão apertada, quase engavetada entre outros imóveis, testemunhando o progresso ao seu redor, com o barulho do comércio, a sujeira das ruas, a pressa das pessoas sempre indo a algum lugar sem mirar com atenção, o caminho que percorrem. Tudo isso é tão diferente do passado elegante do qual foi testemunha este Prédio tão importante para a história de nossa Cidade.
Os balcões ainda são os mesmos, de madeira, emoldurando um corredor central, com um piso tão bonito quanto a memória de quem já pisou por ali.
Os atendentes todos de branco, com suas becas, atendendo com uma atenção, uma educação, diria até, uma sapiência, que traria inveja aos médicos da atualidade. Todos os balconistas oferecem um serviço quase de aconselhamento religioso, influenciados, acredito, pelo clima sagrado que a antiguidade do recinto passa a todos que lá entram.
O referido Prédio* foi construído por Antônio Rodrigues Ferreira (Boticário Ferreira), onde instalou sua “Botica”, na Rua da Palma, que hoje é a Major Facundo, e logo ficou conhecida como “Botica do Ferreira”, tão popular se tornou que, em 1871, deu nome a nossa “Praça do Ferreira”. Em 1932, a Botica foi vendida para Hortêncio Mota de Matos, e em 1944 foi repassado para Edgar Rodrigues de Paula, 3º aluno da 1ª Turma do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará. Estando em pleno funcionamento até a data de hoje..."  Antônio Ximenes


Foto de Lana Bleicher


* Houve um engano por parte do Antº Ximenes, pois o prédio onde funcionou a botica do Ferreira ficava ao lado da Oswaldo Cruz, prédio onde também funcionou a Farmácia Galeno e onde hoje temos uma Padaria Romana.

Na onda da modernidade, você pode inclusive fazer seu pedido Online AQUI


Endereço da Oswaldo Cruz:
Rua Major Facundo, 576 - Centro 
Fortaleza - Ceará / (85) 3201.4754 
contato@farmaciaoswaldocruz.com.br



Créditos: Site da Farmácia, Cronologia Ilustrada de Fortaleza de 
Miguel Ângelo de Azevedo e Blog Janelas Falantes

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

PROCURA-SE Modoaldo Nogueira Albuquerque



Ano passado, conheci  Rita Algery, durante uma postagem sobre as inúmeras mudanças ocorridas nas ruas de Fortaleza.
Ela procura com afinco pelo tio, que sumiu no Paraná.

Modoaldo Nogueira Albuquerque, o professor Modoaldo, nasceu no dia 27 de Novembro de 1905. Morava na rua Senador Pompeu, 1285 (o prédio ainda pertence a família, mas lá não reside ninguém). Fundou em Fortaleza a Escola Nogueira, situada na Rua do Rosário ou Rua Assunção (Ela não sabe ao certo).


Em 1928, Modoaldo foi Para o Paraná na companhia de dois amigos cearenses, que depois de um tempo, retornaram para o Ceará, mas Modoaldo preferiu permanecer por lá.


A Rua do Rosário - Foto Google Earth

No Paraná, Modoaldo contribuiu muito com a cultura do estado, fundando Colégio na Lapa-Paraná, Ponta Grossa e Porto União. Fundou inclusive o Observatório Astronomico de Ponta Grossa.
Através de livros e publicações editadas no Paraná, é sabido que ele fundou um jornal na Lapa que parece ter sido retirado por policiais, mas não se sabe ao certo se foi isso mesmo que aconteceu, somente que depois desse ocorrido, não se teve mais nenhuma notícia dele, o ano era 1953.

Foto da época (Modoaldo com os dois cearenses que foram com ele e retornaram)

Sobre os amigos que partiram com Modoaldo para o Paraná, não se sabe nada, nem os nomes. Eles deviam morar também na Rua Senador Pompeu ou pelas proximidades. 

"Quanto aos  amigos  não sei  os  nomes  nem  a  familia,  creio  que  eles  moravam  perto. Lembro-me  quando   jovem  minha  avó  falava  que  eles eram  de  família  importante  aqui  de  Fortaleza. Eles  retornaram  a  Fortaleza  de  Curitiba,  mas  meu  tio Modoaldo  ficou  por  lá.  Aqui  ele  fundou  um  Colégio (diziam  que  era  pequeno)  perto  da  Praça da Polícia  Central"
Rita Algery

Foto envelhecida 30 anos da foto da época


Modoaldo estaria hoje com 105 anos. Rita esteve em Curitiba, encontrou três colegas de Modoaldo, mas devido ao avanço da idade, não tinham muitas lembranças, infelizmente!


Fotos da viagem de Rita:


Senhor Weiss e seu filho - O senhor Weiss, conheceu o professor Modoaldo, mas a devido a idade, ele não tem muitas lembranças daquela época.

Esse prédio que hoje abriga o Colégio Estadual São José, já foi o Liceu Lapiano, segundo um ex aluno (já falecido) de Modoaldo.

Esse muro, que por sinal é bastante  alto, foi construido a  muito  tempo. Aqui  havia  um  Colégio  de  Modoaldo e  também  um  Jornal que  se  chamava   Jornal  Lapiano que fazia oposição  ao  Governo.

 Nessa bela casa, funcionava o Açougue  do  pai do  Sr. Weiss  que  fica   defronte  ao  muro da  Rua  Barão do  Rio Branco. Hoje  funciona  uma   farmácia, a Farmalapa. Ainda  original.   

Nesse prédio, funcionava uma pensão, aqui morava  Modoaldo. A pensão ficava em frente ao  muro velho  aonde  funcionava  seu  colégio e  gráfica. Localiza-se na rua  Barão do  Rio  Branco, 1508. Hoje  funciona um Sindicato  da  Lapa.


"Todas  estas   5  fotos  são  em  Lapa- Paraná.  Todas  estas  informações foram  dadas  por  amigos  deles que  escreveram  para mim. Já  falecidos,  mas  guardo  os  jornais que  eles  me  enviaram." 
                                                      Rita Algery


Para terminar, a foto da Igrejinha da Lapa, que Modoaldo costumava frequentar:



Se você tem alguma notícia do que ocorreu com o professor Modoaldo Nogueira, ou sobre os amigos que partiram com ele, por favor nos escreva.


Se preferir, pode mandar um e-mail para fortalezanobre@r7.com

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Parajana chegou ao fim da linha...


Foto arquivo da Jangadeiro

O Parajana chegou ao fim! Isso mesmo, no último dia 11 de Janeiro, as duas linhas (1 e 2) foram extintas!
Como esse ônibus marcou a vida de muitos cearenses, a data não poderia passar em branco.
Para isso, o motorista  Tobias Cortez e o cobrador  Vanderlúcio Souza, tiveram a idéia de criar um blog, muito interessante por sinal, sobre os muitos "causos" ocorridos no coletivo.

Para quem usa o Twitter, pode trocar mensagens com o (@parajana) rsrs

Recebi um e-mail muito engraçado, que por sinal foi o fio condutor para essa postagem. Ri muito e resolvi compartilhar com vcs, divirtam-se:

UMA LINHA QUE FICARÁ NA MEMÓRIA!

1) “A maioria do meus anticorpos consegui no Paranjana.” 

2) “Foi uma coisa de outro mundo. 1ª vez que eu levitei!!!” 

3) “Os 300 de Esparta foram até Termophilas em um só Paranjana.” 

4) “Quando conseguia assento no Paranjana não sentava. Me ajoelhava para agradecer a graça alcançada!!!” 

5) “Paranjana foi praticamente a 1ª rede social de Fortaleza... Todo mundo se conhecia ali...” 

6) “Maiores mentiras da humanidade: “Nem Deus afunda o Titanic”, “o 3º reich durará mil anos”, “eu peguei um Paranjana vazio.”” 

7) “Cliquei em #paranjanafacts e apareceu ‘Twitter is over capacity’. Coincidência?” 

8) “Ao ver o número 041 se aproximando, o passageiro já vai se alongando...” 

9) “Uma vez eu peguei o Paranjana tão lotado que o motorista ia em pé e o trocador vinha atrás de mototáxi.” 

10) “Estar sentado na última cadeira e o motorista acelerar na subidinha da ponte do rio Cocó, só pra te fazer voar.” 

11) “Paranjana 1 e 2,os únicos conversíveis que andei. Andava só com os pés e as mãos dentro do ônibus, pendurado na porta...” 

12) “Capitão Nascimento perdeu a moral no Paranjana. Seu famoso “Pede pra sair” não surtiu efeito algum. 

13) “Definição da palavra Ilusão: “Pegar o Paranjana no terminal da Lagoa pra descer na Parangaba”.” 

14) “Depois do slogan da Ortobom, só vale pro Paranjana: 1/3 da sua vida você passa sobre ele.” 

15) “Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço: até Newton foi derrubado pelo Paranjana.” 

16) “Velocidade Máxima só não foi filmado no Paranjana porque se não o filme teria umas 8 horas de duração.” 

17) “Depois que conheci o Paranjana, nunca mais comi sardinha em lata. São como irmãs pra mim.” 

18) “Capitão Nascimento falou na parada do ônibus: “Não vai subir ninguém, hein!” De nada adiantou, todos correram para entrar no Paranjana.” 


 “Pode fechar motorista!” 




Crédito: Gracilene Teixeira (Obrigada pelo e-mail! )

Instituto do Ceará



Foto arquivo Assis Lima


Na rua Barão do Rio Branco, 1594, quase esquina com Avenida Duque de Caxias, ao lado da Praça do Carmo, existe um tesouro. É a instituição cultural mais antiga do Estado. A beleza do pequeno prédio de dois andares não o deixa passar despercebido. O Instituto do Ceará, foi destinado ao cultivo da História, da Geografia, das Letras e Ciências em geral, no Ceará. 

Foto de 17 de janeiro de 1951, quando no Instituto funcionou o Ginásio Municipal. Vemos da esq. para direita: O professor Geraldo Hugo Lira, o diretor Jacinto Botelho, professor Lauro de Oliveira Lima, professor Ferdinando Tamburini, o vereador Leôncio Botelho e o professor João César de Vasconcelos. Arquivo Nirez 

Seu atual prédio já foi a residência de Ananias Arruda, da Prefeitura de Fortalezaginásio municipal e pertenceu à Universidade Federal do Ceará. A estrutura sofreu reformas, tendo hoje uma parte original e outra mais recente. 
O local possui salas e auditórios com nomes de expoentes da cultura cearense. A sala dedicada a Capistrano de Abreu, considerado um dos cinco maiores historiadores do País, guarda seu objetos pessoais. O Auditório Pompeu Sobrinho, o mais amplo, possui capacidade para 170 pessoas e o auditório Barão de Studart impressiona, tanto pela quantidade de telas da galeria dos sócios fundadores e efetivos, quanto pela beleza de seu estilo rústico. Nos corredores, os móveis da época, mesas, cadeiras, escrivaninhas e objetos. Um espelho veneziano secular chama a atenção e uma sala se destaca com suas mil obras raras, doadas por Eurico Facó

Foto Diário do Nordeste

Dono de um dos maiores acervos em livros - 50 mil volumes - o Instituto do Ceará (IC) - Histórico - Geográfico - Antropológico - é referência para pesquisadores, estudantes e amantes da cultura, tendo o seu renome, dentro e fora do País, consolidado na preciosa coleção de estudo que é a sua Revista, publicada desde o primeiro ano até hoje sem nenhuma interrupção.

Foto Ana Carolina

Além de sua biblioteca, hemeroteca, mapoteca e arquivo, os quadros, móveis e pertences pessoais de vultos do passado deixam uma contribuição inegável ao Estado.

Raimundo Girão discursando no Instituto do Ceará

A tradição e a modernidade travam uma batalha constante no cotidiano de Fortaleza. Enquanto casarões antigos, palacetes e prédios que outrora foram o cenário de grandes revoluções culturais desaparecem - vítimas da ação do tempo e do esquecimento – ou dão lugar a novas edificações aos moldes da atualidade, algumas instituições resistem às intempéries da contemporaneidade e atravessam séculos, sem perder um bem precioso: a história.

Foto Deyvison Teixeira

Instituto do Ceará é exemplo de que é possível preservar a memória local fora dos museus, tendo o passado como alicerce, mas o presente como guia. Nesse lugar, não é preciso máquina para viajar no tempo. Basta adentrar aos largos corredores, subir as imponentes escadarias, sentar na mobília lustrada ou olhar pelos vitrais importados.

Foto Ana Carolina

Tudo é original, da época em que o prédio foi erguido. No Instituto do Ceará, portas, janelas e até mesmo o piso datam de mais de 80 anos atrás, quando o palacete Jeremias Arruda, que abriga o Instituto há mais de 40 anos, foi construído. “O Instituto do Ceará já passou por várias sedes, mas desde 1966 está aqui”, explica a coordenadora administrativa da instituição, Marines Alves.

 O Instituto do Ceará é um exemplo de adaptação aos novos tempos. O uso das novas tecnologias para compor um ambiente interativo no Memorial Barão de Studart é uma demonstração de atualização - Foto Ana Carolina

Fundado em 1887, o Instituto do Ceará foi a primeira instituição cultural do Estado. Ao longo destes 123 anos de atividades, como conta a coordenadora administrativa do local, ele passou por várias dificuldades, mas nunca chegou ao ponto de fechar as portas. “É uma instituição privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública que oferece uma biblioteca com mais de 35 mil volumes históricos, geográficos e antropológicos”, informa.

A memória é o grande patrimônio do Instituto, mas isso não quer dizer que ele tenha parado no ontem. As traças da paralisia do tempo não sobreviveram à faxina do progresso. Em uma demonstração de adaptação ao presente, a instituição inaugurou em novembro de 2007, o Memorial Barão de Studart, o museu de exposição permanente mais interativo em toda a cidade.


Lá, a história de Fortaleza e do próprio Instituto do Ceará é contada com o auxílio da tecnologia. A visitação ganha um tom lúdico, sem perder a finalidade instrutiva, com sensores de movimento, recursos audiovisuais e iluminação planejada. "O objetivo do memorial é divulgar o acervo do Instituto. É para que o visitante conheça a exposição e se sinta estimulado a aproveitar a pesquisa no acervo", destaca a coordenadora administrativa.
Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) – fundado em 4 de março de 1887, em Fortaleza, onde tem sede e foro, é uma sociedade civil, de caráter científico e cultural, sem fins lucrativos, de duração por tempo indeterminado e reconhecida de utilidade pública pela Lei Municipal nº 5.784, de 13 de dezembro de 1983, pela Lei Estadual nº 100, de 15 de maio de 1935, e pelo Decreto Federal nº 94.264, de 22 de maio de 1987.
Motivados pelo desejo de tornar conhecidas à história e a geografia da província, doze vultos da sociedade cearense empreenderam árdua tarefa a fim de fazer do Instituto referência nacional para a propagação de pesquisas que legitimasse a formação de sua história.
Paulino Nogueira Borges da FonsecaGuilherme Studart (posteriormente Barão de Studart), Antônio Augusto de VasconcelosJoakim de Oliveira CatundaJulio Cezar da Fonseca Filho, João Augusto da FrotaAntônio Bezerra de MenezesVirgilio Augusto de MoraisVirgílio BrígidoJosé SombraJuvenal Galeno da Costa e Silva e João Batista Perdigão de Oliveira foram os fundadores da agremiação.

Arquivo do blog Literatura Real

“Eram pois esses vultos que passariam a ser os primeiros e esforçados obreiros do progresso das letras cearenses, destinados como estavam , por esse meio, a tirar da ignorância, que até então perdurava, a história, natal. Eram eles que, fincando o marco inicial da existência desse utilíssimo grêmio, viriam, em futuro não remoto, contribuir, nesse particular, para o engrandecimento do berço nativo. Investigando o passado, rememorando as suas tradições, arrancando dos arquivos do solo ou das pedras carcomidas dos monumentos. Por intermédio desse Instituto dar-se-ia testemunho público do quanto valia o Ceará”.

Quadro Social
É composto de 40 (quarenta) sócios efetivos, na maioria professores universitários, além de sócios beneméritos, correspondentes e honorários. As eleições para o Conselho Superior, Diretoria e Comissões Permanentes ocorrem a cada dois anos, cabendo aos sócios efetivos o preenchimento dos cargos.

A Hemeroteca

A Hemeroteca do I.C. possui um acervo catalogado de 251 jornais, arquivados em volumes por ano. Vários volumes dos séculos XIX e XX (principalmente do primeiro quartel). Entre eles - A RepúblicaO Ceará, O CearenseO UnitárioO PovoO EstadoO Nordeste e outros tantos.

A hemeroteca possui ainda algumas raridades - como o único jornal cearense manuscrito que se tem notícia - O ORVALHO, e outras preciosidades.


Créditos: Diário do Nordeste, http://www.macamp.com.br e o site do Instituto

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Praça e Igreja do Carmo




Área: 5.900,00 m2
Endereço: Av. Duque de Caxias, Rua Major Facundo, Barão do Rio Branco e Clarindo de Queiroz.

Antes se chamou Praça do Livramento cuja primitiva capela foi iniciada em 1850, em 1922 foi denominada Nossa Senhora do Carmo.

Estátua de Nossa Senhora da Paz erigida por iniciativa de Adolfo G. de Siqueira e Milton de Sousa Carvalho. Inaugura -se em 1921 e foi esculpida em mármore em Paris. 

Foto de 1906 - A então Praça do Livramento

O vai-e-vem de estudantes, seguranças, vendedores ambulantes, homens, mulheres e crianças que transitam na Praça do Carmo, lhe dá um aspecto de grande alvoroço, o que contrasta totalmente com o tranquilo interior da Igreja do Carmo, onde fiéis tranqüilamente fazem suas orações.

A Praça do Carmo era outro areial na Fortaleza antiga e havia uma lagoa no quarteirão em frente, onde hoje funcionam o Banco do Brasil e um estacionamento. A lagoa era alimentada por um córrego que vinha da Praça do Ferreira, mas isto são outros tempos.

Hoje a praça é muito freqüentada. Em seu entorno, prédios históricos, como o do Instituto do Ceará e o da Associação dos Merceeiros. Ainda há algum casario antigo do lado dos fundos da igreja, mas as fachadas estão descaracterizadas.


Foto de 1945

Além da igreja a praça abriga sete bancas de revistas, barracas de churros e cachorro quente.

A Praça do Carmo se situa na Avenida Duque de Caxias entre as ruas Major Facundo, Clarindo de Queiroz e Barão do Rio Branco. A igreja que denomina a praça comemorou o centenário de sua bênção oficial no dia 25 de março de 2006.

Originalmente ali era a capelinha de Nossa Senhora do Livramento, cuja imagem da época se encontra hoje sobre a pia batismal.

Depois de criadas as três primeiras paróquias de Fortaleza, a de Nossa Senhora do Carmo foi a quarta a ser instituída.

A tradutora de línguas neo-latinas, Maria de Lourdes Bezerra, 83 anos, conta a história da igreja onde se batizou: "a imagem que está sobre o altar veio de Portugal ainda no século XIX, não havia dinheiro para resgatá-la da alfândega e ela foi arrematada em leilão pelo comerciante José Rossas. O homem viria a sofrer gravemente de paratifo e após a cura, atribuída à santa, decidiu juntamente com a esposa Sara, doar a imagem à paróquia".



Postal  de 1928

Nas colunas da igreja há placas de agradecimento de milagres à santa que datam desde 1902.

A obra no teto da igreja, do artista Ramos Cotoco, quase se perdeu, mas foi restaurada por uma equipe de italianos, podendo hoje ser apreciada pelo público que comparece diariamente à Igreja do Carmo. 

Ônibus estacionados na Praça do Carmo - Final da década de 60 - Crédito da foto: Museu Dantu

A capelinha original que estava no lugar da atual Igreja do Carmo não deixou registro iconográfico. O pequeno templo foi eregido pela então Irmandade dos Pardos que pela devoção a consagraram a Nossa Senhora do Livramento. O tempo passou e a primeira Igreja do Carmo foi construída. Ela não tinha o formato de cruz que mostra hoje. A igreja foi construída no formato retangular e em 1922 o primeiro arcepisbo de Fortaleza, Dom Manuel da Silva Gomes, elevou o templo a sede de adoração perpétua, o que aconteceu por várias décadas, até que a tradição foi deixada de lado.

Agora com a intervenção do padre João Jorge Corrêa Filho, oblata dos beneditinos, a igreja voltou a ser sede de adoração perpétua. 



Vista da Igreja do Carmo em 1910. Ao fundo, pode-se ver os limites habitados a oeste da cidade e, à esquerda, a Avenida Duque de Caxias sem pavimentação. (postal colorido à mão)

A Igreja do Carmo em seu caráter arquitetônico traz detalhes que só vão ser encontrados ali.

No primeiro vão da igreja, existe a demarcação de sua estrutura secular com varandas internas que devido ao desgaste imposto pelo tempo já não tem acesso permitido.



Ali há um púlpito que foi obra da Fundição Cearense e que data do início do século XX. O trabalho sacro-artístico desenvolvido para o púlpito é primoroso. Todas as faces do balcão do púlpito tem a imagem do Sagrado Coração de Maria e os detalhes artísticos vão desde o teto à escadaria da peça. O púlpito era usado quando nos idos do passado os padres não dispunham de serviço de áudio na igreja. A entoação da missa acontecia e para a realização dos sermões o padre era seguido do altar por coroinhas providos de grandes velas ou luminárias até chegar ao púlpito, onde ele subia a pequena escada, impunha-se na plataforma e discursava para os fiéis. Terminado o sermão a pequena procissão de coroinhas acompanhava o sacerdote de volta ao altar principal para a finalização das missas.

Hoje algumas imagens estão faltando nos nichos. Dona Maria de Lourdes explica que as charolas estão vazias porque os santos estão sendo restaurados.

Sem dúvida a mais bela peça da Praça do Carmo é a estátua de Nossa Senhora da Paz (abaixo) que se encontra em frente ao templo em seu átrio. A imagem originalmente foi colada na Avenida Duque de Caxias quando era uma rua estreita. Por ocasião do alargamento da avenida ela foi colocada onde está hoje. A peça é uma obra de arte em mármore branco com detalhes preciosos e seria maravilhoso que fosse restaurada. As estátuas tiveram os dedos quebrados.





A palava ´PAX´, paz em latim, no pedestal da estátua, assim como a sua base, tiveram pedaços arrancados. A estátua também necessita de limpeza.


 

Sobre os prédios históricos do entorno, a Associação dos Merceeiros, que data de 1926, ainda funciona com consultórios e atendimento aos associados. Tem detalhes preciosos como guarda-corpos em serralheria e as rodas dentadas aladas, símbolo de Mercúrio em suas cornijas. O Instituto Ceará, edifício rico arquitetonicamente e precioso pelo acervo que mantém.

A Igreja do Carmo




A Igreja do Carmo nasceu de uma singela capela no mesmo sitio onde hoje se ergue a Matriz, lugar que era considerado distante do Centro, povoado de choças de palha.
O Arquiteto português
Antônio Francisco da Rosa, recebeu a incumbência de traçar uma planta e de executar os referidos trabalhos que consistiam aumento do frontispício da capela (já então por essa época em construção)e do corpo da nave. Em 1870, três anos após o mestre Rosa era autorizado a recuperar oitões da capela que se encontrava arruinada por não ter sido coberta.
No ano seguinte, a obra foi realizada, com a restauração dos oitões. Em 1879, o arquiteto
Adolfo Herbster, como refere João Brigido foi contratado, e uma nova planta, semelhante a atual igreja foi confeccionada. Os trabalhos tomaram impulso graças ao governo provincial, e aos fieis que contribuirão com esmolas e materiais. Com a seca dos três sete 77, 78 e 79 a Igreja ficou com as três naves e o consistório, toda coberta, ainda sem torre, deu-se então a transferência da capela para os cuidados da associação de Nossa Senhora do Carmo.
Transcorrido quatorze anos da transferência, no dia 25 de março de 1906, procedia-se a benção da nova Igreja, com a sagração de um sino e celebração da missa, pelo
Monsenhor Bruno Figueiredo.
Em fins do século passado, quando Fortaleza só tinha duas freguesias e bem poucas Igrejas, uma Irmandade foi organizada, no âmbito da
matriz do Patrocínio, com o intuito de construir um templo a ser dedicado a Nossa senhora do Livramento, no largo que, após o início da obra, passou a ser conhecido por esse nome. Não se sabe quando foram lançados os alicerces, mas em 1870, o mestre Rosa foi solicitado a dirigir os trabalhos, ainda em 1874 a obra estava sem coberta, e, em 1879 recorreu-se a Adolfo Herbster, para que fizesse uma nova e definitiva planta
Chegava o século XX e a igreja, com a parte principal coberta, mas sem torre e acabamento, não se concluía, finalmente, em 25 de março de 1906, a igreja foi benta e entregue ao culto. Em 1915 foi criada a paróquia do Carmo, a cidade era ainda pequena e de população esparsa, de modo que os limites da nova paróquia eram muito extensos: do
centro da cidade ao Alto da Balança, daí até o bairro das Damas, depois ao Alagadiço, voltando à Praça Paulo Pessoa e à Rua Pedro I ( Hoje: As Ruas Assunção, Pedro I, General Sampaio e Joaquim Magalhães)
Em 24 de Janeiro de 1921 foi inaugurado o monumento à Nossa Senhora da Paz, colocado inicialmente mais distante da fachada, debaixo dos degraus de acesso ao patamar, mais que mudou de lugar em 1966, para permitir um alargamento da Avenida Duque de Caxias. No seu pedestal existe uma placa com as datas de aquisição e ereção.
Pôr esse tempo, o Centro da Cidade ainda ficava distante da Igreja, poucas famílias moravam nas proximidades, somente em 1929, a praça foi ajardinada e freqüentada. Conta-se que a imagem da Padroeira veio de
Portugal e, por falta de pagamento do imposto aduaneiro ficou retida na Alfândega, foi leiloada e comprada pelo Sr. José Rosas que não concordou em cedê-la, por dinheiro algum, mais a entregou gratuitamente quando adoeceu.
As imagens de São Pedro e São Paulo, foram doadas pelo Sr.
Pedro Filomeno e Anastácio Braga em 1944, e entre 1948 e 1962 foram feitas várias reformas, como renovação do telhado por telha de amianto, a adquisição de dois sinos, um de 115 e outro de 75 quilos, fabricados em São Paulo, também se construiu três apartamentos para os padres em cima da Sacristia o que dispensou o uso da casa paroquial que ficava no ângulo sudoeste do encontro das Ruas Barão do Rio Branco e Clarindo de Queiroz.
A Igreja com planta em cruz Latina, conserva embora em desuso as tribunas e o púlpito metálico, assim como as varandas das tribunas.
Há uma única torre, no centro da fachada do estilo Barroco, cada porta (3) esta coroada por um óculo, a torre inicia quadrada e torna-se octógona no campanário.
Os corredores laterais de 3m de largura a nave principal tem 7m. a largura total externa deve chegar aos 15m. e o comprimento é de 40m. aproximadamente da entrada a porta dos fundos.
O portal - base da torre de 4m. deixa espaço para o batistério presidido por uma imagem de Nossa Senhora do Livramento talvez a original da primeira capela, e a direita, para a escada de acesso ao coro e ao campanário. O forro sob as tribunas, assim como o da nave principal, é de madeira em lambris, sobre o altar - mor uma tela, representando a nossa senhora do Carmo sendo solicitada pelas almas do Purgatório, tem também outra tela com as figuras da Padroeira, com o Menino. As pinturas da capela - Mor são do artista
Raimundo Ramos Filho de 1904, restaurada em 2000.



Créditos: Diário do Nordeste e Ofipro

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