Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Antiga Assembléia Provincial - Atual Museu do Ceará

Palácio Senador Alencar construído entre os anos de 1856 e 1871, abrigou: Academia Cearense de Letras, o Legislativo da Província, a Faculdade de Direito e a Biblioteca Pública. Hoje abriga o Museu do Ceará.

No início do século XIX, no quadrilátero entre as Rua São Paulo, General Bezerril, Floriano Peixoto e Travessa Morada Nova, no terreno onde hoje se levanta o Palácio Senador Alencar, havia uma igreja, demolida 34 anos antes da construção do prédio. 
Em 1835 o Presidente da Província, Joaquim Vilela de Castro Tavares, apresentou à Assembléia Provincial do Ceará um relatório chamando a atenção para a necessidade de uma casa condigna aos legisladores da Província, visto que a existente mais parecia um edifício destinado às sessões de alguma municipalidade de aldeia. Esse foi o pitoresco começo da historia do edifício com 663 metros quadrados de área que hoje abriga o Museu do Ceará.

No ano 1856, o presidente do Conselho da Intendência Municipal, Vicente Pires da Mota, mandou levantar a planta do edifício e encarregou o presidente da Câmara Municipal, Antônio Rodrigues Ferreira (o Boticário Ferreira), a adquirir as casas denominadas “quartos da Agostinha”, movimentado ponto de venda de alguns gêneros alimentícios, para instalação da futura sede da Assembleia Provincial. Em 25 de outubro daquele ano, as obras de construção do Palácio tiveram início. O empreiteiro da obra foi Joaquim da Fonseca Soares e Silva. Entre os anos de 1857 e 1863, a obra esteve paralisada. Posteriormente, o projeto e a execução da obra foram incumbidos ao engenheiro Adolpho Herbster (responsável pela primeira planta detalhada e precisa de Fortaleza), o qual elaborou a planta a partir dos alicerces já prontos da primeira fase da construção.

Arquivo Assis Lima

O prédio foi entregue oficialmente em 03 de março de 1871 para instalação da Assembleia Legislativa, sendo inaugurado em 04 de julho daquele ano, com a presença de políticos ilustres, como o deputado Gonçalo Baptista Vieira, o Barão de Aquiraz, e o presidente da Província do Ceará. O local foi denominado Palacete Senador Alencar, uma justa homenagem a José Martiniano Pereira de Alencar, famoso político do Império, pai do romancista José de Alencar.


Na ditadura Getúlio Vargas (1937-1945), o prédio recebeu outro uso, pois as casas legislativas foram fechadas; a parte de cima ficou com o Tribunal de Contas e a de baixo com a Faculdade de Direito. No dia 21 de março de 1973, o Palácio foi oficialmente tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. O Ofício foi assinado por Renato Soeiro, diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Em 1977, quando foi construído o atual prédio da Assembleia Legislativa na Avenida Desembargador Moreira (Palácio Deputado Adauto Bezerra), o Palácio Senador Alencar ficou desocupado por algum tempo, até que, em 30 de setembro daquele ano, a Lei nº 10.121 cede, em comodato, pelo prazo de 20 anos, o Palácio para a Academia Cearense de Letras ACL.

O prédio ocupado na época pela faculdade de direito

O imóvel ainda mantém suas características arquitetônicas originais. Seu estilo neoclássico é expresso principalmente através das colunas, janelas e frontão triangular. É sem dúvida, um dos belos exemplares da arquitetura produzida no Ceará. Mais do que isso, constitui um marco oficial do estilo neoclássico brasileiro, com um elegante pórtico em Lioz portuguesa, fachada principal com 10 janelas no andar térreo e 13 no superior, interior constituído de grandes salões e uma sala de sessões que ocupa o edifício em toda a sua extensão.


Arquivo Assis Lima

A tipologia e natureza dos adornos são semelhantes no primeiro e no segundo pavimento. A diferença no que diz respeito às esquadrias é a presença de gradil trabalhado fechando as esquadrias superiores, como peitoris de sobrados; já no pavimento térreo as aberturas são fechadas somente com esquadrias mistas de madeira e vidro. O acesso principal é bem marcado pela presença de colunatas dóricas que suportam o avarandado do pavimento superior, avarandado encerrado por balaustrada e a presença de frontão triangular onde se vê o Brasão da República. O revestimento das paredes possui frisos horizontais negativos que convergem para os arcos das aberturas de forma radial; a marcação vertical das fachadas fica por conta de pilares ligeiramente sacados, já a horizontal limita bem os dois pavimentos e é constituída por uma cornija ao centro e outra ao topo na platibanda.


Foto de 1952. Acervo Assis Lima

No prédio também já funcionou a Biblioteca Pública, o Instituto do Ceará, o Liceu do Ceará e o Tribunal Regional Eleitoral, até que em 1990, na gestão do governador Tasso Jereissati, foi restaurado e passou a ser sede do atual Museu do Ceará. Por ocasião da reforma, ganhou nova infraestrutura, que vai desde a nova disposição do projeto museográfico à climatização em 27 e 28 graus, iluminação especial e recuperação e mostra inédita de peças como a restauração da pelagem e do empalhamento do Bode Ioiô. Foi construída uma reserva técnica, um auditório para palestras e cursos com capacidade para 30 pessoas e criado o espaço para exposição temporária.

A instituição museológica passou por outras denominações: em 1933, quando foi fundada, tinha o nome de Museu Histórico do Estado e funcionava junto ao Arquivo Público do Estado; em 1951, acrescido de coleções de antropologia e etnografia indígena, tornou-se o Museu Histórico e Antropológico do Ceará; em 1990, já incorporado à Secretaria de Cultura, passou a denominar-se Museu do Ceará.


Foi reinaugurado em 25 de março de 1998, na comemoração dos 114 anos da abolição da escravatura no Ceará. O majestoso edifício, então adaptado para o funcionamento do Museu, abriga exposições de longa e curta duração. Em 2001, foi criada a Sala Paulo Freire, que sedia palestras, cursos e seminários. No ano seguinte, foi aberto o Memorial Frei Tito, uma homenagem ao religioso que viveu durante o regime militar instaurado no país em 1964. O Museu do Ceará possui, ainda, Reserva Técnica, Sala do Núcleo Educativo, sala da administração e biblioteca. Tem ainda em sua coleção um acervo Plumário que também foi tombado pelo IPHAN. O Museu do Ceará conta com importantes coleções que contam a história do Ceará: Paleontologia, Arqueologia/Antropologia Indígena e Mobiliário. Ao visitar o Museu, nos deparamos com exposições temáticas permanentes, com temas de interesse da história do Ceará, tais como os poderes constituídos, as lutas e revoltas populares, a religiosidade, a produção intelectual e a irreverência do cearense.

O bode Ioiô empalhado

Logo no hall de entrada o visitante percebe uma jangada exposta de tipo “bote” (a menor entre os tipos existentes, feita com rolo de madeira leve como a piúba e Timbaúba) e pode observar uma maquete com o projeto da Fortaleza antiga. No pavimento superior, objetos que não possuem referências ocupam uma das alas e, em 10 outras, distribuídas por temas, cerca de 5.830 peças como fardas usadas por membros da Guarda Nacional (função militarizada criada durante a Regência, subordinada ao Ministério da Justiça), o chapéu que pertenceu ao Padre Cícero, uma tanga em cerâmica marajoara para uso feminino, com data anterior a 1350 e o livro de prata usado na sessão de abolição da escravatura no Ceará, em 25 de março de 1884 compõe as salas de exposição de longa duração. Todas essas peças valiosas contam a trajetória do Ceará.

Década de 60. Acervo Carlos Augusto Rocha Cruz

Dentre as alas destacam-se "Terra da Luz, Sertão e Mar", "Que História é Essa?", "Escravidão e Abolição", "Ceará Moleque", "Símbolos e Emblemas do Poder", "Letras e Artes", "Indígenas Cearenses", "Religiosidade Popular", entre outras.


A maioria das peças do Museu, embora muito antigas, foram adquiridas por ocasião da sua criação, em 1933, até a década de 1980 e oferecem uma oportunidade única de se conhecer a natureza do cearense. Através delas pode-se mergulhar nas lutas, crenças e cultura de um povo que soube provar, ao longo de sua História, que a vontade de vencer nasce dentro da alma e que, apesar dos pesares, importante é manter o humor.


Na ala "Terra da Luz, Sertão e Mar", estão expostas roupas de vaqueiros, com seus acessórios de couro. Na ala imobiliária, fotografias antigas da Praça General Tibúrcio, após remodelada em 1914; e a Praça do Ferreira nos anos 30. Na ala paleontológica, destaca-se a exposição de peixes fossilizados, pré-históricos, existentes há cerca de 10 milhões de anos, encontrados na Chapada do Araripe. Na ala da arqueologia indígena as peças de brincos, apitos, colar, e o remo dos índios do Xingu, dão toque ao local.

Hoje - Ângulo parecido com o da foto da década de 60.

Atualmente o Museu do Ceará, situado na Rua São Paulo, 51 entre a Praça dos Leões e a Rua Floriano Peixoto, é considerado um Monumento Histórico Nacional e resguarda, em pleno Centro de Fortaleza, um espaço para a preservação dos usos e costumes da população.

Arquivo Evaldo Lima

2015 - Igor de Melo - Somos Vós 

2015 - Igor de Melo - Somos Vós 

2015 - Igor de Melo - Somos Vós 

2015 - Igor de Melo - Somos Vós 


2015 - Igor de Melo - Somos Vós
  
Minha postagem sobre o Museu na Coluna do Vós


A visitação do Museu é de terça à sábado, de 9hs às 17 horas. Entrada Grátis.
O Museu fica localizado na Rua São Paulo, 51 - Centro
Fone: (85) 3101.2610 / Fax: (85) 3101.2611
E-mail: musce@secult.ce.gov.br

Fonte: http://www.avdragaodomar.com.br e diversas pesquisas na internet 

domingo, 1 de maio de 2011

O fim da simplicidade... no nome das praças e ruas



Aurora, Alegria, Flores. Nomes simples, com os quais os fortalezenses se localizavam na cidade, no século XIX, deixaram de existir para dar lugar a nomes próprios.


Antiga Rua Formosa, hoje Barão do Rio Branco, no início do século XX - Acervo Museu do Ceará

Datas comemorativas, heróis militares, figuras nobiliárquicas, empresários e políticos. Com o passar dos anos, os bucólicos nomes de ruas e praças de Fortaleza foram sendo mudados para enaltecer elites políticas e econômicas. Mas essa atitude recorrente não foi suficiente para arrancar do povo cearense o gosto por nomes com os quais as pessoas se identificam no dia-a-dia, sobressaindo o popular sobre o oficial. Com isso, a Praça Castro Carreira foi batizada pelo povo como Praça da Estação; a Praça Clóvis Beviláqua ficou popularmente conhecida por Praça da Bandeira, além de vários outros casos mais recentes.


A capital cearense deve seu nome à fortificação construída por holandeses no século XVII (Forte Schoonenborch). Mas foram os portugueses que, em 1654 a batizaram com o nome de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Foi ao redor dela que se estabeleceu o primeiro aglomerado urbano, com planta atribuída ao capitão-mor Manuel Francês, de 1726, ano da instauração da vila da Fortaleza.

Na exposição e no livro “Fortaleza: imagens da cidade”, o historiador Antonio Luiz Macêdo e Silva Filho constrói uma reflexão sobre a atuação dos poderes públicos na afirmação da ordem urbana e na perpetuação de heróis e valores dos grupos dominantes em contraposição à cultura popular. Isso fica visível na nomenclatura dos logradouros da cidade, que, num primeiro momento, era ligada ao seu cotidiano popular.



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No século XXI, cenário bucólico dá lugar à agitação urbana
Foto de Gustavo Pellizzon

Até meados do século XIX prevaleceu a designação dos logradouros pela tradição ou função das edificações que lhes caracterizavam. Dessa forma, a Travessa da Municipalidade passou a ser a Rua Guilherme Rocha. De igual modo, a Rua do Quartel (hoje General Bezerril) partia das imediações do Forte, contíguo ao Quartel da Guarda Nacional; da Misericórdia (atual Dr. João Moreira) fazia referência à Santa Casa; São Bernardo (hoje Pedro Pereira) pela igreja homônima; e do Cajueiro (atual Pedro Borges).

Havia também as travessas da Assembléia (hoje São Paulo), do Gasômetro (Senador Jaguaribe) e do Chafariz (José Avelino). A Rua das Flores (Castro e Silva) assim era chamada possivelmente em virtude de cortejos entre a Matriz da Sé e o Cemitério São Casemiro (posteriormente denominado São João Batista).

Também havia nomenclaturas com referências comercias, como a Estrada do Gado (Rua Justiniano de Serpa); e vias que ligavam distritos longínquos, como a Estrada do Arronches e o Calçamento de Messejana (respectivamente avenidas João Pessoa e Visconde do Rio Branco).

Antonio Luiz destaca que a nomenclatura popular é tão forte que hoje ainda é possível verificar nomes empregados pela própria população competindo e lançando no desuso as denominações oficiais, como ocorre com a Praça Castro Carreira, batizada pelo povo como Praça da Estação; a Praça Clóvis Beviláqua, popularmente chamada de Praça da Bandeira; a Praça da Polícia (oficialmente dos Voluntários); e a Praça dos Correios (por lei, Waldemar Falcão).

Outra situação de destaque é a da Praça General Tibúrcio, inicialmente denominada Largo ou Pátio do Palácio, quando ficava em frente ao Palácio do Governo Provincial. Em homenagem ao herói da Guerra do Paraguai, muda de nome em 1887, quando recebe sua estátua e seus restos mortais. Durante uma remodelação, realizada entre 1913 e 1914, recebe três grandes estátuas em forma de leões, ficando conhecida, desde então, como Praça dos Leões.

A nomenclatura oficial dos logradouros, conforme Antonio Luiz, sempre esteve à mercê de contingências políticas e culturais, reforçando a história oficial, lançando mão de símbolos “supostamente harmônicos”, como datas comemorativas, políticos, heróis militares ou figuras nobiliárquicas.


Saiba mais 
    


sexta-feira, 29 de abril de 2011

Praça General Tibúrcio - Dados históricos


Foto da Praça General Tibúrcio antes da reforma de 1912 promovida por Ildefonso Albano, onde vários imóveis foram desapropriados e demolidos. Arquivo Nirez

05 de fevereiro de 1872 - Instala-se em Fortaleza, no Largo do Palácio (atual Praça General Tibúrcio), o Circo Olímpico, de propriedade de Augusto R. Duarte.
No anúncio vem: "Roga-se às famílias trazerem as cadeiras".




02 de fevereiro de 1887 - Resolução da Câmara dá à Praça do Palácio o nome de Praça General Tibúrcio, onde seria depois erigida a estátua daquele militar.
Infelizmente hoje é chamada de "Praça dos Leões".


Foto de 1952 - Arquivo Assis de Lima

 Arquivo Nirez

08 de abril de 1888 - Inaugurada a primeira estátua erigida em Fortaleza, a do general Antônio Tibúrcio Ferreira de Souza (General Tibúrcio), que ainda hoje está no centro da praça que tem o seu nome e que o povo apelidou de Praça dos Leões.

O general cearense havia falecido no ano anterior, no dia 28 de março.

A segunda estátua foi a do General Sampaio (1900), na Praça Castro Carreira, e a terceira a de Pedro II (1913) na Praça da Sé.
Em 1847 grandes chuvas causaram escavações no largo do Palácio e o presidente Inácio Corrêa de Vasconcelos mandou fazer uma enorme muralha, para sustentar o aterro, dotando a Capital de um local aprazível, de passeio público, pois foram levantados pilares e gradarias de ferro e foram feitas escadarias para descida à Rua de Baixo.

Nascia assim, a futura Praça General Tibúrcio, que foi Largo do Palácio, Pátio do Palácio, Praça do Palácio, conhecida hoje como Praça dos Leões, que tem o privilégio de abrigar a primeira estátua erigida em Fortaleza, assentada em pedestal de granito do Estado, de 2,50m; é de bronze fundido e tem dois metros de altura.


Arquivo Assis de Lima

A estátua foi fundida nas oficinas de Thiebaut Fréres, e o pedestal de mármore foi esculpido, em Fortaleza, pelo artista Frederico Skinner, e foi inaugurada quando a praça já era General Tibúrcio, há um ano.
Em 1891, por iniciativa do vereador José Albano, a praça teve um alinhamento iniciado.

Em 16 de fevereiro de 1892, uma revolta do Colégio Militar iniciou um bombardeio contra o Palácio da Luz, ocupando a praça, e um tiro acertou a estátua, que caiu de pé.

Arquivo Nirez

Foi deposto o presidente do Estado, José Clarindo de Queirós.

A estátua voltou ao seu lugar, sobre um pedestal mais elegante, em 24/05/1893.


Em 1912, quando da deposição do comendador Antônio Pinto Nogueira Acioli e consequente deposição do intendente coronel Guilherme César da Rocha (Guilherme Rocha), assumiu o filho de José Albano, Ildefonso Albano, que logo cuidou de prosseguir o trabalho de seu pai, desapropriando várias casas em redor da praça e formando o atual quadrilátero, obra iniciada em 1913 e terminada em 1914.



Arquivo Assis de Lima

16 de fevereiro de 1892 - Cadetes da Escola Militar do Ceará, revoltam-se contra o governador do Estado, José Clarindo de Queirós, obtendo adesão das forças federais, e o depõem na manhã do dia seguinte.

Os tiros de canhões derrubam a estátua do general Tibúrcio na Praça do Palácio, mas ela cai de pé.
O motivo foi que Clarindo de Queirós era aliado de Deodoro da Fonseca e o golpe dado por Floriano Peixoto determinou a deposição de todos os governadores que apoiavam Deodoro.
Assume o governo o coronel José Freire Bezerril Fontenele (General Bezerril), que passou o governo para o vice-major Benjamin Liberato Barroso (Benjamin Barroso) no dia 18 de fevereiro de 1892.
O Palácio da Luz foi residência do Capitão-mor Antônio de Castro Viana.
Lá funcionou a Câmara Municipal.
Foi depois (11/01/1809) vendido ao Estado e passou a abrigar o Governo.
Em 1892 foi gravemente danificado quando da deposição do presidente Clarindo de Queirós pela Escola Militar.
Em fevereiro de 1960, na gestão do governador Parsifal Barroso, metade dele foi vendido, sendo aberta uma rua dividindo-o.
Já abrigou a Biblioteca Pública, a Casa de Cultura Raimundo Cela (1975) e hoje abriga a Academia Cearense de Letras.

Acervo Carlos Juaçaba
 
1914 - O alargamento das ruas e o alinhamento das calçadas é obra realizada na administração do Intendente Ildefonso Albano, que também reforma totalmente a Praça General Tibúrcio, refazendo todas as fachadas das casas da Rua General Bezerril, que foram recuadas.




Fonte: Portal do Ceará (Gildácio Sá)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

MIS - Museu da Imagem e do Som


Na época da foto, era a casa do senador Augusto Cabral. Arquivo Nirez
Detentor de expressivo acervo da memória audiovisual do Estado, o Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE), criado e implementado pela Secretaria da Cultura (Secult), desenvolve uma diversidade de atividades museológicas: ensino, pesquisa, antropologia cultural, cultura popular e expressões audiovisuais. Além do acervo disponibilizado ao usuário, o MIS possui biblioteca especializada (em fase de reorganização), sala de projeção multimídia e espaços expositivos.


Foto da fachada do então Museu Histórico do Ceará, localizado na Avenida Barão de Studart, 410, em frente ao Palácio da Abolição. Ano de 1974



O museu fica numa casinha charmosa com jardins e flores e na entrada, dois leões de porcelana do início do século XX que vieram da cidade de Porto, Portugal. No início dos anos 80 quando o Museu deixou de ser do Departamento de Patrimônio de Bibliografia e passou a ser do Departamento de Audiovisuais, seu acervo foi ampliado e além de fotos, cromos, fitas com áudios gravados e documentos, recebeu uma enorme coleção de filmes da TV Educativa. Além de uma viagem, um banho de cultura popular.


Foto de  Arusha Kelly Oliveira 


No dia 14 de janeiro de 2009 o jornalista e historiador Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez), assumiu a direção do Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-Ce).

Após sete meses sob a gestão interina de Danilo Costa, o MIS/CE inicia 2009 sob nova direção. Com diversos trabalhos de pesquisa publicados na área da imagem e do som, atuando por mais de 40 anos como jornalista e historiador, Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, assume a direção da casa. Nirez já desenvolve trabalhos em torno da conservação e difusão da memória audiovisual do Estado, através de seu acervo pessoal que reúne mais de 22 mil peças, vindo a somar esforços junto ao Governo do Estado para tal. "Com a posse na direção do MIS, terei oportunidade de fazer oficialmente tudo aquilo que venho fazendo particularmente. Para mim é uma grande honra e uma grande satisfação", comenta. Além dele, toma posse o novo diretor técnico da casa, o museólogo Michel Platini Fernandes da Silva.


Foto de  Arusha Kelly Oliveira

Jornalista, historiador e desenhista, Nirez publicou trabalhos relacionados ao aodiovisual cearense, entre eles, "A Imagem e o Som Pela Máquina" - trabalho publicado na "Revista de Comunicação Social" do Departamento de Comunicação Social da UFC; "Enciclopédia da Música Brasileira, erudita-folclórica-popular", co-autoria, Art Editora, São Paulo, SP; "O Balanceio de Lauro Maia" livro biográfico publicado 1991; "Fortaleza de Ontem e de Hoje" - pesquisa ilustrada com 200 fotografias e publicada pela Fundação de Cultura e Turismo de Fortaleza. Também é detentor de um acervo de mais de 100 mil peças, entre elas 22 mil discos de cera e 30 mil fotografias onde 15 mil aproximadamente são de Fortaleza Antiga.


Nirez e Célio Cury no MIS
Célio Cury é admirador de rádio. Na adolescência começou a frequentar auditórios de emissoras de rádio e a colecionar fotografias de cantores, locutores, etc. Hoje, é possuidor de um extenso acervo referente ao rádio e a televisão no Ceará. Todo trabalho feito sobre o rádio, a televisão e pessoas a eles ligados, obrigatoriamente Célio é consultado.

O Museu da Imagem e do Som do Ceará, vinculado à Secretaria da Cultura, é responsável, desde sua fundação, pela preservação, difusão e pesquisa da memória audiovisual do Estado. Inaugurado em 1980 e instalado no subsolo do prédio da Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel. Após alguns anos, deixa o antigo Departamento de Patrimônio de Bibliografia, passando a pertencer ao Departamento deAudiovisual.

O Museu foi  re-estruturado no dia 7 de agosto de 1996 em sua atual sede, situada na Avenida Barão de Studart, 410, um dos pontos mais tradicionais de Fortaleza. A casa que hoje abriga o MIS-CE foi projetada pelo arquiteto José Barros Maia (Mainha) para ser residência do Senador Fausto Augusto Borges Cabral, sendo inaugurada em novembro de 1951 que, por determinação do Governador Virgílio Távora, em 1963, passou a ser residência oficial e sede do Governo do Estado, função que ocupou até 1971. Desapropriada pelo Governo Estadual, foi feita sede do Museu Antropológico do Ceará, que ali funcionou até 1990.


Foto de  Arusha Kelly Oliveira

Além da arquitetura sóbria e harmoniosa, com jardins e flores, a casa conta com a proteção de dois leões de porcelana. Datadas do início do século XX, estas peças são a marca registrada deste prédio histórico que hoje abriga o MIS-CE.

Atualmente o acervo do MIS-CE é estimado em 150 mil peças entre discos de música brasileira e internacional (de 78, 45 e 33 e ½ rotações), CD’s, fitas de áudio, de rolo, cassete e micro-cassete, um acervo de imagem (fotografias cópia papel e digital) com imagens de Fortaleza Antiga, de outros municípios cearenses, de personalidades, festas e folguedos populares, artistas populares (cordelistas, artesãos, escultores, etc) cromos e negativos, filmes de diretores cearenses e registros de danças e festas da cultura popular tradicional (em diversos formatos como vídeos betacam, betamax,VHS e super VHS, DVD, H-8, películas de 16mm e 35mm, etc.), depoimentos de personalidades da história do Ceará, cordéis, partituras e muitos outros objetos que contam a história registrados em suportes audiovisuais.


Foto de  Arusha Kelly Oliveira

Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira

Além do acervo disponibilizado ao usuário, o MIS possui biblioteca especializada (em fase de reorganização), sala de projeção multimídia e espaços expositivos.

O MIS-CE tem as atividades do Núcleo Educativo, setor responsável pela mediação das visitas e pelas atividades de formação, como cursos e oficinas.


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira

Fatos Históricos sobre o prédio do MIS

  • 1963 - O Palácio da Luz, no início da Rua do Rosário, deixa de ser a residência do governador e sede do Governo, sendo transferido para a Avenida Barão de Studart nº 410/598, casa projetada pelo arquiteto prático José Barros Maia (Mainha), para residência do senador Fausto Augusto Borges Cabral (Fausto Cabral), em 1951. Em 1971 foi desapropriada e passou a abrigar o Museu Histórico e Antropológico do CearáHoje é ocupado pelo Museu da Imagem e do Som - MIS.


  • 10/junho/1969 - Criado o Museu da Imagem e do Som de Fortaleza, da Municipalidade, quando era Secretário de Educação e Cultura do Município, Epitácio Quesado Cruz (Epitácio Cruz). Ficou só no papel.




  • 07/agosto/1996 - Reinicia suas atividades o Museu da Imagem e do Som - MIS, da Secretaria de Cultura e Desporto do Ceará - Secult


  • 09/agosto/1997 - Reinaugurado o Museu da Imagem e do Som - MIS


  • 29/outubro/2001 - O pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo participa de mais um Encontro de Pesquisadores da Música Popular Brasileira, promovido pelo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e sob os auspícios da Associação Brasileira de Pesquisadores da Música Popular, realizado no Rio de Janeiro no auditório da UERJ no período 29/10 - 02/11/2001.


Fonte - Secult,  http://misceara.blogspot.com

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