Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



sexta-feira, 11 de maio de 2012

Cidade da Criança - Escola Alba Frota


A Escola Alba Frota foi a primeira iniciativa de educação infantil do Estado do Ceará. Criada em 1938 sob o nome Cidade da Criança, localizava-se no antigo Parque da 
Independência, no centro da cidade de Fortaleza, e tinha como objetivo oferecer educação às crianças de 3 a 6 anos.
Em 1996, mudou-se para a Praça da Câmara dos Lojistas (Parque Pajeú).

Prédio da escolinha

Este estabelecimento está subordinado administrativamente à Secretaria Municipal de Educação e Assistência Social (SEDAS), órgão da Prefeitura Municipal de Fortaleza, e à Secretaria Regional II, instância administrativa da Prefeitura. Oferece apenas educação infantil, funcionando em dois turnos: manhã e tarde.


Desfile da escolinha Alba Frota, no Parque das Crianças. Na foto, o jornalista PC Norões e a prima Elaine -Arquivo do Blog do Laprovitera


Os alunos são oriundos de diferentes bairros da cidade, mesmo distantes da escola. Segundo relatos de mãe e da diretora, os pais preferem trazer os filhos para uma instituição que consideram de qualidade porque as crianças aprendem a ler rapidamente. A escola aceita, inclusive, crianças com Necessidades Educacionais Especiais.


Escolinha Alba Frota, no Parque das Crianças em 1938 - Assis Lima



Arquivo Nirez

Com relação à parte administrativa, a escola segue uma legislação interna e a orientação da 
Secretaria Regional II e da SEDAS. Tem autonomia para desenvolver ações de arrecadação de recursos financeiros, podendo empregá-los de acordo com a real necessidade do momento. Do ponto de vista jurídico, quando a escola tem alguma dúvida quanto à tomada de decisão, consulta a Assessoria Jurídica da própria Regional. 
A escola goza de maior autonomia no campo pedagógico, porque é a única que oferece educação infantil, no bairro onde se localiza. Pela sua especificidade, ela tem autonomia de adaptar o conteúdo sugerido pela Secretaria Regional ou pela SEDAS, inclusive podendo acrescentar outros conteúdos. Os professores, portanto, possuem  autonomia para desenvolver o processo ensino aprendizagem. 


Quadrinha das crianças no Parque da Liberdade - Blanchard Girão


A maior parte dos não-docentes da Escola Alba Frota está constituída por mulheres.
Elas ocupam os cargos de maior hierarquia na escola: direção, supervisão e orientação, secretaria  e biblioteca. Os homens apresentam formação de nível médio e ocupam cargos de serviços gerais e outros.

Fazendo parte da história da educação cearense, a Escola Alba Frota destaca-se como uma escola pública de educação infantil que, reconhecidamente, oferece um ensino de qualidade.


A militante do PSOL Noélia Brito (à dir.) ao lado de sua irmã Norminha nos áureos tempos da Escolinha Alba Frota - Como a fardinha era bonita!


"Foi nessa tradicional escola da Prefeitura de Fortaleza que eu aprendi a ler e a escrever. Foi lá que cursei o que, na minha época chamavam de Jardim I, Jardim II e Alfabetização, quando fui apresentada à "Cartilha da Talita" e depois eu me formei "Doutora do ABC", com direito a diplominha e tudo...
...Que lugar maravilhoso existiu ali um dia nos meus tempos de criança, quando, durante o recreio podíamos, inclusive, passear em meio a plantas, obras de arte e num zoológico e isso tudo numa escola municipal..."  
Noélia Brito (Militante do PSOL )





Alunos da Escolinha Alba Frota em 1961/62 - Acervo Sônia Lúcia Machado


No dia 28 de janeiro de 1938, foi criada, dentro do Parque da Independência, a Cidade da Criança, escola de ensino pré-primário sob direção da professora Zilda Martins Rodrigues.
Instalou-se no dia 26 de maio.



Cidade da Criança em 1968. Acervo William Beuttenmuller
Hoje tem o nome de Escola Infantil Alba Frota e está no Parque Pajeú. 

O povo confunde as denominações, misturando o parque e a escola, chamando-o, erradamente de "Parque das Crianças". 


O fundador da escolinha Cidade da Criança, foi o Dr. Raimundo Alencar Araripe, que foi Prefeito de Fortaleza no período de 1936 a 1945.
Preocupado com a problemática educacional, o Dr. Raimundo Alencar Araripe criou o Serviço de Educação Infantil, baseado no Decreto/Lei nº 367, de 28/01/1938, com a seguinte organização didática:

Ensino pré-primário, jardim de infância de 3 a 6 anos, turno da manhã.
Parque de recreio para criança de 7 a 14 anos, no turno da tarde, com atividades variadas.




 

Raimundo de Alencar Araripe, Getúlio Vargas e a professora Zilda Martins Rodrigues no Parque da Independência, onde funcionava a Cidade da Criança.

Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Nirez


Getúlio Vargas entre o interventor Menezes Pimentel e a professora Alba Frota. A esquerda, de paletó branco, está o prefeito Raimundo de Alencar Araripe. Ano 1940
Em 10 de outubro de 1967, de acordo com o Decreto/Lei nº 2962, surge uma nova denominação: Escola Alba Frota, por sugestão da escritora cearense Raquel de Queiroz.

Sala de aula da então Cidade da Criança (CC). Acervo pessoal de Shirley Cruz

Aluninho Nonato Pontes da
escolinha Alba Frota em foto de 1953.
Ao fundo vemos o Teatro José de Alencar.
Acervo Ana Lídia
A EMEIF Alba Frota atualmente realiza atendimento às crianças na faixa etária de 3 a 6 anos de idade, busca cumprir duas funções indispensáveis: o cuidar e o educar, complementando a ação da família e da comunidade. Lembramos que cuidar aqui não se relaciona somente em cuidados com a higiene física, mas também ao importante papel na disseminação de informações que levem família e sociedade a melhor compreender e atender à criança pequena.
Sendo assim, a EMEIF Alba Frota considera a infância como um período de suma importância para o desenvolvimento infantil sendo prioridade para este período, a interação da criança com crianças da mesma idade, de idades diferentes, com adultos, com outras crianças e o meio em geral.




Acervo pessoal Jackson Marley

Fachada da Escola no Parque Pajeú - Fique de Olho


A professora Alba Frota

Alba de Mesquita Frota nasceu em 17 de setembro de 1906, no Sítio Maraponga, em Parangaba, filha de Otávio Menescal da Frota e Maria de Mesquita Frota.

Estudou, desde o curso primário, no Colégio Imaculada Conceição, de onde saiu professora em 27 de novembro de 1925, fazendo parte da primeira turma de diplomadas, depois da equiparação daquele educandário à Escola Normal pedro II, do Rio de Janeiro.

Foi professora da Cidade da Criança e mais tarde nomeada diretora em substituição à D. Zilda Martins Rodrigues.


Blog da Escola


Dedicou-se, então, exclusivamente e com maior amor àquela escola que hoje tem seu nome.

Alba Frota foi professora, jornalista, cronista, poetisa, secretária executiva da UFC, Membro da Casa Juvenal Galeno, e figura de relevo da intelectualidade cearense. 


Biblioteca da Escolinha Alba Frota (recém inaugurada) - Fique de Olho



Arquivo Blog Fique de Olho


Em 18 de julho de 1967, morre em desastre aeronáutico, em Fortaleza, juntamente com o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que na véspera tinha vindo ao nosso Estado pela primeira vez depois que havia deixado a Presidência da República. O ex-presidente, que fora de trólei a Quixadá, retornava de avião, quando ocorre o choque deste com um avião da FAB antes de sua aterrissagem nesta capital.
Perecem também os companheiros de viagem, o irmão do marechal Castelo Branco, Cândido, o major Manuel Nepomuceno de Assis e o piloto Celso Tinoco, que sobrevive por algumas horas após o acidente.
Escapa o filho do piloto Emílio Celso, que é hospitalizado.


Quinze dias após o acidente, a escritora Raquel de Queiroz escreveu uma crônica, expressando toda sua dor pela perda da grande amiga:


Raquel e Alba
Acervo Rachel de Queiroz/IMS
ALBINHA 

Nesta grande desgraça, para o Brasil e para os seus amigos, que foi a morte do presidente Castelo Branco, sofri uma dor a mais, uma dor bem funda: entre os passageiros do fatal avião estava Alba Frota, a amiga de infância, de mocidade e já agora de velhice, a companheira de colégio desde o primeiro ao último normal, a colaboradora, a presença querida e fiel: só uma palavra pode dizer o que Alba foi para mim: a irmã.

Alma mais gentil jamais Deus pôs neste mundo. Tinha o instinto da amizade, o dom precioso da lealdade e da fidelidade. Nunca faltou a um amigo, aliás, creio que nunca faltou a ninguém - amigo, conhecido ou até inimigo. Inimigo não dela, mas de algum de nós, que ela cultivava escondido da gente, até que o transformava em amigo também.

Ah, Albinha, que posso dizer a você, nesta hora? Mas sei que lhe devo este testemunho, o que faço ainda chorando. Mas você estranharia a falta de palavras escritas de jornal, comemorando a partida. Quantas vezes não me advertiu - "Você está devendo uma crônica a fulano que morreu" - até me telegrafava, exigindo. Sem ser ela própria uma escritora, tinha por toda expressão literária uma devoção quase religiosa. Eu lhe dizia brincando que papel impresso era para ela como palha benta - e era verdade. Mormente papel impresso com texto de um dos seus inúmeros amigos escritores. E sem ser uma criadora, como disse, fez mais pelas letras e pelas artes de que muita gente de nome celebrado. O apoio que dava aos artistas pobres, obscuros, na fase difícil do assalto à fama. Quanto pintor que hoje tem nome, não lhe deve os primeiros estímulos, as palavras de confiança, a apresentação a um patrono, a venda de um quadro em hora de aperto. Quanto escritor ou poeta, em crise de desânimo, não voltou mais otimista à sua tarefa, depois de uma boa conversa, de um cafezinho, de uma discussão com a "Albinha".

A velha casa da Aldeota, que os amigos chamavam brincando a "Mansão da donzela", era um refúgio para muita alma perdida, para muito coração atormentado. Era um pequeno museu - paredes, armários, vitrinas e prateleiras transbordando de quadros, esculturas, santos, peças folclóricas, objetos antigos, bricabraque, que acumulara ao longo da vida - presentes de artistas amigos, lembranças de viagem. Que era outra paixão dela, viajar. Hoje não sei se terei coragem de entrar mais naquela casa, ver tudo aquilo tão marcado por ela - e o papelório, o meu papelório todo, de que ela se fizera depositária, e colecionava e defendia com feroz cuidado!

Quando chegou aqui em casa, no grupo de amigos, foi uma alegria, uma surpresa. De longe, antes de descer do carro, já gritava coisas atrapalhadas, enquanto a gente corria para a abraçar. Passou a última noite de vida - inaugurando um quarto novo onde não dormira ninguém. Eu vim acomodá-la, dei-lhe cigarro e cinzeiro, ajeitei a luz, exigi que pusesse um cobertor, ameaçando-a com o frio da madrugada.

Acordei ouvindo a sua voz na sala - madrugadora e alvoroçada, como era sempre quando tinha que viajar. Enquanto lhe servia o café ainda insisti em que não fosse de avião, seguisse para Fortaleza no trole motor, que voltava vazio. Ela riu, disse que não, que no avião chegaria mais depressa.

Chegou mais depressa, sim, Albinha. Chegou mais depressa no céu, em que você acreditava com fé humilde. Afinal, lá mesmo é que é o seu lugar.


Fonte: Correio do Ceará


Arquivo Blog Fique de Olho



Crédito: Blog da Escola, Fique de Olho, Levantamento do custo-aluno-ano em escolas de educação básica que oferecem condições para oferta de um ensino de qualidade - UECE, Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Nirez, Revista do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) - 1986 e 2010

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Parque Pajeú - Praça da CDL



Em 09 de novembro de 1977, o prefeito Evandro Ayres de Moura sanciona lei autorizando a construção da Avenida Parque Pajeú, que teve concorrência pública em 12/12 na Empresa Municipal de Urbanização de Fortaleza - Emurf.
Era para iniciar na Avenida Dom Manuel, atravessar a Rua Pinto Madeira e ir até a Rua do Pocinho


A primeira etapa foi inaugurada no dia 16 de outu
bro de 1981. O trecho compreendido entre a Avenida Dom Manuel, a Rua Pinto Madeira e a Vila Romero, na Avenida Visconde do Rio Branco, nada tinha a ver com a avenida antes projetada e anunciada, que atravessaria o Centro da Cidade.


Parque Pajeú em 1981 - Foto Gentil Barreira

 

O Parque Pajeú foi criado em 1982 como fruto da urbanização das margens do Riacho Pajeú. A partir de 1997 a Prefeitura de Fortaleza, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e os artistas plásticos cearenses, transformaram o parque em uma grande área de exposição permanente de esculturas. Decreto Nº 5565/80 de 24/04/1980 – Declaração de Utilidade Pública para desapropriação.

A extensão proposta no começo, ia muito além do que ali está configurado estendendo-se até a foz do Pajeú na Praia de Iracema.


 
Arquivo do Blog Inventário Ambiental de Fortaleza

Em 1997, a Prefeitura de Fortaleza juntamente com vários artistas plásticos, criaram um novo espaço cultural abrigando diversas esculturas buscando uma maior valorização da história cearense.

O Parque das Esculturas, como também é conhecido, conta com uma área de aproximadamente, 15.335 metros quadrados.


 
Arquivo do Blog Inventário Ambiental de Fortaleza

O Riacho Pajeú corre integralmente em Fortaleza.

"Pajeú" é um termo de origem tupi, significando "rio do curandeiro", através da junção de paîé ("curandeiro") e 'y' ("água, rio"). O riacho já foi chamado de Rio Marajaik, na época da ocupação holandesa, no século XVII. Posteriormente, chamou-se Rio Ipojuca, Rio da Telha e, finalmente, obteve sua denominação atual.


Foto de Herlanio Evangelista

Foto de Herlanio Evangelista

O Pajeú nasce próximo às ruas Silva Paulet, José Vilar, Bárbara de Alencar e Dona Alexandrina e percorre quase 5 000 metros até chegar ao mar, na Praia Formosa (Praia de Iracema). Sua foz fica no "Poço da Draga", onde atualmente existe o estaleiro Indústria Naval do Ceará. Existem ainda algumas áreas abertas do riacho, mas a maior parte está canalizada em galerias subterrâneas. O Riacho Pajeú encontra-se exposto em área urbanizadas atrás do Mercado Central de Fortaleza, no bosque da Prefeitura de Fortaleza e no Parque Pajeú. Existem outras áreas abertas do riacho, mas que não são áreas públicas.

A canalização do riacho foi efetuada em 1918, pela antiga "Diretoria de Obras Públicas". No bosque do Paço Municipal, o riacho é monitorado e limpo.




Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Nirez, Wikipédia e Inventário Ambiental de Fortaleza


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Parque Adahil Barreto - O Cocó Velho


Conhecido como antigo Parque do Cocó, cobre uma área de 44 hectares onde predominam manguezais e o verde de árvores típicas da flora cearense. 

O Parque Adhail Barreto* foi a primeira área a propiciar o uso da área do rio Cocó. É administrada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, com Núcleo de Conscientização ambiental, playground, promoção de eventos culturais e artísticos, assim como educação ambiental, pista de Cooper, trenzinho e trilha ecológica.

Vista do Parque Adahil Barreto em 1982 - Revista Manchete

Instituído em 1980, o Parque Adahil Barreto, ou “Cocó Velho”, representou uma conquista importante para o lazer, para o turismo e, principalmente, para o relacionamento com a ecologia. Com uma área de 137.103,19 m2 (dados da Semam), firmou-se logo como uma valiosa área de apoio às atividades de educação ambiental nas escolas da cidade.


Entrada do Parque

Como alternativa de lazer o Adahil Barreto é incomparável. O ar puro, o verde, o rio Cocó, o canto dos pássaros e a beleza do lugar garantem momentos de alegria, paz e muitas surpresas agradáveis.

Foto de Manilov

O parque localiza-se no bairro Dionísio Torres, na rua Major Virgílio Borba com rua Vicente Leite.
Sua infra-estrutura conta com o núcleo de conscientização ambiental (Programa Parque Vivo), playground, pista de cooper, área para ginástica, locais para piqueniques e até passeios próximos ao rio Cocó.

Ótimo para caminhar - Foto de Manilov

Muito verde - Foto de Manilov

O parque Adahil Barreto fica dentro da enorme área de preservação do manguezal do rio Cocó. Nesta mesma área, em outra extremidade, ainda há o Parque ecológico do cocó, com suas trilhas e anfiteatro.

O Parque é um amplo espaço verde para atividades de lazer. O local é perfeito para caminhadas, corridas e qualquer outra atividade praticada ao ar livre. Este espaço foi e ainda é muito utilizado principalmente por escolas como uma excelente área onde é excelente cenário para uma aula de 'campo' sobre temas ecológicos. O local é extremamente aconselhado para aqueles que buscam o refúgio do caos moderno. A brisa que movimenta as árvores e o canto dos pássaros completam o clima do local.


Mais fotos do Manilov

Muita área verde




Para quem gosta de trilha...


Adminstração do Parque - (85)3272-4779 

 
Adahil Barreto Cavalcante nasceu em Iguatu, 13 de julho de 1914, filho de Júlio Cavalcante e Júlia Barreto CavalcanteEstudou no Colégio São Luiz, Liceu e Faculdade de Direito do Ceará, recebendo diploma  Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (1938). Advogado. Ingressou na Policia e foi Delegado de Investigações e Capturas. Deputado Estadual e Federal por Iguatu. Vice-Presidente da Frente Parlamentar Nacionalista, relator da CPI incumbida de examinar a conveniência de aquisição pelo Brasil do acervo de companhias de energia elétrica com contratos vencidos ou prestes a vencer. Autor do projeto que deu o nome de Pinto Martins ao aeroporto de Fortaleza
Cassado pela revolução de 1964, voltou à política e candidatou-se novamente à Câmara Federal, mas faleceu em 11 de novembro de 1982, quatro dias antes da eleição. Nome de praça em Fortaleza.

Fontes: Wikipédia, Oktiva.net e 1001 Cearenses Notáveis - F. Silva Nobre

domingo, 6 de maio de 2012

Mucuripe - Fatos históricos do bairro



Foto bastante rara do Mucuripe. Detalhe para a igrejinha dos pescadores - Foto do Álbum Fortaleza 1931
  • 26 de janeiro de 1500 - De acordo com o pensamento do historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, o Cabo de Santa Maria de la Consolación, onde esteve a frota do navegador Vicente Yañez Pinzón, seria a ponta do Mucuripe. A tese é aceita e contestada por muitos historiadores. Um mês depois de Pinzón, Diogo Lepe avistava o Rostro Hermoso (ponta do Mucuripe) e em seguida tomava o rumo de Pinzón. Vicente Yañez Pinzón era um navegador espanhol, que à procura de conquistas, riquezas e especiarias, aventurou-se pelos mares, em procura das Índias, por caminhos mais curtos, em direção ao por do sol e em fevereiro de 1500 aportou nas areias do nordeste do nosso continente, onde cavou o chão do futuro Brasil e ergueu aos ventos ocidentais a cruz que assinalava sua passagem. Hoje existe em Fortaleza um bairro com o nome de Vicente Pinzon.

Mucuripe em 1920 ou menos -  Nirez
Agosto de 1501 - Expedição comandada por André Gonçalves e Gonçalo Coelho chegou à enseada do Mucuripe, tendo entre seus tripulantes Américo Vespúcio.

                Registro raro do Mucuripe em 1935Acervo MIS

  • Junho de 1603 - A primeira vez que nosso solo teve contato realmente com a civilização foi quando Pero Coelho de Sousa aqui esteve, não com intuito civilizador, mas à procura de riquezas para cobrir perdas que teve na Paraíba, juntamente com seu cunhado, Frutuoso Barbosa. Em sua andança, esteve no Mucuripe, onde encontrou uma tribo indígena, e seguiu rumo a Ibiapaba, mas vendo fracassado o seu intuito, voltou, fundando na barra do rio Ceará  ou Itarema, um fortim ao qual batizou de São Tiago, chamando a região de Nova Lusitânia, que teria como capital Nova LisboaEra uma tosca paliçada de paus de quina e algumas casinhas de taipa. Mas logo Pero Coelho seguiu para Recife, deixando aqui Simão Nunes Correia, com 45 soldados.
O Mucuripe em 1939
  • 03 de abril de 1649 Desembarca no Mucuripe a segunda ocupação holandesa, comandada por Matias Beck, mas impedido pela arrebentação do mar, logo decidiu estabelecer-se à margem esquerda do riacho Marajaitiba (Pajeú), sobre o morro Marajaik, onde construiu com traçado do engenheiro Ricardo Caar, um forte, batizando-o de Schoonenborch em homenagem ao governador holandês em Pernambuco, a quem era subordinado, Walter van Schoonenborch. A limpeza do terreno iniciou-se no dia nove e no dia 18 foi feita a planta.
  • 1799 - Construído no Mucuripe uma estacada de pau a pique em forma de octógono com 45m de comprimento, batizado por Fortim de São Luís

  • 1801 - O Fortim de São Luís, construído no Mucuripe, é reforçado, sendo levantadas três baterias em pedra e cal, trabalho feito pelo tenente artilheiro Francisco Xavier Torres
As dunas do Mucuripe - Anos 50/60 - IBGE
  • 1802 - Em meados deste ano é levantada mais uma bateria do Fortim de São Luís, reforçando as defesas do Mucuripe, ocasião em que é rebatizado como Forte de São Pedro Príncipe, conhecido também por Fortim de São Luís, por ficar próximo ao porto de São Luís do Mucuripe.
  • 17 de agosto de 1826 - Aprovado o plano do Farol do Mucuripe, por D. Pedro, sendo aberto o edital de concorrência a três de novembro, mas a construção só se iniciou em 1840, ficando pronto em 1846.


As dunas do Mucuripe - Anos 50/60 - IBGE
  • 17 de novembro de 1846 - O Farol do Mucuripe foi terminado, construído pelos engenheiros Júlio Álvaro Teixeira de Macedo e Luís Albuquerque. Os planos para sua construção foram aprovados por Dom Pedro em 1826, mas sua construção só se iniciou em 1840. Hoje se encontra desativado, sendo ocupado por um museu. Sua localização é Avenida Vicente de Castro s/nº, na Ponta do Mucuripe.
  • 29 de julho de 1871 - Começa a funcionar o novo farol giratório do Mucuripe (Farol do Mucuripe). O Farol foi mandado construir, em virtude da lei nº 60 de 20/10/1838, artigo cinco, § 14 e iniciada a construção, no dia 01/05/1840 e concluído em 17/11/1846, sob a orientação dos engenheiros Júlio Álvaro Teixeira de Macedo e Luís Manuel de Albuquerque Galvão e do Maquinista Trumbull (Truberel). O farol tem a localização: Latitude sul 3º, 45`10 "e longitude oeste de Greenwich 38º, 35`nove". Sua luz era visível a 24km de distância, piscando a cada minuto. O foco luminoso elevava-se a 33m26, ao nível da preamar e contava com três faroleiros. Sua inauguração teve lugar no dia 29/07/1872. O primeiro faroleiro foi João Rodrigues de FreitasFoi desativado em 1958, quando foi inaugurado o novo farol. Abandonado, foi restaurado em 1981/82, pela Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Cultura e Desporto do Estado do Ceará

  • 29 de julho de 1872 - Inaugurado o Farol do Mucuripe, comemorando o aniversário da Princesa Imperial, na Ponta do Mucuripe. Hoje está desativado.

  • 1916 - Inaugurado neste ano o Cemitério de São Vicente de Paula, no Mucuripe, construído com a "Campanha do Vintém", iniciada pelo hanseniano "Seu" Arcanjo e em terreno doado por Manuel Jesuíno.
  • 30 de dezembro de 1924 - Os jornais registram graves estragos, causados pela fúria do mar, à povoação do Mucuripe.
  • 11 de dezembro de 1930 - Por decreto desta data, o Arcebispo D. Manuel da Silva Gomes declara interditada a capela do Mucuripe e excomungados os indivíduos que arrombaram a porta do referido templo e dele retiraram a imagem de Nossa Senhora da Saúde.
Foto de 1931 - Nirez
  • 29 de agosto de 1931 - Criada a Paróquia de Nossa Senhora da Saúde do Mucuripe, cujo primeiro vigário foi o padre Luís Braga Rocha, que só assumiria em 8 de setembro.
  • 22 de abril de 1932 - Os pescadores do Mucuripe oferecem uma peixada ao Interventor Carneiro de Mendonça e ao Prefeito Tibúrcio Cavalcanti.
  • 21 de novembro de 1937 - Consagração do novo altar-mor da igreja do Mucuripe, ato oficiado pelo Arcebispo D. Manuel. Seguiu-se a primeira missa celebrada no referido citar e que foi rezada pelo Pe. André Camurça, Cura do Mucuripe.
  • 03 de junho de 1940 - Nas obras do porto de Mucuripe ocorre grave desastre, com o desabamento da torre do guindaste ‘Titã’. Ficam feridos dez operários, um dos quais faleceu horas depois.
Outubro de 1965 - Nirez
  • 25 de dezembro de 1947 - O serviço de embarque e desembarque marítimo, de passageiros e cargas, passa a ser feito no Porto do Mucuripe, ainda por meio de botes e alvarengas, até que as obras permitam a atracação dos navios. É desativado o antigo porto, ou seja, o "molhe de desembarque", que era a Ponte Metálica, oficialmente, Viaduto Moreira da Rocha
  • 01 de maio de 1954 - Fundado em Fortaleza o Iate Clube, associação de caráter esportivo e recreativo para promoção de corridas de barcos, pesca, banhos de mar, etc., com secretaria na Rua Senador Pompeu nº 1152 e sede na Avenida da Abolição 4813, no Mucuripe com restaurante para os sócios aberto ao público. 
  • 26 de maio de 1954 - Com a presença do governador Raul Barbosa e do prefeito de Fortaleza, Paulo Cabral de Araújo, realiza-se, em Fortaleza, a solenidade de inauguração do novo terminal oceânico, que a Esso Standart do Brasil construiu no Mucuripe, inaugurando o Terminal Oceânico do Mucuripe para recebimento de petróleo, que facilitará o abastecimento de produtos de petróleo dos estados do Ceará, Piauí, sul do Maranhão e, eventualmente, o Rio Grande do Norte. Falaram sobre a importância da obra o prefeito Paulo Cabral e o industrial Diogo Vital de Siqueira. O vigário do Mucuripe, padre José Nílson benzeu as novas instalações. 
  • 10 de novembro de 1954 - Iniciada a construção do Grupo Escolar do Mucuripe, pela Secretaria de Educação e Saúde, com verba do governo federal, prédio vizinho ao Círculo Operário daquele bairro, que é uma iniciativa do padre José Nílson Lima, vigário do Mucuripe. 
Mucuripe em 1989 - Foto de Chico Albuquerque
  • 21 de setembro de 1955 - Entra em funcionamento em teste experimental o Moinho Fortaleza, de J. Macedo & Cia., com capacidade para 48 toneladas, instalado no Mucuripe. 
  • 01 de agosto de 1957 - Reaparece, tão misteriosamente como havia desaparecido há 30 anos, da Igreja de Mucuripe, a imagem de Nossa Senhora da Saúde.
  • 13 de dezembro de 1958 - O velho Farol do Mucuripe, localizado na Ponta do Mucuripe, na Avenida Vicente de Castro s/nº, é desativado em virtude do início do funcionamento do novo Farol, cuja inauguração oficial se deu no dia 15. 
  • 24 de janeiro de 1961 - Trágico fim de um passeio no Mucuripe quando uma duna soterrou, matando três crianças - Mércia, de 12 anos, Milson, de 8, Milton, de 6, sob as vistas não só dos irmãos Marcos Aurélio, de 13 anos, Maurício, de 10, seus companheiros de brincadeira, que escaparam milagrosamente do desmoronamento da barreira, mas também dos próprios pais que, tendo ficado próximo do local do desastre, no jipe, com os demais filhos Márcia Maria, de 1 ano, e Mauro Luis, de 2, nada puderam fazer para salvá-los.

Continua...
Fontes: Revista do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), Cronologia Ilustrada de Fortaleza - Nirez

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