Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Avenida Alberto Nepomuceno - Fatos Históricos II



A Avenida Alberto Nepomuceno em 1942/44 - Arquivo Nirez


Leia a primeira parte AQUI

17 de dezembro de 1948 - Inicia-se a mudança do quartel da 10ª Região Militar, da Rua Pedro Pereira nº 461, esquina com Rua General Sampaio, para o quartel antes ocupado pelo 23º Batalhão de Caçadores - 23BC, na Avenida Alberto Nepomuceno, esquina com Rua Dr. João Moreira.
A 10ª Região Militar - 10ªRM, permanece até hoje no local.



Foto do Arquivo Nirez

Foto do Arquivo Nirez

 04 de setembro de 1951 - O Instituto do Ceará realiza sua primeira sessão na nova sede à avenida Alberto Nepomuceno, no mesmo prédio em que funcionava o Museu Histórico do Estado, que fica sob sua administração, em virtude de convênio celebrado com o governo estadual.

 21 de novembro de 1953 - Acertada a retirada do estacionamento de caminhões de carga e carroças da Praça da Sé para o início da Avenida Alberto Nepomuceno e para a Praça Castro Carreira, onde está localizada a estação da RVC, comprometendo-se a Prefeitura a instalar telefones nos dois novos pontos de estacionamento.


Foto do Arquivo Nirez

 1957 - O prédio da antiga Tesouraria Provincial, casa térrea construída por Joaquim Inácio da Costa Miranda, rodeada pela Rua Dr. João Moreira, Rua General Bezerril, Rua Rufino de Alencar e Avenida Alberto Nepomuceno, ao lado da hoje 10ª Região Militar, foi demolido, para no local ser construído o prédio do Fórum Clóvis Bevilaqua, que ali esteve por quase 40 anos, mudando-se em 1998, para a Avenida Washington Soares, na Água Fria e em seu local foi construído o acréscimo da Praça Caio Prado (da Sé). O prédio onde esteve o Fórum foi implodido.

 12 de junho de 1959 - Hugo Victor inicia, no O Nordeste, a publicação (I) de ‘História das Avenidas, Praças e Ruas de Fortaleza’, focalizando a Avenida Alberto Nepomuceno, primitivamente a Rua da Ponte.
A atual denominação foi proposta do vereador Antônio de Alencar Araripe, que redunda na Lei no 27, de 22 de dezembro de 1920.
Alberto Nepomuceno é autor da música do Hino do Ceará, tendo alcançado no concurso para o Hino da República o 2º lugar.


 26 de dezembro de 1960 - Inaugurado o Edifício Clóvis Bevilaqua (Fórum Clóvis Bevilaqua), sede do Tribunal de Justiça do Estado, em quadrilátero entre a Rua Dr. João Moreira, Rua General Bezerril e Rua Rufino de Alencar, com frente para a Avenida Alberto Nepomuceno nº 272.


Foto do Arquivo Nirez

 17 de dezembro de 1972 - Reinaugurado, após reforma e ampliação, o prédio do Fórum Clóvis Bevilaqua, na Avenida Alberto Nepomuceno, na Praça da Sé.
A reforma deu-se em virtude de incêndio ocorrido em posto de gasolina em frente, na Avenida Alberto Nepomuceno e que prejudicou toda a fachada do prédio.



Antigos imóveis que ficavam em frente a 10ª Região Militar - Arquivo Nirez

 09 de agosto de 1973 - Inicia-se a derrubada de antigos imóveis situados na Avenida Alberto Nepomuceno, no cruzamento com a Avenida da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, que corre ao lado da 10ª RM, para dar lugar às obras de construção de um dos primeiros viadutos de Fortaleza, que ligará a Avenida Marechal Castelo Branco (Leste-Oeste) à Rua Franco Rabelo.
Após sua inaugração recebeu o nome oficial de Viaduto da FEB, mas ficou conhecido popularmente como "Tatasão", alusão a conhecido homosexual de Fortaleza.



Viaduto da FEB - Arquivo Nirez

 17 de dezembro de 1973 - Publicada no Diário Oficial do Município - Diom nº 5.310, a Lei n 4.312, do dia 6, que denomina de Viaduto da FEB o elevado da Avenida Marechal Castelo Branco (Leste-Oeste) sobre a Avenida Alberto Nepomuceno, conhecido popularmente por "Tatazão", alusão ao vulto popular Zé Tatá.


O "Tatasão" - Arquivo Nirez

 1996 - Por iniciativa do Instituto do Ceará, a estátua do General Sampaio, assim como seus restos mortais, foram transferidos da Avenida 13 de Maio e hoje se encontram em frente à 10ª Região Militar, na Avenida Alberto Nepomuceno.

 19 de janeiro de 1998 - Começa a funcionar o novo Mercado Público (Mercado Central) construído na Avenida Alberto Nepomuceno em frente à 10ª Região Militar.
Para construí-lo, foram derrubadas mais de uma dezena de casas históricas, as mais antigas da Cidade.
Foi arquiteto Luís Fiúza.
Na verdade não é um mercado central, mas um "shopping" de artesanato.



10ª Região Militar -Arquivo Nirez

 24 de setembro de 1998 - Inaugura-se o Museu General Sampaio, na Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, na 10ª Região Militar, na Avenida Alberto Nepomuceno, foi organizado pela historiadora-militar e também artista plástica Dolores Aquino.

10ª Região Militar -Arquivo Nirez

 20 de agosto de 2000 - O prédio onde funcionou o Fórum Clóvis Bevilaqua, na Avenida Alberto Nepomuceno nº 272, é implodido às 9h, ruindo em 5 segundos.
Foi a Segunda implosão realizada em Fortaleza.


Fontes: Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Avenida Alberto Nepomuceno - Fatos Históricos



Foto do Arquivo Nirez

Ela já foi Rua da Ponte, Avenida Sena Madureira e hoje é Avenida Alberto Nepomuceno.

Fatos Históricos:


03 de novembro de 1842 - O presidente, brigadeiro José Joaquim Coelho, adquire do coronel José Antônio Machado (Comendador Machado), casa, entre a Rua da Ponte (atual Avenida Alberto Nepomuceno), Travessa do Quartel (atual Rua Dr. JoãoMoreira), Rua do Quartel (atual Rua General Bezerril) e Praça Caio Prado - (Praça da Sé), que fora construída por Joaquim Inácio da Costa Miranda, para instalação da Tesouraria Provincial.

Tesouraria Provincial - Arquivo Nirez

Depois da Tesouraria Provincial,  lá estiveram, o Liceu do Ceará (Em 1848), os Correios, A Tipografia do Governo, o Arquivo Público, a Biblioteca Pública, a Secretaria da Fazenda, o Museu Histórico e o Instituto do Ceará.
Era o prédio que foi demolido para construção do Fórum Clóvis Beviláqua que já foi implodido, na Avenida Alberto Nepomuceno nº 272.

07 de setembro de 1886 - A Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará inaugura-se em prédio na Rua da Ponte com Rua da Praia (Avenida Pessoa Anta), pertencente ao negociante José Maria da Silveira, onde depois funcionou a Escola de Aprendizes Artífices e desde 1927 funciona em novo prédio, a Recebedoria do Estado, hoje Secretaria da Fazenda.

01 de outubro de 1908 - A Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará - EAM, muda-se da Avenida Alberto Nepomuceno para prédio no Jacarecanga, onde funcionou a Fábrica de Curtumes, na hoje Avenida Filomeno Gomes nº 30.

12 de janeiro de 1914 - Inaugurada a linha de bondes de tração elétrica da Linha da Praia, dia em que circulou pela última vez um bonde de tração animal (puxado por burros), sendo o último da linha do Alagadiço, guiado pelo bolieiro Fialho.
O caminho de ida da linha da Praia era pela RuaFloriano Peixoto, Rua Castro e Silva, Praça da Sé, Avenida Alberto Nepomuceno, Avenida Pessoa Anta, Avenida Almirante Tamandaré e Rua Tabajaras, voltando pelas mesmas vias até a Praça da Sé, onde toma a Rua Sobral, Rua General Bezerril e Rua Guilherme Rocha, chegando na Praça do Ferreira.

Foto do Arquivo Nirez

17 de fevereiro de 1923 - Fundado o Centro dos Exportadores, na Avenida Alberto Nepomuceno, nº 77, tendo como primeiro presidente Alfredo da Rocha Salgado (Alfredo Salgado), vice-presidente Adrien Seligman, secretário, Alberto Jacques Klein.
O Centro era formado pelas firmas Salgado, Filho& Companhia; A. D. Siqueira & Filhos; Boris Frères & Cia, G. Gradwohl & Fils; J. Lopes & Companhia; Camilo & Companhia; Myrtil, Lima & Companhia; Arruda & Companhia Ltda.; Ommundsen & Martins Ltda.; Albert Beday; Dugan, Hood & Companhia Inc.; Boris, Siqueira, Lima & Companhia; Rossbach Brasil Company e José Arruda.

A. D. Siqueira & Filho -Foto do Arquivo Nirez

08 de julho de 1924 - Lançada a pedra fundamental do edifício da Secretaria da Fazenda, na Rua da Praia ·  (atual Avenida Alberto Nepomuceno), época em que já estavam concluídas as fundações.

Foto do Arquivo Nirez

03 de agosto de 1924 - Inaugura-se, na Praça da Sé, na esquina da Avenida Alberto Nepomuceno com Rua Rufino de Alencar, no prédio onde funcionou o Hotel Central, o Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural.
Funcionou na Praça Marquês do Herval (hoje Praça José de Alencar), onde teve um posto profilático.
Em uma sala do mesmo prédio, na mesma ocasião, instalou-se a Liga Cearense Pró-Alfabetismo e Higiene.

27 de julho de 1926 - Preso pelas forças federais o jornalista Álvaro da Cunha Mendes (A.C. Mendes), enquadrado por crime capitulado na Lei de Imprensa, no quartel do 23º Batalhão de Caçadores - 23BC, na Avenida Alberto Nepomuceno, hoje quartel general da 10ª Região Militar - 10ª RM.
Era o governo Artur Bernardes.

23 de março de 1927 - Ocorre um assalto na Avenida Alberto Nepomuceno na hora do almoço, na agência do Lloyde Brasileiro, sendo levada grande importância em dinheiro.

27 de novembro de 1927 - Inaugurado o prédio da Secretaria da Fazenda, na Rua da Praia (hoje Avenida Alberto Nepomuceno), Rua Gerson Gradwohl, Travessa Maranguape e Rua Adolfo Caminha, às 16h, na administração do desembargador José Moreira da Rocha.
O prédio foi benzido pelo monsenhor Antônio Tabosa Braga (Monsenhor Tabosa).
O projeto é do arquiteto José Gonçalves da Justa.

Foto do Arquivo Nirez

03 de janeiro de 1928 - Inaugura-se, em Fortaleza, na Rua da Praia (atual Avenida Alberto Nepomuceno), em frente à Secretaria da Fazenda, o Café Gato Preto.

22 de abril de 1928 - Inaugurado o jardim e bosque construídos pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, na esplanada do Quartel do 23º Batalhão de Caçadores - 23BC, atualmente ocupado pela 10ª Região Militar, na Avenida Alberto Nepomuceno.

27 de junho de 1928 - Dado ao jardim recém inaugurado em frente ao quartel do 23º Batalhão de Caçadores - 23BC, na Avenida Alberto Nepomuceno, o nome de Jardim General Tomás Cordeiro.
É onde hoje fica a 10ªRegião Militar.

 Jardim General Tomás Cordeiro em frente ao quartel da a 10ª Região Militar
Foto do Arquivo Nirez

23 de novembro de 1944 - O 23º Batalhão de Caçadores - 23BC, muda-se, do quartel na Avenida Alberto Nepomuceno (onde hoje fica a 10ª RM) para o novo quartel, na Avenida 13 de Maio nº 1589, esquina com Avenida dos Expedicionários, permanecendo no velho quartel a Banda de Música e a 3ª Companhia.
O novo quartel foi construído pelo engenheiro do Exército capitão Francisco Rodrigues de Castro.

A Avenida Alberto Nepomuceno - Foto do Arquivo Nirez

·         Em alguns momentos, o Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza, se refere a Rua da Praia como sendo a atual Avenida Alberto Nepomuceno. Mas também, como sendo o antigo nome da Avenida Pessoa Anta.
Só mesmo o Nirez para esclarecer ou nos tirar esta dúvida!


Continua...

Saiba mais sobre a Avenida AQUI


Fontes: Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A fatídica manhã de 03 de janeiro de 1904 II


O quartel do Batalhão de Segurança


Para o Presidente, Pedro Borges, os grevistas agiram de forma agressiva contra o Batalhão de Segurança, destacando, no relatório de 1904, que os manifestantes dispararam tiros e pedradas contra os representantes da ordem, sob a liderança e presença marcante de três catraieiros: Cairára, Capivara e Luiz Bexigoso.

A injunção da autoridade fôra desrepeitada. Ao approximar-se a força, foi recebida a pedradas, a cacete e balas de revolver. O catraeiro Cairára se jactou perante testemunhas de haver disparado todos os tiros de seu revolver contra praças da força estadoal: Luiz Bexigoso, outro grevista, disparou três tiros; Capivara, que era o cabo de ordens dos insufladores da greve, munido egualmente de revolver, fez uso de sua arma.

O tratamento dedicado aos que se reuniram no galpão do Porto de Fortaleza na fatídica manhã do domingo, 03 de janeiro, foi agressivo. Essa atitude está presente
nos escritos dos memorialistas não muito simpáticos à oligarquia acciolina. Afirmam,
pelo contrário, que os trabalhadores estavam realizando uma manifestação pacífica e
foram surpreendidos com a chegada abrupta de soldados do Batalhão de Segurança e
da Marinha enviados para repreender os manifestantes que estavam causando desordem.  
Diferente da versão de Pedro Borges para o episódio da praia, Raimundo de Menezes afirma que a manifestação ganhou clima de hostilidade com a atitude do Comandante, que levou os catraieiros a reagir, os quaisaglomerados, em represália,
se opuseram à saída do bote virando-o, tomando à força os remos, e quebrando-os”.

O desfecho foi sangrento em consequência da resistência dos grevistas que, armados,
não queriam aceitar o descarregamento e desembarque das pessoas que se encontravam retidas no vapor “Maranhão”.
Os catraeiros, armados de facas, cacetetes e achas de lenha, irritados ao extremo, tentaram impedir, de qualquer forma, o desembarque. E a fuzilaria irrompeu violenta, usando das suas armas os praças da polícia, sem dó nem piedade para fazer tombar, ingloriamente, pobres marítimos, brasileiros como eles!
O memorialista Rodolfo Teófilo, mesmo não estando presente em Fortaleza no dia do episódio da praia, também abordou a repressão sofrida pelos catraieiros e reprovou a atitude do Governo:

Desceu a força militar e encontrou os catraieiros em atitude hostil e numerosa massa de curiosos que assistia o movimento. O galpão da recebedoria do estado achava-se cheio de gente inerme.
Os Catraieiros logo que avistaram a força romperam nos maiores insultos e houve um delles que chegou em frente do Commandante e disse-lhe os maiores impropérios. O sr. Cabral da Silveira não reagiu, mas o ajudante de ordens do Presidente do Estado, moço de gênio violento, não se conteve e assumindo o commando deu ordem para atacar os grevistas. Os soldados quase todos matadores, assassinos, mandados vir do sul do estado durante o primeiro governo do Sr. Accioly, de nada mais precisaram para carregarem sobre o povo matando a torto e a direita.

As palavras de Rodolfo Teófilo nos alerta para o questionamento sobre as versão dos memorialistas, os quais, às vezes, expõem um olhar preconceituoso e estigmatizado sobre os trabalhadores da época, relacionando-os a “pessoas hostis” e ignorantes”, talvez pelo fato de serem trabalhadores braçais, ou colocando-os também como culpados pelo ocorrido, devido às atitudes “desrespeitosas” diante da determinação do Comandante.
Portanto, faz-se pertinente, tomando alguns cuidados, a citação de Maurice Halbwachs, ao tratar da “memória coletiva”:

Toda memória se estrutura em identidades de grupos: recordamos a nossa infância como membros da família, o nosso bairro como membros da comunidade local, a nossa vida profissional em função a comunidade da fábrica do escritório e/ou de um partido político ou de um sindicato e assim por diante; que estas recordações são essencialmente memórias de grupos que a memória do indivíduo só existe na medida em que esse indivíduo é um produto provavelmente único e determinada intersecção de grupos.
  
Dessa maneira, ao utilizarmos as versões dos memorialistas Raimundo de Menezes e Rodolfo Teófilo, entendemos que as recordações pessoais são o resultado dos acontecimentos sociais e políticos da época. 
Ao final do dia 03 de janeiro e, nos dias seguintes foram registradas sete mortes e, aproximadamente, 30 feridos, os quais ficaram amontoados, largados pelos corredores da Santa Casa de Misericórdia.


No Noticiário do jornal O Unitário, na matéria “Nomes das vitimas do dia 03”, no dia 09 de janeiro foi divulgada a lista com o número de feridos.

Feridos na Santa Casa de Misericórdia:

1. Manoel Luiz Anselmo, cearense, casado 2 filho
2.João Francisco da Silva,35 annos, cearense, casado, 6 filhos.
3.Waldevino Nery do Santiago, solteiro, 20 annos.
4.Antonio Batista Nogueira, 21 annos, solteiro.
5.José Saldanha Souza; casado, 1 filho.
6. Luiz Barreira, solteiro.
7. José Pedro de Menezes, cearense, 24 annos, casado.
8. Antonio Belleza da Silva, 20 anos, cearense.
9. Antonio Rodrigues Carneiro. 35 annos, cearense, casado.
10. Francisco Baptista, 43 annos, casado, cearense.
11. Agostinho Franklin de Lima, cearense, casado, 1 filho.
12. Joaquim Correia, solteiro, 15 annos.
13. Bruno Figueiredo, 21 annos, solteiro, estudante.
14. Luiz Monteiro dos Santos, cearense, casado, 3 filhos.
15. Francisco Lourenço, casado, 21 annos.
16. Francisco Cariolano da Silva, solteiro, 22 annos.
17. José Deandro dos Santos, casado, 3 filhos.
18. Antonio Rodrigues da Silva, 32 annos, casado.
19. Francisco Firmino Alves, viúvo, 53 annos, Macau.
20. Manoel Francisco do Nascimento casado, 26 annos, Rio Grande do
Norte.
21. Ludgerio Joaquim dos Santos, solteiro, 24 annos, cearense.
22. Francisco Antonio, solteiro, 21 annos, cearense.
23. Mariano Faustino Rodrigues, cearense, casado, 1 filho.
24. Joaquim de Souza Morim, solteiro, 10 annos, cearense.
25. Luiz Monteiro dos Santos Filho, cearense, 1 filho.
26. Antonio Medeiros, solteiro, 20 annos, cearense.
27. Joaquim Xavier Correia, 18 annos, solteiro, cearense.
28. Francisco Antonio, solteiro.
29. Cabo Francisco Antonio de Souza Morim, solteiro, 19 annos.
30. Cabo Marianno Faustino Vira, casado.

Nas páginas do Jornal O Unitário, foram dedicadas edições quase inteiras ao episódio da praia, desde o editorial até o último texto da página quatro. Na edição número 98, do dia 16 de fevereiro, João Brígido destacou as condições precárias em que se encontravam as vítimas do dia 03 de janeiro e a acusação de desvio das doações aos seus familiares:       

A Santa Casa se tornou um açougue, onde morrião sangrando muitos Paes de familia, fez-se um montão de pernas e braços cortados, durante muitos dias a um ilustre clinico ouvimos falar disto com assombro.
(...) Um real não deo do seo bolço às viúvas e orphãos e quando o peteca do sr. Lampreia lhe mandou por bajulação, 610$ com destino às victimas do grande crime, S. Exc. Os desviou do seo destino, fasendo com elles uma barretada á administração da Santa Casa...

Das sete vítimas fatais do massacre, apenas Luiz Monteiro dos Santos foi identificada como catraieiro, segundo as listas divulgadas no jornal  O Unitário no decorrer do mês de janeiro de 1904:

1.Adelino Marques Dias, solteiro, 22 anos, portuguez.
2.João Mendes da Silva, casado, cearense com 10 filhos.
3.Napoleão Alcantarino, solteiro, 21 annos, cearense.
4.João Coimbra, 75 annos, solteiro, cearense.
5.Uma criança
6.José Rodrigues da Silva, casado, 3 filhos.
7.Luiz Monteiro dos Santos Filho, catraeiro, casado, uma filha.

Ao analisar o Jornal  O Unitário, podemos destacar que esses números referentes aos catraieiros foram modificados no decorrer dos dias e, também, a ênfase nos indivíduos que sofreram lesões graves como amputações, devido à agressiva ação do Batalhão de Polícia, como o caso de João Mendes da Silva, conhecido como João Cabano, catraieiro matriculado, mas que na lista não consta como tal. 
Os jornais citavam entre as vítimas do acontecimento da praia, o catraieiro José Leandro dos Santos que teve o braço direito amputado, por causa dos ferimentos.

Também são relatados outros casos de óbito, como a morte posterior, no dia 15 de janeiro, do catraieiro Luiz Monteiro dos Santos, de 23 anos, casado com Idulberge. Para os jornais oposicionistas, Monteiro era “homem valido, trabalhador e honrado, que trazia farta a sua casa sem fazer mal a alguem...”.

Ou seja, estes jornais buscavam ressaltar a ação injusta do Governo, diante de um “homem correto”.
Os jornais oposicionistas destacaram em várias edições, além da ação repressiva do Governo, o descaso diante das vítimas e dos seus familiares, de modo a dar maior visibilidade à questão da greve, intensificando as críticas à oligarquia acciolina. Mas as lutas dos catraieiros não estavam restritas à questão do Recrutamento e da greve, pois também existia tensão no cotidiano de trabalho, principalmente, em relação aos contratadores.





“Todo cais é uma saudade de pedra”: Repressão e morte dos trabalhadores catraieiros
(1903-1904) - Nágila Maia de Morais

A fatídica manhã de 03 de janeiro de 1904



(...) Três de janeiro é a expressão do golgotha que verteu o sangue cearense e registra o momento em que o espírito do povo revoltado contra o ludibrio e o morticinio, ergue-se toma proporções gingantescas e prepara-se para a luta.
Era preciso morrer-se naquelle dia, ainda, para despertarmos hoje ao toque do clarim que annuncia a necessidade da reparação do supplicio, a queda do Tyrano, o desaggravo da affronta feita aos nossos irmãos que baixaram com nossas lagrimas, e daquelles que as muletas para attestar a illucidez do Sr. Pedro Borges...


(UNITÁRIO, Fortaleza. Sentença, 14 de janeiro de 1904, nº 84. p.4)
                                      
O dia 03 de janeiro de 1904 foi marcado pela manifestação dos trabalhadores do Porto da cidade de Fortaleza, os quais questionavam o processo de alistamento e sorteio para o serviço da Armada da Marinha Brasileira, dia que ficou lembrado pelo sangue derramado dos grevistas.

Após ter sido realizado o sorteio, no dia 27 de dezembro, incluindo catraieiros e pescadores, foram realizados os pedidos de habeas-corpus pelos advogados que faziam parte do grupo oposicionista, ou seja, eram membros das famílias que possuíam notoriedade política, mas não estavam contentes com o domínio da Oligarquia Acciolina, como: João Brígido (foto ao lado)Agapito Jorge dos Santos, Valdemiro Cavalcante, Hermenegildo Firmeza, dentre outros, com a justificativa de que o alistamento e o sorteio foram realizados arbitrariamente, não respeitando os critérios de idade e de funções no Porto.
  
As insatisfações dos opositores decorriam do domínio de Nogueira  Acciolyque estava no controle da política Estadual desde 1896, diante do prestígio de seu 
sogro, o Senador Pompeu.

A política no Estado do Ceará passava por um período de turbulência diante dos acertos políticos do então Presidente da República, Campos Sales (foto ao lado), que objetivava manter no controle governamental do País as oligarquias ligadas ao poder Federal de maneira a obter uma relação política mutualista. 

Com o apoio da “Política dos Governadores”, colocada em prática por Campos Sales, ele objetivava somar força entre o poder central do País e os Estados. 
Dessa feita, Nogueira Accioly conquistou notoriedade na política nacional e mantevese à frente do Estado à custa do nepotismo e de fraudes em eleições. Em meio aos privilégios concedidos aos apaniguados da oligarquia, alguns grupos políticos, antes ligados a Nogueira Accioly, romperam os laços com o oligarca e passaram a fazer oposição ao seu poderio.
Porém, mesmo no período em que apoiava Nogueira Accioly, João Brígido estava insatisfeito com a maneira pela qual, os cargos públicos eram divididos, como também com a concentração da riqueza no Estado, privilegiando somente à família Accioly e a um pequeno grupo de políticos, mais próximos do oligarca.
João Brígido distanciou-se de Acciolly em janeiro de 1904, com o apoio dado aos catraieiros e com às críticas publicadas no jornal  O Unitário, passando a questionar a oligarquia vigente, juntamente com o jornal situacionista,  A Repúblicarompendo definitivamente relações políticas e passando a ser opositor.  
Em meio às disputas políticas com a oligarquia Acciolina, os oposicionistas adotaram a causa dos catraieiros, possivelmente devido à relação existente entre estes e os contratadores de mão-de-obra portuária. Assim, concederam apoio à decisão de paralisação dos trabalhos, que deram início ao movimento grevista.


Segundo o trecho abaixo do Relatório do Presidente do Estado, Pedro Borges (foto ao lado), é possível visualizar o tipo de tratamento recebido pelos manifestantes: 

Effectivamente, pela manhã cedo do dia 03 de janeiro, quando se achava ancorado ao porto o vapor “Maranhão”, procedente do norte, abarrotado de passageiros com destino a esse Estado, a praia. No local ordinário, achavase quase deserta. Os escaleres fluctuavam esparsos sobre as vagas, os catraeiros e os homens habituados ao serviço do mar, formavam pequenos grupos, de observação na linha da praia, o serviço de transporte completamente paralysado denunciava a existência da greve. (...) Mantendo a atitude pacifica, a força descansou as armas, confiando que os grevistas, melhor avisados cessassem as hostilidades ao serviço Federal iniciado para o desembarque dos passageiros... Muitas pêssoas do povo, que haviam aderido a sua causa confraternisaram publicamente com elles no galpão da Recebedoria, excitando os ânimos (sic.).

O primeiro fato, que nos chama atenção no texto acima, é que Pedro Augusto Borges admitiu oficialmente a existência da greve e demonstra na sua fala a visão de que os grevistas eram homens grosseiros que estavam com os ânimos exaltados, tendo o Governo a obrigação de manter a ordem diante de tal situação. 
Para amenizar a tensão existente, o Capitão do Porto, Lopes da Cruz, propôs uma reunião na manhã do dia 03 de janeiro de 1904, a qual contaria com a participação dos grevistas, cujo objetivo era negociar a situação vigente. No entanto, deve ser ressaltado que, para o poder governamental, a questão dos trabalhadores durante o período aqui analisado era um “caso de polícia”. 
Segundo Cláudio Batalha, a política nacional vigente, as manifestações e greves eram ações que quebravam a harmonia e a organização da sociedade, sendo, dessa maneira, necessária a utilização da repressão para restabelecimento da ordem. 
Com esse intuito, eram efetuadas prisões arbitrárias, empastelamento de jornais, invasões das casas dos manifestantes, etc.

Na manhã do dia 03 de janeiro, mesmo com a manifestação, o Comandante do Porto tentou obrigar os grevistas a descarregar o navio e transportar os passageiros impedidos do desembarque, porém, os mesmos se negaram a tal feito. Então, Luis Lopes da Cruz, também apelidado por João Brígido, la Croix, resolveu, com o apoio de Augusto Borges, repreendê-los.
Para o Governo, os trabalhadores agiram de maneira “pensada e premeditada”, pois no dia 02 de janeiro já corriam notícias que, na manhã seguinte, os homens matriculados na Capitania dos Portos se negariam a realizar o serviço de embarque e desembarque de mercadorias e passageiros.


Porto de Santos

O movimento grevista contou com a organização e a participação efetiva dos trabalhadores e contratadores, devido aos interesses lucrativos dos mesmos, além do que os trabalhadores não aceitavam passivamente as mudanças impostas pelo Governo.

Raimundo de Menezes assim descreveu com riqueza de informações os momentos que antecederam o episódio da praia:

O dia 3 despertava borrascoso. Era domingo. Chegara, manhãzinha cedo o paquete “Maranhão”. 
Notava-se no ponto de desembarque um corre-corre desudado e gente... 
corre - corre fora do habitual. Agitado vaivém de populares e de homens do mar.
Às sete horas exatamente explodiu o movimento grevista. Aderiram, desde logo, catraieiros e demais empregados no tráfego marítimo. Os  poucos indiferentes tiveram de abandonar o trabalho, forçados pelos paredistas.

Interessante perceber no texto citado, o quanto a greve fugia ao cotidiano da cidade, tendo sua causa questionada. Também é importante analisar detidamente a passagem que trata a respeito dos trabalhadores indiferentes à manifestação e afirma que foram forçados pelos grevistas a deixarem seus postos de trabalho, como a descrição anterior de Raimundo de Menezes e o Relatório do Presidente do Estado, do ano de 1904: 

“Fora assentado, como ponto fundamental da greve ou seu objectivo 
irreductivel, que a nenhum catraeiro seria permitido trabalhar, ainda mesmo áquelles 
que inspirado em melhor conselho, se recusassem a fazer parte della”.

A partir desses relatos, podemos ter uma noção da força e da organização do movimento grevista, que contou com a participação significativa dos trabalhadores do Porto, os quais foram acusados de desrespeitar a autoridade do Governo e causar desordem na cidade.

Continua...



“Todo cais é uma saudade de pedra”: Repressão e morte dos trabalhadores catraieiros
(1903-1904) - Nágila Maia de Morais

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Greve dos portuários - A Construção da trama II


Durante a Primeira República, as condições econômicas da classe operária eram precárias, marcadas por várias reivindicações e experiências de trabalho, fossem dos trabalhadores têxteis, domésticos, artesãos, portuários etc, em consequência dos salários pagos de maneira diferenciada nos Estados do Brasil e que variavam de acordo com as funções exercidas. Os ofícios tidos como mais qualificados, por causa da mesma oferta da mão-de-obra, eram mais bem pagos.

Antigo Porto de Fortaleza - Arquivo Nirez

Os trabalhadores marítimos, portuários e ferroviários estavam inseridos em um problema público, devido à importância dos mesmos para a economia, visto que eram fundamentais para o escoamento de mercadorias pelo País. Dessa maneira, o Governo do Ceará foi diversas vezes forçado a negociar com esses trabalhadores, o que fugia à regra do contexto vigente.
Um fator determinante para a articulação do movimento portuário era o fato de que os trabalhadores utilizavam intensamente da força física pois necessitavam de músculos desenvolvidos. Essa peculiaridade gerava uma característica selecionadora e, portanto, reduzia o acúmulo de trabalhadores masculinos a um “exército de reserva”, dificultando, mesmo no momento de greve, a substituição da mão-de-obra. Essas características eram determinantes nas condições de vida dos trabalhadores, levando-se em consideração a jornada de trabalho e a ausência de leis para proteger o empregado dos abusos dos patrões. Entre o final do século XIX e primeiros anos do século XX surgiram os sindicatos operários de cunho mais combativo, voltados para a contestação da jornada de trabalho, as condições de trabalho, os salários e as formas de pagamentos. Assim, foi destacável a articulação e participação dos trabalhadores ligados ao mar, durante o período analisado, no tocante às reivindicações, manifestações e greves, posto que os catraieiros do porto de Fortaleza estavam inseridos nesse contexto.
Esse período é marcado pela articulação de movimentos operários e pela repressão do poder público, sendo importante ressaltar a organização da classe operária brasileira, quando do surgimento das primeiras Sociedades de Socorros Mútuos, que objetivavam o auxílio material para os membros de uma mesma categoria e a busca de interesses comuns. 

Além desse aspecto propício, os trabalhadores do setor de serviços ainda tinham a favor das suas lutas o fato de fazer parte essencial do setor econômico agro-exportador. Com essas bases, o movimento gradativamente foi se fortalecendo e se firmou durante a década de 20. 
O fato é que os trabalhadores Portuários e Marítimos, segundo colocam Cláudio Batalha e Boris Fausto, faziam parte de um setor de serviços vital para a organização da cidade e, sabedores de sua importância econômica, suas reivindicações ganharam fôlego no fim do século XIX e primeiros anos do século XX, influenciados pelas ideias políticas que estavam surgindo no movimento operário urbano desse momento, como o trabalhismo carioca, o anarquismo, o anarco-comunismo e o socialismo.
A primeira corrente ideológica surgida nesse período, segundo Boris Faustofoi o “trabalhismo carioca”, que tinha como ponto fundamental a tentativa de negociar melhores condições de trabalho e o suprimento de necessidades imediatas negociadas com os patrões (reivindicações mínimas).

Trapiche que serviu de porto para Fortaleza - Arquivo Nirez

Claudio Batalha criticou os termos “trabalhismo carioca” e denominou esta corrente de “Sindicalismo Reformista”. Este movimento dos trabalhadores visava a organização duradoura, com bases financeiras bem articuladas, para praticar o “mutualismo”. Segundo esse autor, para os reformistas, a greve era um meio de obter ganhos e, por vezes, aceitavam o apoio de advogados políticos para intermediar as negociações com os patrões.

A articulação dos trabalhadores reformistas com os políticos era uma atitude que tinha como objetivo conseguir espaço e êxito em meio às reivindicações. Este é um ponto fundamental para pensar a aproximação entre o movimento reformista e a greve dos catraieiros no Porto de Fortaleza, em 1904, pois estes trabalhadores tiveram o apoio dos advogados que faziam parte dos grupos opositores ao governo do Estado desejando obter notoriedade e, principalmente, somar forças para lutar contra o processo arbitrário de sorteio para a Armada da Marinha.  

Mesmo com a ação das ideologias anteriormente citadas, o “trabalhismo carioca” ou “movimento reformista” pode ser melhor identificado entre ostrabalhadores do Porto de Fortaleza, posto que uma das principais reivindicações vigentes, entre marítimos e portuários, era a ação imediata para liberação do processo de sorteio. E, principalmente, por que reforça a ideia de um movimento trabalhista que estava interessado em pequenas reivindicações ou objetivos mais imediatos.
No decorrer dos anos, o trabalhismo foi aos poucos sufocado pelos avanços do anarquismo, não somente na Capital da República como também em São Paulo, onde o movimento operário teve a forte presença das idéias anarquistas, notadamente entre os trabalhadores do Porto de Santos.

Antigo Porto de Fortaleza - M.Filho

O “Centro das Classes Operárias” foi um importante movimento organizado por socialistas e formado, essencialmente, pelos marítimos no Rio de Janeiro, assim  como a greve ocorrida em 1903 contra a Companhia Lloyd Brasileira, a qual contou com a participação de 800 homens que se negaram a trabalhar durante 8 dias, visando obter a demissão de um dos seus diretores no Rio de Janeiro.
Com esse movimento, os trabalhadores dos Portos Brasileiros estavam reagindo à Lei Federal de Sorteio para a Armada da Marinha e às questões referentes à organização precária do trabalho.
Em Fortaleza, os sorteados alegavam não servir à Armada da Marinha, porque eram “arrimos de família”, além de muitos deles não estarem dentro dos limites da idade exigida pela Lei. Somado a esses motivos estava o desejo de não deixar de praticar a atividade de trabalho.

O jornal O Unitário, do dia 14 de janeiro de 1904, divulgou um extenso artigo escrito por Manoel Armindo Cordeiro criticando o processo através do qual o sorteio foi colocado em prática. Segundo o mesmo, o art. 72, § 24, da Constituição Federal, que tratava sobre o procedimento de sorteio, foi colocado em prática de maneira incorreta, pois jamais foram considerados navios componentes da Marinha Mercante os botes, saveiros, catraias, jangadas, etc.

Dessa feita, os artigos e críticas realizadas pelo O Unitário e Jornal do Ceará à Oligarquia Acciolina alegaram que a prática colocada em ação no Estado do Ceará foi arbitrária, fortalecendo e legitimando as exigências dos grevistas.
Com a paralisação dos catraieiros, os navios que chegaram ao Porto não foram descarregados, gerando insatisfação do Presidente do Estado do Ceará, Pedro Augusto Borges, visto que o Porto era o principal ponto de entrada e saída de mercadorias. A partir dessa insatisfação, na manhã do dia 03 de janeiro de 1904 a greve dos catraieiros tem seu ápice.  

Parte I


“Todo cais é uma saudade de pedra”: Repressão e morte dos trabalhadores catraieiros
(1903-1904) - Nágila Maia de Morais

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