Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Bairro Vila União




Foto Fortalbus - Vamos para o Vila União?

O bairro Vila União foi fundado pela Prefeitura de Fortaleza em 23 de agosto de 1940. Antes de ser chamado Vila União, aqui eram terras de propriedade da Sra. Maria de Conceição Jacinto, que em 1938 vendeu-as para o Dr. Manoel Sátiro, que logo tratou de lotear as terras. Vindo ela da cidade de União, hoje chamada Jaguaruana, deu o nome do loteamento de Vila União. Antes a localidade se chamava Barro Preto.


O bairro atraía muita gente para o Clube Vila União, famoso pelos bailes mominos e tertúlias - Arquivo Diário do Nordeste

O crescimento populacional da Vila começa depois da Segunda Guerra Mundial com o loteamento de terras da área. É um bairro com uma população dividida entre classe média, média alta e pobre.

Escola Cordeiro Neto - Foto de Wellington Leão

Continua a ser um dos bairros mais tranquilos da capital: Ainda se vê cadeiras nas calçadas. Segundo o IBGE hoje vivem cerca de 17 mil moradores e, tem três favelas importantes: Favela do Carvão, Jagatá e Complexo Lagoão


Muito útil esse 'Informador de ruas' do Vila União  - Foto de Wellington Leão

Defronte a praça central encontra-se a sede do Vila União Atlético Clube¹ que tem enfrentado dificuldades desde a década de 80 com o declínio dos clubes sociais. A população do bairro que compõe a maioria dos associados, no intuito de preservar o clube não deixando ir à bancarrota, iniciou nos últimos anos um processo de renovação, cancelando a realização de eventos que viessem a incitar a violência e promovendo o resgate dos valores que ensejaram a constituição inicial. Hoje o clube ainda sobrevive e é mantido com muitos esforços da coletividade e dos sócios através de bingos, festas e outros eventos. A população do bairro participa diretamente das atividades do clube Vila União, sendo certo que muitos moradores prestam serviços garantindo um incremento importante de renda. Porém o bairro procura suprir essa dificuldade há 20 anos com uma liga denominadaLiga Desportiva do Bairro da Vila União que presta um grande trabalho sócio-esportivo todos os anos, tirando meninos e jovens do mundo das drogas e encaminhando para o esporte e cidadania.

Igreja Matriz do Vila União - Foto de Wellington Leão

Com o implantamento de um sistema de transporte urbano chamado VLT (veiculo leve sobre trilhos), a comunidade Lauro Vieira Chaves travou uma árdua batalha contra os poderosos da especulação imobiliária que junto com o governo Cid Gomes ameaçavam retirar várias famílias de suas residências e jogar as pessoas para 14km de distância sem uma mínima estrutura, quebrando laços de família, união, dignidade, mais os moradores se uniram, foram a luta e conseguiram mudar o traçado do VLT, sendo assim permanecendo em seus lares.

Praça Matriz do Vila União - Foto de Wellington Leão

A estrada de ferro que passa pela Vila União liga Parangaba ao Mucuripe e foi construída em 1942. A Vila União foi sede da Prefeitura de Fortaleza.

A Lagoa do Opaia é uma das mais importantes áreas de lazer do bairro - Arquivo Diário do Nordeste

Situado a cerca de 5 km do centro da capital, limita-se com os bairros do MonteseFátima. Em referido bairro localiza-se a Lagoa do Opaia e o parque homônimo. Limita-se ao sul com o terreno do Aeroporto de Fortaleza. É considerado um dos bairros mais centrais da cidade, sendo equivalente a distância para os limites de Fortaleza, razão pela qual é procurado para instalação da sede de empresas de transporte urbano e entregas. Onde fica localizado o maior Supermercado “G Barbosa”.

Escola Papa João XXIII - Foto de Wellington Leão

Tradicional bairro suburbano, o Vila União emergiu social e economicamente, por meio da moda 

No passado, a tranquilidade somente era interrompida pelo fluxo de carros que iam e viam do Pinto Martins. No mais, havia um cenário bucólico, destacado pela Lagoa do Opaia, as frondosas mangueiras, os cajueiros e uma comunidade pacífica, que se aglutinou desde quando o bairro se chamava Barro Preto

O comércio de confecções desenvolveu-se e hoje a região reúne mais de 40 fábricas de pronta-entrega - Arquivo Diário do Nordeste

O presente é o desenvolvimento do lugar, que se tornou um centro do comércio atacadista da moda, empregando pessoas da região e fora dela, gerando renda, desenvolvendo a rede de serviços, e favorecendo a moradia para diferentes segmentos da sociedade. 

Caravelle em 1982. Acervo Renato Pires
Para o pesquisador e memorialista Marciano Lopes, o fato é que tanto o Vila União chamava a atenção por ser um recanto pacato, até mesmo pelo excesso de movimentação no Aeroporto Pinto Martins, como também por mesclar as classes média e média alta. “Por ser um corredor para o aeroporto, através da Avenida Luciano Carneiro, as classes sociais se mesclavam, especialmente no Restaurante Caravelle, conta Marciano. 


Restaurante Caravelle -Acervo de Pompeu Macário

Para quem deixava familiares, parentes ou conhecidos no Pinto Martins (que atualmente possui seu terminal na Avenida Senador Carlos Jereissati), era quase imperioso parar na volta no Caravelle, onde se impõe a personalidade carismática de seu proprietário, Oscar Victor de Holanda, 77 anos. O restaurante tem mais de 50 anos de funcionamento.

“Nunca houve época ruim para o Caravelle. No passado, o aeroporto movimentava a casa. Hoje, é a comércio de confecções”, diz Oscar, ressaltando que foi obrigado a se adaptar aos novos tempo, introduzindo refeições self-service

É inegável que o setor de confecções atacadista alavancou o desenvolvimento do Vila União e se tornou um termômetro do setor na cidade, como afirma o presidente do Sindicato dos Corretores de Moda de FortalezaRegião Metropolitana (Sincom), José Afonso Bezerra Júnior. “Para nós, o Vila União é principal centro de venda de confecções. Hoje, encontra-se à frente do Montese e da Maraponga, avalia José Afonso. Ele informa que esse prestígio foi favorecido pela migração de mais de 40 fábricas de pronta entrega para aquele lugar, contribuindo na oferta de emprego e renda e diversificando os serviços do bairro. 

Colégio Aurélio Câmara - Foto de Wellington Leão


“Se temos ou não um comércio em ebulição na cidade basta darmos uma volta, pela manhã, no Vila União. Há muitos carros em frente às lojas e isso significa que o setor está em plena atividade atividade”, ressalta o presidente do Sincom, destacando que várias fábricas já se instalaram no bairro, após a descoberta por marcas famosas.

Não obstante o lado emergente do bairro, as mazelas de um espaço localizado no subúrbio de Fortaleza são ainda muito visíveis, mesmo que lá tenha funcionando por mais de nove anos a sede administrativa da Prefeitura de Fortaleza
¹Embalos de sábado - Tertúlias ficam na saudade 

O antigo Vila União Atlético Clube é um testemunho de como o bairro mudou seu perfil. A referência de uma agremiação suburbana, famosa pelas tertúlias da década de 1970 e os bailes carnavalescos, faz parte de um passado glorioso. 

A história é contada por um dos mais antigos moradores do lugar, o aposentado Francisco Jacinto de Sousa, 78 anos, popularmente chamado de Caboclo do Olho Cego

Caboclo do Olho Cego - Arquivo Diário do Nordeste

Ele chegou ao Vila União, quando ainda se denominava de Barro Preto. A mudança de nome, conforme conta, aconteceu de forma simplória: alguns moradores formaram um time de futebol, o União Atlético Clube e, então, o lugar onde ficava o campo da equipe era conhecido como a “Vila do União”.

Caboclo do Olho Cego acompanhou as mudanças do bairro, percebendo que o desenvolvimento era inevitável, assim como as mudanças que iam surgindo no modo de viver e de se divertir dos moradores. 

Do Clube Vila União, lembra as noites de sábado sempre repletas de gente do bairro e de localidades vizinhas, atraídas pelas animadas tertúlias. Ele conta que o lugar pacato sempre foi um atrativo para que pessoas de outros bairros de Fortaleza viessem desfrutar dos prazeres oferecidos no subúrbio, sem que houvesse – como aconteceu depois – a influência das drogas e da violência. 

“Era muito comum soldados da Base Aérea pularem o muro do Aeroporto e vir passar as tardes aqui. Havia um moço que tocava violão e animava as tardes até a hora que retornava ao seu posto de serviço”, conta. 

O Clube Vila União, ao contrário da maioria localizada no subúrbio que fechou suas portas, ainda está em funcionamento. As festas de carnaval deixaram de existir e, assim como as tertúlias, ficaram apenas na memória de que viveu aquela época. 

Contudo, com uma população inventiva, o clube ainda abriga os principais eventos sociais do bairro. No lugar, são festejados bodas, aniversários de 15 anos e médias e grandes confraternizações de fim de ano. O clube mantém uma quadra de esportes, salão de festas e um bar, que ficam sempre à disposição da comunidade. 


Editado em 07/12/2022:
"Achei estranho, uma matéria tão maravilhosa e rica em detalhes não citar nossa família "Parreão" ou os "Dantas" e nossas vacarias, ou mesmo o famoso Restaurante Alpendre da Vila e seus bailes sociais que vieram um pouco depois, mas que marcaram bastante a localidade, frequentado até pela Família Imperial Brasileira Orleans e Bragança, essas peculiaridades às quais todo nosso bairro e até bairros adjacentes conhecem. Não digo que pecou, a matéria, mas que lhe faltaram mais importâncias serem citadas. A praça do Vaqueiro, o Muribeca, a boate Boing, o Zé do Amâncio, o urubu que todos os dias desfilava na praça do Vila União à vontade, o Cordeiro Neto, o Aurélio Câmara, o "Papinha", a Horta, o terreno do seu "Zé Guedes", as "rezadeiras", o "Cará", os pedalinhos da lagoa, os chafarizes da praça e do "outro lado", a merenda do Zé do buzo, os quase 70 anos de Albert Sabin (aqui, em 1976), os campos da vacaria, corps, cebolão e horta, a feira dos cacarecos, o rio conhecido como "calombinhos", o caldo de cana na praça, as procissões e os dias de reis ( ficávamos trancados em casa, para não atender os chamados, rsrsrs). Não estou criticando, estou apenas acrescentando informações. Só recordando e agradecendo a matéria por trazer e me fazer lembrar de como aqui era prazeroso de se morar e a vontade de resgatar o "respeito de antigamente". Grato.
Daniel Dantas


Wikipédia/http://vilauniao.wordpress.com, Diário do Nordeste (Marcus Peixoto)

sábado, 8 de dezembro de 2012

Colégio da Imaculada Conceição - Fatos Históricos


Colégio da Imaculada já tinha dois andares nessa foto - Arquivo Nirez



Arquivo pessoal de Erna Verônica


  • 18/Julho/1887- Morre, aos 65 anos de idade, a superiora do Colégio da Imaculada Conceição, irmã Marguerite Bazet (Irmã Bazet). Chegara em Fortaleza no dia 24/07/1865. É hoje nome de rua no Montese.

Arquivo pessoal de Erna Verônica

  • 22/Abril/1888- Funda-se, em Fortaleza, a Conferência da Imaculada Conceição.

  • 23/Fevereiro/1902- Morre, em Fortaleza, aos 60 anos de idade, no Colégio da Imaculada Conceição, a Irmã Vicência, que no século chamava-se Virgínia Machado dos SantosEra mineira de Diamantina.

Arquivo pessoal de Erna Verônica

  • 21/Novembro/1903- Data que marca o dia da inauguração da Igreja da Imaculada Conceição (Igreja do Pequeno-Grande) na Praça Figueira de MeloÉ em estilo neogótico com telhado agudo apoiado em estrutura metálica importada da Bélgica, conforme informa o arquiteto Liberal de CastroA igreja foi construída pelas irmãs francesas que aqui chegaram na segunda metade do Século XX. Vinham como filhas de caridade de São Vicente de Paulo a convite de Dom Luís Antônio dos Santos, primeiro bispo do Ceará. O templo é dedicado a Nossa Senhora do CarmoSua pedra fundamental foi lançada em 1896 pelo Padre ChevalierAs obras se iniciaram no mesmo ano da pedra inicial, mas logo pararam, reiniciando-se em 1898. O templo foi projetado por Isac Correia do AmaralA montagem da parte de ferro esteve a cargo do mestre de obras Deodato Leite da Silva.

  • 25/Março/1930- Inauguração das grandes reformas ocorridas no Colégio da Imaculada Conceição.

  • 04/Junho/1930- Com 2.123 votos, a escritora e estudante Rachel de Queiroz, filha do casal Daniel e Clotilde Queiroz, e aluna do Colégio da Imaculada Conceição, é eleita Rainha dos Estudantes do CearáPrincesas - senhoritas Esther Fiúza, Letícia Ferreira Lima e Neyde Paula Lima Verde.

  • 24/Novembro/1930- Paraninfadas pelo Dr. Menezes Pimentel, são diplomadas no Colégio da Imaculada Conceição as professorandas: Haidée Pontes Vieira (oradora), Rosa do Monte Cumaru, Nair Goiana Sidou, Francisca Batista, Dila Jucá, Alda Pinheiro, Tdalina Fernandes Távora, Nair Teixeira, Felisbela Saraiva, Nilza Mesquita Frota, Anita Fontenele, Iracema Leal, Joanita Figueiredo Sá, Francisca Alves e Maria Neusa Pontes.

Arquivo pessoal de Erna Verônica

  • 07/Abril/1931- Faleceu, no Colégio da Imaculada Conceição, aos 72 anos de idade, a Irmã Josefina, que estava naquele estabelecimento há mais de 50 anos.

  • 02/Fevereiro/1934- Pela manhã, os congressistas visitaram o Colégio da Imaculada Conceição. Às 15 horas, foram recepcionados pelo Interventor Carneiro de Mendonça, depois do que visitaram o Sanatório de Messejana e a casa em que nasceu José de Alencar.

  • 12/Dezembro/1936- 'O Nordeste’ está publicando as palavras que Tristão de Ataíde enviou às professorandas de 1936, do Colégio da Imaculada Conceição, na qualidade de seu paraninfo.

  • 03/Janeiro/1937- No salão nobre do Colégio da Imaculada Conceição, o Pe. Huberto Rohden faz uma conferência sobre ‘O Divórcio’.

  • 04/Julho/1939- Morre, no Colégio da Imaculada Conceição, a Irmã Germana, aos 55 anos de vida religiosa no Ceará.

  • 15/Agosto/1940- O Colégio da Imaculada Conceição festeja o 75º aniversário de sua fundação (Bodas de Diamante).

Arquivo pessoal de Erna Verônica

  • 05/Dezembro/1940- Paraninfadas pelo jornalista Luís Sucupira, recebem diplomas de professoras, no Colégio da Imaculada Conceição, as senhorinhas Maria Iracema Gurgel Nogueira (oradora), Maria Carolina Cruz Andrade, Maria Lucila de Sousa Montenegro, Maria Laura Melo Machado, Rita Susana Siqueira, Maria José Macedo, Margarida Maria Oliveira, Lais Gentil Aguiar, Geraldite Costa Lima Ferreira, Maria Campos Menescal, Rosalina Nepomuceno, Maria Neísse Studart Montenegro, Maria Loura Melo Machado, Rita Susana Siqueira, Maria José Gentil Costa Sousa, Edméa de Alencar Arrais, Estelinha Nunes Cavalcante, Gerarda Castro e Silva, Maria Nilce Costa Lima Ferreira, Maria Sofia de Abreu Memória, Isa Dantas Morais, Iolanda Dias, Maria Forte da Silva, Maria Franklin de Andrade, Maria de Lourdes Evangelista, Rita Vieira, Cármem Gentil de AguiarNilda de Lucena Lopes, Luíza de Menezes Campos, Maria Antonieta Santiago Galeno, Maria Augusta Guimarães, Maria Roseli Sales, Maria Alice Alves, Maria do Carmo Ramos Lima, Maria Assunção SousaJulieta Alves TimbóMaria Juraci Campeio Bessa e Zilda Alexandre de Sousa.

  • 07/Dezembro/1941- Distribuição de diplomas de professoras às alunas que, este ano, concluíram o curso no Colégio da Imaculada Conceição.

  • 07/Dezembro/1942- No Colégio da Imaculada Conceição, 57 concludentes do curso recebem diplomas de professoras.

Arquivo pessoal de Erna Verônica

  • 13/Outubro/1943- Num festival do Colégio da Imaculada Conceição, o Dr. Mozart Pinto Damasceno faz sugestiva conferência sobre a ópera ‘O Guarani’.

  • 12/Abril/1944- A Associação Cultural Franco-Brasileira homenageia o Cel. Otávio Paranhos com um festival no Colégio da Imaculada Conceição. Oradores, o Pe. Dr. Misael Gomes e o Dr. Mozart Pinto.

  • 24/Agosto/1953- Morre, em Fortaleza, a Irmã Simas, da Congregação das Filhas de São Vicente (Irmãs de Caridade), que vinha exercendo há anos a função de diretora do Colégio da Imaculada Conceição.

  • 02/Maio/1955- O Colégio da Imaculada Conceição comemora as bodas de prata religiosas de sua superiora, a Irmã Lima.

  • 23/Junho/1965- O presidente Castelo Branco, participa, pela manhã, das comemorações do centenário do Colégio da Imaculada Conceição; inaugura, à tarde, a Praça Universitária; preside ao lançamento da edição centenária de ‘Iracema’ e assiste, à noite, no Teatro José de Alencar, à co-encenação da ‘Valsa Proibida’.


Arquivo pessoal de Erna Verônica

  • 23/Novembro/1965- Encontra-se em Fortaleza, para ministrar no auditório do Colégio da Imaculada Conceição, um curso de 4 dias sobre História Social do Brasil, o Prof. Pedro Calmon, reitor da Universidade do Brasil.

  • 28/Maio/1972- Com o apoio dos Clubes de Fortaleza, Ana Maria Bayma Kerth é escolhida Miss Ceará 1972. Tem 1,73m de altura, 18 anos e cursa o 2º ano do 2º grau no Colégio Imaculada ConceiçãoFoi eleita na residência do comerciante José Elias Bachá e a coroação foi no auditório da TV Ceará Canal 2.

Arquivo pessoal de Carlos Juaçaba

  • 11/Fevereiro/2005-  Instala-se, às 19h30min, em Fortaleza, a Academia Brasileira de Hagiologia - Abrhagi, em sessão solene no Colégio da Imaculada Conceição, na Avenida Santos Dumont nº 55, na Praça Figueira de MeloA solenidade é presidida pelo Bispo Emérito Dom José Bezerra Coutinho, presidente de honra da entidade.


Saiba mais sobre o Colégio AQUI e AQUI


Fontes: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo e Revista do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) - 1955/1957/1958/1960 e 1961. Agradecimento especial ao amigo Ivan Gondim  

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Escola Honório Bezerra - Bairro Ellery




A escola está situada na Rua Capitão Nestor Góes ao lado da praça conhecida como a do chafariz. Nos primeiros anos de sua inauguração, foi a escola do bairro mais procurada pela qualidade do ensino e boa localização. Nos anos 60, um televisor preto e branco foi colocado na escola para que os moradores pudessem assistir a novelas e outros programas televisivos da época... 

A Escola Honório Bezerra foi fundada na gestão do Governador Virgílio Távora em 1964. O terreno de 800 metros quadrados de área foi doado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza e teve como patrono o engenheiro Honório Bezerra. É a mais antiga instituição de ensino do Bairro Ellery atendendo a quase 300 alunos (do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental II e do Projeto Educação de Jovens e AdultosEJA I e II). 

O prédio...fizeram um anexo mal feito conforme podemos notar pelo meio fio da rua. Na foto existe uma janela retangular, que é onde ficava o aparelho de TV para as pessoas que não possuíam o aparelho em casa assistirem a programação. No espaço onde hoje estar o anexo, as pessoas colocavam bancos e cadeiras para ver televisão em preto e branco, que era um objeto de luxo nos idos de 1967. Morava a poucos metros desse Colégio e foi minha primeira escola.

Certamente o prédio original era mais bonito, cujo nome era GRUPO ESCOLAR HONÓRIO BEZERRA. Nessa esquina da escola dobravam à esquerda os ônibus da linha VILA ELLERY, os quais vinham do centro no sentido que estar o fusca. Já os ônibus da linha SANTA MARIA dobravam à direita na mesma esquina e seguiam juntos no mesmo traçado até o final das duas linhas que se dava junto ao trilho.



A Escola Possui:

  • 6 Salas de Aula
  • 1 Sala dos Professores
  • 1 Sala da Direção
  • 1 Sala da Coordenação
  • 1 Secretaria
  • 1 Laboratório de Informática
  • 1 Centro de Multimeios
  • 1 Cozinha
  • 1 Almoxarifado
  • 1 Depósito para Merenda Escolar
  • 2 Pátios
  • 3 Banheiros 




A Escola de Ensino Fundamental Honório Bezerra fica localizada na Rua Capitão Nestor Góes nº 400, região noroeste de Fortaleza, distante cerca de 3 km do centro comercial da capital cearense. As vias de acesso são as avenidas Sargento Hermínio, Olavo Bilac, Dr. Theberge, Padre Anchieta, Pasteur e a rua Barão do Crato.



Curiosidade:

Nos anos 60, o lazer das famílias era assistir TV em preto e branco na calçada da Escola Honório Bezerra¹. Com o crescimento do número de habitantes, surgiu a necessidade de se construir outros centros educativos. A Escola do Seu Firmino, de propriedade privada, surgiu logo em seguida. Porém, devido a problemas financeiros, fechou as portas há mais de 15 anos. Em 1974, é fundada a Escola Professor Martins de Aguiar que oferecia aulas de tele ensino da 1ª a 8ª séries. Dois anos após, foi inaugurado o Centro Interescolar de 1º Grau Dona Creusa do Carmo Rocha, para atender aos alunos da 5ª a 8ª séries com cursos profissionalizantes. Muitas dessas escolas cresceram e passaram a atender a outros públicos. Os exemplos mais conhecidos foram a Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Professor Martins de Aguiar, Escola Estadual de Ensino Profissionalizante Dona Creusa do Carmo Rocha, e Escola Municipal de Ensino Fundamental Faustino de Albuquerque.




No bairro Ellery, ainda há três Centros de Educação Infantil (Creche Favo de Mel, Creche da Escola Martins de Aguiar e Instituto Dr. Rocha Lima) e duas escolas particulares (Centro Educacional São Mateus; e Colégio Santa Rita). Entre os anos 80 e 90, a comunidade passou por uma transformação: ruas e avenidas foram asfaltadas e ampliadas; o saneamento básico, instalado; lojas, construídas; outros serviços, oferecidos. Nesse período, foram inauguradas a Associação de Moradores, Associação Cristã, além do Posto de Saúde Dr. Paulo de Melo Machado. A época era propícia para as oportunidades de trabalho. Era comum as empresas Brasil Oiticica (fábrica de castanha), Mecesa (metalúrgica) e Thomás Pompeu (tecelagem) contratarem mão de obra local. Hoje a maioria foi reinstalada em outros endereços. O desenvolvimento trouxe também os problemas urbanos. Uma delegacia e um Fórum de Pequenas Causas foram instalados na tentativa de conter a violência que é hoje um dos maiores problemas enfrentados pelos moradores. O bairro é conhecido por ser um dos mais perigosos da capital cearense, com alto índice de homicídios e de jovens viciados em drogas.



Eduardo Girão diz: "O bairro Ellery surgiu na década de 40 de um loteamento chamado Parque Timóteo. Nessa época, existia nas proximidades da Av. Sargento Hermínio apenas uma vereda que ligava os bairros Monte Castelo e Presidente Kennedy, passando pela Av. Olavo Bilac. A maioria das famílias começava a fixar residência e vinha do interior, por causa da seca, em busca de uma vida melhor na capital cearense. Já naquele tempo, o açude João Lopes transbordava alagando as terras da Vila Ellery e adjacências. O açude também servia de lazer para os moradores que tomavam banhos, pescavam e lavavam roupas. Hoje o açude passa por uma revitalização, pois se encontra poluído. As ruas eram veredas em meio ao mato. Cajueiros, azeitoneiras e pitombeiras compunham a paisagem. A maior parte das terras pertencia a família Ellery. Na década de 50, as áreas próximas ao açude começaram a ser loteadas. Os compradores com maior poder aquisitivo adquiriam os terrenos mais elevados, para escaparem das enchentes. Somente em 1956, a Vila Ellery passou a se chamar oficialmente bairro Ellery, por meio de decreto emitido pela Câmara de Vereadores, no governo do prefeito Acrísio Moreira da Rocha."

Salas de aula

Ainda hoje, alguns descendentes da família Ellery, reside no local. 
O Bairro Ellery tem de tudo um pouco, apesar de ser considerado um dos menores de Fortaleza (meio quilômetro quadrado de extensão), há supermercados, pracinhas, lojas, restaurantes, escolas, etc. De lá para cá, o número de habitantes cresceu, já são oito mil moradores. Gente simples e trabalhadora que gosta de bater papo com os vizinhos nas calçadas e não perde o bom humor nem com os problemas da comunidade.

Sala de Informática

A rádio da escola

¹Por volta de 1969, o lazer diário era a ida das famílias assistir a TV pública, em preto-e-branco, que ficava no prédio do Grupo Escolar Honório Bezerra. Iam assistir novelas e programas como a “Família Trapo”. 



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Escola Normal do Ceará - De 1884 à 1922 (Parte II)



Em 1889, pelo Regulamento de 9 de outubro, novas alterações são implantadas,como a duração de três anos do Curso, antes de dois anos, a introdução do curso preparatório e, aparecendo a Instrução Moral e Cívica, os trabalhos manuais, música e desenho. Estabelece-se também a gratificação para Diretor¹.



Pelo Regulamento de 3 de setembro de 1896, extingue-se o curso preparatório, o Curso passa a ser de treze cadeiras, três a mais que o anterior, com a introdução de “Noções de Litteratura”, “Gymnastica” e noções de Psicologia na cadeira de Pedagogia. O ensino não poderia mais ser feito somente através da memorização, por isso foram proibidas as apostilas e as “licções dictadas”, esse deverá ser feito por meio das lições orais “seguidas de interrogações ou de exercícios práticos”



O ensino deverá ser, sempre que possível, intuitivo, das coisas. Em relação ao corpo docente da Escola, estabelece que os professores serão providos por concurso e que serão vitalícios. Nova reforma acontecerá em 1899, e vem trazendo “ligeiras mudanças, dentro do mesmo quadro de comportamento, mostrando que se trata de um só organizador [José de Barcellos], que tenta,experimenta, analisa e conclui visando uma finalidade – a formação segura eeficiente do mestre.” (Sousa, s/d: 115).


As Normalistas

Novo Regulamento surge em 1911, trazendo de volta o curso preparatório. Novamente o cotidiano da Escola continua seu ritmo em meio às tensões político-sociais vivenciadas pelos cearenses. Em 16 de julho de 1912, o Diretor Thomaz Pompeu de Souza Brasil Filho acusa recebimento de ofício do Tenente Coronel Marcos Franco Rabello que, em 14 do mesmo mês comunica haver assumido a presidência do estado para o quadriênio de 1912-1916. Marcos Franco Rabello sucedeu o governo de Antonio Pinto Nogueira Accioly que, após insurreição popular, foi deportado para o Rio de Janeiro, na manhã de 25 de janeiro de 1912. O acontecimento marcou o fim da oligarquia Accioly no Ceará e explica, o afastamento de Thomaz Pompeu de Souza Brasil Filho, cunhado de Accioly, da Diretoria da Escola Normal


Normalistas em passeio na Praia de Iracema em 1938

A sexta reforma da Escola Normal do Ceará tem origem com o projeto regulamentar de João Hippolyto de Azevedo e Sá, e foi expedido em 14 de novembro de 1918. Por essa proposta, a Escola Normal passa a ser o palco das novas idéias pedagógicas. No início do século XX, o debate pela modernização do ensino recebia nova ênfase na reformulação curricular da Escola Normal do Ceará, sob a influência da nascente industrialização, trazendo implicação direta na formação da mulher cearense. Em fins dos anos 10, por ocasião de uma das tantas reformas da Escola, seu currículo assume características tipicamente modernas com a inclusão de disciplinas como “Dactylographia”, “Stenographia”, Inglês e noções de escrituração mercantil”.




Com a I Guerra Mundial (1914-1918), há um maior desenvolvimento da indústria nacional, em virtude da queda nas exportações dos países “envolvidos diretamente no conflito”, desenvolvimento esse combatido pela facção ruralista que insistia numa sociedade agrário-exportadora tendo no café sua principal base de sustentação econômica. “As oligarquias desejavam, a todo custo, segurar a própria história!” (Ghiraldelli Jr., 1987: 26). Contraditoriamente, a expansão cafeeira gera o capital necessário ao incremento industrial que se manifesta, principalmente, na indústria têxtil e alimentícia. 




No campo educacional, as ideias escola novistas se consubstanciam nas reformas educacionais por todo o país, na década de 20. Tais ideias culminam, no Brasil, no movimento que se denominou de “otimismo pedagógico”, caracterizado pela “reestruturação interna das escolas, as mudanças dos conteúdos e métodos pedagógicos, a introdução de técnicas pedagógicas condizentes com a moderna psicologia, etc.” (Ghiraldelli Jr., 1987: 31).




No Ceará, na década de 1920, as novas idéias pedagógicas se manifestam e se consubstanciam no fio condutor dos estudos encetados pelo curso de formação de professores conduzido pela Escola Normal do Estado. Trazido por aqueles que sentiam a necessidade de reforma do ensino, e que acreditavam que essa deveria se dar à luz do novo pensamento pedagógico implementado através do curso normal, tal pensamento aliado à ação especialmente dos professores da Escola e de seu Diretor João Hippolyto de Azevedo e Sá, apoiados pela presidência estadual, teve o poder de incrementar a formação de professores e desencadear a expansão e aperfeiçoamento do ensino elementar através da figura de Lourenço Filho ².




Com a reforma de 1922, a Escola Normal do Ceará ganha novo prédio e passa a funcionar na parte de suas instalações inaugurada em 1923, na Praça Filgueira de Melo. Essa reforma introduziu novos métodos de ensino e novos fundamentos pedagógicos, além da Escola Modelo, o laboratório onde as normalistas desenvolviam a pedagogia experimental. 




A constituição da Escola Normal cearense, após a abertura de muitos arquivos, mostrou-se um processo tortuoso, pontuado por inúmeras reformas e dificuldades de concretização do ideário modernizador inscrito no projeto de criação, manutenção, expansão daquela Escola de formação de professores.




¹ Enquanto na Escola Normal, os trabalhos continuavam no ritmo de suas normatizações e reformas pedagógicas e administrativas, no Brasil a ideia de República ia se fortalecendo e encaminhando-se para sua implantação. No Ceará, a luta pelo poder ia se travando entre diferentes facções políticas que, longe de amparar-se ideologicamente nas novas ideias, buscavam formas antigas de barganhar o poder. Favorecidos pelo sistema federativo com uma maior autonomia na política local, “antigos grupos oligárquicos do Império ... continuam disputando entre si o controle do governo do Estado” (Porto, s/d: 34).

 ² Sobre a Reforma de 1922, ver o Estudo de Cavalcante (2000), onde a autora revela a descoberta de novos arquivos para uma releitura da reforma que ficou conhecida pela historiografia brasileira como a Reforma Lourenço filho.





Reportagem produzida para o programa Conexões. Projeto PETv.
Reportagem - William Santos
Produção - Rosana Reis
Edição - Saulo Lucas


Leia a Parte I
Crédito: Escola Normal do Ceará: impasses de criação e a tônica reformista - Maria Goretti Lopes Pereira e Silva e http://petvufc.blogspot.com.br

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: