Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Memórias da Itapuca Villa...
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sábado, 10 de agosto de 2019

Memórias da Itapuca Villa...

Villa Itapuca   
"Casa de Alfredo Salgado. Era assim que nós jovens e crianças conhecíamos aquele "sobrado" monumental situado na rua Guilherme Rocha, entre Princesa Isabel e Tereza Cristina.
 Aquele casarão sempre encantou meus olhos e despertou minha curiosidade em conhecê-lo em todos os seus detalhes, principalmente ao ouvir de minha madrinha que ali era o ponto de encontro aos domingos, de seus amigos de juventude para passearem apreciando as belezas de seu jardim.
Certo dia, quando eu estudava no Colégio Justiniano de Serpa ( 1971 ) resolvemos eu e uma amiga, gazearmos a aula e irmos conhecer de perto a tal "casa", já que ela também tinha o mesmo fascínio pela mesma. Ao chegarmos em frente, ficamos envolvidas por uma indescritível emoção, vendo aquelas grades e portões monumentais, batemos palmas, chamando alguém. A casa estava rodeada por um matagal quase de nossa altura, mostrando apenas um caminho acimentado até sua varanda. No fundo do quintal, do lado direito de onde estávamos, havia um casebre lá no cantinho do muro, de onde saiu um morador ao nosso encontro para saber o que queríamos.
 Explicamos, ele relutou um pouco mas diante de nossa insistência, permitiu nosso acesso, aconselhando cautela!

É indescritível a emoção que sentíamos a cada passo em que nos aproximávamos daquele sonho prestes a ser realizado. Na parte térrea não logramos muito êxito pois as portas (alturas imensas para nós) estavam todas trancadas. Foi decepcionante, porém, ao chegarmos no andar de cima onde o piso e as grades eram todos em madeira, o homem falou que seria muito perigoso por causa do desgaste do tempo, mas como jovem não possui noção de perigo, insistimos e ele cedeu, aconselhando cautela. A cada passo que dávamos naquele piso, a madeira rangia. Firmávamos o pé para ver se o piso aguentava nosso peso e seguíamos em frente. 

Chegamos a uma porta na lateral direita da casa, onde na mesma, havia uma brecha! Olhamos através dessa brecha  e para mim foi uma das visões que jamais esqueci: um salão imenso, com várias colunas revestidas de mármore e no encontro entre o forro e a parede, havia uma espécie de sanca decorada com rosas e flores em alto relevo, bem coloridas. Foi algo que vi e até hoje ao lembrar, fico encantada, imaginando as reuniões e festas que aconteciam naquele ambiente. Queríamos explorar mais, tudo ao redor, mas o caseiro não nos permitiu, alegando o perigo que corríamos. Mesmo com o pouco que vimos, voltamos felizes para casa.
Certo dia, já adulta, ao passar no ônibus em frente a esse "meu monumento", chorei, ao ver tratores fazendo sua demolição!"

                                                                 Maria de Fátima Aguiar


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5 comentários:

  1. Leila, muito obrigado por publicar o texto da minha querida tia, Maria de Fátima Aguiar. Como você sabe, essa casa exerce um verdadeiro fascínio sobre mim. Ao mesmo tempo que bate um desespero ao saber que ela foi demolida, sinto-me um privilegiado por tê-la visto ainda de pé, em sua fase crepuscular, na década de oitenta. Jamais esquecerei.

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  2. Querida cunhada, essa casa também fez parte do meu cotidiano, visto que, também morava pelas redondezas.Só que vc foi mais além e realizou a fantasia que existia em seus devaneios de criança. Amei o texto e espero que leve adiante a escritora que existe em você.bjs😘❤

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  3. Esse site É SHOOOOOW
    Amo d+

    ATTE

    Daniel Seixas Crowley

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  4. Peguei ônibus muitos anos em frente ao casarão, já na época do seu crepúsculo, mesmo assim era majestoso. Pena que nossa cidade não preserva sua história.

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