Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A tranquilidade do Rodolfo Teófilo - Antigo Porangabussu


No dia 29 de Julho de 1966 o bairro Porangabussu recebe nova denominação: Rodolfo Teófilo. Conforme a lei de nº 3.249, de 28/07/1966.
Faz limites com Amadeu Furtado, Parque Araxá e Bela Vista.

Rodolfo Teófilo abriga a escola da Universidade Federal do Ceará (UFC), da medicina e do hospital. Conta ainda com várias instituições médicas, o Centro de Hemoterapia do estado (Hemoce) e o Incra, os dois últimos localizados na principal avenida do bairro, a José Bastos.

Estamos em 1960, em frente ao antigo Hospital das Clínicas, no Rodolfo Teófilo.

O bairro chamava-se Porangabussu, por causa da lagoa, mas, há 45 anos, recebeu o nome de Rodolfo Teófilo¹, em homenagem ao sanitarista homônimo. Ele empreendeu, sem apoio governamental, uma campanha de vacinação para extinguir uma epidemia de varíola que se alastrava em Fortaleza.

Casa da família Pinheiro Machado no antigo Bairro Porangabussu - Rodolfo Teófilo, no ano de 1966, rua Frei Marcelino, 1788. Acervo Adriano Machado

Ainda hoje, o bairro preserva traços antigos. Por exemplo, a prática de sentar na calçada, que permanece bastante forte no Rodolfo Teófilo. Prova disso é que, todos os dias, no fim da tarde, aposentados reúnem-se na calçada do senhor Moisés Maranhão, na Rua Frei Marcelino, número 1.410, para jogar dama. Apesar de a brincadeira ocorrer religiosamente a partir das 16h, o grupo garante que o jogo não é apostado.

Grupo Escolar Antônio Sales no Rodolfo Teófilo, em 1964.
Revista Manchete. Acervo William Beuttenmuller

Colégio Redentorista na rua Delmiro de Farias, 900, no bairro Rodolfo Teófilo.

De acordo com a comunidade, são poucos os casos de violência. Os moradores dizem gostar da tranquilidade reinante
"Eu nasci, casei, tive meus filhos, netos, bisnetos, tudo no Rodolfo Teófilo. Esse bairro representa tudo na minha vida. Nunca vou esquecer quando fugi com o meu esposo por aquela esquina. Hoje, nós estamos fazendo 49 anos de casados", lembra, com alegria, a operadora de máquinas Margarida Maria da Silva de Oliveira, de 65 anos.

Alunos na rua Francisca Clotilde do bairro Rodolfo Teófilo, da extinta Escola N.S. do Perpétuo Socorro. Anos70. Acervo Liandro Fiúza

 

Ela conta que a tranquila vida no bairro gira em torno da Lagoa de Porangabuçu, da Igreja São Raimundo e da Praça Novo Ideal, considerada, pelos moradores, o "coração" do bairro. É justamente essa praça um dos principais espaços de lazer do Rodolfo Teófilo. Lá, crianças, jovens e adultos brincam livremente, passeiam de bicicleta, jogam bola ou simplesmente jogam conversa fora.




De manhã cedo e no fim da tarde, o local é tomado por pessoas que fazem caminhada. É lá também onde funciona, às terças-feiras, entre as ruas Frei Marcelino e Gustavo Braga, a Feira do Rodolfo Teófilo, existente, segundo relato de populares, há mais de 50 anos.


 

De um universo de 18.839 habitantes, grande parte nasceu e se criou no local. Hoje, apesar do problema das drogas, o bairro é considerado tranquilo, sem muita violência. Tanto que, entre os moradores, um sentimento é bastante claro: são todos apaixonados pelo ambiente em que vivem. "Desde 1948, moro aqui. Não troco o Rodolfo Teófilo por nenhuma Aldeota. Aqui tem tudo: igreja, supermercado, feira livre etc", elogia o aposentado Francisco Ferreira, de 80 anos de idade, que chegou ao bairro aos 18.

Quem também conhece bem o Rodolfo Teófilo é o artesão Luís Gonzaga Lima Paes, de 59 anos. "Nasci aqui. Sou do tempo em que a gente tomava a bênção do padre, podia vê-lo as vezes que fosse", lembra o morador. "Seu" Luís conta que, antes, a Lagoa de Porangabuçu era bem maior, mas com o tempo, devido à expansão urbana, acabou tornando-se pequena.


Descontração

É a Lagoa de Porangabuçu a maior beleza natural do bairro. O local atrai, inclusive, pessoas de outras partes da Cidade que vão em busca de fazer caminhada, passear ou até mesmo arriscar uma pescaria. É o caso de um grupo de três amigos do Panamericano que, pelo menos duas vezes por semana, vai à lagoa em busca de lazer, descontração e descanso.

"A gente vem só para brincar, para desopilar. A lagoa é rasa e os peixes são pequenos. A gente vem mais pelo verme", reconhece um deles, o maquinista Henrique Chaves, de 44 anos. Logo atrás, na água, um amontoado de peixes fica na espreita, à espera de um momento para "atacar". O comerciário Francisco Acácio, de 57 anos, morador há 25 anos do Rodolfo Teófilo, vai, todo fim de tarde, passear com os netos na lagoa.

"Aqui, há uns 10 anos, ninguém via nada, era só mata e marginalidade. Agora, depois que a lagoa foi urbanizada, ficou bonita demais", elogia. Contudo, ele reclama que falta manutenção. "As pessoas não têm consciência, jogam lixo na lagoa. Deveriam conservar. Além disso, depois das 19h, isso fica abandonado, cheio de gente usando drogas", denuncia.

Equipamentos

Outra característica marcante do bairro é o complexo de saúde formado pelo Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), pela Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac) e pelo Instituto do Câncer. Alison Rodrigues Mendonça, presidente da Associação dos Moradores, explica que a presença dos equipamentos faz com que o bairro ganhe duas feições.

 

 

De dia, torna-se um local populoso, pela presença das pessoas que não moram no local, mas deslocam-se para trabalhar a fim de serem atendidas nas unidades de saúde ou para estudar. O que gera um problema: não se encontra lugar para estacionar. Já à noite, é, sobretudo, residencial. Alison diz que a principal deficiência é a falta de espaços de lazer.

Contrastes

População pede unidade de emergência

Um dos grandes contrastes do Rodolfo Teófilo é a questão da saúde. Apesar de o bairro abrigar equipamentos de saúde, quando a comunidade precisa de atendimento de emergência que ultrapasse o horário de funcionamento do Centro de Saúde Anastácio Magalhães, tem de recorrer a hospitais mais distantes. Entre os moradores, essa é uma reclamação unânime.

 

"O que falta mesmo é termos uma emergência 24h. Aqui, é um bairro universitário que forma médicos, mas, quando a gente precisa, não tem para onde ir", reclama o aposentado José Alves, de 70 anos. Ele conta que o problema nem sempre existiu, pois, antes, funcionava uma emergência ao lado da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac). "Quando a gente sentia qualquer coisa à noite, ia para a emergência. Hoje, temos de ir para o Frotão (IJF), para o Hospital Geral ou morrer aqui mesmo", lamenta.

A reclamação é semelhante à do artesão Luís Gonzaga Lima Paes, de 59 anos.
"Aqui, já foi melhor quando tinha a emergência", diz. Reivindicação igual é da operadora de máquinas Margarida Maria Silva, 65. Ela reclama que o centro de saúde não é suficiente para a demanda. "Precisamos de uma casa de apoio que disponibilize médicos 24h".

Fatos Históricos do bairro:

24 de outubro de 1873 - Dá-se, nesta data, o primeiro descarrilamento de trem em Fortaleza, quando a composição puxada pela locomotiva Maranguape sai dos trilhos no lugar denominado Porangabuçu, próximo à parada Amaral, hoje divisa dos bairros Benfica e Rodolfo Teófilo, no cruzamento da Avenida José Bastos com Rua Padre Cícero, terrenos do abolicionista José Correia do Amaral (José do Amaral). 

  12 de maio de 1940 - Inaugura-se, no bairro de Porangabuçu (hoje Rodolfo Teófilo), a parte já concluída da Vila Ozanan

  19 de janeiro de 1941 - Na Vila Porangabuçu ocorre a inauguração da Escola Assis Chateaubriand, iniciativa da "Casa de Proteção", associação patrocinada pelo coronel Raimundo de Holanda e Antônio Russo Italiano Sobrinho, em sede provisória, sendo lançada na ocasião, a pedra fundamental da futura e definitiva sede.

 25 de março de 1941 - Lançada a pedra fundamental do Hospital Carlos Carneiro de Mendonça, no Porangabuçu, falando na ocasião o Interventor Menezes Pimentel e o diretor do Departamento de Saúde Pública, Joaquim Eduardo de Alencar.

 07 de junho de 1942 - Assentamento da pedra fundamental da Igreja de São Raimundo no Porangabuçu (Rodolfo Teófilo), em terreno doado por Raimundo Bessa, próximo à lagoa de Porangabuçu, chamada também de lagoa do Bessa, alusão ao proprietário.

 15 de agosto de 1946 - Instala-se, no Porangabuçu, a Escola Demócrito Rocha, onde é inaugurado um retrato do saudoso jornalista, fundador do jornal O Povo.

 31 de janeiro de 1954 - No bairro de Porangabuçu é inaugurado o novo prédio, construído pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, do Grupo Escolar de Porangabuçu.

 17 de junho de 1956 - São retirados os ônibus que ainda faziam ponto na Praça do Ferreira, das linhas Porangabuçu, Igreja de São Raimundo e Sítio Bom Futuro, que passam para a Praça José de Alencar.


 03 de março de 1956 - Lançada, no Porangabuçu, a pedra fundamental da Maternidade Popular de Fortaleza, que depois se chamaria Maternidade Escola Assis Chateaubriand, da Universidade Federal do Ceará, inaugurada no dia 11 de dezembro do mesmo ano.
O projeto foi dos arquitetos Oscar Valdetaro, Roberto Nadalutti, Israel de Barros Correia e o engenheiro Carlos Miranda.
O construtor foi o engenheiro Jaime Verçosa.
O primeiro diretor da maternidade foi o professor José Galba Araújo


  13 de dezembro de 1963 - Chega em Fortaleza Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo e comitiva, para a inauguração da Maternidade Escola que tem hoje seu nome, no Porangabuçu


¹Médico sanitarista, intelectual, industrial e divulgador científico nascido em Salvador, Estado da Bahia, de extremo espírito público e inventivo, inventor da cajuína¹, não só do produto, como também do nome. Cedo ficou órfão, tendo de trabalhar como caixeiro e suportar humilhações, veio para o Ceará com apenas 15 dias de idade. Formou-se em Farmácia pela Faculdade de Medicina da Bahia, empreendeu uma batalha pessoal contra a varíola, lutando contra o medo da vacina, sem recursos, em tempo de seca, fome, da migração em massa e em péssimas condições de higiene. Sem apoio do poder público, enfrentou praticamente sozinho, em duas oportunidades, epidemias de varíola que vitimou milhares de pessoas em Fortaleza e interior do Ceará, no final do século XIX e início do século XX. Montado em um cavalo, cuidou sozinho da vacinação em massa pelos bairros pobres de Fortaleza durante os três primeiros anos do século XX. A cólera vitimou quase um terço dos seis mil habitantes de Maranguape, cidade nas cercanias de Fortaleza (1862) e no final da década seguinte (1878), a varíola matou um quinto da população da capital cearense. Vacinou próximo de duas mil pessoas (1902), não sendo registrado nenhum caso de varíola na capital cearense naquele ano. Obstinado ainda encontrou tempo para escrever 28 livros, aderir à causa abolicionista e militante na Padaria Espiritual, uma espécie de agremiação literária que, pelo comportamento irreverente de seus membros, antecipou o modernismo no Brasil. Faleceu em Fortaleza em 2 de julho de 1932 aos 79 anos.


Saiba mais sobre Rodolfo Teófilo aqui: Rodolfo Teófilo - Um grande Filantropo cearense de alma e coração

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Fonte: Diário do Nordeste, Wikipédia e Cronologia Ilustrada de Fortaleza - Nirez

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Primeira estação radiotelegráfica de Fortaleza - Uma casa, duas antenas e 3 gerações


Em 1922 instalou-se a primeira estação radiotelegráfica de Fortaleza na Praia do Peixe com duas grandes torres(antenas)¹. Os escritórios ficavam no prédio da Fênix Caixeiral, na Praça Marquês do Herval, na Rua General Sampaio, esquina com Rua Guilherme Rocha, onde hoje fica o edifício do CEMJA.

Foto da época da instalação das antenas em 1922 - Detalhe que a casinha não tem nenhum vizinho próximo. A Foto faz parte do acervo de Joanna Dell'Eva

Zoom da foto anterior

Em 21 de agosto de 1927 é inaugurada a Estação Radiotelegráfica "Ceará", da Repartição Geral dos Telégrafos - RGT, sob a direção de Augusto Mena Barreto.

Uma das antenas na década de 30

Uma das antenas na década de 30

Família Mamede


Por volta de 1947 já com o fim da estação, Mozart Vitoriano Pinheiro, que foi telegrafista na época da agência, foi convidado a morar na casa, que pertencia a União²
Por ser uma pessoa muito correta e honesta, aceitou o "convite" somente mediante o pagamento de aluguel. O aluguel era simbólico, mas existia. Foi então que juntamente com a esposa Hilda Mamede e os filhos: Luís Mário, Mozart, Francisco Alísio (com 12 anos na época), Maria Hilda, Maria Júlia, Maria Plautilia e Maria Tereza, ele foi para a simpática casa na Praia de Iracema, onde criou os filhos e viveu momentos maravilhosos. Foi lá inclusive que nasceu uma das filhas do casal: Maria Celuta (Que hoje se encontra com mais de 60 anos).  

Uma das antenas na década de 30

Foto da década de 30 - Detalhe que ainda não existia nem o Ed. São Pedro e nem a igrejinha. Arquivo Nirez

A casa foi moradia de pelo menos três gerações da família Mamede.
Depois de muitos anos na casa, o patriarca resolveu se mudar, e um de seus filhos, Mozart Mamede, foi morar na casa com a família que havia constituído.

Outra foto da década de 30 vendo-se as duas antenas dos telégrafos

Década de 30

Zoom da foto anterior

Em 1973, a casa passou a ser moradia para o outro irmão, Francisco Alísio Mamede Pinheiro e sua família.
Maria Tereza Pinheiro, filha de Francisco Alísio conta:

“Não sei se você sabe, mas aquela casa tinha porão, quando nós chegamos lá em 1973, os quartos ainda eram com piso de madeira, tinha uma porta no piso claro, pra gente ir pro porão. Dava pra andar na casa toda por baixo. E dava pra entrar por fora também. Esse porão foi feito pra entrar a água do mar, que inclusive na maré cheia, o porão ficava cheio de água, e eu tinha muito medo( ressaltando). Várias vezes ficamos ilhados pela água do mar. E meu pai contava, que quando ele era criança e morava lá (ele foi morar lá com 12 anos), tinha um ladrão, com o apelido de TROÇÃO, que morava em baixo do porão, só que ele entrava por fora (baixo) da casa (claro), minha avó com muito medo dele, além de permitir que ele ficasse, ainda o alimentava de vez em quando. Minha época de moradia foi muito boa, aproveitei o máximo minha infância na praia e criei meu filhos lá, que também usufruíram bastante da praia, com muita liberdade...Morei mais de 30 anos na casa que foi agencia dos correios e telégrafos.“


Essa foto é maravilhosa! Foi a primeira foto usada por mim no painel do blog. 
Década de 30

Foto de 1931 - A antena lá atrás

Foto do final de década de 60 - A casinha (seta) que serviu de agência dos correios e telégrafos

Aquela casinha que foi tão importante, que foi a primeira estação radiotelegráfica de Fortaleza e que por anos foi o aconchegante lar da família Mamede, hoje nada mais é que escritórios de arquitetura de Luciano Cavalcante, que fez o favor de modificar totalmente a casa. Em busca da modernização, ele tirou todas as características da casa³.

Foto de 30/05/1955 - A casinha ao lado do restaurante Lido (em reforma). Na foto, Charles Dell'Eva. Arquivo Joanna Dell'Eva

Pedro Dell'Eva em uma das sapatas que ficavam em frente ao Lido em 1955- Arquivo Joanna Dell'Eva

¹-Meus Trampolins


"Quando criança, eu adorava brincar com meu irmão gêmeo, Pedro, nas sapatas de uma das antenas dos telégrafos localizada bem na frente do Restaurante LIDO (de meus pais), ali mesmo enterradas na areia, sem ao menos sonhar que aqueles enormes blocos quadrados de cimento eram antigamente o sustento de uma antena gigante e tão importante. A segunda antena se encontrava um pouco mais distante, atrás ou ao lado do Ed. São Pedro.

Pois bem, aquelas 4 sapatas eram os “meus trampolins” ! Ficávamos sobre a tal sapata, um de “meus trampolins”, na espera ansiosa de uma grande onda, e na hora “H”, pulávamos dentro d’água como peixinhos! Era uma delícia e como era divertido. Hoje os meus saudosos "trampolins", aqueles que me deram tantas alegrias, foram cobertos pela areia e concreto e sumiram para sempre com todas suas fabulosas histórias dos anos 30, dando espaço à uma pista de patins e skates insuportável!

Joanna Alice Dell’Eva

Filha de Charles e Lúcia Paulette Dell’Eva


1968 - Foto de Nelson Bezerra

Zoom da foto anterior


Casinha que serviu de sede do serviço telegráfico em 1931 e que resistiu ao tempo. Foto de 1969 - Arquivo Nirez

²-Essa casa só poderia ter sido vendida pra gente, porque morávamos lá há muitos anos, caso a gente não quisesse, ela teria que ser leiloada, por ser Patrimônio Público, só que não foi isso que aconteceu, e após anos morando na casa, tivemos que nos mudar.
Maria Tereza Pinheiro

Iracema, final dos anos 70 - Vemos as sapatas da antena que ficava em frente ao Lido.


"Durante um tempo meus trampolins ficavam enterrados, e se escondiam de mim sob a areia...e apareciam de novo, lavados pelas águas do mar! 
como você vê Leila, quando a maré baixava lá estavam eles, imponentes e majestosos blocos de concreto, fortes e imbatíveis, mesmo com a força do mar...porém não resistiram a força brutal do Homem!" - Joanna Dell'Eva


A Casinha ao lado do Lido - Foto de 21/09/1973

Zoom da foto anterior

³-Muitas perguntas sem respostas 

"Leila fico tão "incapacitada" em não saber mais sobre estas antenas e a casinha amarela...que mistério!
E foi tão importante para Fortaleza, as primeiras antenas e a casa dos telégrafos!!!
Seria por cabo marinho na época?
São tantas as perguntas...
Quem construiu? Em que ano? O material veio de onde? Americanos, ingleses ou franceses?
Você pode observar com clareza que a casinha, era construída sobre pilotis sem dúvida por causa do mar...
Eu me lembro desta casa ainda com seus pilotis...erguida sobre a areia.
E as antenas? Se eu fosse Prefeita mandava desenterrar e faria sua historia!


Foto de 1975 - Foto do acervo de Joanna Dell'Eva

E pior ainda...não existe nem uma plaquinha dizendo "Aqui foi a casa que abrigou o primeiro telégrafo de Fortaleza com 2 antenas”.

O Luciano Cavalcante se preocupou só em modificar por completo a casinha amarela...Que pena, além de que ela era TOMBADA! Não entendo...

Joanna Alice Dell’Eva


A casinha hoje:

A casinha hoje, totalmente modificada... Foto de Pedro Paulo


Nem uma única plaquinha dizendo "aqui foi a casa que abrigou o primeiro telégrafo de Fortaleza" - Foto de Pedro Paulo

Foto de Tereza Duarte

Foto de Tereza Duarte


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Agradecimentos a Maria Tereza Pinheiro, Joanna Alice Dell'Eva e Nirez

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Faquir no Abrigo



Foto de 1950 - Arquivo Nirez

Inaugurado em 1956, o Abrigo Central firmou-se como destacado ícone de Fortaleza. Localizado ao lado Norte da Praça do Ferreira, na área compreendida entre as ruas Floriano Peixoto, Guilherme Rocha, Major Facundo e travessa Pará, constituiu-se palco de marcantes acontecimentos do cotidiano citadino.

Por uma década, pois em 1966 foi inexplicavelmente demolido pela Municipalidade que o edificou, registrou fatos até hoje inesquecíveis.

Por ele, diariamente, transitavam a vida, a cidadania e a política fortalezenses. Pessoas de todas as classes sociais, profissões, credos, raças, sexos e idades frequentavam o simples e aconchegante local de comércio, serviços e, sobretudo, ambiente de encontros, discussões, informações e descontrações dos labores vivenciais.

Lanchonetes, confeitarias, cafés, tabacarias, engraxataria, lojas de vendas de discos, de selos tributários, de jornais e revistas, além de pontos de ônibus motivo de sua construção, ali serviam ao público.

Afora tais, existiam empreendimentos outros. O espaço livre maior servia a acontecimentos vários. Sorteios publicitários de veículos, exposições em geral e eventos extraordinários. Destes, lembro-me o de um faquir denominado Zokan.

 

Encerrado em urna envidraçada e lacrada, contendo cama de pregos, pequena janela para receber líquidos – sua única deglutição –, frestas de arejamento e altura que o permitia sentar-se, ficaria três meses em jejum.

A estudantada do Colégio Lourenço Filho, finda a aula, ia ver o asceta nacional. Por indagar como supria suas necessidades fisiológicas e porque não emagrecia, era convidada a deixar o local.


Artigo do amigo e colaborador Geraldo Duarte



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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Uma linda surpresa!



"Quando olho para o sol esteja onde eu estiver lembro de Fortaleza...E navegando nas ondas um dia qualquer esbarrei e me maravilhei com um nobre canto nauta que retrata na sua inteireza a história da minha terrinha... que felicidade... e a blogueira que idealizou este cantinho o faz dia a dia com uma maestria e desvelo merecedora de todos os aplausos... seu nome LEILA NOBRE."



Esse lindo presente recebi hoje de minha querida amiga
     do blog Ilha da Lindalva.

Amei!!!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Fortaleza - Nobre e saudosista



Estou muito feliz, hoje recebi uma linda homenagem do site Fortaleza13:


"Não existe cidadão fortalezense que não se encha de orgulho com sua beleza ao contemplar seu passado através de fotos, seja com o olhar curioso dos que ainda não eram nascidos na época ou com o coração saudosista dos que viveram para fazer e contar sua história. Foi movida por essa paixão que a técnica de contabilidade e blogueira Leila Nobre criou o blog Fortaleza Nobre, um verdadeiro registro histórico do passado de nossa cidade. Mais do que um hobby ou uma declaração de amor à Fortaleza, este espaço se mostra, sem dúvida, uma prestação de serviço a todos que compartilham do mesmo sentimento de admiração pela cidade."

Eles colocaram fotos do blog também. :)

Para visitar o site, clique AQUI



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NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: