Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Rua Padre Mororó - A rua e o padre


Rua Padre Mororó em 1943 - Arquivo Nirez

"Fotografo de costas para o sertão e de frente para o Pirambú. Logo mais a frente, no final da rua, à esquerda, está o Cemitério São João Batista. Fotógrafo no cruzamento das ruas Pedro Pereira com a Padre Mororó.
Esta casa à esquerda era uma belíssima chácara pertecente ao Dr. Jadir Weyne, filho de um grande cearense, Álvaro Weyne. Hoje esse trecho está quase todo descaracterizado.  A chácara do Dr Jadir hoje é uma Cooperativa.  A maioria das casas hoje deram espaço a bares, restaurantes, oficinas... Este Ficus à direita ainda está lá, cada vez mais bonito e frondoso. O fotógrafo estava em frente à Padaria Modelo, que ainda existe, desde 1930."  Nirez

Conforme registrado no livro Idéias e Palavras, na época em que o bairro Arraial Moura Brasil, se chamava Morro do Moinho, e a rua Governador Sampaio, era o Beco da Apertada Hora, a atual Rua Padre Mororó, era chamada de Rua São Cosme.
Em 29 de outubro de 1890, todas as ruas e avenidas de Fortaleza, por resolução do Conselho da Intendência Municipal, passam a ter números no lugar de nomes, modismo que durou alguns meses.
A rua Padre Mororó passou a ser a
 Rua Nº16.
Outros exemplos: a Rua Formosa (Rua Barão do Rio Branco) passou a ser a Rua Nº 1; o Boulevard Duque de Caxias, Travessa Nº 1, etc.

No dia 28 de abril de 1891, a Sessão do Conselho torna sem efeito a resolução do dia 29/10 do ano anterior, que mudou os nomes das praças e ruas, retirando nomes próprios e colocando nas ruas números, voltando todos os nomes anteriores.
Parece que o intuito era retirar todos os nomes próprios de todos os logradouros públicos.


Em 30 de abril de 1825, são executados por sentença da Comissão Militar, o padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó* (Padre Mororó), nascido na povoação de Riacho Guimarães (Groaíras) em 29/07/1778 e o coronel de milícias João de Andrade Pessoa Anta, nascido em Granja, a 23/12/1787. Ambos hoje são nomes de vias públicas em Fortaleza, Rua Padre Mororó e Avenida Pessoa Anta.


A Escola Moura Brasil na Rua Pe. Mororó, 189 - Acervo do Blog da Escola

A Praça do Muriçoca fica em frente a Rua Padre Mororó - Foto de Ápio

Prédio do DNOCS na Rua Padre Mororó - Foto de Ney Madeira

Fatos históricos da rua Padre Mororó





Cemitério São João Batista - Foto de Ápio


  • 18/novembro/1893 - Fundada em Fortaleza a Cal-Marmórea Cearense, de Álvaro Teixeira de Souza Mendes e Manuel Vila Nova, na Rua Padre Mororó nº 27/27 (antigos), em frente ao Cemitério de São João Batista e também no km 73 da Estrada de Ferro de Baturité em frente à estação de Itapaí.

Rótulo dos cigarros Ideal Club - Arquivo Nirez

  • 1931 - A firma A. Beleza & Cia. Ltda., na Rua Padre Mororó nº 67 (antigo), lançou os Cigarros Ideal Club Cearense, onde aparecem na carteira (maço) a bandeira do clube e as instalações localizadas na Avenida João Pessoa, nas Damas.

 Rua Padre Mororó - Foto de Ney Madeira


  • 1935 - O português Manuel da Silva Praça estabelece-se com a Padaria Globo, na Rua Padre Mororó nº 1155, esquina com Rua Pedro Pereira. 


  • 23/junho/1955 - Inaugura-se o primeiro bloco da nova sede da Sociedade Cearense de Fotografia e Cinema - SCFC, na Rua Guilherme Rocha nºs 1264/1296 entre a Rua Padre Mororó e a Rua Luís Hortêncio, fazendo esquina com esta. A construção ficou a cargo do arquiteto Enéas Botelho


Rua Padre Mororó - Foto de J. Reginaldo C.  


  • 10/maio/1976 - Criado em Fortaleza o Clube do Chorinho, na Rua Padre Mororó nº 1072, por Raimundo Dias Calado (Mundico Calado). Com a morte do fundador, a família continuou as apresentações. 


  • 27/dezembro/2002 - Fundação, na rua que tem o nome de um rebelde da Confederação do Equador, o Padre Mororó, na casa em que morou um padeiro da Padaria Espiritual, o escritor Eduardo Sabóia, e o seu quintal dá comunicação para a casa do polêmico escritor Jáder de Carvalho, com endereço Rua Padre Mororó, 952, o Instituto de Filosofia da Práxis, que é um espaço de reflexão, discussão e divulgação da teoria da Crítica Radical, que defende o projeto da emancipação humana. 

Rua Padre Mororó - Foto de Ápio

Rua Padre Mororó vendo-se os muros do Cemitério São João Batista - Foto de Ápio

Praça do Muriçoca - Foto de Ápio

*Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Mello - O Padre Mororó

Mais conhecido como Padre Mororó, Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Mello, foi sacerdote, jornalista e revolucionário brasileiro.

Nasceu em Groaíras (então chamada de Riacho dos Guimarães), em 29 de julho de 1778 e morreu em Fortaleza, em 30 de abril de 1825.

Filho de Félix José de Sousa e Oliveira e de Teodósia Maria de Jesus Madeira. Era primo-irmão do padre Miguelinho e primo-tio de Tomás Pompeu de Sousa Brasil. Avós (paternos): Francisco de Sousa Oliveira Catunda e Tecla Rodrigues; Avós (maternos): Manuel Madeira de Matos e Francisca de Albuquerque e Mello. O pai do Pe. Mororó era do Norte Rio Grandense e sua mãe, era filha de português casado com uma Albuquerque (de Pernambuco). Gonçalo teve o sobrenome registrado o de sua avó materna.

Iniciou seus estudos no interior do Ceará, partindo, aos vinte e dois anos, para Pernambuco, onde se matricula no curso de Teologia. Ordenou-se sacerdote em 1802 no Seminário de Olinda, que segue orientação iluminista e com influencia na formação de idéias anti-absolutistas numa geração de jovens. No seminário teve como colegas Frei Caneca, Padre Miguelino e Padre João Ribeiro.

Exerceu a atividade religiosa em várias cidades do interior do Ceará, onde chegou a pregar contra a Revolução de 1817. Aos poucos, porém, começou a ter contato com as idéias liberais, graças à leitura do jornal Correio Braziliense.

Quando soube da notícia do fechamento da Constituinte de 1823, liderou o repúdio de Quixeramobim ao autoritarismo do D. Pedro I. Formou-se, então, o movimento que culminaria na Confederação do Equador. Utilizou-se como veículo de comunicação dessas idéias o Diário do Governo do Ceará, o primeiro jornal publicado no estado, cuja redação e direção coube ao Pe. Gonçalo Inácio de Albuquerque Mororó. Em pouco tempo o jornal deixou a condição natural de porta voz do governo para transformar-se em peça de artilharia da campanha por um Nordeste independente e que posteriormente se passasse para todo o Brasil.

 


O nome Mororó, surgiu por nacionalismo típico da época, assim como de muitos líderes revolucionários nordestinos, que substituíram os seus cognomes por nomes que lembrassem alguma coisa do país e traduzissem adesões a independência como: Araripe, Ibiapina, Arerê, Sucupira, Buriti, Anta, Sussuarana, Carapinima, Capibaribe, Montezumas e tantos outros. Era uma afirmação pública de nacionalismo, ou melhor, brasilidade. Dando origem assim ao sobrenome, que famílias locais posteriormente adotariam, buscando assim resgatar e manter viva a memória do mártir que sacrificou a sua vida em prol dos nordestinos.

 
Antigo Campo dos Mártires - Arquivo Nirez

Com o fracasso do movimento, foi preso e condenado à morte pela forca. Entretanto, a pena foi convertida em fuzilamento já que ninguém se prontificou a exercer a vil tarefa de ser o carrasco. Assim, Padre Mororó foi executado no antigo Campo dos Mártires, hoje chamado Praça dos Mártires ou Passeio Público.



Fonte: Blog Maracatu Fortaleza, Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza 
de Miguel Ângelo de Azevedo e Wikipédia

terça-feira, 5 de junho de 2012

Rua Senador Alencar - Antiga Rua das Hortas - 2º Parte


Até 19 de outubro de 1878, quando mudou de nome, a Rua Senador Alencar tinha o nome de Rua das Hortas.


Rua Senador Alencar com rua Barão do Rio Branco na década de 20 - Arquivo Nirez

"Esse é o prédio onde funcionava a firma T. De Castro & Companhia, onde vemos o trilho do bonde, que creio ser da linha Via Férrea, é a rua Barão do Rio Branco. Foto da década de 20.  Acredito que nessa época a rua Senador Alencar ainda se chamava rua das Hortas, e a Barão do Rio Branco era rua Formosa. A sombra que vemos na foto é do Palacete Guarani.  A firma T. De Castro ficava, portanto, na esquina sudeste da Barão do Rio Branco. O fotógrafo se posicionou na Senador Alencar, na calçada do Palacete Guarani, virado para o leste. O prédio desta foto não existe mais. Desconheço o que tenha no local atualmente."  Eleonora Pereira

"No local deste prédio, após sua demolição, hoje é apenas um modesto estacionamento, tendo entrada e saída pela Senador Alencar. Até os anos 50, na parte de cima, com entrada pela Barão do Rio Branco, funcionou a pensão alegre da City. O bonde seguia pela Rio Branco até o Passeiodobrando a esquerda  na rua Dr. João Moreira indo até a praça da Estação onde seu final era na esquina da 24 de maio com Castro e Silva. Aí o motorneiro virava a lança e retornava no mesmo trajeto a Praça do Ferreira." José Vieira de Moura

" A firma T. de Castro & Companhia era chefiada por Tertuliano de Castro e Silva, que faleceu em 17 de outubro de 1945. A firma T. da Castro & Cia., era um estabelecimento de representações, comissões, consignação e conta própria, ficava em prédio na Rua Barão do Rio Branco nº93 (numeração antiga), tinha a caixa postal 66, o telefone era 113, tinha um capital de 22:000$000 (vinte e dois contos de réis) e os sócios que compunham a firma eram dois: Tertuliano da Castro e Silva, com 20 contos e Francisco Carvalho de Holanda, com 2 contos de réis. A data do contrato iniciou-se em 13 de julho de 1920 e não tinha prazo para terminar." Nirez

Na rua Senador Alencar nº260, em julho de 1939, abre-se a loja Paraíso dos Chauffeurs, de Sanford & Companhia, firma de Humberto Almeida Sanford e José Marrocos de Araújo.

Inaugurada em 26 de maio de 1940, as instalações do Instituto de Previdência do Estado do Ceará - IPEC, na esquina da Rua Senador Pompeu com a Rua Senador Alencar.

Em 22 de novembro de 1943, um grande incêndio destrói, à noite, a Mercearia J. Mitoso, da firma Viúva J. Mitoso & Filho, na esquina da Rua Senador Pompeu com Rua Senador Alencar.

Funda-se
 às 9h30min do dia 22 de abril de 1945, a associação diversional Violão Clube do Ceará, na sede provisória, altos da Rua Senador Alencar nº 161, sob a presidência Armando de Oliveira Paiva, sendo eleito presidente Antônio Dumond Filho. Às 17h  do dia 03 de outubro de 1945, é colocada a pedra fundamental do Edifício Jangada, na esquina da Rua Major Facundo nº 253 com Rua Senador Alencar, com a presença do Interventor Menezes Pimentel e do Dr. Adalberto Ferreira do Vale, presidente da Prudência Capitalização a quem pertence o prédio.
O local era antes ocupado por dois sobrados. 


Esta firma que vemos na foto é a F. Matos & Cia., revendedora dos pneus Firestone, localizada na Rua Senador Alencar nº 241. Arquivo Nirez

Em 25 de janeiro de 1946, outro grande incêndio ocorre na rua Senador Alencar e destrói, a casa comercial A Juazeirense, de Luís Laurindo de Sousa.

Inaugurada em 29 de outubro de 1948,  as instalações do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Empregados em Transporte de Cargas - IAPETC, no Edifício Jangada, Rua Major Facundo nº 253, esquina com Rua Senador Alencar.

No dia 06 de setembro de 1948, quase três anos depois de lançada a pedra fundamental, é inaugurado o Edifício Jangada, de propriedade da Prudência Capitalização, na esquina da Rua Major Facundo nº 253, com Rua Senador Alencar, projetado pelo arquiteto Sylvio Jaguaribe Ekman. Depois o prédio foi vendido ao INPS.

Postal colorido a mão. Vemos as costas do Ed. do Banco do Brasil e ao fundo o Edifício Jangada.

Em 01 de setembro de 1967, inicia suas atividades a firma Gerardo Bastos S. A. - Pneus e Peças, onde "um pneu é um pneu", na esquina da Rua Senador Alencar com Avenida Tristão Gonçalves nº 200, vendendo pneus Pirelli e peças para autos.

O 
Banco do Estado de São Paulo - Banespa inaugura em 04 de dezembro de 1970, as novas instalações de sua agência em Fortaleza, na esquina da Rua Major Facundo com a Rua Senador Alencar

Em 04 de julho de 1975, o Banco do Estado do Ceará - BEC, inaugura uma nova agência, a Humberto de Alencar Castelo Branco, na esquina da Rua Barão do Rio Branco com Rua Senador Alencar, no Palácio Guarani.
Hoje, o prédio está desocupado.

Cruzamento da Rua Senador Alencar com 24 de Maio - Arquivo Nirez

"Esquina nordeste do cruzamento da Rua 24 de Maio com Rua Senador Alencar. Quem for lá hoje ainda vai ver várias casas do entorno ainda intactas. Essa casa vendedora dos colchões Ortobom está do mesmo jeitinho. A casa da esquina foi demolida para construção do atual prédio e não sei se vocês se recordam, durante a construção, por escoramento mal feito o prédio desabou, sendo assunto em toda a cidade." Nirez

O mesmo cruzamento hoje - Nirez

No dia 15 de junho de 1993, o Arquivo Público é reinaugurado, no prédio da antiga Delegacia Fiscal, na esquina da Rua Senador Pompeu nº 648 e Rua Senador Alencar, prédio construído para servir de residência a seu proprietário, deputado Miguel Fernandes Vieira e que depois foi adquirido pelo Governo Imperial em 1883 para a Tesouraria da Fazenda e serviu por muitos anos de sede da Delegacia Fiscal.
Lá funcionou também a Justiça Federal, o Tribunal de Contas, a Justiça do Trabalho (interinamente) e a Caixa Econômica.
O prédio foi reformado e adaptado para o Arquivo Público em 1993.
Hoje tem o nome de Solar Fernandes Vieira.
O Arquivo Público estava até então em prédio na Rua Pinto Madeira nº166, esquina com Rua 25 de Março.

 
A Delegacia Fiscal - Álbum de Vistas do Ceará 1908


O prédio hoje abriga o Arquivo Público do Ceará

Em 10 de setembro de 2000, um incêndio destrói a loja de calçados Petipé, localizada na Rua General Sampaio entre Rua Castro e Silva e Rua Senador Alencar.

Mais um incêndio, agora em 18 de novembro de 2003, irrompe às 3h15min da madrugada no Centro de Fortaleza destruindo completamente a loja Áfio Couros, que também comercializava tecidos e materiais plásticos, na Rua Senador Alencar, entre a Rua Barão do Rio Branco e a Rua Senador Pompeu.
Por causa do horário, não havia funcionários no local e ninguém saiu ferido.
O proprietário da loja, Francisco Sousa, garantiu que o prejuízo foi total e que não tinha seguro.
Cerca de 80% da mercadoria estocada era composta de tecidos, o restante de calçados e plásticos.
O Corpo de Bombeiros não soube dizer o que de fato causou o incêndio.
Foi necessário uma perícia no local, feita pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil.

 
A Rua Senador Alencar hoje - Crédito da foto



Leia também a Parte I


 

Crédito: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Rua Senador Alencar - Antiga Rua das Hortas


Casa do Barão de Ibiapaba - Hoje é o banco Bradesco. Adiante é Major Facundo com Senador Alencar. A casa era de Joaquim da Cunha Freire, "Barão de Ibiapaba", comerciante nascido em Caucaia em 1827, falecido em 1907. Tiraram seu telhado e o deixaram à mercê do sol e da chuva e num dos invernos ele ruiu. Arquivo Nirez

No ano de 1875, é fundada em Fortaleza a firma J. Lopes & Cia. Casa J. Lopes, do coronel Jesuíno Lopes de Maria, na Praça do Ferreira nº 50 (antigo), e Rua da Alfândega (Pessoa Anta) nºs 25/27, importadores e exportadores.
Depois, em 1937, mudou-se para edifício próprio na mesma rua nº 290, entre a Rua da Assembléia (Rua São Paulo)e Rua das Hortas (Senador Alencar), com frente também para a Rua Formosa (Barão do Rio Branco) nº 795, projeto do arquiteto Emílio Hinko e construção do engenheiro Alberto Façanha de Sá (Alberto Sá).

O Edifício J. Lopes em dois momentos - Na década de 30 e na década de 80, já muito sujo. Arquivo Nirez

Em 19 de outubro de 1878, a Câmara Municipal de Fortaleza mudou o nome da Rua das Hortas para Rua Senador Alencar.

Fundada em Fortaleza, em 1893, a Casa Bancária Frota & Gentil, que tinha como sócios o coronel José Gentil Alves de Carvalho, Raimundo da Silva Frota, Antônio da Frota Gentil e João da Frota Gentil.

Rua Floriano Peixoto com Senador Alencar. A firma era Frota & Gentil. A firma tinha a representação da Sagres, companhia de seguros. Depois, nesta esquina foi construído o prédio do Banco Frota & Gentil, inaugurado em 1925. Arquivo Nirez

Depois se transformaria no Banco Frota & Gentil, que inaugurou seu novo prédio em 1925, na Rua Floriano Peixoto nº 324, esquina com a Rua Senador Alencar.

 
O Banco Frota & Gentil na esquina da rua Floriano Peixoto com Senador Alencar 


Fachada do prédio que abrigou o Banco Frota Gentil - Foto de Alex Uchôa


Em 17 de outubro de 1897, no salão da antiga Fênix Caixeiral, inaugura-se a Associação Comercial do Ceará, que depois funcionaria no Palácio Guarani, na esquina da Rua Senador Alencar com Rua Barão do Rio Branco.

 
O Palácio Guarani

No dia 01 de março de 1898, instala-se, em Fortaleza, na Rua Floriano Peixoto, esquina com Rua Senador Alencar, na então Praça José de Alencar, hoje Largo do Correio, o Banco do Ceará, que tinha na presidência Thomaz Pompeu de Sousa Brasil (Senador Pompeu).

No ano de 1902, incendiou-se o sobrado do coronel José Eustáquio Vieira, na esquina da Rua Formosa (Rua Barão do Rio Branco) com Rua Senador Alencar, onde morava o comendador Luís Ribeiro da CunhaAntes fora o Matadouro e hoje é o Palácio Guarani.

Em 1905, é fundada a Fábrica Vitória, de Homero Barbosa Lima & Cia., sucessores da Fábrica de Destilação Santo Antônio, na Rua Senador Alencar nº 16.

 
A Fábrica Vitória - "Interessante é que na parede do estabelecimento a firma está como "Homero Barbosa Lima & Cia", enquanto no Almanak Hénault a firma vem como "Homero Batista Lima & Cia". A numeração é antiga e por isto não sabemos a localização exata para verificar o que existe hoje no local." Nirez

Em 13 de maio de 1907, começa a demolição do palacete do coronel José Eustáquio Vieira, onde morou o comendador Luís Ribeiro da Cunha, na esquina da Rua Senador Alencar com Rua Formosa (Rua Barão do Rio Branco), para iniciar a construção do Palácio Guarani.

No dia 26 de dezembro de 1908, inaugura-se o Palácio Guarani, da Associação Comercial de Fortaleza - ACF, no local do antigo Matadouro Público, que depois foi um sobrado do coronel José Eustáquio Vieira, onde morou o comendador Luís Ribeiro da Cunha, incendiado em 1902.
Foi adquirido pelo Geminiano Maia (Barão de Camocim), que era Presidente da ACF e que construiu o palácio.
Depois nele estiveram o Bank of London (Bank London) (07/03/1910), Banco dos Importadores (1925), a Boate Guarani, o Clube dos Diários, o Banco do Estado do Ceará - BEC e atualmente lá está a BCP-Telecomunicações.
Fica na esquina da Rua Barão do Rio Branco nº 726 com Rua Senador Alencar.

 
O Clube dos Diários em 1913, instalado no Palácio Guarani

Em 07 de março de 1910, instala-se, em Fortaleza, o London and Brazilian Bank Limited, que teve permissão para abrir caixas filiais em Fortaleza e São Luís, pelo decreto nº 7.857, de 10/02/1910.
Instalou-se no andar térreo do Palácio Guarani, na Rua Barão do Rio Branco nº 84 (antigo, atual 732), esquina com Rua Senador Alencar.
Depois se mudou para prédio na esquina da Rua Barão do Rio Branco com Rua São Paulo.
Já não existe.

Em 06 de dezembro de 1911, é fundada a Escola Humanidade Nova, no sobrado do Barão de Ibiapaba, esquina da Rua Major Facundo nºs 216/220, com Rua Senador Alencar, por Boanerges de Queirós Facó (Boanerges Facó), Moacir Caminha, Francisco Irineu de Araújo Filho (Irineu Filho), Clóvis Vasconcelos e Valdevino Tabosa Freire.
Fechou no ano seguinte.

Sobrado do Barão de Ibiapaba

O velho sobrado esteve ali até a década de 70, quando o deixaram destelhado e um dos invernos daquela década o fez ruir. Hoje no local, está o prédio do Banco Brasileiro de Descontos - Bradesco, que ocupa todo o quarteirão pela rua Senador Alencar. Arquivo Nirez

Em 23 de julho de 1922, é inaugurado o Café Ivan, na Rua Senador Alencar nº 48 (antigo), gerenciado por Armando Vale Weyne

No dia 1º de abril de 1926, funda-se, em Fortaleza, a loja O Gabriel, de Gabriel Leônidas Jardim, armarinho de miudezas e artigos religiosos na Rua Senador Alencar nº 46 (antigo), depois se mudou para a Rua Floriano Peixoto nº 256.

Em 19 de março de 1931, a firma Frota & Gentil, representante da seguradora Sagres, funcionando em prédio na esquina da Rua Floriano Peixoto com Rua SenadorAlencar, transforma-se no Banco Frota Gentil Sociedade Anônima.

Em 11 de outubro de 1933, o Decreto-Lei 1.112, assinado pelo Interventor capitão Roberto Carneiro de Mendonça, cria a Imprensa Oficial que se instalou no dia seguinte em prédio na Rua Senador Alencar nº 115, onde funcionou a Tipografia Gadelha, de Meton Gadelha & Cia., de quem foi adquirido o material gráfico.

O primeiro diretor da Imprensa Oficial foi Alfeu Faria de Aboim (Alfeu Aboim).
O primeiro chefe geral das oficinas foi Eduardo Carvalho e o técnico dos serviços de impressão, José Alves de Morais.
Depois a Imprensa Oficial mudou-se, em 03/08/1934, para prédio na Rua Senador Pompeu nº 24 (atual 512).
Em 1975, quando já era Departamento de Imprensa Oficial - DIO, foi transformada por força de lei em empresa pública com a denominação de Imprensa Oficial do Ceará - IOCe.
Por fim foi para a Avenida Washington Soares, onde foi privatizada.






Crédito: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo

sábado, 2 de junho de 2012

Rua General Sampaio - Antiga Rua da Cadeia - 2º Parte



Casa do Barão de Camocim (Geminiano Maia) na rua General Sampaio nº 1632 - Arquivo Nirez

Em 1928, na Rua General Sampaio, funda-se a primeira emissora do Ceará, a Rádio Educadora Cearense, de vida efêmera, funcionando na esquina da Rua General Sampaio (nº 118) com Rua Meton de Alencar e que chegou a transmitir jogos realizados na Praça de Pelotas (atual Praça Clóvis Bevilaqua), que ficava em frente.
Tinha em seu quadro nomes como Pierre Pereira da Luz (Pierre Luz) que foi o primeiro locutor, Sebastião Coelho, Antônio de Alencar Santiago (Antony Santiago), Francisco Hill Odorico de Moraes (Hill Moraes), Augusto Mena Barreto, Tomás Marques Dias, Francisco José Odorico de Morais, Egídio Coelho, Luís Spíndola, Jeferson Braun, Achiles Arrais, Antônio de Oliveira Braga, J. Miranda Lopes, Renato F. Cardoso, Francisco Flósculo Barreto, Benjamin Falcão e Osvaldo Fernandes. Ouve anteriormente a Rádio Clube Cearense, mas não chegou a ir ao ar.



Em destaque, o prédio da Rádio Educadora Cearense - Arquivo Nirez

No dia 28 de março de 1931, o Cine Luz surge na Rua Castro e Silva nº 47 (antigo), esquina com Rua General Sampaio nºs 4 a 10 (antigos), na Praça Castro Carreira (da Estação), numa dependência da antiga Fábrica Proença, com o filme "A dama escarlate", da Columbia Pictures.
Era de Bernardino Proença Filho e José Bezerra da Silva

Cine Luz, na Rua General Sampaio 526, esquina com Castro e Silva, na Praça Castro Carreira (da Estação). 
Foto de janeiro de 1943, quando estava em cartaz - 'Blackout - Nas Sombras da Noite' (Contraband - Blackout), produção inglesa, de 1940, dirigida por Michael Powell, com Valerie Hobson e Conrad Veidt. O filme foi lançado no circuito Ribeiro no dia 3 de janeiro de 1943. No ano anterior tinha sido exibido outro, produção de 1938. "Sombras da Noite" (While New York Sleeps). Arquivo Nirez

Em 27 de junho de 1933, é reinaugurado o Cine Luz, na Praça Castro Carreira (da Estação), na Rua Castro e Silva esquina com Rua General Sampaio.


No dia 20 de julho de 1938, acontece um acidente na esquina da Rua General Sampaio com Rua Meton de Alencar, na Praça Clóvis Beviláqua, às 8h do dia, quando o bonde nº 137, do Benfica, guiado pelo motorneiro nº 146, José Pereira Costa abalroa com uma camioneta placas 17-59 dirigida pelo "chauffeur" Antônio de Sousa que recebeu pequenos ferimentos. 

Acidente de 20 de julho de 1938, na esquina da Rua General Sampaio com Rua Meton de Alencar, na 
Praça Clóvis Beviláqua - Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Nirez

Em 25 de janeiro de 1939, é inaugurada, em prédio na Rua General Sampaio nº 439, na Praça Castro Carreira, a Casa de Saúde e Maternidade São Raimundo, de Medeiros & Soares Ltda., firma formada pelos médicos Juvenil Hortêncio de Medeiros e A. Otoni Soares. Anos depois se transferiu para a esquina da Avenida Barão de Studart nº 790, com Rua Pereira Filgueiras, passando depois sua entrada para a esquina da Rua Pereira Filgueiras com Rua José Lourenço nº 777.


No dia 10 de agosto de 1940, a Empresa Clóvis de Araújo Janja inaugura, na Rua General Sampaio nº 1263, o Cine Rex, com o filme A Enfermeira Edite Cavel, da RKO, com Ana Neagle, Edna May Oliver e May Robson, no local onde esteve, por muitos anos, a Serraria Rodolfo e sua fábrica de pregos.

No mesmo ano, em 29 de junho, é inaugurada a Casa de Saúde e Maternidade São Pedro, pelo Sindicato dos Marítimos Cearenses, na Rua General Sampaio nº 441, na Praça Castro Carreira (da Estação).

Em 09 de agosto de 1943, é fundado, em Fortaleza, o Instituto Brasil-Estados Unidos - IBEU, no Palácio do Comércio e instalado em 25 de novembro do mesmo ano.
Faziam parte da sua primeira diretoria Edgar Cavalcante de Arruda (Edgar de Arruda), Omar O`Grady, Jorge Moreira da Rocha, tenente P. Wandsworth, José Ramos Torres de Melo e Fausto Augusto Borges Cabral (Fausto Cabral).
Sua sede ficava na esquina da Rua João Moreira com Rua Barão do Rio Branco.
Em novembro de 1945, mudou-se para prédio na esquina da Rua General Sampaio nº 849 com Avenida Duque de Caxias; em 04/07/1951, foi para prédio na esquina da Rua Pedro Pereira nº 258, com Rua Floriano Peixoto; em 21/04/1956, passou para prédio próprio na Rua Solon Pinheiro nº 58. Hoje tem filial na Rua Nogueira Acioli nº 801, na Aldeota.



 
Bar Americano, de Pedro Benício Sampaio. "A foto interna data de 14 de janeiro de 1951, onde se vê algumas pessoas e coisas interessantes. Na porta, visão da Praça José de Alencar que ficava em frente. O bar era localizado na esquina da Rua General Sampaio com Rua Guilherme Rocha. Era uma espécie de mercearia de primeira ordem misturada com bar. Próximo à porta vemos um juke-box (máquinas que tocavam discos). Das pessoas presentes apontamos, da esquerda para a direita de quem olha: Iran Benevides, Assis Ibiapina, Bruno Maia, Arnolfo Fontenele, o locutor Aderson Braz, Carlito Costa, Luiz Cândido Costa Filho (o Rei Momo Luizão I e único), Pedro Benício Sampaio - proprietário do bar - e alguns fregueses. Nirez

Em 06 de julho de 1944, encontra-se ainda em Fortaleza a cantora Zilá Fonseca, apresentando-se no Ceará Rádio Clube. Ela posa, despida, para os pintores na sede do Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, nos altos do Bar Americano, na esquina da Rua Guilherme Rocha com Rua General Sampaio, em frente à Praça José de Alencar.

 
Edifício Fenix Caixeiral, na esquina da Rua General Sampaio - 
Álbum Fotográfico de Propaganda Bilingue (Português e Italiano) - 1925

Em 01 de maio de 1953, com a presença de numerosas autoridades, entre as quais o Stenio Gomes, vice-governador em exercício, Paulo Cabral de Araújo, prefeito de Fortaleza, realiza-se, às 10 horas, a solenidade de lançamento da pedra fundamental do Edifício Fenix Caixeiral, na esquina da Rua General Sampaio com Rua Guilherme Rocha.
De início, Armando Aguiar, presidente da Fenix Caixeiral explicou as finalidades da brilhante reunião.
Logo em seguida foi assinada a escritura do contrato de financiamento da construção por José Jereissati e José William Frota, ambos pelo IAPC e Armando Aguiar, pela entidade caixeiral.
Sobre a significação do ato falaram José Leão de Alencar Oliveira, membro do Conselho Administrativo da sociedade, e José Jereissati, que se congratulou com a família fenixta pelo empreendimento.
Stenio Gomes da Silva fez rápido discurso, congratulando-se com os fenixtas.
Hoje no lugar, se encontra o prédio do CEMJA.


No dia 16 de junho de 1956, surge mais uma emissora de rádio em Fortaleza, a Rádio Uirapuru de Fortaleza, ZYH-25, de Aécio de Borba Vasconcelos, José Pessoa de Araújo e José Júlio Cavalcante, já extinta, surgiu no 11º andar do Edifício Arara (IAPC), mudando-se depois para prédio próprio ainda existente na esquina da Rua Clarindo de Queirós com Rua General Sampaio em formato de um rádio, olhando para a Praça Clóvis Bevilaqua, passou pela Rua Quintino Bocaiúva, Avenida Desembargador Moreira nº 2055 e por fim foi vendida e desapareceu.

Em 09 de dezembro de 1957, o jornal Gazeta de Notícias muda-se para sua nova sede, o porão do prédio da Rádio Uirapuru, na esquina da Rua Clarindo de Queirós com Rua General Sampaio na Praça da Bandeira (atual Clóvis Bevilaqua). 

Praça Clóvis Bevilaqua, na época Praça da Bandeira, vendo-se a fonte e ao fundo a Rua General Sampaio. Década de 40/50 - Arquivo Nirez

Em 14 de setembro de 1971, instala-se em Fortaleza a Empresa Cearense de Turismo - Emcetur, funcionando no antigo prédio da Cadeia Pública, quadrilátero entre a Rua Senador Pompeu nº 360, Rua João Moreira, Rua General Sampaio e Rua Senador Jaguaribe. O primeiro diretor foi Eliezer Teixeira de Sousa.

Em 12 de julho de 1973, em reunião com os secretários Júlio Rego, da Saúde, e Ernando Uchoa Lima, da Cultura, o governador César Cals de Oliveira Filho determina que o Centro de Saúde que na época já era denominado Unidade Sanitária Nº 1 Barca Pelon, na esquina da Rua General Sampaio com Rua Liberato Barroso, na Praça José de Alencar, seja demolido, para ceder espaço para a construção de jardins para o Theatro José de Alencar

No dia 29 de junho de 1973, ladrões assaltam, de madrugada, a loja A Esplanada, na Rua General Sampaio nº 1003, na Praça José de Alencar, usando um pé de bode e um alicate que deixam no local.

Casa do poeta Cruz Filho na Rua General Sampaio. José da Cruz Filho foi o Príncipe dos Poetas Cearenses. Sua casa ficava quase vizinha ao Theatro José de Alencar. Hoje em dia, não existe mais a casa, o Cruz Filho já é falecido e o local hoje está em negociação, pois a Secretaria de Cultura pretende desapropriar algumas casas ali entre o Theatro José de Alencar e a Casa de Juvenal Galeno.  Arquivo Nirez

Em 26 de outubro de 1973, o príncipe dos Poetas Cearenses, José da Cruz Filho grava depoimento para o Museu Cearense da Comunicação (Arquivo Nirez), em sua residência, na Rua General Sampaio, sendo o momento registrado também em fotografia de Osmar Onofre

Loja Mesbla na Rua General Sampaio, nº1065 - Arquivo Nirez

Em 25 de janeiro de 1993, irrompe, às 18h30min, violento incêndio que devora em poucos minutos o Armazém Paraná, na Rua General Sampaio, na Praça José de Alencar, que atinge várias lojas na Rua Guilherme Rocha, entre elas Sapataria Sônia, Minna Discos, Micheline Baby e o magazine Calçados Populares.
O fogo foi debelado após quatro horas de intenso trabalho do Corpo de Bombeiros.


Outro incêndio aconteceu em 26 de dezembro de 1999. Ocorreu à noite e foi de grandes proporções, causado por um curto-circuito no Sukatão Amazonas, loja de confecções e miudezas na Rua General Sampaio nº 1159/1212, que foi destruído completamente. 

Mais um incêndio ocorreu em 10 de setembro de 2000 e destruiu a loja de calçados Petipé, localizada na Rua General Sampaio entre Rua Castro e Silva e Rua Senador Alencar.


 
Solar Carvalho Mota - Foto Ricardo Sabadia

Em 24 de outubro de 2003, às 19h30min, durante as comemorações dos 94 anos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, é apresentado o Projeto de Criação do Centro de Referência e Documentação do Semi-Árido em parceria com o IPHAN e o lançada a revista trimestral Conviver Nordeste, com as presenças do Ministro da Integração Nacional, Ciro Ferreira Gomes (Ciro Gomes) e da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral.
O local da solenidade foi no Solar Carvalho Mota, na Rua Pedro Pereira nº 741, esquina com Rua General Sampaio.


Rua General Sampaio - Foto de José Alberto Ribeiro

Rua General Sampaio sentido praia - Foto de Geonm40

Rua General Sampaio vendo-se o Centro de Turismo do Ceará. Antiga casa de detenção de Fortaleza.
Foto de Francisco Edson Mendonça Gomes



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Crédito: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo

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