Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Postes e eleições
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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Postes e eleições



Poste de madeira em frente a casa. Esta casa localizava-se na atual Rua Conde D'Eu, ao lado da casa dos governadores, onde em 1932 foi construído o Mercado Central (o antigo, o atual é uma feira de regionalismos). Foi nesta casa que em 1824 refugiou-se o Padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó que ali foi preso e conduzido para a morte ocorrida no dia 30 de abril de 1825. Arquivo Nirez

Vários historiadores defendem ser cíclica a história e o cotidiano leva ao fortalecimento do princípio.

No período antecedente às últimas eleições municipais, a mídia divulgou declarações de políticos afirmando que o presidente da República, por sua popularidade, elegeria quem e o quê desejasse. Até mesmo um poste.

Como não aplicaram a Teoria de Garrincha, isto é, não combinaram com a outra parte – os eleitores – deram com os burros n’água. Seus postes continuam postes. Os índices apontados nas pesquisas não foram transferidos, escafederam-se.



Poste de madeira nos arredores da Estação Central - Século XIX

Em nossa Capital, anos sessenta e setenta do século passado, ao contrário do desejado na atualidade, foram os postes que elegeram os políticos. Isto mesmo, o ontem contrariou o desejo do hoje.

Um sempre lembrado ex-vereador e ex-diretor do Departamento de Iluminação da Prefeitura de Fortaleza, órgão então responsável pela instalação de energia elétrica, aliou-se a um ex-deputado estadual, não menos famoso, e produziram uma inédita e luminosa idéia eleitoreira.

Como nos subúrbios a maioria das ruas não dispunha de energia elétrica, pouco antes das eleições escolheram várias artérias de bairros periféricos, reuniram os moradores e garantiram que todos teriam o desejado serviço público em seus lares.

Quase às vésperas dos pleitos, caminhões da Municipalidade, carregados com os antigos postes de madeira, destinavam-se às ruas dos votantes e deitavam ao chão dois postes em cada quadra.


Poste de madeira na então Rua da Frente (Av. Beira-Mar) na década de 30 - Arquivo Nirez

Muitas alegrias e comemorações realizaram-se por conta do futuro benefício. Os postes estavam ali. Eram a garantia, pensava o eleitorado.

Os candidatos divulgavam atraso nas obras por conta da burocracia, entretanto juravam que logo após a eleição todos teriam a desejada luz nas casas e nas ruas. Tudo ficava na promessa e os postes eram recolhidos ao depósito municipal após elegerem e reelegerem a ambos, com votações de áreas sempre diferentes.

A lembrança restada da tramóia foi o apelido dado ao deputado, formado pelo designativo do sexo masculino, o sinônimo de madeira e a posição horizontal dos postes.



Crédito ao amigo e colaborador Geraldo Duarte (advogado, administrador e dicionarista)

4 comentários:

  1. Estimada Leila. Você e Fortaleza sempre Nobres. Duarte

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  2. Francisco Jose de Paulo3 de maio de 2012 às 11:26

    Leila, bom dia. Estou sempre de olho em seu blog e revivendo momentos inesquecíveis desta terra que amo. Ah! Aprendendo também. Abraços!

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    Respostas
    1. Que bom, Francisco José! :)
      Eu fico muito feliz em saber!

      Abraços e obrigada pela preferência! rs

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