Aída Santos e Silva, carinhosamente chamada de Aída Balaio, era cearense de Fortaleza, nascida em 1897. O sobrenome Balaio vem de apelido dado a seu marido que lutou no movimento chamado de Balaiada, no Acre*.
Aída foi uma mulher simples que se dedicou ao ensino durante mais de 50 anos. Morando no Mucuripe, no tempo em que o Bairro era apenas um vilarejo de pescadores, conseguiu alfabetizar e despertar o interesse pelo aprendizado em várias gerações de alunos. Ensinou no Grupo Clóvis Beviláqua de 1922 a 1948.
Acervo - Sérgio Roberto
Ao lado das atividades didáticas, seu interesse por filmes levou-a a participar da produção de Orson Welles no Ceará, intermediando o diálogo entre a equipe e a população local graças ao domínio da língua francesa que aprendera quando estudante do Colégio Imaculada Conceição. Profundamente religiosa, dirigia e orientava as festividades da Igreja do Mucuripe. O Padre José Nilson, então diretor espiritual da Confraria Nossa Senhora de Fátima, uma das associações a que Aída fizera parte traduziu em palavras a grandiosa mulher que foi Aída Balaio: “Uma mulher, uma mãe, uma educadora, uma cristã autêntica”.

Ao conferir o nome de Aida Santos e Silva ao CIES - Centro Integrado de Educação e Saúde, hoje, Unidade Básica de Saúde – Aída Santos e Silva a Prefeitura de Fortaleza resgata a memória daquela que se constituiu em uma das mais notáveis personalidades do Mucuripe.
Em sua homenagem, no bairro também existe a rua Professora Aída Balaio:
*Aída Santos e Silva é o nome de registro da professora Aída Balaio. Ela ficou conhecida popularmente pelo sobrenome Balaio em decorrência de seu marido, Francisco Balaio da Silva, que foi um homem descrito como herói de guerra. Francisco da Silva incorporou o Balaio ao seu nome depois de retornar do Acre durante o período da revolta regencial chamada Balaiada, na qual lutou pelo governo (Girão, 1998).
Balaiada foi uma revolta popular ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841, que recebeu essa denominação devido ao apelido “Balaio” de Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, uma das principais lideranças do movimento, que trabalhava fazendo cestos, balaios.

Créditos: Uerbet Santos e Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo
maravilha seu blog. Aprendemos bastante
ResponderExcluirFortaleza Nobre está de parabéns pela singela missão do resgate de nossa história.
ResponderExcluirA família Balaio agradece de coração.
Muito obrigada, Sayonara! :)
ExcluirFortaleza Nobre está de parabéns pela singela missão do resgate de nossa história.
ResponderExcluirA família Balaio agradece de coração.
A Balaiada no Maranhão terminou em 1841, a Aída Balaio nasceu em 1889, já são 48 anos, se o marido dela participou dessa revolução com 20 anos, quando a Aída nasceu, seu futuro marido já teria 68 anos, supondo que ela casou com 15 anos, seu marido já teria 83 anos. Foi assim mesmo?
ResponderExcluirOi Dieyme, boa tarde!
ExcluirNão sei precisar a idade que seu marido participou da Balaiada. Na biografia de Aída apenas consta:
"Apesar de não pertencer à aristocracia de Fortaleza, Aída conseguiu pleitear uma vaga no Colégio
Imaculada Conceição e ter acesso a todo o currículo ofertado pela instituição, o que amparou não apenas
a formação para o magistério, mas certo preparo social para casar-se bem. E, sem fugir à regra, logo
após se formar, ela efetivou matrimônio com Francisco Balaio da Silva – homem mais velho, com
emprego estável, funcionário público."