Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



sábado, 10 de outubro de 2009

Itapuca Villa

Atendendo a pedidos:

"O nosso passageiro ilustre do bonde Soares Moreno é o abolicionista e intérprete comercial Alfredo da Rocha Salgado, morador da grande vivenda "Itapuca Vila", cujo imóvel num estilo primoroso da arquitetura se sobressaía das demais casas e bangalôs da época. Ocupava quase uma quadra das ruas Guilherme Rocha - frente, Princesa Isabel - lado nascente, Tereza Cristina - lado poente e a poucos metros da rua Liberato Barroso."


História do bonde Soares Moreno




Um dos maiores referenciais da cidade” era a Itapuca Villa, em Jacarecanga. Construída em 1915, ocupava a quadra da rua Guilherme Rocha, entre as ruas Princesa Isabel e Tereza Cristina. Foi construída pelo empresário Alfredo Salgado, refletindo uma mansão da Índia-inglesa.

Ficou abandonada durante quase meio século, desde a morte de seu dono, infelizmente mais uma parte de nossa história foi perdida com a demolição de mais esse patrimônio. :(


Todos os materiais para sua construção vieram do exterior inclusive as madeiras. Seu proprietário, Alfredo Salgado, viajava para a Europa com frequência para contratar novos jardineiros. Foi abandonada em 1946.

Em dezembro de 1993, é demolida a tradicional casa construída por Alfredo Salgado, na Rua Guilherme Rocha, a Itapuca Vila, de arquitetura inglesa.

Itapuca em 1974. Acervo Fco de Deus




 Detalhes da Itapuca por M Cals

Um pouco da biografia de Alfredo da Rocha Salgado diz-nos que:


Ele nasceu no dia 01.09.1855 e faleceu em 13.04.1947. Intérprete comercial nas línguas inglesa, francesa e alemã; funcionário da Casa Inglesa constituída por sociedade anônima sob o título - Casa Salgado S.A., de grande atuação na economia cearense, sendo a primeira a montar prensa hidráulica para o enfardamento do algodão no nosso Estado.


Entusiasta das causas nobres, foi abolicionista de primeira linha, dos de frente sem receio. Um dos fundadores da afamada sociedade mercantil "Perseverança e Porvir", em 1879, sob cuja inspiração veio a formar-se a "Cearense Libertadora", que agitaria e levaria até o final a luta vitoriosa da emancipação dos escravos na Terra da Luz. (Famílias de Fortaleza - Dr. Raimundo Girão, 373/375).



No lugar da Itapuca, hoje se encontra o CEJA Professor Gilmar Maia de Sousa, um centro de educação de jovens e adultos:







Fotos antigas: Arquivo Nirez
Recortes de jornais - Fundação Biblioteca Nacional

Um Conto no Passado: cadeiras na calçada

Houve um tempo em Fortaleza, em que as pessoas colocavam as cadeiras nas calçadas e contavam histórias umas às outras. Os mais velhos contavam e os mais jovens ouviam extasiados. Era um tempo em que a televisão ainda não havia alienado nossos ouvidos e nossos olhos.

Foi partindo desse referencial que Raymundo Netto escreveu seu livro Um conto no passado: Cadeiras na Calçada. Escreveu e inscreveu na Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, sendo então ganhador do Prêmio de Incentivo à Publicação e Divulgação de Obra Inédita na categoria Romance.

Publicado em 2004 pelas Edições Livro Técnico, na ficha catalográfica está escrito ´conto cearense´. Essa falta de uma definição do gênero pode até ser proveitosa, pois cabe ao leitor rotular do que quiser. Eu chamaria apenas de ´Narrativas´. O importante nesse livro é a viagem que o autor faz por uma Fortaleza que não existe mais, começando por um tempo em que a Barão do Rio Branco ainda se chamava Rua Formosa e em que as fachadas das casas apresentavam frontões, cimalhas, ´jacarés´ na platibanda e arabescos que o tempo se encarregou de devastar pelas mãos destruidoras de seus moradores.

Raymundo Netto, no entanto, reconstrói esse contexto devastado. Restaura a antiga paisagem, usando seus ´chinelos de cordovão´, como fazia aquele esperto novo rico personagem machadiano. Depois acende um candeeiro para verificar as rótulas das janelas, as taramelas das portas, os punhos das redes, feitas com algodão do Seridó. Vai em seguida à Pensão de D. Amélia Campos, sem esquecer uma passada no Café Java para um dedo de prosa com Antônio Sales e Mané Coco.

Isso torna-se possível quando o jovem escritor de posse de seu candeeiro de porcelana com manga de vidro, começa a clarear um passado que teima em se esconder na penumbra do tempo. Daí ele se dirige de fraque e com o cabelo besuntado de brilhantina para um baile na Itapuca Villa, na Guilherme Rocha, um pouco antes do aristocrático Jacarecanga, onde o morador se distinguia pelo tamanho do seu bangalô ou pelo número de compartimentos de sua mansão. É então que todo um clima da belle époque fortalezense é criado pelo autor ao som da música ´Ontem ao luar´, tomando champagne, usando pincenê e transitando na rua de cabriolet.

Raymundo Netto consegue estabelecer um diálogo da ficção com a realidade. Para que o real se imponha sobre o ficcional ele acrescentou à sua narrativa, imagens fotográficas da Fortaleza histórica. Ícones da arquitetura fortalezense ilustram quase todas as páginas do livro e conferem ao leitor a possibilidade de, mesmo enveredando pelo enredo fictício, não desgrudar do nosso patrimônio cultural. É por isso que os bancos da Praça do Ferreira recebem os nomes que um dia ostentaram para o público e entraram para o folclore: ´Banco da Opinião Pública´, ´Banco da Democracia´, ´Banco dos Comunistas´ e o ´Banco que não teve nome´.

Nessa mesma Praça do Ferreira ainda se mantém de pé, abrigando uma agência da Caixa Econômica, o Palacete Ceará. Ali, no andar térreo, funcionava a Confeitaria Rotisserie e na parte superior o animado Clube Iracema. Isso tudo no tempo em que motorista era chofer, a Major Facundo era Rua do Palma, o Majestic era o cinema chique e Ponce de Leon era o Rei Momo do carnaval. Todos esses acontecimentos ocorrendo quando o Estoril ainda era Vila Morena, a Segunda Guerra nem havia começado, a morte do bode Ioiô causava consternação na cidade e Manezinho do Bispo, semianalfabeto, lançava livros de moral e humor.

Ao lado do caminho ficcional do livro, trafega uma via histórica e real da cidade de Fortaleza. O hospital principal é a Santa Casa de Misericórdia, fundada em 1861. O Passeio Público vai dando espaço para a Praça do Ferreira. A estátua de Nossa Senhora da Paz se ergue defronte à Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no Centro, e não em frente da Igreja da Paz, na Aldeota. As praças são iluminadas por combustores de gás carbônico que em dia de lua cheia não eram acesos, por economia. E essa penumbra que se instalava, vai se instalando à proporção que mergulhamos no passado.

Nesse passado não tão remoto abrem-se as cortinas da década de 1930 e ocorrem várias mudanças sociais a partir da Revolução que depôs o Presidente da República, no caso, Washington Luiz. Aqui no Ceará terminava o mandato de Matos Peixoto que à frente do governo do Estado, destacava-se pelos bailes que promovia no Palácio da Luz e no Clube Iracema. O seu grande destaque era o fato de ser exímio dançarino.

É no início dessa década, mais precisamente em 1931, que aos noventa e cinco anos, falece Juvenal Galeno que deixa sua casa como ponto de encontro até hoje de intelectuais e artistas, na rua General Sampaio, 1128. E vem a descrição do poeta ´sentado numa rede, de gorro azul na cabeça e provando seu rapé, enquanto ditava para Henriqueta, sua filha, alguns versos´. No ano seguinte, 1932, perdíamos Rodolfo Teófilo, o benemérito da pátria. Essas personalidades e os fatos históricos vão sendo tratados ao longo da narrativa.

Finalmente chega-se ao final do livro como quem acaba de fazer um passeio pela Fortaleza dos tempos idos. Pensa-se tratar-se, o autor, de um velho fortalezense revivendo seu passado. Raymundo Netto, no entanto, ainda não chegou aos quarenta anos. É, todavia, amante desta cidade. E sofre com a sua descaracterização. Daí justifica porque escreveu o livro. ´Escrevi porque me dói no coração o abandono e a ingratidão mesquinha por parte dos filhos dessa cidade que não aprenderam a amá-la... É a nossa Fortaleza como uma mãe esquecida´.


Fonte : Caderno 3 – 24 de julho de 2007 - Diário do Nordeste
 

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ruas de Fortaleza - Rua Visconde de Sabóia


As fotos foram colhidas da calçada da Igreja do Pequeno-Grande na rua Coronel Ferraz, sendo a mais antiga retirada do "Álbum de Vistas do Ceará - 1908", editado por iniciativa da Casa Boris. A rua chamava-se Rua da Assembléia, por passar em frente à Assembléia Legislativa, prédio hoje ocupado pelo Museu do Ceará. Os trilhos que vemos são dos bondes de tração animal, da Companhia Ferro-Carril do Ceará. O prédio do lado esquerdo é o ainda existente e que na época abrigava o Instituto Jesus-Maria José, recém fundado. A casa da esquina ao lado direito era a casa do poeta José Albano, filho de Barão de Aratanha.


A rua se chamou Travessa da Cacimba. A linha de bondes fazia esta curva sinuosa por vir do bairro do Outeiro (atual Aldeota) e seguir no rumo do centro da Cidade pela rua São José, passando em frente ao Palácio do Bispo, prédio hoje ocupado pela Prefeitura Municipal (Paço) e dobrando na Travessa Crato, hoje Rua Sobral.
Podemos ver, em comparação com a fotografia "atual", que as calçadas foram reduzidas na largura. De todos os prédios, apenas ficou o da esquerda, onde foi depois o Serviço de Profilaxia, o Cine Paroquial, a Rádio Assunção Cearense, Organizações O Gabriel, a Marcosa e hoje é a Escola Nossa Senhora Aparecida. A árvore na rua logo desapareceu e as casas foram transformadas em prédios de apartamentos enquanto outras se transformaram em pontos comerciais. O prédio da esquina onde foi a casa de José Albano é hoje de apartamentos, onde reside o ator Ary Sherlock. Ao longe podemos ver, na foto "atual", os prédios (edifícios) de concreto fazendo a cidade crescer para cima.
Pela foto "atual", colhida pelo fotógrafo Osmar Onofre, vemos a presença dos grafiteiros, odioso modismo sem nenhum sentido.


Rua São Paulo com Rua Visconde de Sabóia na PRAÇA GENERAL TIBÚRCIO




Vemos o primeiro quarteirão da Rua São Paulo e da Rua Visconde de Sabóia, antiga Rua da Assembléia, por passar em frente ao prédio da Assembléia Legislativa.
Do lado esquerdo da foto antiga vemos o chamado "sobrado mole", antiga casa que dava as costas para o Mercado Central e onde funcionou a partir da década de 40 a União Democrática Nacional - UDN.
Do lado direito, também na foto antiga, vemos a Praça General Tibúrcio, antes da reforma feita por Ildefonso Albano. Na Sena Madureira existiam pequenos casebres de taipa que não podem ser vistos por ficarem com sua cumeeira abaixo da altura da praça.
A rua é calçada com pedras toscas apiloadas, na Rua Visconde de Sabóia há árvores em baixo na calçada e ainda não há o fio de pedras. Combustores de iluminação pública a gás hydrogeno-carbonado completam a antiga paisagem.
Na foto "atual" já não existe o "sobrado mole", que foi substituído pelo Edifício General Tibúrcio que avança além do meio-fio; a Praça General Tibúrcio mostra a reforma que teve em 1913-1914, na gestão de Ildefonso Albano, com a colocação de estátuas de animais, vê-se ao longe a casa dos Távoras, também vista na foto antiga, em frente vemos o Edifício Carneiro, construído pela firma Carneiro & Gentil, o asfalto e o fio de pedras substitui o antigo calçamento enquanto a iluminação elétrica toma o lugar da bucólica luz de lampião.
No Edifício Carneiro havia o escritório do comerciante Ezequiel Sisnando Xenofonte, que abastecia de alimentos os navios que aportavam no Mucuripe.



Fonte: Fortaleza de ontem e de hoje


Largo do Palácio - Praça General Tibúrcio - A Praça dos Leões


Praça do Palácio em 1908

Construída em 1877, a praça homenageia o General cearense Tibúrcio, que participou da Guerra do Paraguai. Toda área da Praça abriga construções antigas e esculturas de leões e leoas de bronze, trazidas de Paris no começo do século.
Localizada no Centro, entre as ruas Sena Madureira, General Bezerril, São Paulo e Guilherme Rocha.


Praça ou Largo do Palácio em 1908 

A origem da praça remonta aos tempos da construção da Igrejinha de Nossa Senhora do Rosário em 1730. Em 1831 o "Largo do Palácio" foi planejado e então a praça começa a ser urbanizada sendo inaugurada em 1856. Depois da morte do general Antônio Tibúrcio Ferreira de Sousa, herói da Guerra do Paraguai, em 1885, uma estátua foi erguida em sua homenagem na praça em 1888 sendo a primeira estátua pública da cidade.
No entorno da praça ficam o Museu do Ceará e a Academia Cearense de Letras. Existem várias outras estátuas na praça destacando-se as três estátuas de leões e a estátua em tamanho natural da escritora Rachel de Queiroz sentada em um banco da praça.


Antiga praça do Largo do Palácio por volta do ano de 1856. 
Possivelmente uma das fotos mais antigas da cidade.
 
Em 1888 foi contemplada com a estátua do General Tibúrcio, herói da Guerra do Paraguai, sendo a partir de então designada com o nome deste general.
Em 1890 foi rebatizada como praça 16 de novembro e, logo em seguida, voltando a ter o antigo nome.




Antigamente o trecho que fica na Rua São Paulo era completamente diferente do que retrata as duas fotos. Era um campo aberto, de areia, conhecido por Largo do Palácio, por ficar em frente ao Palácio da Luz, que era a sede do governo estadual. Mas tal largo era bem menor que a atual praça. Existiam casas no local onde hoje fica a Rua São Paulo e entravam cerca de 30 metros no terreno hoje ocupado pela praça. No lado da Rua General Bezerril também havia um avanço das casas que eram irregulares.
Em 1847 fortes chuvas causaram erosão no Largo do Palácio, foi quando o presidente da Província, Inácio de Vasconcelos mandou construir a muralha de proteção rodeando a praça com escadaria para a Rua de Baixo. Ali se instalavam no século IX circos e parques de diversões.

Em 1887 resolução da Câmara dá ao largo o nome de Praça General Tibúrcio. Em 1888 foi ali inaugurada a estátua do general Antônio Tibúrcio de Sousa, que foi a primeira da Cidade. Em 1891 foi iniciado, por sugestão do vereador José Albano, o alinhamento da praça. No ano seguinte houve uma revolta do Colégio Militar que terminou por depor o presidente do Estado José Clarindo de Queirós. Houve muitos tiros que atingiram a praça, o palácio e um deles pegou na estátua do general Tibúrcio que caiu de pé e em 1892 foi recolocada no seu lugar.


Em 1912, quando da deposição do presidente do Estado Antônio Pinto Nogueira Acióli, assumiu como intendente de Fortaleza o filho de José Albano, Ildefonso Albano, que continuou o trabalho de seu pai, desapropriando as casas dos dois lados e fazendo novas fachadas, abrindo a rua, além da urbanização da própria praça, obra terminada e inaugurada em 1914, como ainda tem uma placa de mármore na coluna em frente ao Museu do Ceará.
A foto mais antiga, que deve datar da década de 30, pois vemos nela o Palacete Brasil (1914), a Assembléia Legislativa (1871), além de um carro de modelo da década de 20.
A segunda foto mostra o mesmo trecho visto do mesmo ângulo, com as árvores da praça em maior número e bem maiores, os mesmos prédios da foto anterior e por trás deles novos prédios, como o Edifício Sul América, o Edifício Jereissati (do Hotel Savanah) e os prédios da Rua São Paulo. Além disso, a Rua São Paulo hoje tem mão única descendo a ladeira, o asfalto substitui o paralelepípedo e alguns postes e fios e a sinalização fazem a diferença.


ortaleza de Ontem e de Hoje - Descricão de Praças
A praça antes era um largo areal em frente ao Palácio do Governo e à Igreja do Rosário, local onde em fevereiro de 1872 foi armado o Circo Olímpico, de Augusto R. Duarte, que no anúncio publicado nos jornais traz a frase: "Roga-se às famílias trazerem as cadeiras".
Em 1847 o inverno rigoroso causou grandes fendas devido a diferença de nível entre o largo e a Rua de Baixo e foi mandado fazer, pelo presidente Inácio Corrêa de Vasconcelos, uma muralha para sustentar o aterro, dotando a Capital de um local aprazível, de passeio público, pois foram levantados pilares e gradarias de ferro e foram feitas escadarias para descida à Rua de Baixo.
Em fevereiro de 1887 resolução da Câmara dá ao largo o nome de Praça General Tibúrcio e em 8 de abril de 1888 foi ali inaugurada a primeira estátua erigida em Fortaleza, a do general Antônio Tibúrcio Ferreira de Sousa, fundida nas oficinas de Thiebaut Fréres, e o pedestal de mármore foi esculpido, em Fortaleza, pelo artista Frederico Skinner.

Depois houve o alargamento das ruas e o alinhamento das calçadas, obra realizada em 1914, na administração do Intendente Ildefonso Albano, que também reforma totalmente a praça, refazendo todas as fachadas das casas da Rua General Bezerril, que foram recuadas. Foi nessa época que surgiu o Palacete Brasil, construído pela firma Rodolfo F. Silva & Filho, especialmente para abrigar a sede estadual do Banco do Brasil. Foi também nesta época que foram colocadas as estátuas dos animais e o coreto para apresentações de bandas de música. Foi aberta a Rua da Assembléia (Rua São Paulo) que tinha casas que avançavam até quase o meio da praça.

Na velha foto, colhida na década de 1920, vemos além da estátua, do coreto e do leão em primeiro plano, a arborização da época e, ao longe, o chamado "sobrado mole" e a velha Catedral ou que foi demolida em 1938. A foto foi publicada na revista "Ilustração Brasileira" em 1922.
Na foto de Osmar Onofre, a mesma praça com a mesma estátua, porém com outro coreto, pois o antigo foi demolido. No lugar do "sobrado mole" levanta-se o Edifício General Tibúrcio e já não se vê a Catedral que está encoberta pela vegetação que cobre quase tudo.



Praça General Tibúrcio (Praça dos Leões) em 1967. Acervo pessoal de Ana Teresa Mello Fiúza


FOTOS RECENTES


Estátua de General TibúrcioLeão com o edifício General Tibúrcio no fundo, do outro lado da Rua São Paulo. 
Todos esses leões são de bronze trazidos de Paris


Estátua em tamanho natural da escritora Rachel de Queiroz


Fontes: Revista do Instituto do Ceará pág 148/Fortaleza de ontem e de hoje/Álbum Vistas do Ceará de 1908/pesquisas da internet/As fotos recentes (maravilhosas por sinal) são de Marcos Almeida

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Fotos de Fortaleza

Santa Casa de Misericórdia

Praça dos Leões



Mercado de Ferro



Duas fotos de diferentes épocas do Passeio Público






Galpões da REFFSA




Edificio União Cearense



Gravura da Praça do Ferreira - Destaque para o Majestic Palace - 1925


sábado, 25 de julho de 2009

Ruas de Fortaleza - Mudanças (Floriano Peixoto)



RUA FLORIANO PEIXOTO NO MERCADO DE FERRO*



Estamos na Rua Floriano Peixoto, que já se chamou Boa Vista, Pitombeira, das Belas e Rua nº 5. A foto antiga data de 1930, quando a rua já tinha o nome atual. Velhos sobrados no estilo neoclássico faziam aquela rua onde trafegavam ônibus da "Light", carros hoje conhecidos como calhambeques, carroças e animais. As pessoas andavam normalmente de chapéu. A bomba da gasolina da época dava um toque todo especial. Vemos por trás o velho Mercado de Ferro inaugurado em 1897 e dali retirado em 1937. Também vemos os postes telegráficos, estes com várias hastes de apoio, cada qual comportando oito fios, totalizando 48 fios. A posição do fotógrafo é de costas para o sertão e frente para o mar. Na foto antiga vê-se o Passeio Público à distância.


Do mesmo ângulo é a fotografia ao lado, onde existem resquícios do que foi outrora. Dos prédios da esquerda existe apenas o que foi do Banco Frota & Gentil e hoje abriga o Banorte. Do lado direito absolutamente nada mais existe da foto anterior.

O prédio do Banco do Brasil foi inaugurado em 1941 como sede e hoje é uma agência e o Palácio do Comércio que foi inaugurado em 1940 e hoje abriga no térreo uma agência do Banco Itaú. O asfalto substitui o antigo calçamento de pedras apiloadas; os postes de concreto-armado estão no lugar dos antigos de madeira ou ferro. Os trilhos e fios dos bondes que estão presentes na primeira foto já não se encontram na segunda.

Os bondes deixaram de circular em 1947 e os fios e trilhos foram retirados no ano seguinte. Telefones públicos "orelhões", sinalização nos postes, sinalização no chão e semáforo não existiam na foto antiga.



*O Mercado de Ferro foi desmontado em 1938 e dividido em dois: Pinhões e Aerolândia.


RUA FLORIANO PEIXOTO - 1900 - 2001

A fotografia antiga é de um cartão-postal distribuído no último ano do século XIX. É a Rua Floriano Peixoto vista por um fotógrafo que estava na calçada do lado do sol, na altura da esquina com a antiga Travessa Pará, ou seja, onde hoje termina a Praça do Ferreira, para o lado do mar.
Na foto vemos, do lado direito, as casas que compunham aquele quarteirão na época, com seus "jacarés" para descida d'água, seus toldos de proteção contra o sol e seus combustores de gás na ponta da calçada. Em seguida, pode-se divisar o prédio da Antiga Assembléia Provincial, depois Assembléia Legislativa, e depois a Praça Capistrano de Abreu, hoje Largo da Assembléia, onde existia o mercado de ferro.

Foto do livro Vistas do Ceará de 1908

No meio da rua correm os trilhos dos bondes de tração animal da Companhia Ferro-Carril do Ceará sobre o calçamento de pedras rústicas apiloadas. Um dos bondes é visto ao longe, de costas. Ainda não havia o fio de pedras.
Do chamado lado da sombra, ou de numeração par, várias casas, sendo uma das primeiras a "Farmácia Albano", de Antônio Albano, que ficava no nº 44. Na primeira esquina ficava a firma G. Tavares & Cia, no nº 34, esquina com Rua da Assembléia (Rua São Paulo), representantes dos calçados Bordallo, sobrado de quatro portas, a "Rianil", cognominada "A loja azul da Floriano Peixoto". Em primeiro plano, um combustor de iluminação pública a gás hydrogeno-carbonado.
Depois no quarteirão estiveram o Banco América do Sul, a Loja Brasileira de Preço Limitado - Lobrás, o Banco Real, "As Pernambucanas", tendo na esquina onde foi a Bordallo, o Banco de Crédito Comercial - BCC, que depois foi uma agência do Banco Brasileiro de Desconto - Bradesco, seguida da Casablanca atravessando-se a rua. Do lado direito havia a casa "As Torres" e a "Casa Joana D'Arc".


A foto atual, de Osmar Onofre, mostra do lado direito "Paulus Livraria", "Papel & Cia", o salão Torre (barbearia), "Savoy Lanches", "Art Shopping", Livraria Santa Fé, e o antigo prédio da Assembléia que depois foi o Museu Histórico e Antropológico e hoje se chama apenas Museu do Ceará. Do outro lado, onde foi o mercado de ferro, o Palácio do Comércio com o Banco Itaú na esquina. Do lado esquerdo temos "Miami Bolsas", casas para alugar, um estacionamento, Armazém Vitória, "Center Bolsas", etc. Dos prédios da época existe apenas um, que tem a fachada com um arco no topo e que durante muitos anos abrigou a loja "Rianil".


RUA FLORIANO PEIXOTO NA PRAÇA DO FERREIRA



Quando foi construído o Edifício do Excelsior Hotel em 1931, pelo comerciante Plácido de Carvalho, todos os fotógrafos apressaram-se para colher fotos de Fortaleza do alto do "arranha-céu" que era a sensação na época. A foto antiga que ilustra estas linhas é uma delas, e mostra a Rua Floriano Peixoto no trecho que fica entre as ruas Guilherme Rocha e Pedro Borges, na Praça do Ferreira.

Nota-se na foto, por trás do Palacete Ceará (destacado em azul), a Igreja Presbiteriana (destacada em lilás); também o sobrado que ficava sobre o "Bazar Alemão"; também vemos, à direita, a Praça dos Voluntários (destacada em verde), que tinha apenas árvores. Por trás, depois do trecho urbanizado, árvores até o horizonte.



A foto atual nos mostra as mudanças ocorridas durante os anos.


Nela vemos o Palacete Ceará, ocupado na foto anterior pelo Clube IracemaRotisserie Sportman, agora ocupado pela Caixa Econômica Federal do Ceará desde 1947, seguido da várias lojas como a Loja Helga, Casa Avenida, Café L'Escala, Bingo Cidade, C. Rolim, etc.

Por trás vemos vários prédios, como o do Palácio Progresso, alguns do Grupo C. Rolim, etc.


RUA FLORIANO PEIXOTO com SENADOR ALENCAR



A firma Frota & Gentil surgiu em 1893, em prédio térreo localizado na esquina sudoeste do cruzamento das ruas Floriano Peixoto com Senador Alencar. Na época era Rua Pitombeiras com Travessa das Hortas. A firma tinha a representação da Sagres, companhia de seguros. A partir de 1917, passou a ter a seção bancária. Em 1925 o prédio foi demolido e em seu lugar foi construído um grande sobrado de esquina que ainda hoje lá está, projeto de João Saboia Barbosa. A firma continuou no prédio e em 19 de março de 1931 transformou-se no Banco Frota Gentil Sociedade Anônima, com grande atuação no comércio e indústria até seu fechamento na década de 60.
No mesmo prédio surgiu uma filial do Banco do Comércio e Indústria de Minas Gerais - Comind, que teve o mesmo destino do anterior e o Banco Mercantil de São Paulo. Depois ainda funcionou uma agência do Banco Nacional do Norte S. A. - Banorte e hoje lá está o Banco Bandeirantes de São Paulo.
A foto antiga que ilustra estas linhas, data de aproximadamente 1918, pouco antes da demolição do prédio. Vemos uma calçada ainda sem meio-fio ou fio de pedra, cujo uso foi instituído a partir de 1921. O combustor de iluminação a gás carbônico está no canto da calçada. Os trilhos dos bondes já elétricos passam pela Floriano Peixoto, bem como sua posteação e fios. O velho prédio trazia, pelo menos, sete "jacarés" de descida d'água em sua fachada. A casa que vemos vizinha, pelo lado da Floriano Peixoto, também pertencia à firma e nela está a inscrição "Frota & Gentil". Na esquina, o emblema da "Sagres". 



A foto atual, do mesmo ângulo, mostra, todas as diferenças hoje existentes como o prédio de 1925, as placas do Bandeirantes, a calçada com o meio-fio, o asfalto, e a sinalização.

RUA FLORIANO PEIXOTO - Prédio da INTENDÊNCIA MUNICIPAL



A Rua Floriano Peixoto já se chamou Rua das Belas, Rua da Pitombeira, Rua da Alegria e Rua da Boa Vista. Este trecho é próximo à Praça do Ferreira, vendo-se a esquina com a Rua Pará e adiante a Rua Guilherme Rocha, que já foi Travessa Municipal, Rua Municipal, Rua 24 de janeiro e Rua Coronel Guilherme Rocha. O trecho de rua que vemos na foto antiga é da Rua Pará, que ficava ali onde hoje ficam três bancas de revistas, entre elas a do Bodinho, em frente aos prédios do Savanah e Sul América. Este prédio com a torre era a Intendência Municipal, sobrado antiquíssimo  adquirido do Pachecão, talvez o primeiro de Fortaleza e que foi demolido no inicio da década de 40.
A foto antiga data de 1905. O prédio que vemos em primeiro plano era a Farmácia Albano e na esquina ficava a loja "A Libertadora". O quarteirão seguinte, onde ficava o sobrado da Intendência Municipal desapareceu com ele, dando lugar a uma outra praça muito mal cuidada na época. Depois foi construído no local, na administração do prefeito Acrísio Moreira da Rocha, pelo comerciante Edson Queiroz, o Abrigo Central, em 1949. 
Em 1967 ele foi demolido e foi feito no local o prosseguimento da Praça do Ferreira, fechando-se a rua Guilherme Rocha com um calçadão, como ainda hoje está. A foto antiga mostra ainda um combustor de iluminação pública a gás hydrogeno-carbonado em primeiro plano. O calçamento é de pedras toscas apiloadas e vemos linhas de bonde de tração animal. As calçadas não tinham uniformidade - é como hoje as ruas de nossos bairros - e não havia ainda o fio de pedras. As árvores que vemos ao fundo são da Praça do Ferreira
Na Intendência Municipal (prefeitura da época) funcionava também a Câmara de Vereadores. Na torre que vemos existia um grande relógio que a partir de 1934 passou a competir com a Coluna da Hora.


Na foto atual, batida por Osmar Onofre, vemos prédios novos como os que abrigaram as Lojas Brasileiras de Preços Limitados - Lobrás, o que abrigou "As Pernambucanas", seguida do Edifício Sul América que no térreo, onde esteve o Banco América o Sul, hoje funciona a Loja Miami Bolsas e a Praça do Ferreira já bem maior, ocupando o local do antigo quarteirão e ao fundo os novos prédios de concreto, chamados de "espigão". O asfalto e o fio de pedras substitui a antiga pavimentação. A iluminação púbica já é elétrica e os portes que sustentam os fios tanto elétricos como os de telefones, são de concreto armado. Vemos também vendedores ambulantes e carros estacionados.


RUA FLORIANO PEIXOTO - BANCO BRADESCO


A foto antiga data de 1938 e mostra o prédio que serviu de sede, por muitos anos, ao Colégio Sete de Setembro, na Rua Floriano Peixoto nº 875, onde depois funcionou o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários - IAPC, e depois o Tribunal Regional Eleitoral - TRE. Ficou abandonado algum tempo e depois foi demolido, tendo antes passado por um incêndio parcial. Foi usado o terreno como estacionamento de carros e finalmente o Banco Brasileiro de Descontos - Bradesco adquiriu o referido terreno e construiu sua sede que começou a funcionar em 1980.

O Colégio Sete de Setembro, de Edilson Brasil Soarez, mudou-se para a Avenida do Imperador esquina com Rua Antônio Pompeu, onde ainda hoje se encontra; o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários - IAPC construiu sua sede própria na Rua Pedro Pereira no quarteirão compreendido entre Rua Major Facundo e Rua Barão do Rio Branco e lá se instalou, onde depois foi fundido com os demais institutos (Industriários, Bancários, Marítimos, etc), transformando-se no Instituto Nacional de Previdência Social - INPS, que já foi dividido e mudado, sendo hoje o INSS. O Tribunal Regional Eleitoral - TRE funcionava ali apenas com uma carteira. Também se mudou e hoje fica na Rua Jaime Benévolo nº 1, na Praça do Coração de Jesus.
Na antiga foto, o paralelepípedo como pavimentação e um carro que parece ser um "Packard". A construção da casa é de 1904, como sugere a data colocada no portão de ferro. A foto antiga foi colhida pela Aba Film.


A foto atual, de Osmar Onofre, nos traz a sede de uma das agências do Banco Brasileiro de Descontos-Bradesco, a Agência Verdes Mares, existindo outras agências em outros locais da Cidade. O oitão que vemos é do antigo Cine Jangada, hoje Bingo Jangada.


RUA FLORIANO PEIXOTO ESQUINA COM RUA SÃO PAULO


A primeira foto é de 1930 e mostra em primeiro plano uma bomba de gasolina da "Standard Motor Oil", tendo por trás uma outra com a suástica, emblema depois usado pelo ditador Adolfo Hitler na Alemanha. Paralelamente às bombas, corriam os fios telegráficos em postes estreitos, de ferro, com seis suportes, cada um com dez isoladores, num total de 70 fios, já que o suporte de baixo tinha fios nos dois lados. Do lado esquerdo, em primeiro plano, o prédio da Assembléia Legislativa e por trás deste, a ponta da torre do palacete Ceará, onde ficava o Clube Iracema. Do lado direito, em primeiro plano, está o prédio onde funcionava o Banco do Brasil, seguido da Casa Veneza de calçados, a Zuca Acioli e as Lojas Rianil. No final, o sobrado que abrigava a Intendência Municipal e onde também funcionava a Câmara de Vereadores.
Na rua calçada com pedras, o bonde da linha "Outeiro" e na esquina um combustor de iluminação pública a gás.
As pessoas na época trajavam quase sempre o branco e todas elas, homens, mulheres ou crianças, usavam chapéu.


A foto nova mostra o mesmo trecho sem as bombas de gasolina, sem o combustor e sem os postes telegráficos. O prédio da Assembléia hoje abriga o Museu do Ceará. A torre do palacete Ceará que hoje tem a Caixa Econômica em seu interior não mais é visível em virtude de novas construções. Do lado direito o prédio que abrigou a agência do Banco Brasileiro de Desconto - Bradesco, está no local antes ocupado pelo Banco do Brasil. Hoje está abandonado. Em vez da Casa Veneza temos o Banco Cidade. No final do quarteirão levanta-se hoje o Edifício Sul América, que já abrigou em sua parte térrea a agência do Banco América do Sul que hoje é uma loja Miami Bolsas. O velho sobrado da Intendência Municipal foi demolido em 1941 e hoje o local é a continuação da Praça do Ferreira que é notada na foto pela arborização.


RUA FLORIANO PEIXOTO - AO LADO DOS CORREIOS



Estamos na Rua Floriano Peixoto ao lado do edifício do antigo Departamento de Correios e Telégrafos - DCT, hoje Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT, estando o fotógrafo de costas para o mar e de frente para o sertão.
A foto antiga, tem à direita as casas comerciais da época, entre elas "A Pernambucana", de Lundgren & Companhia, a loja O Gabriel, que patrocinou por muitos anos o programa radiofônico "Coisas que o tempo levou", liderado pelo radialista José Limaverde Sobrinho, pai de Narcélio e Paulo Limaverde. Em seguida vem o Banco Frota & Gentil, o Edifício Abel Ribeiro, outros como o da Casa Elefante, Casa das Louças, Banco do Brasil, Casa Veneza, etc.
Do lado esquerdo, seguindo-se ao Edifício dos Correios, vem o Palácio do Comércio. Na rua, carros característicos de época. A rua é calçada com paralelepípedos e a rua que está em primeiro plano, cruzando a Floriano Peixoto, é a Travessa Crato.


Foto de outro trecho, vendo-se o  Edifício Abel Ribeiro e do lado esquerdo o Palácio do Comércio.


Hoje, as lojas do lado direito são outras, entre elas Elias Bachá & Companhia, Papelaria Colombo, Nasser & Companhia, Casa Blanca, Casa Bachá, e Nagib Gazzeli.
No quarteirão seguinte o prédio antes do Banco Frota Gentil hoje está  o Banco Bandeirantes, seguido dos Armazéns Aurora, etc., além do Edifício Epitácio Oliveira.
No outro quarteirão, após a Rua São Paulo, a Panamá Importadora, Armazém Vitória, algumas casas desocupadas, um estacionamento, a Miami Bolsas e a Praça do Ferreira.
Do lado esquerdo, depois do prédio dos Correios, vem o do Banco do Brasil - Agência Metropolitana José de Alencar, Palácio do Comércio tendo no andar térreo o Banco Itaú e o Edifício do Museu do Ceará, seguido de Savoy Lanches, Art Shopping, Salão Torres, Livraria Santa Fé, Livraria Paulus, Casa do Desenho, etc.
A rua hoje tem asfalto com sinalização horizontal, fios de pedra ou meio-fios pintados de branco e muitas bancas de revistas e jornais e vendedores ambulantes.



Crédito ao site Portal da História do Ceará/Arquivo Nirez e Arquivo Assis de Lima

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