Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Ponte Metálica e Ponte dos Ingleses

Ponte Metálica - Antigo Porto de Fortaleza


Caminho para a Ponte Metálica em 1910. Arquivo Nirez

Ponte Metálica e Ponte dos Ingleses
A construção da ponte teve início em 18 de dezembro de 1902, sendo inaugurada a 26 de maio de 1906.

Antes da construção da Ponte Metálica, existiram vários trapiches, usados pra embarque e desembarque de passageiros e mercadorias.
Ponte metálica vista da terra para o mar vendo-se seus guindastes e os trilhos de trem. Foto do inicio da década de 1930. Arquivo Nirez
Devido ao comprometimento da estrutura metálica a mesma foi reconstruída em concreto pelo engenheiro Francisco Sabóia de Albuquerque sendo reinaugurada no dia 24 de fevereiro de 1929.


Ponte Metálica, início do século XX. Arquivo Nirez

A princípio, a armação era de ferro e o lastro de madeira. Depois, o piso passou a ser de aço e, por ser toda em estrutura metálica, recebeu o apelido de Ponte Metálica. Com a construção do Porto do Mucuripe, a ponte foi desativada.

Fortaleza vista da ponte em 1919.
Final da década de 30. Vemos a ponte Metálica e a dos Ingleses
Um pouco de história

Vista aérea da Ponte Metálica, já com a estrutura de concreto
que é posterior à sua construção.
Localizada na Praia de Iracema, a ponte situa-se numa área na qual por diversas vezes existiu a construção de trapiches. O primeiro que se sabe foi um trapiche datado de dezembro de 1804.
Depois foram construídos outros trapiches. O mais famoso foi o chamado trapiche do Ellery, construído pelo inglês Henry Ellery, provavelmente no ano de 1844.
Em 21 de junho de 1857, foi concluído um terceiro trapiche, sendo seu construtor Fernando Hitzshky. Este trapiche mediu 154 metros de comprimento por 17,60 metros de largura.


A antiga Ponte Metálica com duas estruturas laterais de madeira que serviam de diques. Livro Caravelas, Jangadas e Navios.
No século XIX, Fortaleza desenvolveu-se muito como cidade, e ainda não possuía um porto para exportar produtos como algodão e café.
Isto impulsionou muitos estudos e projetos. O mais conhecido é de Charles Neate, datado de 1870, o qual incluía a construção de um quebra-mar, um canal, um porto e uma ponte de acesso ao litoral.
Ponte Metálica. Acervo Renato Pires
Em 1875, Sir John Hawkshaw, agilizou esta ideia e a construção de um quebra-mar de 670 metros de comprimento, no antigo porto, ligado ao litoral por uma ponte de acesso. Este ainda projetou a construção do Prédio da Alfândega de Fortaleza e armazéns de depósitos no ancoradouro (iniciados em 1833 e finalizados em 1891), bem como a ligação do porto com a Estação Central de Fortaleza,da Estrada de Ferro de Baturité, e um canal de grande profundidade (o canal do Barreta).


Seminaristas na Ponte Metálica assistindo o embarque e desembarque de viajantes. Fotografia de 1914 de Ronald Tavares

Em 1883, a empresa inglesa "Ceara Harbour Corporation Limited" iniciou as construções da futura estrutura portuária de Fortaleza. Neles também estava incluído o prédio da Alfândega. Porém a construção do quebra-mar iniciou-se somente em 1887, devido as grandes dificuldades para obtenção de pedras necessárias às obras e o acumulo de areia causada pela ação dos ventos, na bacia abrigada pelo quebra-mar.


Antigo porto de Fortaleza - Nogueira Acióli sendo deposto.
Antigo porto de Fortaleza - Nogueira Acióli sendo deposto.
Pavilhão Atlântico - Restaurante e café que antecedia a
ponte metálica e onde as pessoas ficavam aguardando
 os embarques ou desembarques. Foto de 1926. Nirez
Em 1897, quando o quebra-mar já alcançava 432 metros, essas obras foram suspensas. Devido ao fracasso do Plano Hawkshaw, as condições de serviço de embarque e desembarque no antigo porto tornaram-se intoleráveis para os viajantes e para o comércio. Mas mesmo assim o café de Baturité continuou a ser exportado deste porto.

A estrutura da Ponte Metálica contava ainda com o Pavilhão Atlântico de Fortaleza, que era um prédio que servia de sala de espera e restaurante para os passageiros em trânsito ou que iriam embarcar.


Canteiro de obras da ponte Metálica em 1921
Em 18 de dezembro de 1902, teve início a construção da Ponte Metálica, com estrutura de ferro e piso de madeira, sendo inaugurada a 26 de maio de 1906. A responsabilidade e direção coube ao engenheiro Hildebrando Pompeu (cearense) e Robert Grow Bleasby (escocês).


Apêndice da Ponte Metálica onde ficavam os guindastes para embarque e desembarque de produtos. Foto de 1915.
Arquivo Nirez
Ponte Metálica em atividade em 1940. Arquivo Nirez
Devido ao comprometimento da estrutura metálica a mesma foi reconstruída em concreto, pelo engenheiro Francisco Sabóia de Albuquerque, sendo reinaugurada no dia 24 de fevereiro de 1929, com o nome de 'Viaduto Moreira da Rocha', em homenagem ao Des. Moreira da Rocha, então Presidente do Ceará.


A Ponte Metálica era dotada de escada móvel para subida e descida de passageiros que não merecia a menor segurança, e guindastes para as cargas de mercadorias.
Os navios ficavam ao largo enquanto lanchas, botes e alvarengas faziam o percurso entre eles e a ponte.
Serviu por mais de 10 anos, mas deteriorou-se pela maresia e foi reconstruída na década de 20, sendo inaugurada em 24/02/1929 com o nome de Viaduto Moreira da Rocha, já em concreto armado, sob fiscalização do engenheiro Francisco Sabóia de Albuquerque, da IFOCS (atual DNOCS). Acervo Lucas

Ponte dos Ingleses
Foto1: Ponte dos Ingleses no momento da construção.
Déc. de 20. Acervo Aderson Costa.
Foto2: A ponte por volta de 1930. Acervo Carlos A. R. Cruz
A Ponte dos Ingleses, equivocadamente chamada de Ponte Metálica, foi um projeto de melhoramento da estrutura portuária de Fortaleza. 
No Início do século XX o Porto de Fortaleza (Ponte Metálica) necessitava de melhoramentos e vários estudos foram realizados com este fim. Em dezembro de 1920 foi aprovado o famoso projeto de Lucas Bicalho, Inspetor Federal de Portos, Rios e Canais. Um plano de melhoramentos menos dispendioso, semelhante ao Plano Hawkshaw, que satisfizesse a condição de oferecer uma suficiente extensão de cais, bem preparado, até 8 metros de profundidade.
Em 1921, a firma inglesa Norton Griffths & Company Limited foi contratada para a realizações da obra portuária. Em 24 de setembro daquele ano, teve início a construção, durante o governo do presidente Epitácio Pessoa, e foram suspensas no governo de Artur Bernardes, no qual permaneceu inconclusa...


Ponte dos Ingleses, que nunca foi terminada, ficando aqueles espigões mar a dentro e todos pensam que é porque caiu, mas ela é inacabada.
Registro da construção da Ponte dos Ingleses que nunca chegou a cumprir sua função de entrada do porto, pois foi substituída pelo atual Porto do Mucuripe.

Ponte dos Ingleses inacabada ainda nos anos 80.
Acervo Edinardo de Souza
As obras ficaram a cargo o engenheiro J. H. Kirwood, assessorado por George Ivan Copo, Robert Bleaby e Sebastião Flageli. Como os engenheiros eram ingleses, esta passou a ser conhecida com 'Ponte dos Ingleses'.

Um porto nunca finalizado


A ponte foi construída para servir de porto da cidade de Fortaleza, em substituição da antiga Ponte Metálica (ponte ao lado, próxima da Avenida Almirante Tamandaré). No entanto, nunca funcionou como porto. O viaduto integrava o ante-projeto de um porto-ilha proposto pelo engenheiro Manuel Carneiro de Sousa Bandeira, e desenvolvido pelo engenheiro Lucas Bicalho.

Ponte dos Ingleses inacabada. Site oficial Poço da Draga

As obras do projeto foram suspensas por falta de crédito orçamentário A partir disso, a construção se desvirtuou, passou a ser frequentada enquanto mirante por sua visão privilegiada e ganhou apelo turístico. O local, então, nunca chegou ser usado como porto.


Viaduto Lucas Bicalho, a Ponte dos Ingleses em 1923

Em 1994, foi aprovado um projeto de recuperação da ponte através da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. A ponte foi recuperada e urbanizada para o uso público, além de ter recebido uma armação de madeira sobre parte do viaduto, projeto dos arquitetos Fausto Nilo e Delberg Ponce de Leon, também responsáveis pelo projeto arquitetônico do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

A Ponte dos Ingleses tem uma longa história de fascínio sobre a população de Fortaleza e sobre os seus visitantes. Nenhuma outra área da cidade possui um carisma tão especial quanto esta. Nenhum outro espaço da cidade mantém uma relação de tanta cumplicidade com os poetas, boêmios e insubmissos de Fortaleza quanto esse bucólico recanto à beira mar. Essa relação de afetividade foi consolidada através de décadas de convivência carinhosa.
Com a desistência de transformá-la também em porto, a gigante e bela ponte assumiu uma outra grande e significativa vocação: ela passou, a partir de então, a ser o ponto de encontro preferido dos jovens, artistas e boêmios, que para ali convergiam para contemplar o por do sol mais bonito da cidade, para namorar, para pescar descomprometidamente com o resultado da pescaria, para estimular sua sensibilidade poética ou simplesmente para usufruir do seu saboroso aconchego. Nesse lúdico e democrático espaço de conivência havia sempre lugar para todos.

Essa tradição foi se consolidando durante os anos. Em Fortaleza, por muito tempo, falar em boemia, poesia ou espaço bucólico era falar de Praia de Iracema, com o seu velho e aconchegante Estoril. Era falar do seu símbolo maior: a Ponte dos Ingleses.


°°°Fotos Raras do Centro da cidade°°°

A rua Major Facundo, no quarteirão entre as ruas Guilherme Rocha e São Paulo, fotografada do sobrado que ocupava o local do atual Hotel Savanah.

(Clique nas fotos para ampliá-las)


Fachada do Cine Majestic Palace


Interior

Cine Majestic Palace-com cadeiras da Áustria-Não existe mais foi destruido após um devastador incêndio


Na década de 1950 o centro abrigou charmosos cafés e lojas de artigos finos e elegantes
“A Praça do Ferreira era o coração de Fortaleza", lembra com saudade o senhor Raimundo Clemente de Oliveira, 76 anos, contando que testemunhou o incêndio do cine Majestic, na década de 1950. Explica que o fogo começou pela Lojas de Variedades. “Eu morava no terceiro andar do prédio”, recorda, assim como não sai da memória a época em que a Praça do Ferreira contava com seus charmosos cafés, o Abrigo Central e a Coluna da Hora.“Os cafés eram freqüentados por políticos ilustres”, conta. O quadrilátero do espaço mais acolhedor da cidade concentrava lojas que comercializavam artigos finos, sendo freqüentadas por senhoras da alta sociedade, completa Oliveira.

Hoje, pode-se perceber o contraste dos hábitos da Fortaleza do início dos anos 1950 com a atual, diz. Naquela época, quando chegou a Fortaleza, uma das opções de lazer preferida do povo era passear nas tardes de domingo pelo Centro. Clemente se entusiasma ao falar da Praça do Ferreira de outrora. ´Tinha a tabacaria do Pimentel, o Café Presidente e o Pedão da Bananada´.
Cine Moderno

Hotel Excelsion inaugurado em 1931

Nos dias de hoje, a área central está sempre vazia aos domingos e nos feriados diferente daquele tempo, o Centro de Fortaleza aos domingos é quase vazio. As lojas cerram as portas de ferro, impedindo que as pessoas admirem as vitrines. Em outras épocas, elas enchiam os olhos das pessoas, sobretudo das mulheres, que aproveitavam para copiar os modelos.
Foto da Praça do Ferreira ainda da época do bondinho

A Praça do Ferreira antiga era o ponto de encontro das famílias que realizavam passeios dominicais, após a sessão de cinema. “Gosto muito de apreciar o Centro”, revela Abner Ferreira Sales, 72 anos, que confessa não dispensar uma conversa na Praça do Ferreira.“A gente fala sobre tudo: política, economia e da vida dos outros também”, ri, confessando que freqüenta o local há mais de 40 anos.
Neste belo prédio ainda preservado funcionava o Café Sport


Praça do Ferreira 1930

A saudade é apenas do tempo que não volta mais, justifica, afirmando que, hoje, é bem melhor do que antigamente. No entanto, lamenta a demolição do abrigo central e da Coluna da Hora. “Sinto saudade”, revela. O advogado André Real, 60 anos, lembra da época em que havia a sessão das 21h30, no Cine Luiz. “Era o programa preferido da alta sociedade de Fortaleza”. A juventude vinha paquerar na Praça do Ferreira, recorda. Conta que “a primeira vez que usei terno foi para ir ao Cine São Luiz com a minha namorada”, relembra. Diferente de hoje, os namorados não saíam sozinhos. Era comum levar a mãe e a irmã dela também. Caso contrário, não tinha a permissão do pai. Sentado no banco da Praça do Ferreira, diz que tudo surge como um filme na sua cabeça. Mais jovem do que os outros, André Real alcançou o tempo em que a Beira-Mar concentrava os bares e os restaurantes da cidade. Fala da Fortaleza boêmia, citando os bares e as boates localizadas no Centro.
Hotel Savanah, e Sul América, centro, anos 60








Antigo palacete Ceará Chamado popularmente Rotisserie-Uma das mais lindas fachadas de Fortaleza-Sediava o aristocrático Clube Iracema



Hoje sedia a Caixa Econômica e continua com a sua bela fachada preservada.

Abrigo central - Praça do Ferreira



Abrigo Central em 1949

"A foto antiga data de meados da década de 1950 e mostra o movimento daquele logradouro que deixou saudades. Ali havia o encontro de classes, tendo lugar determinado para todos, como o local de reunião dos músicos, dos alfaiates, dos melômanos, dos aficionados de futebol, etc. Existiam ali os cafés "Presidente", "Hawaí", "Wal-can", o "Pedão" da bananada, a "Livraria Alaor", um box de venda de selos de consumo, a "Discolândia", além dos engraxates, bancas de jornal e revistas como as do Bodinho e do Holien, a banca de venda de discos de segunda mão do Raimundo, onde adquirimos muitos discos de cera.
Por trás do Abrigo vemos o Edifício Sul América e o Edifício Jereissati (Savanah) ainda em construção, mas com o andar térreo já pronto, abrigando a Loja Brasileira de Preços Limitados - Lobrás, loja que trouxe uma novidade para a cidade, a primeira escada rolante."
Nirez



Abrigo Central na década de 50 - Arquivo Nirez

Existia na Praça do Ferreira um quarteirão entre as ruas Floriano Peixoto, Guilherme Rocha, Major Facundo e Travessa Pará, com várias casas comerciais entre elas as mais famosas como a "Casa Mundlos", a "Crysanthemo", a "Livraria Edésio", o "Café Emygdio", o "Auto-Volante", além do antigo sobrado que abrigava a Intendência Municipal. Em 26 de agosto de 1941 após ocorrer um incêndio em algumas casas comerciais do quarteirão, o mesmo foi demolido, sob a alegativa de que seria ali construída a sede da Prefeitura Municipal de Fortaleza - PMF que nunca foi construída. Foi então feita uma praça provisória, separada da Praça do Ferreira apenas pela Rua Guilherme Rocha.
Em 1949, na administração do prefeito Acrísio Moreira da Rocha, foi aberta uma licitação para construção ali de um abrigo para pessoas que esperavam ônibus, sendo vencida pelo comerciante Edson Queiroz. Foram iniciadas as obras da construção do Abrigo Central, que vemos na foto antiga, que data do final daquele ano. Ele ainda não estava pronto, sua inauguração deu-se no dia 15 de novembro do mesmo ano. Tinha o nome oficial de Abrigo três de Setembro.

No Abrigo Central existiam as paradas de ônibus, as reuniões profissionais, discussão de classes, comentários em torno de esportes, política, música, enfim, todos os assuntos. Nos boxes funcionavam cafés, casas de merendas, vendas de selos de consumo, armarinhos, casas de vender discos, além dos boxes portáteis como a banca do Bodinho e do Raimundo - este vendia diversas coisas, entre elas discos de segunda mão e onde parte do acervo discográfico do Arquivo Nirez e do pesquisador Christiano Câmara foi adquirido.


"Praça construída na administração do prefeito José Walter Cavalcante, em 1967 - Após a demolição do abrigo, foi iniciada a construção da então nova Praça do Ferreira, que agora seria maior, pois até então no comprimento ia da Rua Pedro Borges até a Guilherme Rocha e agora iria até a Rua Pará. A nova praça trouxe no local do abrigo, imenso caixote de concreto muito sem graça e sem função, como pode ser visto na foto." Nirez

Em 1967, na administração José Walter Cavalcante, sob a alegativa de que estava para ruir, foi demolido o Abrigo Central, que para afrouxar suas fundações necessitou até de dinamite. Depois foi feito o prosseguimento da Praça do Ferreira que foi construída pelo prefeito José Walter e que agora, felizmente, foi demolida. 


Em 1957, a imprensa começou a publicar notícias sobre as rachaduras no Abrigo Central, que ameaçavam a estrutura do prédio construído por Edson Queiroz, vencedor da licitação. Em entrevista ao jornal Gazeta de Notícias, Dr. Luiz Sabóia protestou contra a falta de impermeabilização quando as mesmas surgiram. Colocou-se cimento e dez anos depois, foi ao chão pelas mãos do homem. De acordo com o memorialista Nirez, a atitude lamentável foi devido a ditadura para impedir as grandes concentrações populares. Fotos Manuel Lima.
Acervo Lucas Jr

Acervo Lucas Jr



A foto mostra as bancas de jornais e revistas, tendo ao fundo uma casa de bingos no local onde foi a Lobrás no Edifício Jereissati (hotel Savanah) e onde foi inaugurada a primeira escada rolante de Fortaleza.

A atual praça foi construída na gestão de Juraci Magalhães.


No local onde antes funcionou a Lobrás, vemos o Savanah Bingo
Há telefones públicos, alguns bancos entre os quiosques, algumas árvores, sobre um piso quadriculado. A iluminação é moderna e graciosa. Por trás, os mesmos edifícios, porém abrigando outras casas de comércio.

Praça do Ferreira ainda com o Abrigo



Atual configuração da Praça do Ferreira. Ao centro, a nova Coluna da Hora. Nos cantos da Praça, quiosques modernos.



Messejana


O monumento tem 12 metros de altura e pesa 16 toneladas. A sua estrutura é de aço

A solenidade de entrega da Estátua de Iracema, na Lagoa de Messejana foi no dia 01/05/2004

Messejana era um aldeamento indígena e chamava-se São Sebastião de Paupina. Em 1759, com a expulsão dos Jesuítas, esta passou a ser chamada Vila Nova de Messejana. Em 1921 deixou de ser um município independente e é anexado à Fortaleza .

Em Messejana nasceu o escritor José de Alencar.
O bairro é conhecido também pela Lagoa da Messejana, onde há uma estátua representando a personagem Iracema, da obra de José de Alencar. Outros lugares e instituições referenciais do bairro são: o Hospital de Messejana (construído em 1930 pelo arquiteto Emílio Hinko), Hospital de Saúde Mental de Messejana, Vila Olímpica de Messejana, Terminal integrado da Messejana e a própria casa onde nasceu José de Alencar, transformada hoje em museu.
Messejana também é conhecida pelo cemitério mais antigo de Fortaleza, o Cemitério Público de Messejana (1836) e pela Feira de Messejana, uma das maiores feiras de Fortaleza que acontece todos os domingos.

Uma cidade chamada Messejana

No passeio pelo cotidiano de um dos maiores bairros de Fortaleza, um retrato das contradições que marcam a vida da Capital. Messejana, que já foi cidade de Pernambuco, é hoje um bairro que, entre outros paradoxos, ostenta dois grandes hospitais públicos.

Um dos maiores bairros de Fortaleza já foi município. Messejana, antes mesmo do Ceará ser Ceará, era uma cidade pertencente aos domínios de Pernambuco. Já há muitos anos incorporado à municipalidade de Fortaleza, o bairro guarda uma particularidade: compreende vários "bairros" - mais conhecidos como "comunidades" - dentro de si. Isso faz com que seja formado por realidades totalmente diferentes e, às vezes, conflitantes.

No bairro, está um hospital que é referência nacional e que é motivo de orgulho para todos os seus vizinhos. O Hospital do Coração atende gratuitamente pacientes de todo o Brasil e faz dele um dos equipamentos públicos mais conhecidos de Messejana. Além disso, Messejana também conta com o Hospital Gonzaguinha, outra unidade de saúde de grande porte.

É um dos bairros mais tradicionais e antigos de Fortaleza. O comércio ferve por aqui. Não só na atividade formal, mas também nas feiras do bairro. E foi exatamente por causa do comércio que a aldeia indígena, antes conhecida como Paupina, se transformou na Grande Messejana.

Messejana é um bairro sobre duas rodas. O comerciante Edson Maia é quem organiza a motoromaria para Canindé todos os anos. E garante, por aqui não faltam aventureiros.
É também um local de forte espiritualidade. A igreja na praça é um símbolo do local. Dentro dela está guardado um presente pela comemoração dos 402 anos do bairro. O governo português enviou uma coroa de prata e ouro e uma bandeira do divino Espírito Santo.

Foi em Messejana que nasceu um dos gênios da literatura brasileira, José de Alencar. E uma homenagem a esse filho ilustre do bairro foi feita no local, a estátua que hoje é um dos principais cartões postais da Capital. A personagem mais famosa da obra alencarina. O banho da índia Iracema na lagoa é apreciado por quem passa por lá. Por quem vai pescar, ou só aproveitar a vista. De fato, encantadora.

domingo, 31 de maio de 2009

MUCURIPE




Mucuripe, o primeiro - O primeiro topônimo cearense a constar em mapa foi Mucuripe. Ele aparece nos mapas das Capitanias, em 1574, escrito Macorie. Que aparecerá na relação de Soares Moreno, em 1618, como Macoripe. Significaria na linguagem dos indígenas água ou rio dos Mocós.


Mucuripe na década de 30
O Mucuripe é um bairro de moradores apaixonados pelo lugar

Foto da década de 30
O bairro do Mucuripe guarda uma das imagens mais marcantes de Fortaleza: as velas que encantam e fazem a moldura da enseada que leva o nome do bairro.

O local fica movimentado pela manhã, com as pessoas que vão caminhar e correr na Beira Mar e os visitantes que aparecem no mercado de peixes para comprar o pescado.
O Mucuripe é o bairro do pescador e de moradores realmente apaixonados pelo lugar. Hoje é cheio de prédios imponentes; símbolos da Capital.
No nome da rua - Manuel Jacaré - a homenagem ao pescador que foi até o Rio de Janeiro falar com o presidente, pedir uma vida melhor para os homens do mar. Hoje, pouco mudou. Há dois anos, cansado das dificuldades, mas sem querer se afastar do mar, o instrutor de vela, Edson Ferreira da Silva, trocou a jangada pelos esportes náuticos. Ninguém melhor do que ele, 40 anos de pescaria, para ensinar velejadores. Trabalhando na areia, pouca gente sabe o que ele guarda na memória; detalhes de um Mucuripe que já não existe mais. “Na memória ficam as brincadeiras de criança que a gente ia surfar na praia, depois tomar banho nos riachos, quando era despoluído. A gente roubava fruta do quintal dos pescadores. Era muito legal”, conta Edson.
O riacho que Edson fala é o Maceió, que deságua próximo à estátua de Iracema, construída em 1965. E o Mucuripe tem mais. A capelinha de São Pedro, erguida no final do século XIX; um cemitério quase centenário, que foi ideia dos moradores da época. Mas é na areia da praia que sentimos o que é viver no Mucuripe. Um estado de espírito. Raimundo Gomes da Silva nunca esqueceu a primeira vez que entrou no mar. “Vim para cá com sete anos de idade. Chegando aqui, um pescador me convidou para ir ao mar, e eu fui. Minha mãe ficou louca atrás de mim. Umas quatro horas da tarde cheguei com bastante peixe, dinheiro, e não vimos que era outra vida”, lembra Raimundo.

No mercado de peixes, quem é de outros bairros vêm em busca de pescado é claro. Para quem é do Mucuripe, é hora de comemorar. O motivo da festa? A volta para casa. “A pessoa sai para pescar, aí chega no fim de semana e tira um peixinho para comer torrado aqui”, conta um pescador.
E sabe o que sente o pescador quando chega em terra firme? “É um mar de rosas, né!?”, diz o pescador, Raimundo Gomes.
Ao lado da capelinha do padroeiro, a justa homenagem ao jangadeiro cearense.




Afinal, o que seria do Mucuripe sem o pescador ou do pescador sem o Mucuripe?



Farol do Mucuripe

O Velho Farol do Mucuripe virou Museu do Jangadeiro, mas hoje está fechado.

O farol foi tombado pelo Patrimônio Histórico em 1982. Hoje em dia não tem segurança e não espera por uma reforma.



Construído no século XIX, o velho Farol do Mucuripe guiou as embarcações pela costa de Fortaleza até a década de 50. Em 1982, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e transformado no Museu do Jangadeiro. Mas isso também faz parte da história. Hoje o velho farol está fechado por falta de conservação e segurança.

A foto mostra como era o farol desde sua inauguração até a década de 50, reinando solitário entre as dunas. O Farol do Mucuripe foi terminado em 17 de novembro de 1846, construído pelos engenheiros Júlio Álvaro Teixeira de Macedo e Luís Manoel de Albuquerque Galvão e do Maquinista Trumbull (Truberel). Começou a funcionar em 29 de julho de 1871, o farol giratório do Mucuripe.
De longe a fachada parece intacta. Mas a falta de manutenção do Farol do Mucuripe afastou os visitantes. Os moradores da região dizem que o local, que era pra ser ponto turístico de Fortaleza, foi esquecido. O Farol do Mucuripe tem um passado importante. Foi construído no século XIX. Desde então, passou por inúmeras reformas. Foi desativado no fim da década de 50 do século passado. A última recuperação foi há 25 anos quando o farol foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria da Cultura. Hoje o lugar parece que perdeu importância. 


A foto atual, de Osmar Onofre, o mostra "sufocado" entre casas e casebres, apesar de bem tratado, todo pintadinho, servindo de museu.
A placa é de indicação de um equipamento turístico, mas o Farol do Mucuripe está completamente abandonado. A prova disso é que ele está fechado para a visitação pública. Alguns moradores fizeram do farol ponto de encontro. O pescador Pedro Pessoa, que mora no Mucuripe há mais de 40 anos, lembra da época em que o lugar recebia a visita de turistas.
O prédio está pichado. E há muito tempo não há sinal de manutenção. Apenas um guarda da Polícia Militar faz a segurança do farol, que está sempre de portas fechadas.


O Farol do Mucuripe foi construído em 1840 e fica próximo ao Cais do Porto, que tem o mesmo nome. Foi desativado e conservado, servindo de sede ao Museu do Jangadeiro ou Museu de Fortaleza.
O velho Farol do Mucuripe foi construído pelos escravos entre os anos de 1840 a 1846. Uma construção em alvenaria, madeira e ferro, em estilo Barroco. Uma das mais antigas edificações de Fortaleza. Foi durante muito tempo referência para embarcações que aqui aportavam. O velho olho do mar, como era conhecido, foi desativado em 1957. No período de 1981 a 1982, foi reformado para abrigar o Museu do Jangadeiro, atual Museu do Farol, cujo acervo faz referência a Fortaleza Colônia. Faz parte do Patrimônio Histórico, sendo um dos mais belos pontos turísticos da cidade. Infelizmente está fechado a visitação.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) o Farol do Mucuripe está entregue ao abandono, um referencial de Fortaleza Colônia.



Porto do Mucuripe
Porto em fase de conclusão 1958
Porto 1946
O Porto do Mucuripe é um dos principais portos da navegação de cabotagem do Brasil em movimentação de cargas.
Situado na enseada do Mucuripe desde a década de 50, o Porto de Fortaleza é rico em histórias, idéias e projetos.
O primeiro projeto de porto para Fortaleza surgiu em
1870 pelas mãos de Charles Neate. Seu projeto consistiu na construção de um quebra-mar e sistemas auxiliares para a atracação de navios na costa no históricos local da Prainha, ao lado direito da foz do Riacho Pajeú, próximo a Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção, onde hoje existe a Praia de Iracema. Neste local foi construído vários trapiches desde 1804. Em 1875 tem início a construção do projeto de Neate pelo Sir John Hawkshaw; início da construção do quebra-mar, armazéns, Prédio da Alfândega de Fortaleza em 1883; a construção da Ponte Metálica entre 1902 e 1906 até a construção da famosa Ponte dos Ingleses em 1921. Como o local escolhido e no qual foi construído mostrou-se inviável as atividades portuárias, foram feitos estudos e projetos para um novo local para o Porto de Fortaleza.
Em
1908, uma comissão chefiada pelo engenheiro Manoel Carneiro de Souza Bandeira começou uma minuciosa e completa pesquisa na Prainha e na Enseada do Mucuripe, para levantamentos topo hidrográficos e para estudo do regime dos ventos, das marés, das correntes e dos movimentos das areias.




Em 1929, o Departamento de Portos, Rios e Canais tinha planos de realizar estudos sobre o porto de Fortaleza. Esta tarefa coube ao engenheiro Augusto Hor Meyll. Com base nos estudos feitos em Fortaleza, o Dr. Hor Meyll apresentou, a 21 de janeiro de 1930, o seu projeto de construção do porto de Fortaleza na enseada de Mucuripe. A enseada do Mucuripe oferecia vantagens extraordinárias, inclusive o fato que esta localiza-se seis quilômetros da Capital. Na época Meyll diz em frase que ficou famosa: "Ou temos o porto na enseada de Mucuripe, ou nunca teremos um porto em Fortaleza."Getúlio Vargas em 7 de julho de 1938 decide sobre a localização do novo porto de Fortaleza e definindo a enseada do Mucuripe como o novo local.

No ano seguinte, 1939, foi instalado o canteiro de obras para construção do primeiro trecho de cais.


Estátua de Iracema

Foto antiga, bem antes da "restauração"
Estátua de Iracema - O primeiro monumento que retratou a “virgem dos lábios de mel” foi esculpido pelo pernambucano Corbiniano Lins e inaugurado em 24 de junho de 1965. A estátua foi construída na enseada do Mucuripe, local onde a índia esperava o regresso do “Guerreiro Branco” - Martim Soares Moreno. No monumento, os personagens: a índia Iracema, seu marido Soares Moreno, o filho Moacir e o fiel cão Japi.


Inauguração da Estátua de Iracema


A Praça do Ferreira entre os anos 1930 e 1960



A Praça do Ferreira, desde priscas eras sempre foi local de atração dos fortalezenses.

PRAÇA DO FERREIRA em 1934, onde se vêem, ao fundo, os cinemas Moderno e Majestic, já inexistentes
Cedo aprendemos a admirá-la como local de encontro por ser centro nervoso do comércio retalhista, onde todos circulavam naquele quadrilátero para fazer compras, admirando antigas edificações quase sem prédios suntuosos, guardando memórias de antigos casarões, de muitas histórias.
Na Praça do Ferreira aconteciam confissões de paixões segredadas à primeira vista ou declarações que recolhidas no peito, esperavam momento de externar extravasando sentimentos, pudessem merecer aconchego no coração da mulher amada e até momentos fatais se desenrolaram sob visões que foram além das paixões adolescentes.

CARTÃO POSTAL do Palacete Ceará, sede do Clube Iracema, no ano de 1930, hoje agência bancária


Quantos encontros fortuitos ou previamente marcados tiveram desfecho feliz e terminaram no altar... ou se desfizeram no nascedouro... hoje lembrança, é recordar a saudade que chega e desconhece pessoas, coisas, locais e tempo, porque metamorfoseando-se toma forma dentro de nós com irresistível vigor que transcende da velhice, é história latente que está no nosso eu e só se acaba com a morte.
A Praça do Ferreira, cujo nome provém do Boticário Ferreira, farmacêutico vindo de fora, que ali se instalou, bem precisamente na Rua Major Facundo, por alguns anos, na Farmácia Boticário Ferreira.

Por muitas vezes palco de grandes eventos políticos, comícios, apresentações de artistas, comemorações por parte dos governos Estadual e Municipal, showmícios, e, na penúltima administração, por motivo de comemoração, fez-se imenso bolo em volta da praça, cujo tamanho representado em 278 metros, correspondia ao tempo de fundação da cidade (1726-2004).Chamava atenção por se ter tornado o famoso “banco da opinião pública”, inaugurado em 1922 e reinaugurado a 1º de fevereiro de 1942, no qual se reuniam para palestrar, durante a tarde, várias e conhecidas pessoas de Fortaleza. Comentou-se na imprensa local: “Há 65 anos, ou seja, 1º de fevereiro de 1942. Quando o banco foi inaugurado pela primeira vez, há cerca de vinte anos, assinaram a ata o coronel Antonio Diogo de Siqueira, Tibúrcio Targino, Meton de Alencar e Raimundo Cícero”.

Vista da Praça do Ferreira no cruzamento da Major Facundo com Guilherme Rocha 1925

Diz ainda que “A Prefeitura de Fortaleza iniciou os trabalhos de reforma da Praça do Ferreira e retirou todos os “bancos”, inclusive o da “opinião pública”. Logo tem-se que o “banco da opinião pública” foi inaugurado no ano de 1922 – há 85 anos.Como o próprio nome dizia – nesse banco da praça, se comentava a vida alheia, dos políticos, do clero, da fortuna dos ricos da época, dos sovinas mais conhecidos e dos que levavam a vida com sibarismos a arrotar grandeza com parvoíce, em antítese, acendradas opiniões que mereciam o mais alto e justo acatamento dos que naquele banco proferiam suas opiniões com certo comedimento.




Sul América e o Savanah Hotel na Praça do Ferreira-Ainda de pé


Sem que houvesse separação da classe social nem tão pouco discriminação entre os freqüentadores da praça, existia uma sutil divisão na ocupação dos bancos por certos profissionais liberais; havia o banco ocupado por médicos; advogados, magistrados e intelectuais ocupavam outro; os banqueiros, comerciantes e outras pessoas gradas se dirigiam bem vestidos nos seus ternos – trajes de passeio de tecido caroá listrado com paletó almofadinha, de linho puro acetinado branco, que dava tom de elegância; os caixeiros interessados das firmas. Enfim, a praça se enchia de muitas pessoas – sobre as diversas ocorrências locais e das últimas, embora atrasadas, notícias do país e do mundo.Era forma de obsidiar os freqüentadores, de onde saíam e transpiravam as notícias vindas do Palácio do Governo, muitas vezes de forma oculta e indizível para não quebrar o sigilo da política, coisa levada muito a sério pelas pessoas que ali desfilavam.


RUA GENERAL BEZERRIL - O OITIZEIRO DO ROSARIO

Professor Dias da Rocha, homem de muito saber, nascido em Fortaleza, no dia 23 de agosto de 1869, proprietário do Museu Rocha e profundo conhecedor de História Natural, dizia como surgiam as histórias, manchetes de jornal, e por ser da mais absoluta discrição ou segredo de Estado, não poderiam ser divulgados sob nenhum pretexto, diante do rigor exigido pelos chefes políticos, que tornava a revelação um ato de insubordinação ou infidelidade partidária.Não raro surgiam boatos em forma de segredo de abelha que pareciam coisas do “arco da velha” mas que tinham na sua essência a divulgação de fatos e discussões travadas no palácio. Pessoas mais graduadas não se submeteriam ao escárnio público. Assim esses fatos foram se divulgando e cada vez mais crescia a desconfiança entre os próprios participantes da roda palaciana, e, além disso, as indagações e conjecturas que despertavam em cada membro da situação, em tese a infidelidade de comentar ou passar à frente o que no palácio fôra tratado. Entretanto o jornal opositor, de logo reproduzia em manchetes, notícias que eram do mais alto sigilo político.


Praça na década de 50

Por sua vez, geravam entre os mesmo membros da facção, uma desconfiança que causava mal-estar porque não se sabia de onde partiam as informações que traíam o governador.Pairava discórdia entre alguns políticos que ficavam perplexos sem saber como haviam transpirado tais assuntos e reinava desconfiança entre os mesmos. Passado algum tempo, se descobria que certo indivíduo transvestido de pedinte e com certos disfarces, à noite, aproximava-se das rodas dos políticos e tomava conhecimento dos assuntos tratados entre eles. A dúvida permaneceu até o dia em que determinado assunto foi descoberto e publicado no jornal Unitário, e o autor se deixou trair por todas as notícias divulgadasl – vinha, induvidosamente do Pe. Alexandre Cerbelon Verdeixa, possuidor de grandes dotes intelectuais, jornalista, por demais conhecido como arguto e, grande agitador nos movimentos político do Estado. Dessa forma todos ficaram sabendo da astúcia do Pe. Verdeixa, que naquele tempo perlustrava o anedotário cearense, com suas façanhas e que ninguém ousava criticar sabendo de sua boca ninguém silenciaria, por conhecer o seu valor crítico e cultural.

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