Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Conjunto Prefeito José Walter



O bairro dispõe de equipamentos públicos que contemplam a atenção à saúde, leitura e cultura. Diz a história que no final da década de 1960 a prefeitura comprou terras da família Montenegro. O que antes era Mondubim, aos poucos foi virando um conjunto habitacional. O projeto era audacioso: construir uma cidade planejada com 4.200m no menor tempo possível  O nome veio em homenagem a um político importante: o prefeito José Walter.


Conjunto José Walter em 1972

4ª Etapa do Conjunto Habitacional do Mondubim (José Walter) 1972 - Foto Alex Mendes

O Conjunto Prefeito José Walter foi construído em 1970 e está localizado entre os bairros Jangurussu e o Mondubim, nos limites de Fortaleza com Maracanaú. Foi criado em homenagem ao prefeito de Fortaleza, José Walter(¹) que foi conhecido por obras polêmicas como a destruição da coluna da Hora e do Abrigo central localizado na Praça do ferreira no centro da cidade.
Tem origem no antigo Núcleo Integrado Habitacional do Mondubim. A região era habitada por inúmeras famílias pobres tendo em vista o difícil acesso pela avenida expedicionários. Foi projetado pelo arquiteto Marrocos Aragão seguindo o modelo de cidade planejada. Possui 4 etapas tendo o modelo original projetado com 5.500 casas. 


Crédito da foto: Butecos Bikes

Quando inaugurado, há 40 anos, o Conjunto Prefeito José Walter era considerado o maior conjunto habitacional da América Latina. Hoje, já são mais de 26 mil pessoas residindo no local, de acordo com o último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O bairro é arborizado, possui vários campos de futebol e lembra cidades tranquilas do Interior.

Um local bastante frequentado por quem vive lá e também no Mondubim é a
Lagoa do Catão. Apesar de ser urbanizada, ainda recebe poucas intervenções de limpeza, percebem os coopistas que frequentam diariamente o espaço.



 Lagoa do Catão. Foto Queiroz Netto

Quando a questão é saúde, os moradores do bairro e adjacências podem contar com o Hospital Distrital Gonzaga Mota do José Walter, o Gonzaguinha. Uma unidade de emergência que chega a receber cerca de 18 mil pessoas por mês.



Além do hospital, outro local de referência é o Centro Social Urbano (CSU). Lá, acontecem eventos organizados pelos moradores, como a Semana de Arte de José Walter. Com mostras de artes plásticas, música, cinema, teatro e poesia, o festival revela os talentos do bairro. Dali, já saíram nomes que são nacionalmente conhecidos, garantem representantes da organização.

O evento é esperado anualmente pelos alunos da
Rádio FM Cultura 87,9, que é Ponto de Cultura da Prefeitura de Fortaleza, do governo do Estado do Ceará e do Ministério da Cultura (Minc).



FM Cultura emite sinal para 32 bairros ao redor do Conjunto José Walter.
Somos Vós - Sheyla C. Branco 


Biblioteca

O CSU do José Walter é frequentado por mais de 300 pessoas diariamente e abriga também a Biblioteca Regional do Complexo de Cidadania Adauto Bezerra. No acervo, constam mais de 800 obras, entre livros didáticos e paradidáticos.

Ainda assim, alguns moradores reclamam que o CSU está funcionando de forma precária. E que a infraestrutura do local não é aproveitada. "Lá já foi um lugar de referência para a prática de esportes, folclore, escola de música. Funcionava o dia inteiro, hoje está abandonado", queixa-se Maria Lidiane Menezes, moradora do bairro.



Hoje, o número de moradias do Conjunto José Walter continua a crescer, assim como sua infraestrutura viária. No bairro, está sendo construída uma ponte de 40m, ligando a Avenida D à Avenida Valparaíso, Conjunto Palmeiras, passando pelo rio Cocó, além de uma via de três quilômetros de extensão.

De acordo com a Secretaria Executiva Regional V, as obras fazem parte da reformulação da malha viária da Capital e têm o objetivo de desafogar o tráfego na Avenida Perimetral.
As construções das avenidas foram escolhas da população, tendo como instrumento o Orçamento Participativo. 


Boneco

O Bonequeiro Boca Rica, que tem suas "criaturas" hoje expostas em museus do Japão, Estados Unidos, França e outros, foi igualmente morador do bairro. Assim como o Poeta Oliveira, que tem mais de 40 músicas regravadas por músicos consagrados como Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo. A "Dama do Teatro Cearense", Antonieta Noronha, que participou do elenco da TVE, nos anos 70 também foi moradora do José Walter.


TRADIÇÃO

600 mil se reúnem nas festas juninas

Em todo o Estado acontecem, em média, 240 festivais profissionais de São João, de acordo com a
Federação das Quadrilhas Juninas do Ceará. Mas é no bairro José Walter que a comemoração popular chega a reunir mais de 600 mil pessoas, segundo a organização do evento.

Cumade Chica: é o nome do maior São João da Capital. Transformou a quadrilha de casa em festa tradicional

O Arraiá da Cumadi Chica, como é conhecido em todo o Estado, celebrou 37 anos de existência em junho deste ano. Ou seja, três anos depois da inauguração do conjunto habitacional, a festa começava a mobilizar os moradores. E a cada nova edição, recebe um número maior de pessoas.

A festa começou no quintal da casa de
Francisca Maia de Souza, a tão conhecida Cumadi Chica, que guarda fotografias desde o primeiro dia do evento. "Rapidamente, o São João ficou grande, tomando conta da rua. Os meninos faziam de mim ´gato e sapato´", relembra.

Hoje, as quadrilhas não são mais organizadas por Dona Chica, já que grupos do Nordeste inteiro pedem para comparecer ao festival que tomou grandes proporções, explica.

Há três anos, a festança acontece no polo de Lazer do
Mercado do Conjunto José Walter, entre as avenidas J e N, na 2ª Etapa. No local, são armados camarotes, feira de artesanato, parque de diversão, barracas de comidas típicas, caipirinha e lanches variados. A organização garante, ainda, um espaço especialmente montado para as crianças que comparecem.

A ampla participação do público é também revertida em doação para várias entidades beneficentes. A cada ano, mais de dez toneladas de alimentos são arrecadadas e, posteriormente, distribuídas. Pelas ações de boa vontade, Cumadi Chica já foi agraciada com várias comendas e medalhas de reconhecimento de instituições cristãs.

Aproximadamente quatro mil pessoas participam dos bastidores do evento, que, além de contribuir para a manutenção do folclore entre as novas gerações, gera trabalho e renda.




José Walter Cavalcante - (Crédito da foto - Juracy Mendonça)


(¹)José Walter Cavalcante nasceu em Capistrano em 16 de julho de 1927. Construiu a carreira política no estado do Ceará durante a década de 1960. Foi prefeito de Fortaleza entre 1967 e 1971, tendo sido indicado pela Ditadura Militar.

Formou-se em engenharia civil na Universidade Mackenzie, em SP, seguindo-se de diversas especializações no exterior. Professor catedrático de engenharia civil da Universidade Federal do Ceará, foi diretor da Estrada de Ferro e do Banco do Estado do Ceará, entre outros. Casado com Maria Amélia Cavalcante, tem 4 filhas, 8 netos e 1 bisneto. Vive com sua família em Fortaleza.

Engenheiro de profissão, sua gestão à frente da prefeitura de Fortaleza foi marcada por obras polêmicas, que descaracterizaram a memória da cidade, como a destruição da Coluna da Hora e do Abrigo Central, dois marcos identitários históricos de Fortaleza, antigamente localizados na Praça do Ferreira


Crédito: Wikipédia, Diário do Nordeste e Tv Verdes Mares

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Capistrano de Abreu - O Príncipe dos historiadores brasileiros



(1853 - 1927)


Importante historiador brasileiro nascido no sitio Columinjuba, no município de Maranguape, Estado do Ceará, que acabou por expandir sua visão e métodos para transformar-se num renovador da investigação e interpretação historiográficas no Brasil. retornando ao Ceará dois anos depois e ficou conhecido como Príncipe dos historiadores brasileiros. Filho primogênito dos agricultores Jerônimo Honório Abreu Antonia Vieira de Abreu, iniciou sua educação em Maranguape e continuou-os em Fortaleza, freqüentando o Colégio de Educados, o Ateneu Cearense e o Seminário Episcopal da Capital e foi (1870) para o Recife, Pernambuco, onde concluiu os estudos colegiais no Colégio de Artes e fazer os preparativos para o ingresso no curso de Direito. Na capital pernambucana freqüentava as livrarias e bibliotecas e quando voltou à Fortaleza, fundou a Escola Popular (1874), juntamente com Thomaz Pompeu, um estabelecimento que oferecia educação no período noturno para pessoas de baixa renda. Ainda em Fortaleza, foi um dos fundadores da Academia Francesa, órgão de cultura e debates, progressista e anticlerical (1872-1875). Após um período de atuação intelectual pelo Nordeste, quando esteve ligado a parceiros como Sílvio Romero e Tobias Barreto, viajou para o Rio de Janeiro (1875), a convite de José de Alencar, para participar da vida literária da corte. Aí se fixou, tornando-se empregado da Editora Garnier (1875) e colaborador de O Globo e redator da Gazeta de Notícias. Ensinou no Colégio Aquino e, por muitos anos, funcionário da Biblioteca Nacional. Casou-se com a carioca Maria José Fonseca(1881), com quem teria 5 filhos. Com a tese O descobrimento do Brasil e o seu desenvolvimento no século XVI (1883), em cujo concurso impressionou até o próprio Imperador, obteve a cátedra de corografia (descrição histórico-geográfica de um lugar) e história do Brasil no Colégio Pedro II, onde ensinou até o fim do século (1899). Prestigiado como um importante pesquisador, neste período foi eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (1887). Altamente rigoroso quanto às fontes de pesquisa, publicou inúmeras obras sobre história, geografia e antropologia do Brasil e com seu trabalho modernizou os estudos históricos no Brasil do ponto de vista da investigação e interpretação. Tornou-se definitivamente reconhecido como grande historiador ao publicar Capítulos da história colonial, 1500-1800 (1907), seu livro mais importante. Tornou-se pioneiro da etnografia e do interesse científico pelas culturas indígenas com Rã-txa hu-ni-ku-í, a língua dos caxinauás (1914) com gramática, textos e vocabulário, um dos melhores trabalhos sobre a linguagem indígena sul-americana, além de uma abordagem sobre a vida econômica, os costumes e o folclore da tribo nomeada do título. Morreu no Rio de Janeiro, aos 73 anos, e foi enterrado no Cemitério São João Batista.



João Capistrano Honório de Abreu nasceu na cidade de Maranguape em 25 de outubro de 1853.
Foi um  dos primeiros grandes historiadores do Brasil, produziu ainda nos campos da etnografia e da linguística. A sua obra é caracterizada por uma rigorosa investigação das fontes e por uma visão crítica dos fatos históricos e suas pesquisas fazem contraponto à de Francisco Adolfo de Varnhagen.



Historiador, João Capistrano Honório de Abreu fez seus primeiros estudos em rápidas passagens por várias escolas. Em 1869, viajou para Recife, onde cursou humanidades, retornando ao Ceará dois anos depois. Em Fortaleza, foi um dos fundadores da Academia Francesa, órgão de cultura e debates, progressista e anticlerical, que durou de 1872 a 1875.


Neste último ano, viajou para o Rio de Janeiro e aí se fixou, tornando-se empregado da Editora Garnier. Foi aprovado em concurso público para bibliotecário da Biblioteca Nacional durante a gestão de Ramiz Galvão. Em 1879, foi nomeado oficial da Biblioteca Nacional. Lecionou Corografia e História do Brasil no Colégio Pedro II, nomeado por concurso em que apresentou tese sobre O descobrimento do Brasil e o seu desenvolvimento no século XVI. Eleito para a Academia Brasileira de Letras, recusou-se a tomar posse.
Dedicou-se ao estudo da história colonial brasileira, elaborando uma teoria da literatura nacional, tendo por base os conceitos de clima, terra e raça, que reproduzia os clichês típicos do colonialismo europeu acerca dos trópicos, invertendo, todavia, o mito pré-romântico do "bom selvagem". Morreu no Rio de Janeiro, aos 74 anos, em 13 de agosto de 1927. É patrono da cadeira 15 da Academia Cearense de Letras e da cadeira 23 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.


Obras



capa8



Viagem no tempo



Vida

1853 - Nasce, em Columinjuba, sítio próximo de Maranguape, Ceará.
1860 - Em Fortaleza, estudou no Colégio de Educandos (dirigido pelo padre Antônio de Nogueira da Braveza) e no Ateneu Cearense (ROF,1953:55). Sobre a passagem neste último: "...Entre os livros adotados no Ateneu, havia o íris clássico, de Antonio Feliciano de Castilho, entre cujos capítulos havia um que impressionou de modo especial o menino maranguapense. Assinava-o Antonil e o capítulo era um trecho de "Cultura e opulência..." (JASC,1969:26)
1865 - Matricula-se no Seminário Episcopal do Ceará junto com o Padre Cícero Romão Batista. (ROF,1953:55). O primeiro reitor daquele foi o padre Lazarista francês Pedro Augusto Chevalier. (para a data de ingresso, JASC,1969:27.)
1866 - É convidado a retirar-se do Seminário (JASC, 1969:31)
1869 - O pai de Capistrano, João Honório de Abreu, ingressa na Guarda Nacional como Primeiro Tenente do esquadrão de cavalaria de Maranguape.
1869 - Estudos preparatórios no Recife (BLS, 1953:68). No Colégio das Artes (JASC,1969:36)
"Reunem-se em Pernambuco, nesse momento, poetas, ensaístas, críticos, historiadores, filósofos, romancistas, que se chamam Tobias Barreto, Araripe Júnior, Luís Guimarães Júnior, João Batista Regueira Costa (Todos diplomados pela Faculdade de Direito em 1869); Joaquim Nabuco, José Mariano, Gaspar de Drummond, José Vicente Meira de Vasconcelos, Sancho de Barros Pimentel, Ulisses Viana (formados em 1870) e mais Santa Helena Magno, Plínio de Lima, Eduardo Ramos, Lacerda de Almeida, Martinho Garcez, Tomás Pompeu, Xilderico de Faria, Celso de Magalhães, Domingos Olímpio, Sílvio Romero" (ML,1953:105)

Ainda sobre PE: "...É fora de dúvida que o clima intelectual em que Capistrano viveu em Recife, de meados de 1869 a 1871, ainda era um clima de predominância literária" (JASC,1969:43 )[neste ponto o autor aceita a periodização da Escola do Recife feita por Silvio Romero na sua história da literatura brasileira]

1871 - Reprovado num preparatório, retorna ao Ceará.
1872 - "Incorpora-se a uma associação literária e científica, que se funda em Fortaleza, com a presença de alguns jovens de invulgar inteligência, como Rocha Lima, Tomaz Pompeu, Xilderico de Faria, Araripe Júnior entre outros. Era a famosa 'Academia Francesa do Ceará'" (BLS,1953:68/69)

Ainda sobre a Academia Francesa do Ceará, narra Tomas Pompeu: "pretendíamos sopitar as inclinações da idade e iniciar a reação contra o romantismo que exalava seus últimos suspiros com Lamartine e Victor Hugo..." (JASC, 1969:60).

Interlocução

1872 - "Incorpora-se a uma associação literária e científica, que se funda em Fortaleza, com a presença de alguns jovens de invulgar inteligência, como Rocha Lima, Tomaz Pompeu, Xilderico de Faria, Araripe Júnior entre outros. Era a famosa 'Academia Francesa do Ceará'" (BLS,1953:68/69)

Ainda sobre a Academia Francesa do Ceará, narra Tomas Pompeu: "pretendíamos sopitar as inclinações da idade e iniciar a reação contra o romantismo que exalava seus últimos suspiros com Lamartine e Victor Hugo..." (JASC, 1969:60)

1874 - Conhece José de Alencar, em Maranguape, na casa do coronel Joaquim José de Souza Sombra, chefe político conservador e talvez figura de maior prestígio da localidade. (JASC, 1969: 87)

1875 - Fim da Academia Francesa, desaparecimento do Fraternidade e fundação do Gabinete cearense de leitura (2/12) para onde vão Rocha Lima, Tomás Pompeu, Araripe Júnior, João Lopez e Xilderico de Faria (JASC,1969:82)

1880 - "...as pesquisas e os estudos na Biblioteca Nacional, a leitura constante de Varnhagen e o convívio continuado com os autores alemães, que agora frequentava desembaraçadamente, começavam a produzir seus efeitos. Na Gazeta de Notícias de junho de 1880 ele já traduz um artigo da Gazeta de Colônia, jornal onde iniciara seus trabalhos Friedrich Ratzel, o futuro chefe da Escola antropogeográfica" (JHR,1953:123/124)

1881 - "As leituras positivistas que ouvia aos domingos a partir de 1881, no Centro, e a amizade de Teixeira Mendes e Miguel Lemos robusteciam a sua formação teórica iniciada no Ceará" (JHR,1953:123)

"...A pesquisa dos fatos na Biblioteca Nacional e a influência da antropogeografia e dos métodos críticos-históricos do pensamento alemão, onde a repercussão do positivismo foi quase nenhuma, orientaram-no para outro rumo e são vários os artigos dessa época que já revelam um realismo histórico em lugar de um positivismo histórico. Os artigos vão se tornado mais objetivos, despindo-se do aparato e da linguagem positivistas..." (JHR,1953:124)

"...agora não se buscavam mais leis e fatos sujeitos a leis, mas a compreensão baseada na segurança dos dados. A prova é a edição, entre 1880-86, do Clima do Brasil de Cardim, dos textos de Anchieta e Nóbrega, da História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador..."(JHR,1953:124)

1887 - Sócio do IHGB (ROF,1953:65)

1893 - Capistrano inclina-se para o terreno da etnografia, "atirando-se com redobrado interesse ao estudo da língua, lendas, costumes e tradições dos bacairis, índios que viviam nas cabeceiras dos rios tapajós e xingu, no Mato Grosso. O etnologista alemão Carl von den Steinen, ajudado pelo governo imperial brasileiro, estivera 2 vezes, na década de 80, na região dos bacairis, e como fruto de tais viagens e pesquisas publicou em 1892 em Leipzig, e em 1884, em Berlim, respectivamente, dois importantes livros: Die Bakari Sprache e Unter den Naturvoelkern Zentral-Brasiliens...Estas pesquisas do sábio alemão foram os pontos de partida para os estudos de Capistrano..." (JASC,1969:137/138)

1895 - Carta a Urbano Duarte em que manifeta-se contra Floriano Peixoto (HV,1953:36)


História



1869 - "Reunem-se em Pernambuco, nesse momento, poetas, ensaístas, críticos, historiadores, filósofos, romancistas, que se chamam Tobias Barreto, Araripe Júnior, Luís Guimarães Júnior, João Batista Regueira Costa (Todos diplomados pela Faculdade de Direito em 1869); Joaquim Nabuco, José Mariano, Gaspar de Drummond, José Vicente Meira de Vasconcelos, Sancho de Barros Pimentel, Ulisses Viana (formados em 1870) e mais Santa Helena Magno, Plínio de Lima, Eduardo Ramos, Lacerda de Almeida, Martinho Garcez, Tomás Pompeu, Xilderico de Faria, Celso de Magalhães, Domingos Olímpio, Sílvio Romero" (ML,1953:105)
Ainda sobre PE: "...É fora de dúvida que o clima intelectual em que Capistrano viveu em Recife, de meados de 1869 a 1871, ainda era um clima de predominância literária" (JASC,1969:43 )[neste ponto o autor aceita a periodização da Escola do Recife feita por Silvio Romero na sua história da literatura brasileira]

Estátua na Praça da Lagoinha - Foto de Manilov


Fonte - Wikipédia, Dec.ufcg e pesquisas na internet

Bairro Pan Americano



Casa de Antônio Boca Rica no Pan Americano. Acredito que a foto seja da década de 70. Crédito: Leninha Aguiar / Fotógrafo: Francisco Edson Gurgel de Aguiar / Agradecimento Especial: Melri Vieira

Um dos locais mais conhecidos do bairro é a Praça da Igreja. Um bairro pequeno em tamanho, e muito antigo. É pouco mais de meio quilômetro quadrado. No Pan-Americano vivem dez mil pessoas. Um bairro marcado por duas praças e ruas, que agora, levam nomes de estados brasileiros.


Casa do Seu Zé do Leite bem em frente a Lagoa na época. A pequena lagoa em frente a lateral da Igreja São Pio X. Crédito: Leninha Aguiar / Fotógrafo: Francisco Edson Gurgel de Aguiar / Agradecimento Especial: Melri Vieira


O Pan-Americano mantém costumes do interior. Lá vêm Adriano Mesquita, o leiteiro oficial do bairro. E não faltam freguesas que aprovam a qualidade do produto.
Por dia, Adriano vende 100 litros de leite. Nem parece que esta profissão está com os dias contados.

Ontem da rua Ceará, trecho próximo à avenida José Bastos. A foto é de 1970. Acervo Bairro Pan Americano-Memórias


As duas praças do Pan-americano guardam parte das histórias do bairro. Na praça Mauá existia o campo do monte. Era onde a meninada jogava bola. Na praça da igreja do Pio X, ficava uma lagoa. Era onde muitos gostavam de pescar.


"Aqui é a Igreja São Pio X ainda em fase de construção, esse espaço adiante da igreja é onde era a pequena lagoa que se formava em todos os invernos, pois a lagoa de Parangaba ficava tão cheia que escoava para lugares mais baixos e formava essa outra pequena lagoa por trás da igreja. Tempos bons! Ela era ótima para tomarmos banho... Nessa época ela tava seca, mas a terra ficava sempre úmida. Hoje temos no lugar, a Praça São Pio X" Leninha Aguiar

Igreja de São Pio X. Acervo Liandro Fiúza Soares


No verso da foto consta: "Esta foto é uma vista panorâmica do bairro Pan Americano com o vizinho bairro K-8, ou melhor, Couto Fernandes, pois na fotografia tem um ônibus parado no fim da linha do K-8 na rua Raimundo Porfírio Sampaio. Tem também um gado que é do Sr. Chico e tem umas 3 rezes na sombra do oitão da Igreja do Pan Americano e uma lagoa que vem água da lagoa da Parangaba. Estes pés de árvores que se avista depois das casas, ficam do K-8 para o bairro da Bela Vista, pois Fortaleza a não ser no Centro da capital, nos bairros e subúrbios tem muita mata, ou seja, manguerais, cajueiros, coqueiros e outros pés de árvores." Fortaleza 8-12-64 Fco Edson G. Aguiar.
Leninha Aguiar


Passagem do Papa João Paulo II pelo bairro Pan Americano, na av. José Bastos, no dia 09 de julho de 1980, próximo ao HEMOCE. Acervo 
Alex Mendes

Francisco José Barro, “seu Barrinha” lembra que antes do bairro ser tão habitado, circos e parque  aproveitam os grandes terrenos e sempre estavam por lá.
Seu Barrinha dá a possível explicação do nome do bairro. “O Pici fica há seis quadras daqui e o nome veio junto com a base aérea americana construída lá”, diz ele.


Rua Uruguaiana no Pan Americano - Valmigleison


No bairro funciona o 11º Distrito Policial e o posto de saúde Oliveira Pombo. A unidade de ensino mais antiga é a Escola Estadual Anísio Teixeira. O aposentado, José Coelho de Andrade, viu o colégio ser construído. Guarda com carinho a placa que recebeu em homenagem aos 50 anos da construção. Ele fala da época em que o pai vendia lenha numa carroça.


Foto do arquivo do blog do colégio


O Pan-Americano surgiu depois de alguns loteamentos. A história continua sendo escrita dia a dia. Edson Aguiar, um morador do Pan Americano, agora embarcou num desafio, quer escrever a história do bairro. Para isso distribuiu formulários entre os moradores mais antigos.Tudo para saber um pouco mais do lugar em que vive.


Crédito: Tv Verdes Mares


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Estação Central - João Felippe Pereira


Construída em estilo dórico-romano, a estação Central é o ponto de convergência das
 Linhas Troco Norte e Sul, integrando, assim, a malha ferroviária. 


A edificação da Estação de Fortaleza da Estrada de Ferro de Baturité, é projetada e construída com planta do engenheiro Henrique Foglare, no local do antigo cemitério de São Casimiro, praticamente com mão-de-obra dos retirantes da seca de 1877, em terreno que pertencia à sesmaria de Jacarecanga, de procedência da família Torres que fez doação a uma sociedade de oficiais do exército para o exercício de soldados. A Confraria de São José declarou-se dona da região e mais tarde a aforou à via férrea de Baturité. A obra, teve sua pedra fundamental lançada em 30 de novembro de 1873, mas somente foram iniciadas as obras em 1879, sendo, assim, inaugurada em 9 de junho de 1880, em frente ao antigo "Campo da Amélia", mantém-se praticamente inalterada até os dias de hoje.

Foto de 1905

O edifício desenvolvendo-se em um único pavimento, e domina completamente o espaço urbano da praça.
A fachada do bloco central possui colunas sobre pedestal encimado por frontão triangular, e escadaria demarcando o acesso ao interior do edifício. As fachadas contíguas possuem fenestração com aberturas em arco pleno, arrematadas superiormente por cornijas e platibandas.



Quem foi João Felipe

JOÃO FELIPPE PEREIRA


Nascimento: Inhamuns (Tauá)-CE, 1861

Falecimento: Rio de Janeiro (DF)-RJ, 1950

Período no Ministério das Relações Exteriores: 30.06.1893 a 07.10.1893

Arquivo do Itamaraty

Em 1946, quando era Presidente da República o Dr. José Linhares, cearense de Baturité, a Estação Central da RVC passou a ser chamada com o nome de Professor João Felipe, em homenagem ao ilustre engenheiro ferroviário cearense, nascido em Tauá, em 23 de março de 1861. João Felipe Pereira foi Ministro das Relações Exteriores, da Agricultura e Viação e Obras Públicas do Governo do Marechal Floriano Peixoto. Professor da Politécnica do Rio de Janeiro, João Felipe foi também diretor dos Correios e Telégrafos, Inspetor de Obras Públicas do Rio de Janeiro, Presidente do Clube de Engenharia e Prefeito do antigo Distrito Federal


Foto do final do século XIX

Embora especializado em sistemas de águas e esgotos, tendo contratado com o Governo do Estado do Ceará o projeto de construção do sistema de águas e esgotos da Cidade de Fortaleza, o que não chegou a concluir, quando Ministro das Relações Exteriores, o engenheiro João Felipe muito contribuiu para o desenvolvimento das ferrovias no Brasil.


Foto de 1926 - Acervo Sahra Gadelha

RFFSA - Estrada de Ferro de Baturité - Administração


Em 1908 a firma Boris Frères presenteou Fortaleza com dois álbuns impressos na França, mais precisamente em Nice, com dezenas de fotografias de Fortaleza e algumas do interior do Estado. O álbum grande tinha dezesseis páginas com dez fotos cada uma, num total de 160 fotos e o pequeno era exatamente a metade. Entre as fotos, acha-se esta, do prédio da administração da Estrada de Ferro de Baturité, depois Rede de Viação Cearense (RVC), Rede Ferroviária S/A (RFFSA), Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) e hoje Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), construído no antigo local do Cemitério de São Casimiro.

A fotografia antiga que deve datar de 1905 mostra um prédio com a pintura muito usada antigamente, com listras horizontais de cores contrastantes alternadas. A parte do segundo pavimento era menor que a do primeiro. Em 1922 houve algumas reformas para a comemoração do Centenário da Independência e este bloco foi um dos que sofreram reforma, sendo aumentado o pavimento superior, modificada a entrada, sendo aproveitado do velho prédio as partes básicas.

Naquela época as linhas de trens saíam da Estação João Felipe e dobravam na atual avenida Tristão Gonçalves e por ela seguiam até encontrar-se com os atuais trilhos na altura da Rua Padre Cícero, na época a "parada do Amaral".


Daí a passagem de trilhos na foto antiga. Outra linha saía por trás da Estação e descia até a praia, passando pela Secretaria da Fazenda e Alfândega, indo até a Ponte Metálica. Em 1917 os trilhos começaram a ser colocados no Jacarecanga e depois foram retirados da chamada "Trilho de Ferro", atual Tristão Gonçalves, indo por onde ainda hoje vão, para desafogar o centro da cidade. Ironicamente, o Metrofor vai restabelecer o antigo caminho, só que subterraneamente.

Ainda hoje o prédio é ocupado pela administração da RFFSA - o que resta - e o pátio em frente e ao lado serve de estacionamento para funcionários e visitantes.


Crédito: Ofipro/Portal do Ceará/Nirez

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: