Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

domingo, 9 de junho de 2019

Arquitetura Neoclássica em Fortaleza - Parte II

Fortaleza no início do Século XIX

Ao longo do século XVIII, a pequena vila foi crescendo, a passos vagarosos. Em 1799, a capitania do Ceará, até então subalterna a de Pernambuco, por Carta-Régia, desmembrou-se desta, conforme atesta Girão (1974, p. 65) com a transcrição a seguir:


Considerando os inconvenientes que se seguem, tanto ao meu Real Serviço como ao bem dos povos, da inteira dependência em que os governos e as capitanias do Siará e da Paraíba se acham do Governador Geral da Capitania de Pernambuco, que pela distância em que reside não pode dar com prontidão as providências necessárias para a melhor economia ulterior daquelas capitanias, - ordenou S. Majestade a separação, com o Decreto de 17 de janeiro de 1799.


Essa separação trouxe enormes vantagens para a vila de Fortaleza, uma vez que o descaso da administração com a capitanias do Siará e da Paraíba eram evidentes. A rigor, Pernambuco quase nada investiu na região a despeito dos insistentes pedidos dos diversos capitães-mores que a capitania teve. Com exceção da parte relativa à defesa, ainda vinculada à Pernambuco, todo o resto da administração, incluindo a arrecadação tributária, ficou atrelado diretamente à Coroa.


A partir daí, uma série de melhoramentos passaram ser executados, dando à vila um aspecto mais adequado aos interesses metropolitanos.
Sem estabelecer critérios meritórios ou estabelecer quem foram os seus executores, foram criados mecanismos como a Junta da Real Fazenda, as Casas de inspeção de Algodão, a organização do Corpo de Milicianos, a instalação de Laboratórios de refinação de salitre, a reforma no Forte de Nossa Senhora da Assunção, a instalação da Alfândega (1810), a criação do serviço de Correios (1812) etc. Nessa época, segundo alguns historiadores, Fortaleza ainda era uma tímida vila, conforme atesta a descrição do inglês Henry Koster, que visitando a vila, em 1809, afirmou:


A vila de Fortaleza do Ceará é edificada sobre terra arenosa, em formato quadrangular, com quatro ruas, partindo da praça e mais outra, bem longa, do lado norte desse quadrado, correndo paralelamente, mas sem conexão. As casas têm apenas o pavimento térreo e as ruas não possuem calçamento; mas, em algumas residências há uma calçada de tijolos diante. Tem três igrejas, o Palácio do Governador, a Casa da Câmara e prisão, a Alfândega e Tesouraria. Os moradores devem ser uns mil e duzentos. (KOSTER, apud GIRÃO, 1974, p.61)



Como se pode notar, tecnicamente ainda faltava muito para a vila atingir o status de cidade. Entretanto, como medida política, já com o Brasil independente, D. Pedro I, Imperador, elevou-a a categoria de cidade, em decreto Imperial, de 17 de março de 1823, com o nome de Fortaleza de Nova Bragança a despeito de o povo preferir o nome de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, nome pela qual se afeiçoara e que, em desobediência ao Imperador, continuou a chamá-la.
Um pouco antes desse fato ocorrer, uma importante reforma urbana começou a se processar, na gestão do Governador Sampaio, capitaneada pelo Tenente-Coronel do Real Corpo de Engenheiros Antônio José da Silva Paulet (1778-1837), autor do primeiro plano urbanístico de Fortaleza, importante para os destinos da cidade (ainda como vila, em 1812) e altamente ressonante para o seu crescimento, por configurar as linhas mestras espaciais que nortearão a reforma de Adolfo Herbster, em 1875, e que se transformarão no futuro bairro Centro. A ideia central do seu plano urbanístico foi baseada num sistema de traçado em xadrez. A importância dessa reforma foi relatada por Raimundo Girão como um marco que alterou o destino espacial que a urbe ia seguindo.



Com efeito, comparando-se aquele quadro de ruazinhas mal retificadas e edificadas, de que nos fala Koster, com a regularidade dos alinhamentos que se seguiram à interferência do Ajudante de Ordens de Sampaio, não se poderá deixar de reconhecer que o seu plano, a um só tempo de remodelação e ampliação, tirou, providencialmente, da desordem para uma orientação lógica a pequena capital, exatamente na fase de ressurgimento, que ela ensaiava desde o tempo de Bernardo Manuel de Vasconcelos. A tendência era o povoado acompanhar a tortuosidade do centrismo pajeú. Submisso às voltas da ravina é que ela continuaria a aumentar. Foi, portanto, indispensável que a visão de Silva Paulet e o poder de vontade dos administradores municipais que lhe sucederam, tirasse aquele povo do seu torpor, obrigando-o a uma ordem nova das coisas. Corrigindo na sua planta, quanto possível, os erros existentes, o esclarecido engenheiro desprezou o sentido velho do crescimento da vila e, de modo resoluto, puxou-o para o estilo quadrangular, que a tanto se prestava a natureza relativamente plana do terreno. (GIRÃO, 1974, p. 75).


Ao contrário de muitas cidades-metrópoles no Brasil, onde o seu Centro Antigo (ou Velho) possui contornos e desenhos indefinidos, ou pelo menos disformes, por acompanhar fluxos de rios ou de caminhos. A cidade de Fortaleza manteve em sua essência o traçado xadrez, de tal forma que permite seguir em linha reta facilmente de leste a oeste e de norte a sul, com poucos desvios ou inclinações.
Afora essa questão do traçado, outro fator que a paciência e o arrojo humano superaram foi a ideia de que o solo da cidade, por ser extremamente arenoso, impossibilitava edificar construções com mais de um andar. Por conseguinte e entrelaçados a isso, aos poucos, com um traçado mais bem definido, foram surgindo grandes sobrados, espalhados pelas principais ruas da cidade, pertencentes a famílias poderosas financeira e politicamente, em contraste com residências mais humildes. É o que revela Girão (1974, p. 78):

Com as construções desses sobrados, rasgava-se o preconceito de que o terreno da cidade não suportava edificações de mais de um andar. Até então as casas se enfileiravam monotonamente justapostas, estreitas e achatadas, construídas de taipa - madeira amarrada a cipós, com enxameio de barro - mostrando duas águas sós, de telha vã caindo para trás e para a frente, em beira e bica ou beira e sub-beira, paredes lisas, raras com platibandas ou frontões, sem arabescos decorativos, sem frisos, sem colunatas, sem azulejos, sem coisa alguma que acusasse o menor gosto arquitetural. O resto, a maior parte, eram tugúrios de palhas, mocambos míseros, dispersos à toa, onde, no mais extremo desconforto, a pobreza fragilmente se resguardava da soalheira, naquele ardente lençol de areias brancas, que em compensação espelhavam doces luares argentinos, fazendo noitadas deliciosas e românticas (...).


A revelação acima demonstra, de antemão, os contrastes socioeconômicos que acompanharam a evolução da cidade e que se aprofundarão ainda mais com o seu desenvolvimento, durante o século XIX. Também se percebe que não há estilo arquitetônico definido nem alguma arte, sequer embutida, mas um amontoado de improvisações que iam se sucedendo umas às outras.

Fortaleza redesenhada por Adolfo Herbster

Adolfo Herbster (1826-1893) foi um importante engenheiro e arquiteto que, vindo de Pernambuco, se radicou no Ceará. Realizou uma vasta obra nas áreas de engenharia, planejamento e construção, desde obras hidráulicas a estradas e pontes.
Herbster acabou por conduzir a cidade a um aformoseamento que se configurara na virada do século XIX para XX e, no entender do historiador e professor da Universidade Federal do Ceará, Sebastião Rocha Ponte¹, a Fortaleza Belle Époque.

A Belle Époque, o Neoclássico e o Ecletismo no bairro Centro: entre o glamour e o désenchantement


O que podia ser considerado uma época de glamour, de encanto para uns, não tinha o mesmo significado para outros, daí o uso do termo désenchantement (desencanto), pois a grande maioria da população da cidade ficou excluída de um melhor nível vida, mesmo que também tenha usufruído muito das benesses que o mundo ocidental vivenciava naquela ocasião.

As transformações que o bairro Centro vivera demonstram uma sede de investimentos imobiliários, tecnológicos, comerciais e administrativos, tendo como essência e inspiração os modelos importados: francês, na elegância e no cotidiano; inglês, no progresso técnico; positivista, na organização estrutural; romântico, na literatura.
Costuma-se definir o termo Belle Époque como um período de pouco mais de trinta anos que, iniciando-se por volta de 1880, prolonga-se até a Guerra de 1914, sendo essa, logicamente, não uma delimitação matemática.



Essa febre de Belle Époque, afetou o Ceará. O caráter exportador de Fortaleza do século XIX fez com que o algodão consolidasse a importância de Fortaleza na economia regional. As implicações sociais e cotidianas desse afrancesamento vinculado à Belle Époque e seu apogeu serão desdobradas a seguir, com análises sobre o processo que acabou por deixar transparecer o clima nostálgico que marcou o bairro Centro e à cidade de Fortaleza como um todo.



A Fortaleza da Belle Époque absorveu as transformações do período, embora que em menor proporção, dadas as condições socioeconômicas de seu contexto. Entretanto, não deixou de representar, para a sua história, um momento importantíssimo, pois a cidade incorporou todos os sabores e dissabores das transformações. Sobre esse quadro geral, Celeste Cordeiro afirma que:


Nosso Estado, ao seu jeito, viveu intensamente todo esse processo: políticos e partidos, tribuna, imprensa, crescente circulação de ideias, agrupamentos intelectuais, preocupação com a educação... Todo o burburinho transformador não só ecoou aqui, como teve daqui uma contribuição importante, a qual pode ser avaliada por uma série de variáveis: a quantidade de jornais circulando em Fortaleza e no Ceará como um todo, bastante representativos das diversas tendências ideológicas (liberais, católicos, maçons, republicanos etc.), políticos de estatura nacional (...), intelectuais engajados (...), movimentos intelectuais atualizados com o pensamento europeu como a Academia Francesa. (CORDEIRO, 2004, p. 135).

É esse quadro que amolda as condições estruturais em que o bairro Centro irá se configurar, ou seja, como um espaço nobre. Com as reformas urbanas que foram sendo propostas e/ou realizadas, estes espaços cada vez mais foram sendo elitizados, seja por uma casta poderosa política e economicamente, seja por outra, intelectual, à primeira vinculada. O centro passou então por transformações que atendiam aos interesses desses grupos.


¹Sebastião da Rocha Ponte é  autor da obra Fortaleza Belle Époque: reformas urbanas e controle social: 1860-1930. (Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha/Multigraf Editora LTDA, 1993). Obra que se tornou referência para os estudos sobre Fortaleza de fins do século XIX e inícios do século XX.


Leia a Parte I AQUI



Fontes: Arquitetura Neoclássica e Cotidiano Social do Centro Histórico de Fortaleza - Gilberto Abreu.
CORDEIRO, Celeste. O Ceará na segunda metade do século XIX. In: Uma nova história do Ceará. Org. Simone de Souza; Adelaide Gonçalves ... [et al]. 3. ed. rev. e atual. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2004.
GIRÃO, Raimundo. Geografia Estética de Fortaleza. 2. ed. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil. 1979.
PONTE, Sebastião Rogério. Fortaleza belle époque: reformas urbanas e controle social: 1860-1930. 2. ed. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 1999.
PONTE, Sebastião Rogério. A Belle Époque em Fortaleza: remodelação e controle. In: Uma nova história do Ceará. Org. Simone de Souza; Adelaide Gonçalves ... [et al]. 3. ed. rev. e atual. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2004.


quinta-feira, 6 de junho de 2019

Maraponga: paisagens do ontem e do hoje (Parte II)

Leia a primeira parte AQUI


Pelas avenidas da Maraponga, carros de passeio, ônibus, caminhões, motocicletas e bicicletas disputam espaço em suas pistas, desenvolvendo forte aceleração, quase numa emulação com o tempo que, célere em seu andamento, vai afastando da memória das pessoas as referências históricas do lugar onde moram...

Uma dessas avenidas, a Godofredo Maciel¹, passa a fazer conhecido o bairro, na medida em que principia a abrigar órgãos estaduais e a expressar forte vocação para o comércio. Com a inauguração, no dia 03 de março de 1975, do Departamento Estadual do Trânsito - Detran, obra construída pela Delta Engenharia, a população condutora de veículos da cidade incorporou esse endereço a seu cotidiano, e a imagem do bairro ficou por longo período cristalizada em torno de questões relativas à legislação de trânsito.
Mais tarde, em 30 de abril de 2002, o Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes do Ceará DERT – muda-se igualmente para a avenida, localizando-se vizinho ao Detran.


Lagoa da Maraponga na edição de 23 de março de 1957 da Revista O Cruzeiro. Acervo William Beuttenmuller

E, aqui, cabem algumas perguntas: será que os moradores desses logradouros públicos que levam os nomes dessas pessoas têm conhecimento de dados de suas biografias? Ou são “esquecidos e ignorados”, como dizia o poeta Mário de Andrade? E, quanto ao poder público, que iniciativas vêm tomando no sentido de melhor situar os habitantes do local quanto à sua própria geografia e história? Teria a escola esse tipo de preocupação?

 Foto hoje (quase o mesmo ângulo da primeira foto da Revista O Cruzeiro).

Além dos ilustres homenageados, é curiosa na nomenclatura das ruas de Maraponga a existência de muitos endereços que levam nomes de países, tais como Albânia, Bélgica, França, Grécia, Itália, Nigéria, Noruega, País de Gales, Luxemburgo, entre outros, o que faz da topografia do lugar um traçado do mapa-múndi em diminutíssima escala.
Todos esses elementos são pequenos tijolos na edificação de uma identidade sobre o local. Hoje, contudo, o nome Maraponga, bem mais que uma semântica ligada à natureza, como quer fazer crer sua etimologia, ou a qualquer outro dos aspectos aqui mencionados, repercute no imaginário dos moradores locais, dos de outros bairros de Fortaleza e até para além dos limites geográficos que circunscrevem o Ceará, como um centro produtor de moda. É lá que se encontra o Maraponga Mart Moda, o maior shopping de confecções atacadistas do Norte e Nordeste do Brasil, localizado na Rua Francisco Glicério, 290. Na realidade, trata-se de um verdadeiro templo da moda, uma construção de fachada à la castelo, em que o brique dos tijolos aparentes é forrado em parte de suas paredes pelo trançado e pela alegria dos tons rosa e carmim das bougainvilles, que ali semelham maços de hera.


Em baixo à esquerda, Estação de trem do Mondubim.

Ligado à história da moda no Ceará, o espaço fashionista repercute as origens atávicas do povo cearense, vinculadas à cultura do beneficiamento do algodão. A delicadeza, a agilidade e a criatividade dos trabalhos de nossas “muiés rendeiras”, e de toda uma gama de belos desenhos nascidos das mãos de fadas de quem paciente tece o trabalho artesanal, parecem fazer morada no inconsciente coletivo do povo cearense. O Estado se destaca como polo têxtil do Brasil, e sua história na moda conta mais de 120 anos, com a particularidade de que o destaque no setor abarca toda a cadeia de produção, desde o consumo de algodão até a produção do vestuário, fato que lhe proporciona importante lugar no cenário nacional como um centro dinâmico da moda.


O empreendimento foi lançado em 1990, pelo casal Mana e Manoel Holanda, e atualmente abriga megaeventos, como o Festival da Moda de Fortaleza e o Ceará Summer Fashion. O Festival da Moda de Fortaleza, que teve início no ano de 1981, é um evento tradicional e pioneiro em investimentos e lançamentos de moda do estado do Ceará, buscando levar as novas tendências da moda cearense para os lojistas, revendedores e demais interessados no que acontece nesse cenário particular na região.
O outro evento tradicional promovido pelo Maraponga Mart Moda, o Ceará Summer Fashion, que representa uma espécie de avant-première das tendências do verão, é direcionado para a produção cearense e voltado ao público revendedor, que vê desfilarem as coleções das marcas presentes no shopping.



Além dos desfiles, os convidados podem ainda desfrutar de palestras ministradas por profissionais, as quais trazem aos participantes muita informação sobre o instigante e bouleversante mundo da criação de vestuário, estimulando os clientes e potencializando o poder de vendas dos produtos aqui manufaturados. Cerca de duas mil pessoas assistem ao desfile de modelos, cuidadosamente preparadas por profissionais da beleza: estilistas, maquiadores, cabeleireiros, que tornam mais atraente a exibição da moda praia, e de outros tipos de vestuário, fazendo do Ceará Summer Fashion, uma vitrine pontilhada de holofotes, que carreia visibilidade para as marcas da região.
Foto antiga:  O Cruzeiro  de 16 de maio de 1931 
A economia do Estado também se beneficia com a comercialização de nossos produtos no setor de vestuário, tanto do ponto de vista das vendas no mercado nacional quanto no internacional. Como produtor de moda em escala industrial, a tendência do negócio é a expansão de suas atividades no Ceará, sendo o Maraponga Mart Moda um dos eixos fundamentais para a concretização dessas metas. Outros elementos se incorporam à cadeia do setor fashion, afastando-o cada vez mais de uma mentalidade calcada no amadorismo. Nesse sentido, pode-se falar da implantação do curso de Design e Moda, da Universidade Federal do Ceará UFC, reconhecido pelo MEC, desde 2002, ou o Curso de Mestrado Profissional em Gestão de Negócios Turísticos, da UECE, que já rendeu, como fruto específico, um trabalho acadêmico intitulado: “Turismo de Moda: O Maraponga Mart Moda em Fortaleza”, defendido em 2005.




Se a Maraponga do presente tem na moda sua mais perfeita tradução, nem sempre foi assim. Muitos moradores lastimam estarem hoje em pleno caos urbano, e os mais jovens mal podem crer que são descendentes de pessoas que viviam em um oásis, nas cercanias de uma cidade chamada Fortaleza.

¹A Avenida Godofredo Maciel prossegue com o nome de CE-060, passando por Pacatuba, Redenção, Aracoiaba, com entrada para Baturité e serras, indo até Quixadá e chegando até ao Cariri.



Fonte: Maraponga/Fernanda Coutinho - Fortaleza: Secultfor, 2014. (Coleção Pajeú)


sexta-feira, 10 de maio de 2019

O Centenário Poço da Draga - Parte II

Poço da Draga na década 70. Site Oficial Poço da Draga.
O caminho pelo traçado das ruas do Poço da Draga revela mudanças paisagísticas e de opiniões das pessoas em relação ao passado vivido por alguns na localidade. Desde a fundação estrutural de residências mais amplas, como sobrados elevados, até o calçamento de ruas em pequenas pedras se percebe, a partir do relato dos moradores mais antigos, como muito se transformou atualmente na paisagem daquele espaço. Nos depoimentos das pessoas mais jovens também se denota como as preocupações com o Poço da Draga mudaram no decorrer do tempo.
No âmbito discursivo, atualmente é impossível conversar com as pessoas do Poço da Draga sem que elas falem sobre o Acquário do Ceará. De forma explícita ou indiretamente, o assunto sobre a instalação do empreendimento é recorrente, principalmente a preocupação com a possível remoção das moradias.
Poço da Draga na década 1970. No registro, vemos Nicolau macaqueiro. Site Oficial Poço da Draga.
Poço da Draga na década 1970. Macaquinhos de seu Nicolau macaqueiro fazendo a alegria da garotada.
 Site oficial poço da draga
Muitos acham que o Acquário do Ceará será “lindo demais para deixar esse Poço da Draga feio permanecer aqui”, relata Bianca (Moradora do Poço da Draga).
É impossível não inferir a todo o momento a questão de uma possível remoção dos moradores do Poço da Draga devido à implantação do Acquário do Ceará. A inquietação sobre a permanência em suas moradias é constante.

Obras do Acquário - O Povo 2019 
Bianca, já citada, é vendedora e sempre esteve engajada na manutenção das moradias do Poço da Draga diante da tentativa de remoção por conta de obras na região. Contudo, ela não é otimista na permanência das residências atualmente. Em vez de acreditar em possíveis transformações nas ruas do local com a pavimentação e saneamento, ela entende que “é mais fácil para o governo tirar o pessoal na marra”. Segundo ela, a beleza do Acquário, para os governantes, impede a convivência com a “favela suja” ao lado, atrapalhando a visão dos turistas.
Poço da Draga na década 70. Escola Comandante Fernando Cavalcanti, que era supervisionada pelas freiras conhecidas como “irmãzinhas”. Site Oficial Poço da Draga.
Poço da Draga na década 70. Escola Comandante Fernando Cavalcanti. Funcionando no antigo Pavilhão Atlântico.
Site Oficial Poço da Draga.
É certo que o percurso pelas vias do Poço da Draga revela incômodos em relação à condição de vida das pessoas diante de moradias precárias. Principalmente devido à falta de saneamento básico nas ruas, a higiene coletiva parece ser afetada com a ausência de tubulações próprias para o fluxo de dejetos. Diante das promessas não cumpridas dos governantes em efetivar essas instalações de esgoto, muitos moradores do Poço da Draga percebem descaso das autoridades que administram a cidade. Bianca corrobora dessa premissa. O raciocínio dela é que “se não colocam nem os canos é porque querem tirar a gente daqui”.
Rua Viaduto Moreira da Rocha hoje. Google Maps
Rua Viaduto Moreira da Rocha hoje. Google Maps.
Rua Viaduto Moreira da Rocha hoje. Google Maps.
Bianca mora em uma das duas principais vias do Poço da Draga, a rua Viaduto Moreira da Rocha. A outra via importante do local é a Travessa Cidal, que é de menor tamanho e transversal à anterior. Conforme ressaltado, em ambas as vias não há asfaltamento das ruas e nem saneamento básico. Há uma pavimentação incipiente, finalizada apenas parcialmente, por pequenas pedras. No Poço da Draga ainda se faz presente uma série de pequenas vielas, sem denominação oficial, que se inserem em direção ao mangue localizado entre as ruas principais e o estaleiro pertencente à Indústria Naval do Ceará (INACE). Os esgotos das residências acumulados em pequenas encanações improvisadas caminham principalmente por essas vielas, onde muitas pessoas trafegam.

Travessa Cidal hoje. Google Maps.
Travessa Cidal hoje. Google Maps.
Travessa Cidal hoje, Google Maps
Há, aqui, uma divisão interna do Poço da Draga percebida espacialmente que se reflete em opiniões entre os moradores mais antigos em relação aos mais recentes. Nas duas vias principais, embora não saneadas e sem esgotamento tratado, se localizam as residências mais antigas. Nas vielas que dão acesso ao mangue se localizam ocupações mais recentes. Os moradores mais antigos chamam essa região próxima ao mangue onde os novos ocupantes se agregaram dentro do Poço da Draga de “Pocinho”. 
Conversando com moradores mais antigos é possível perceber algumas queixas deles para com as pessoas que moram na área do Pocinho. Embora a maioria dos habitantes não tenha posse oficial de suas residências em todo o Poço da Draga, a improvisação de residências no Pocinho chama a atenção dos moradores mais antigos.

Mapa com destaque para as duas ruas principais do Poço da Draga: a Rua Viaduto Moreira da Rocha e a Travessa Cidal. Disponível em: Google Maps
Esboço de mapa onde se localiza o aglomerado urbano do Poço da Draga (à esquerda da avenida, separado pela rua transversal que dá acesso à praia). Próximo a área de mangue se localiza o “Pocinho”, caracterizado por ocupações recentes de novos moradores da região. Fonte: Edson Alencar Collares de Bessa 
Poço da Draga na década 70
Banho improvisado por falta de água encanada.
Site oficial poço da draga
Nascido no Poço da Draga, filho de pais que moram no local há mais de cinquenta anos, o agente de saúde Sílvio, afirma que “o pessoal do Pocinho não respeita os mais antigos, fazem um monte de casinha de papelão aqui e poluem o manguezal”. Sílvio destaca que brincava na região do Pocinho quando era criança. Atualmente não deixa seus filhos pequenos fazerem isso, pois teme pela segurança dos filhos ante a uma possível hostilidade de tais “invasores”.

O aumento da violência e do tráfico de drogas é outro fator alarmado pelos interlocutores como decorrente da ocupação recente do Pocinho. O comerciante Ataíde, afirma que devido à presença dos “forasteiros” do Pocinho, a truculência policial se acentuou nos últimos anos dentro do Poço da Draga. 

A polícia chega aqui e trata como se todo mundo fosse marginal, delinquente. Como se todo mundo cheirasse droga, fosse vagabundo. E não é assim! Aqui tem famílias, pessoal que mora aqui está há muito tempo. Meu pai tem 70 anos de Poço da Draga! Eu nasci aqui e nunca vi tanto desmando da polícia aqui dentro como agora. E a gente pode fazer o quê, me diz? Nada. Por que os “homens” vem aqui dentro do Pocinho pegar os traficantes escondidos de outros bairros lá. Os “playboy” da Aldeota vem aqui pra pegar droga deles também, até filho de político famoso já foi preso lá dentro [do Pocinho] com drogas... Desse jeito, aí que nossa fama com as autoridades vai para o espaço de vez! Eles pensam que aqui todo mundo é igual, que é tudo bandido. (Ataíde, em 08/02/2014).
Foto do livro de Paul Walle em 1912. Ainda não havia qualquer vestígio de moradia na área do Poço da Draga.
Acervo J. Terto de Amorim
Foto aérea de Amélia Earhart sobrevoando o Poço da Draga em 1937. 
Conseguimos observar algumas pequenas embarcações (já existia atividade pesqueira)
e algumas casinhas, ainda surgindo de forma tímida. Nascia assim a comunidade do Poço da Draga.
Ataíde afirma que compreende a situação dos moradores do Pocinho. Porém, ele acha que ali não é lugar para eles. A convivência com insalubridade e condições desfavoráveis de higiene são aspectos que deveriam fomentar alternativas de saída do local para aquelas pessoas. “Morar no Poço da Draga já é difícil e lá é quase impossível”, ele destaca. Segundo o comerciante, as pessoas que moram no Pocinho estão lá mais pela localização do Poço da Draga. “Aqui é perto de tudo, próximo ao Centro e a praia, além de ser uma favela no meio da Praia de Iracema, avalia Ataíde como fator de permanência dos ocupantes do Pocinho.

Ontem e Hoje do mesmo ângulo.
Foto atual: Iago Albuquerque.
O estudante André, cujos pais moram no Poço da Draga há décadas, ressalta que o Pocinho é um “local de discórdia”. Ele afirma que “não há sossego lá” devido ao entra-e-sai de pessoas vindas de outros bairros. Acostumado a frequentar a região do Pocinho desde a infância, André relata que já viu muitos jovens “se perderem” nas drogas e no crime pela influência dos moradores do Pocinho. Em um local com pouca expectativa de emprego e estudos para as pessoas, a criminalidade parece ser uma oportunidade, segundo a avaliação dele. André lamenta a perda de muitos amigos para o “mundo das drogas” e do crime. E no sobressalto entre a presença de ocupantes indesejados e os transtornos causados por eles, André destaca a homogeneização de opiniões externas sobre a totalidade de moradores do Poço da Draga. Nesse ponto ele parece concordar com Ataíde. Contudo, André vai além da ação policial e destaca as opiniões de quem passa pelo Poço da Draga.

As pessoas que passam por aqui nem sequer veem a gente [dentro do Poço da Draga]. Só se for muita atenção mesmo. Por que nós estamos aqui no meio das coisas bonitas para os turistas, eles [provavelmente, os governantes] querem esconder a gente. Esse pessoal vem de fora [os moradores do Pocinho], cometem crimes lá fora e vem se esconder aqui. Quem sofre os assaltos ou tem os filhos presos por estarem com drogas já fica com raiva da gente. E começa todo mundo a falar mal. Eu já vi gente passar na avenida dizendo que tem medo de vir aqui na Praia de Iracema por que tem essa “favelinha” cheia de bandido, que somos nós. (André, em 14/10/2014).

Imagem da década de 60. Vemos a ponte dos Ingleses, a ponte Metálica e a comunidade do Poço da Draga.

Rosa afirma que até uma colunista social de um jornal famoso da capital cearense já publicou um texto afirmando que o Poço da Draga é uma “favela perigosa, cheia de delinquentes”. Contudo, enfatiza que nessa ocasião houve união das pessoas para exigirem direito de resposta a esta colunista. Concedido e publicado pelo jornal, o direito de resposta veio em forma de uma carta redigida por vários moradores do Poço da Draga. Ela interroga “como é que pode uma pessoa que nunca entrou na comunidade falar mal da comunidade? Entendeu? Ainda bem que a resposta veio, pois a gente é assim, a gente não deixa barato não!”.

A localização do Poço da Draga próxima à área litorânea da Praia de Iracema é percebida por muitos moradores como ameaça dessa “cobiça” e “inveja” de muitos, bem como fato preponderante para tentativas de remoção. Embora elas saibam do risco iminente de perderem suas residências, as pessoas que vivem no Poço da Draga têm alguns benefícios quanto a estarem naquele local. Dentre eles, está a proximidade ao Centro da cidade e à praia. Muitos, como Clóvis, nem sequer pensam na possibilidade de sair da região. Isto porque “dá pra fazer tudo a pé aqui, não precisa pegar ônibus pra ir ao Centro e a praia é aqui do lado”, afirma ele. Sílvio brinca com a repercussão de obras¹ na região ao afirmar que “todo mundo tem inveja daqui e queria estar nessa região privilegiada da gente”.

No Centro de Fortaleza se localiza o Posto de Saúde Paulo Marcelo (Rua 25 de março, nº 607), que serve aos moradores do Poço da Draga. Conforme afirmado pelos moradores, a praia é fonte de beleza e lazer a alguns passos da maioria das casas. Os estudantes, em sua maioria de escola pública, tem acesso à educação básica por escolas localizadas também no Centro de Fortaleza. Para os moradores católicos, a arquidiocese que coordena a região do Poço da Draga é a própria Catedral Metropolitana de Fortaleza, fato este enaltecido por alguns, como Bianca. Ela diz com entusiasmo que “aqui [no Poço da Draga] é tão bom que somos abençoados é pelo arcebispo, não é por qualquer padre não”.

Rosa afirma que todos esses benefícios da localização do Poço da Draga são fatores de risco para a permanência dos moradores em suas residências. Embora ela já tenha visto várias tentativas de implantar empreendimentos na região não darem certo, Rosa destaca que as transformações estão ocorrendo gradativamente e, a cada dia, o território do Poço da Draga parece ser mais curto. Ela compartilha as perspectivas de outros moradores mais antigos ao afirmar que “hoje já não me sinto mais aqui como minha praia”. Isto porque “estão sempre inventando coisas para fazer aqui e tirar a gente”.

O que se mostra em face tanto aos fatos históricos quanto aos relatos das pessoas é que as obras constantes (ou suas tentativas) no Poço da Draga parecem sempre estar ligadas às remoções dos moradores. Em vez de uma tentativa de melhoria das condições de moradias das pessoas e valorização do espaço “privilegiado” do local com incentivos para a manutenção de quem está lá há muito tempo, o que se vê é sempre algum movimento para se tentar a retirada. 

Poço da Draga em 1975. Foto Correio do Ceará. Acervo Renato Pires.
O que se observa é a presença, no Poço da Draga, de obras que estimulam melhorias na região de seu entorno e não propriamente no espaço urbano em que se localiza a moradia das pessoas. Ligadas a etapas e períodos históricos distintos, as obras fomentadas por agentes externos (ligados muitas vezes aos órgãos de governança) para a região do Poço da Draga são, em sua quase totalidade, excludentes das pessoas que lá vivem.

Comunidade do Poço da Draga na Praia de Iracema. Década de 80. Acervo Renato Pires.

Leia também a Parte I

¹O contexto que se insere aqui é referente a outra obra que foi projetada para se estabelecer na região do Poço da Draga, o Centro Multifuncional de Feiras e Eventos (CMFE), em 2001.

Crédito: ADERALDO, Mozart Soriano. 1993. História Abreviada de Fortaleza e Crônicas sobre a cidade amada. Fortaleza, CE: Edições UFC./Edson Alencar Collares de Bessa - O Poço da Draga e a construção do acquário/Arquivo Nirez/ROCHA JR., Antônio Martins. 2000. O turismo globalizado e as transformações urbanas do litoral de Fortaleza. Arquitetura e estetização da praia de Iracema. 2000. Fortaleza, CE: Dissertação de Mestrado em Arquitetura, Universidade Federal do Ceará (UFC)./Site Comunidade Poço da Draga/ Jornal O Povo/Acervo pessoal

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Capela de Santo Antônio - Templo mais antigo do Mondubim


Fotos Edimar Bento
Foto Edimar Bento
Muitos acreditam que a  Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é a mais antiga do Mondubim, mas o templo mais antigo do bairro é a Capela de Santo Antônio, construída em 1879 e, hoje, localizada ao lado do Cuca do Mondubim.

Aos cuidados do Major Antônio Carneiro Monteiro, em 1879, foi construída a capela, batizada com o nome de Santo Antônio, de quem era devoto. Tamanha devoção lhe fez mandar vim de Portugal uma linda imagem do santo, feita de madeira, para a inauguração da Capela, que mais tarde ficaria como patrimônio para sua família.
Foto Edimar Bento
Em meados do Século XX, após o casamento de sua filha Ana Monteiro Mamede com o Sr. Alfredo Paes da Cunha, a igreja veio a pertencer ao casal, que se tornou responsável pela manutenção e conservação da Capela até o falecimento de ambos, em 1927.
Neste mesmo ano, a capelinha passa às mãos da segunda geração do major, através de sua neta Maria Luíza Mamede Cisne. Com o falecimento desta, seus filhos assumem os cuidados com a igreja. São eles: Maria Ana, Maria Lenira, Maria Ione e Joaquim Alfredo, cujo nome foi dado a uma das ruas do bairro.


Na capela estão sepultadas duas crianças da família: Florência Monteiro Mamede (Nasceu em 08 de Outubro de 1884 e faleceu em 14 de Fevereiro de 1888) e Maria Monteiro Mamede (Nasceu em 17 de Setembro de 1888 - três dias após a morte da irmã Florência). Não se sabe a data que a segunda faleceu, apenas que ambas foram vítimas da febre amarela.



Fotos da igrejinha durante as obras do Cuca. Google Street (2012)
Como os descendentes da família se mantinham firmes e fiéis na fé e devoção ao Santo, decidiram, como forma de homenagem, batizar também o sítio da família, que recebeu o nome de Sítio Santo Antônio, hoje, Parque Santo Antônio.
Devido a construção do Centro das Artes (CUCA - Mondubim ) a prefeitura construiu um desvio de acesso ao terminal do Siqueira, causando um grande transtorno aos fiéis de Santo Antônio , ficando difícil o acesso a capelinha.


Fotos Google Street 

Observação: Se você possui foto antiga da capelinha e quer compartilhar com o Fortaleza Nobre, pode enviar para: fortalezanobre@gmail.com

Crédito: Edimar Bento do blog Monumento Arquitetura e Arte.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Colégio Juvenal de Carvalho

A foto, bem antiga por sinal, é provavelmente do colégio recém inaugurado. Acervo Antônio Rosendo.
O colégio foi fundado no dia 26 de abril de 1933, com sede na Avenida João Pessoa, 4279, Damas.
Inicialmente foi inaugurado com o nome de Colégio Maria Auxiliadora, mas no dia seguinte, foi visitá-lo o grande benfeitor que lhe deu o nome de Fundação Cel. Juvenal de Carvalho. No frontispício da casa estava escrito: Colégio Maria Auxiliadora - Fundação Cel. Juvenal de Carvalho. Ficando depois conhecido apenas como Colégio Juvenal de Carvalho.

O Arcebispo Dom Manuel da Silva Gomes com a ajuda do Cel Juvenal de Carvalho e do Cel Ananias Arruda organizaram e acolheram as Irmãs que fizeram parte da primeira comunidade das Filhas de Maria Auxiliadora: Irmã Luizinha Denegri, diretora, Ir. Ester A. Pereira, Ir. Angelina Rossato, Ir. Edith Almeida e Ir. Benedita Zoé Figueiredo.

Importante salientar que enquanto o colégio ficava pronto as Irmãs foram acolhidas na comunidade de Baturité, no Instituto Nossa Senhora Auxiliadora e no Dispensário das Irmãs Vicentinas.
A Irmã Luizinha Denegri, primeira Diretora do Colégio, era natural de Gênova, na Itália. Veio para o Brasil com 22 anos apenas e esteve como Diretora em dois períodos de 1933 a 1938; de 1946 a 1951.

Capela e Colégio Juvenal de Carvalho em dia de celebração (provavelmente da inauguração da capelinha que recebeu o nome de Nossa Senhora Auxiliadora). Foto da década de 30. Arquivo Nirez.
O dia 10 de maio marcou o início do funcionamento do Colégio. O Jornal “O Nordeste” publicou o acontecimento num artigo do dia 15 de maio. Um grupo de uma dezena de crianças encheu o novo colégio.
No dia 1° de junho teve início a escola noturna com trinta jovens. No dia 3 de julho entrou a primeira aluna interna: Thais Frota Souza Pinto, no dia 7, a segunda: Margarida Teófilo Girão e no dia 1° de agosto chegou ao colégio a terceira aluna do internato: Maria Angelita Gomes Gonçalves.

Assim o tempo foi passando e o colégio foi se fortalecendo com o espírito missionário salesiano. Ficou definitivamente com o nome de Colégio Juvenal de Carvalho
Hoje o Colégio funciona com a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio (diurno e noturno).

O Colégio Juvenal de Carvalho realiza a sua missão integrados como “Comunidade Educativa", com os mesmos sonhos de educação dos seus fundadores São João Bosco e Santa Maria Mazzarello. 

Observação: A Capelinha de Nossa Senhora Auxiliadora, moderna e de amplas proporções, só seria levantada em 1937.



NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: