Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



segunda-feira, 13 de abril de 2020

Fortaleza 294 anos

Em 13 de abril de 1726, Fortaleza era elevada à categoria de vila...


Para comemorar a data, fiz esse vídeo, um pequeno resumo, especialmente pensando nas nossas crianças, pois é pensando no hoje que construímos nosso futuro, inclusive o futuro da cidade! :)


sábado, 22 de fevereiro de 2020

Prova de Fogo, o bloco carnavalesco mais antigo da capital, completou 85 anos

Em 21 de janeiro de 1935, os sargentos do Exército, Otacílio Anselmo e Silva (Escritor e componente da Banda de música do 23º BC), Carlos Alenquer e Luís Freitas, juntamente com os comerciários Alderi Pereira e Edson Viana Maranhão, fundaram o 1º bloco de Carnaval de Fortaleza, o “Prova de Fogo”. 
Tradição do Carnaval alencarino, o bloco completou, nesse ano de 2020, 85 anos.
Como bem disse Antônio Marrocos Anselmo, querido amigo, pesquisador e amante das artes e da cultura, são 85 anos de existência e resistência!

O bloco na década de 50/60. Arquivo Nirez

Assim como outras cidades, Fortaleza conheceu o carnaval dos entrudos, das batalhas de confete e serpentina, dos bailes em clubes elegantes, dos desfiles de carros luxuosos e das apresentações de manifestações populares nas ruas, como os blocos de Carnaval, de pré-carnaval e os maracatus.

Arquivo Nirez

O bloco Prova de Fogo fez e faz tanto sucesso que inclusive foi citado na música 'Bati na Porta', de Lauro Maia, gravada pelo grupo musical “Quatro Ases & um Coringa”, pela Odeon.

Saiba mais sobre o Prova de Fogo AQUI

Samba Enredo do Prova de Fogo de 2014


terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Carnaval na Fortaleza de outrora


O carnaval de Fortaleza teve início no final do século XIX, com o carnaval de rua, mas foi proibido por um período, em 1905, pelo intendente Guilherme Rocha. Nos desfiles da época eram comuns pessoas fantasiadas de Papangus e dominós¹. Havia também os caboclos remanescentes dos indígenas de Porangaba (atual Parangaba).
Nas décadas de 1910 e 1920, as marchinhas alegravam os enormes salões dos clubes da capital cearense.
Na década de 1930, o carnaval de rua começou a se tornar mais popular, quando blocos foram formados por músicos, comerciários e trabalhadores, denominados "brincantes", com a orquestra na retaguarda. Na frente  ficava sempre um baliza, que fazia acrobacias com bastão. Mais tarde sugiram os blocos que dançavam ao som de samba, sendo o primeiro o PROVA DE FOGO, seguido da Escola de Samba Lauro Maia (Mais tarde Escola de Samba Luiz Assunção). Por falar em bloco, não podemos esquecer do Cordão das Cola-Colas, o Maracatu AZ de ouro, Enverga mas não quebra, Bloco Zombando da lua, Os enviados de Alá, Maracatu Estrela Brilhante, Maracatu AZ de Espada, Nação Fortaleza, Leão Coroado, Rei de Paus, Vozes da África e tantos outros.


De volta aos clubes sociais, estes simbolizavam o refinamento na convivência social, a beleza na alegria de viver. Na Fortaleza de outrora nasceu até uma rivalidade entre o Clube Iracema e o Clube Cearense, competindo na ostentação dos desfiles carnavalescos e na decoração de seus enormes salões.



Com o tempo, novos clubes surgiram e deixaram de ser frequentado apenas pela elite, ficando cada vez mais populares e acessíveis. Com uma maior quantidade de clubes, era comum o folião cearense ir brincar o carnaval em um clube diferente a cada dia. A programação do carnaval era agitada. No sábado "magro" (que antecedia o carnaval), a folia era no Náutico. Na sexta de carnaval, a festa ficava por conta do Iate clube. No sábado de carnaval, conhecido como "sábado gordo", a festa era no Ideal. No domingo, muitos iam curtir no Líbano. Já a segunda era reservada ao Country Clube, ficando a terça para encerramento no Náutico Atlético Cearense.





Para recordar os nostálgicos carnavais no clube Iracema, Ideal, Iate, AABB, Diários, Líbano, Massapeense, Jangada Clube, Comercial Clube, BNB, Maguari, Clube de Regatas e tantos outros, é que o Náutico promove anualmente o seu tradicional CARNAVAL DA SAUDADE
Então vista sua fantasia e caia na folia!!!






Os dominós usavam uma batina com capuz enfeitada de guizos de cores diversas. 
Os guizos são pequenos objetos oco de metal ou feito de um pequeno fruto seco, aproximadamente esférico, no seu interior possui uma ou mais bolinhas maciças (podem ser as próprias sementes do fruto) que, ao ser agitado produz um som, como de chocalho.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Cidade Saudade (Mucuripe) - Por Nelson F. Bezerra (Parte II)

O competente fotógrafo Nelson Figueiredo Bezerra, durante os anos 70/80, fez diversos registros da cidade de Fortaleza, uma foto mais linda que a outra!
Gentilmente ele me enviou fotos do nosso querido bairro Mucuripe, feitas nessa época e com um olhar sensível, que só o Nelson tem!


Enseada do Mucuripe e o bairro Varjota - 1974

Encontro das avenidas Beira-Mar e Abolição - 1974

1969 - Estátua de Iracema, obra do artista pernambucano José Corbiniano Lins - Praia do Mucuripe

1969 - Fabricação de Manzuás - Armadilhas para captura da lagosta

Anos 70 - Farol do Mucuripe
O farol teve importante função para ocupação dos territórios cearenses, orientando as embarcações que chegavam ao porto.

Anos 70 - Praia do Mucuripe
Procissão marítima durante a festa de São Pedro

Anos 70 - Praia do Mucuripe
Procissão marítima durante a festa de São Pedro

Anos 70 - Partilha dos peixes entre os pescadores

Anos 70 - Praia do Mucuripe


  Colaborador:
Nelson F Bezerra (Fotógrafo)

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Cidade Saudade (Mucuripe) - Por Nelson F. Bezerra

O competente fotógrafo Nelson Figueiredo Bezerra, durante os anos 70/80, fez diversos registros da cidade de Fortaleza, uma foto mais linda que a outra!
Gentilmente, ele me enviou fotos do nosso querido bairro Mucuripe, feitas nessa época e com o olhar sensível, que só o Nelson tem!

Vendedor ambulante montado em seu jumentinho e ao fundo vemos lavadeiras e as dunas alvas do Mucuripe. Os outdoors estão em frente o Iate Clube.

 Carroceiro Vendendo água Iontec das dunas do Mucuripe.

Abastecendo carroças com água pura das dunas. Outdoors em frente ao Iate Clube.

Recolhimento das carroças com água pura das dunas.

 Vista do alto das Dunas ao Entardecer, vendo-se o Cais do Porto, Moinhos e terminais.

Dunas ao Entardecer

Abastecimento de água para as turmas da estrada de ferro, das carroças para os moradores do Castelo Encantado e Beira-Mar, com água pura das Dunas em frente ao Iate Clube.

Início das invasões das dunas

Início das invasões das dunas

 Dunas - Outdoor em frente ao Iate Clube

                                                                                                              Colaborador:
Nelson F Bezerra (Fotógrafo) 

domingo, 15 de setembro de 2019

Colégio Agapito dos Santos - De 1952 a 2006

 ‘‘O professor não ensina, ajuda o aluno a aprender.’’  Lauro de Oliveira Lima

Vemos o colégio recém inaugurado no Anuário do Ceará de 1952. Acervo Jorge Brito

Chegava-se ao fim dos anos 40, início dos 50, quando o cearense Lauro de Oliveira Lima¹ descobriu o suíço Jean Piaget. Um amigo havia lhe presenteado com o livro de um escritor alemão pouco conhecido no Brasil. O autor era Hans Aebli e a obra, Prática de Ensino, traduzido para o espanhol e baseado nas teorias piagetianas. Foi esse o primeiro e mais impactante contato entre o professor Lauro e seu mestre. Um encontro que viria a mudar sua vida e influenciar a educação brasileira.

Foi Lauro de Oliveira Lima o primeiro discípulo e propagador das teorias de Jean Piaget no Brasil. A partir dos estudos do filósofo suíço, o cearense de Limoeiro do Norte criou sua própria metodologia de ensino – o Método Psicogenético – e iniciou sua carreira de ‘‘reformador’’. Firmou-se como um crítico implacável do sistema educacional e um planejador visionário. Capaz de prever problemas e oferecer propostas inovadoras com uma antecedência de décadas.

Arquivo Nirez

O ano era 1952 - E o educador Lauro de Oliveira Lima, fundava o Centro Educacional Agapito dos Santos, na  Avenida Tristão Gonçalves, 1409.  Como era Inspetor Federal de Ensino (função que exerceu por vinte anos), não pôde dar seu nome para o colégio. Casado com a pedagoga Maria Elisabeth Santos de Oliveira Lima, neta de um dos educadores mais importantes da cidade, o cearense Agapito dos Santos, Lauro não pensou duas vezes na hora de batizar a escola.

Registro de 1957. Acervo Lucas

O colégio oferecia inicialmente os cursos de Pré-Primário, Primário, Ginasial e Normal, atendendo nos três turnos: manhã, tarde e noite. 
Como o professor Lauro de Oliveira assumiu também o cargo de Inspetor Seccional do MEC no Ceará, a professora Maria Elisabeth, tomou as rédeas do Colégio Agapito dos Santos e por muitos anos, dirigiu a escola com pulso firme

Alunos do Colégio Agapito dos Santos em 1970. Acervo Bernardo Santos

O golpe militar de 1964

Em entrevista ao jornal O Povo, em 2005, o professor narrou esse triste episódio, que mudaria não só sua vida, mas destino do colégio:


"Eu era inspetor do ensino em Fortaleza e depois fui ser inspetor seccional. Toda a estrutura do sistema secundário do Ceará ficou sob minha guarda. Passei 10 anos como inspetor seccional, com autorização do Ministério da Educação. Depois fui chamado para ir a Brasília para ser diretor do Ensino Secundário. Aí fiz um bocado de reforma, fiquei muito visado. Quando veio o golpe, eu não era esquerdista. Mas como não era da estrutura tradicional de ensino, era tido como um camarada perigoso. Então, caíram em cima de mim. Passei uma temporada na prisão. E quando saí não pude exercer nenhum cargo oficial."

Crédito: Bernardo Santos

Crédito: Bernardo Santos
Perseguido nas décadas da ditadura militar brasileira, acusado de subversivo, muda-se para o Rio de Janeiro para responder aos inquéritos policiais. Lauro de Oliveira Lima decide então vender o colégio para seu amigo Francisco Soares, educador, escritor, fundador e diretor do Teatro Chico Anysio. O colégio então muda de endereço, sai da avenida Tristão Gonçalves e vai para a avenida da Universidade, 2176.
Na década de 70, a direção esteve a cargo do professor João Filgueiras Lôbo.

Crédito: Bernardo Santos

Crédito: Bernardo Santos

Em fevereiro de 2006, o Colégio Agapito dos Santos, instituição de grande tradição no Ceará, foi oficialmente extinto. No site da Rádio Verdes Mares, é possível ter acesso a nota de extinção do colégio: 

“O fechamento parece ser o destino de escolas que educam e não apenas instruem. Embora lamentando, somos obrigados a nos curvar ao implacável destino e declarar extinto, a pedido, o Colégio Agapito dos Santos, sem antes agradecer a todos que nele empenharam o melhor de seus esforços para o bem da educação cearense.”

 O imóvel abandonado. Crédito: Bernardo Santos

O antigo colégio deu lugar a um laboratório e um estacionamento na avenida Tristão Gonçalves. 

No endereço da avenida da Universidade, chegou a funcionar Cursos de idiomas e outros pontos comerciais, mas hoje encontra-se abandonado.


¹Professor Lauro de Oliveira Lima, Educador Brasileiro de renome internacional que criou o Método Psicogenético e, a partir dele, o Centro Educacional Jean Piaget, autorizado a funcionar pelo próprio Piaget com o objetivo de verificar a aplicação de suas teorias em Educação.


Lauro de Oliveira Lima nasceu no dia 12 de abril de 1921 (ano em que, como ele próprio assinalava, o paulista Lourenço Filho inicia trabalho no Ceará, a convite do Governador Justiniano de Serpa, para reformar o ensino elementar e instalar o Instituto de Educação, e em que, na Suíça, Jean Piaget publicava sua primeira obra sobre o desenvolvimento da inteligência na criança.), em Limoeiro do Norte. Foi alfabetizado pelo mestre Zé Afonso, único professor por aquelas bandas. Para completar os estudos primários, migrou para um seminário em Jundiaí (São Paulo). De volta ao Estado, torna-se professor e noivo da neta de Agapito dos Santos (nessa ordem), Maria Elisabeth. Em 1945, o professor Lauro conquista o cargo de Inspetor Federal de Ensino, um dos braços do antigo Ministério da Educação e Cultura, passando a morar em Brasília. Exerce a função durante 20 anos. Em 1949, forma-se em Direito e, dois anos depois, em Filosofia. Seu trabalho como “reformador da educação” é exercido, plenamente, no Ginásio Agapito dos Santos - fundado por ele, nos anos 50. Influenciado pelos escritos do psicólogo e filósofo suíço Jean Piaget (1896-1980), o professor Lauro idealiza o Método Psicogenético de ensino. O livro Escola Secundária Moderna (INEP, 1963) é uma das principais referências, entre as mais de 30 obras escritas por ele, dessa metodologia que considera o trabalho por equipes e a criação de situações-problema de acordo com o nível mental da criança. Perseguido nas décadas da ditadura militar, muda-se para o Rio de Janeiro. Sem mais emprego, o professor ocupa-se com seus pensamentos sobre educação. Traslada Piaget para o Brasil, em livros como Piaget para Principiantes e Uma Escola Piagetiana e, em 1972, cria o Centro Educacional Jean Piaget (Rio de Janeiro). 

O educador morreu no dia 29 de janeiro de 2013, aos 91 anos, depois de passar cinco dias internado numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com um quadro de isquemia no coração. O corpo foi velado no Memorial do Carmo (no Rio), e depois cremado.


Fontes: http://beta-escoladepais.blogspot.com/ Wikipédia/O Povo/

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