Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

domingo, 30 de maio de 2010

Ruas de Fortaleza - Mudanças (Rua Guilherme Rocha / Rua da Municipalidade)

A Rua Guilherme Rocha, que hoje é um calçadão onde não passam carros, já foi uma rua muito movimentada, com trânsito de automóveis, ônibus, bondes, caminhões e carroças, além de pessoas e animais. Ela já se chamou travessa Municipal, Rua Municipal, Rua Nº 9, Rua 24 de Janeiro e Rua Coronel Guilherme Rocha. Hoje é apenas rua Guilherme Rocha.

Estamos vendo o cruzamento dela com a rua Major Facundo, na praça do Ferreira na década de 20. Do lado esquerdo vemos a esquina onde ficava o "Maison Art-Nouveau" e logo depois o "Restaurante Chic", tendo antes passado pouco tempo como "Maison-Riche". Na esquina do lado direito, temos o sobrado do Comendador Machado tendo no térreo o "Café-Riche", onde se reunia a intelectualidade de então.

Na foto antiga, além das casas citadas, vemos ainda muita gente, civis e militares, o bonde nº 28, da "Light" e dois automóveis típicos da época, com seus pneus estreitos parecendo de motocicletas. Naquela época (a foto deve ser de 1927) todos andavam de chapéu, velhos, moços, crianças, mulheres, todos tinham algo na cabeça, quer fosse um chapéu de massa, um de palhinha, um quepe, uma boina, enfim, qualquer coisa que servisse de cobertura para a cabeça, o que ainda hoje deveria ser usado, com o sol que temos.

A fotografia atual, de Osmar Onofre, traz o mesmo local totalmente modificado. O prédio do "Maison" foi substituído, em 1934, pelo edifício Granito e hoje tem em seu andar térreo a loja "Tok-discos" e no primeiro andar o Clube dos Advogados. A outra esquina, do "Riche", foi substituída em 1931 pelo "Excelsior Hotel" que tem hoje na esquina a loja "Presentes Nobre", que é também tabacaria; seguida da "Itamaraty" e da "King Jóia". Os carros já não transitam por ali e as pessoas hoje andam mais descompromissadas, mais à vontade, vestidas como se estivessem em casa. No calçadão foram plantadas árvores que já estão adultas.

RUA GUILHERME ROCHA - NA PRAÇA DO FERREIRA
Vemos o encontro da Rua Guilherme Rocha com a Rua Floriano Peixoto, na Praça do Ferreira, em foto que data do início da década de 20, quando ainda havia o quarteirão entre a Rua Floriano Peixoto, Travessa Pará, Rua Major Facundo e Rua Guilherme Rocha, em frente à Praça do Ferreira. Naquele quarteirão estava o mais antigo sobrado da cidade, que abrigava a Intendência Municipal, da qual vemos a torre. Pelo lado da Rua Guilherme Rocha, ou Praça do Ferreira, estiveram várias lojas como a "Livraria Edésio", "Casa Mundlos", "Café do Comércio", "Crysanthemo", "Café Emygdio", para citar as mais famosas.

Depois do quarteirão citado, vem o sobrado do Pastor, que data de 1914, onde no andar superior funcionou o telégrafo antes de unir-se ao correio, enquanto no andar térreo funcionou a loja de João Carvalho "Rosa dos Alpes", e posteriormente ali esteve o "Café Globo" e depois o "Armazém Paissandu", a Aplub e por fim o Restaurante "Le Scale".

Do lado direito, temos o Palacete Ceará, construído em 1914 pelo comerciante e banqueiro José Gentil Alves de Carvalho que contratou a firma Rodolfo F. da Silva & Filhos, para construí-lo, com planta de João Sabóia Barbosa. Consta que foi construído por Eduardo Pastor. Abrigou o Clube Iracema tendo na parte térrea a "Rotisserie Sportman", de Efrem Gondim. Depois o palacete foi vendido à Caixa Econômica Federal do Ceará que ali se instalou. No dia 8 de julho de 1982, o prédio foi devorado por um incêndio, restando apenas sua fachada. Foi planejada sua demolição para levantar um prédio moderno, mas a grita do povo, dos arquitetos e da imprensa fez com que os dirigentes da Caixa reconsiderassem o plano e o prédio foi reconstruído.


Ao fundo da Rua Guilherme Rocha vemos a fachada do Palácio da Luz e também a copa do famoso "oitizeiro do Rosário".

A foto nova mostra a ausência do quarteirão da esquerda, hoje substituída pela ampliação da praça com as bancas de jornal e revistas, o sobrado do Pastor hoje abriga o restaurante "Le Scale" no andar superior e no térreo a "Contágio", "Bicho do Sol" e alguns bares pela Rua Guilherme Rocha, tendo como vizinho pela Rua Floriano Peixoto a "Casa do Desenho" o prédio onde foi a Livraria Comercial é hoje a Livraria Paulus. Do outro lado o já falado Palacete Ceará abrigando ainda a Caixa, quase coberto por uma árvore da praça e por cima desta parte do prédio também da Caixa, que fica na Rua do Rosário.

RUA GUILHERME ROCHA - ESQUINA COM RUA FLORIANO PEIXOTO

Estamos na esquina da Rua Guilherme Rocha com Rua Floriano Peixoto, olhando para o lado do mar. Temos duas fotos da esquina nordeste. A foto mais antiga mostra o sobrado construído em 1914 que abrigou, de 1916 a 1930 o "Café Avenida", de Jaime Magalhães. Depois veio a loja "Rosa dos Alpes", que antes funcionava no meio do quarteirão. Era uma casa que vendia gramofones, vitrolas, discos, bilhares, material religioso, bandeiras, estandartes, etc. Seu proprietário era João Carvalho. A loja mudou-se em 1938, quando em seu lugar Edilberto Góis Ferreira abriu o "Café Globo" que ali permaneceu 20 anos. Nasceu então o "Armazém Paissandu", de Francisco Pegado que foi até 1972. Surgiu então ali a APLUB e hoje a "Contágio", tendo na parte superior, o restaurante "Le Scale".

A foto intermediária data do início da década de trinta, quando ainda existia um quarteirão que ficava entre a Rua Guilherme Rocha, Rua Major Facundo, Travessa Pará e Rua Floriano Peixoto, local hoje ocupado pelo prosseguimento da Praça do Ferreira, ou seja, onde ficam algumas bancas de jornal e revistas, entre elas a do Bodinho.Lá existia um dos mais antigos sobrados de Fortaleza, ocupado pela Intendência Municipal e onde também funcionava a Câmara Municipal. Depois de sua demolição, foi construído no local e também já foi demolido, o Abrigo Central. Vê-se a "Rosa dos Alpes" e distante o prédio da Assembléia Legislativa e o Mercado de Ferro.

A foto atual, de Osmar Onofre, mostra o antigo sobrado abrigando a "Contágio" e o restaurante "Le Scale", com um poste trazendo uma grande placa da "Caixa" à frente. No seguimento vemos o antigo prédio da assembléia - hoje Museu do Ceará - seguido do Palácio do Comércio, Banco do Brasil e Correios.

RUA GUILHERME ROCHA ESQUINA COM RUA BARÃO DO RIO BRANCO

A Rua Barão do Rio Branco já se chamou Rua Formosa e a Rua Guilherme Rocha já foi Rua Municipal. No encontro das duas, quando já tinham os nomes atuais, em 1953, foi colhida pela objetiva da Aba Film a foto mais antiga que ilustra essas linhas.

Nela vemos um velho sobrado onde no andar térreo funcionava na época a "Farmácia Conceição" que tinha endereço no nº 214 pela Rua Guilherme Rocha, com sua proteção contra o sol feita por lonas penduradas na marquise de alumínio.

Seguindo pela Rua Barão do Rio Branco tínhamos, vizinho, a "Casa Plácido", de mosaicos de propriedade de Pierina Hinko. Pela Rua Guilherme Rocha existiam "A Guanabara", "O Cancão", "O Sansão", "Casa Rio", "Casa Movado", "Estabelecimento Benjamin Angert", "Cearazinho", "A Ideal" e o Excelsior Hotel onde no seu andar térreo existiam entre outras a "Livraria Imperial", a "Livraria Aéquitas" e na esquina a "Farmácia Francesa".

A Segunda foto que é atual nos mostra no lugar do velho sobrado da farmácia Conceição o imponente Edifício Jalcy Metrópole, que tem em seu andar térreo uma agência da Viação Aérea São Paulo - VASP, e na sobreloja depósito da Tok-Discos avizinhando-se do Edifício do Excelsior Hotel pelo lado da Rua Guilherme Rocha.

No lugar das lojas antigas hoje estão a "Casa dos Relojoeiros", "Ótica Bela Jóia", "Água de Cheiro", "Excelsior Hotel", "Talismã Jóias" e "Center Meias". Enquanto o Edifício Jalcy Metrópole tem em seus muitos andares as salas ocupadas com dezenas de firmas, advogados, etc., o Excelsior Hotel está hoje abandonado, residindo lá apenas seu proprietário, o arquiteto Emílio Hinko.

A Rua Guilherme Rocha que na primeira foto tinha trânsito de carros, como pode ser visto um ônibus, na foto atual, de Osmar Onofre, já não tem, havendo sinalização para pedestres.

RUA BARÃO DO RIO BRANCO CRUZAMENTO COM RUA GUILHERME ROCHA
96 anos separam as duas fotos. É o cruzamento da Rua Formosa (hoje Rua Barão do Rio Branco) com Travessa Municipal (hoje Rua Guilherme Rocha).

Na primeira foto vemos o tipo de iluminação da época, combustores a gás, em contraste com a segunda, a vapor de mercúrio; os veículos também são outros, em lugar da carroça e do bonde de tração animal, automóveis com motor à explosão; o calçamento contrasta com o asfalto e os prédios trazem além da diferença de época nas construções, a atual poluição visual e comercial.

O sobrado na esquina, na velha foto, é do João Antônio Garcia e incendiou-se em 30 de setembro de 1929, sendo construído o que vemos na foto atual. Neste atual, funcionou a rádio Iracema, o Partido Comunista, a Liga Integralista a loja "A Espingarda", a sorveteria "Cabana", "A Esmeralda", em épocas diferentes.

O sobrado da esquerda era da família Justa e ali funcionou a "Pensão Familiar", a "Farmácia Albano", a "Farmácia Meton", a "Farmácia Fortaleza", o "Café Rex", "sorveteria Pontes", a casa de merendas "Pic-Nic" e hoje é o Edifício Jalcy, tendo no térreo as "Óticas Itamaraty", o "Palácio das Canetas" e o "Waldo's", café e tabacaria.

O calçamento na foto antiga é do tipo ainda hoje utilizado nos bairros distantes, e que foi apelidado de "cearalepípedo". São pedras toscas quebradas à marreta. Antes as pedras são extraídas nas serras, por meio de dinamite. Os calçamentos se iniciaram em Fortaleza ao tempo da seca de 1877, quando foi aproveitada a mão de obra dos flagelados que traziam os blocos de pedras nos ombros desde as pedreiras.

RUA BARÃO DO RIO BRANCO ESQUINA COM RUA GUILHERME ROCHA II
O velho sobrado da esquina da Rua Guilherme Rocha com Rua Barão do Rio Branco, deu abrigo, por muitos anos, a "Pensão Familiar", a "Farmácia Albano", a "Farmácia Meton", a "Farmácia Fortaleza", o "Café Rex", "sorveteria Pontes", a casa de merendas "Plc-Nic" e hoje é o Edifício Jalcy, tendo no térreo as "Óticas Itamaraty", o "Palácio das Canetas" e o "Waldo's", café e tabacaria.

Ao tempo da "Farmácia Albano", de Antônio Albano, pai, de José Gil Amora, nos fundos tirava o jornal "O Garoto'" da Academia Rebarbativa.

A foto antiga não é tão velha, datando da década de 1940 já em seu final. Apesar da presença dos trilhos e fios de bondes, talvez esses já não mais existissem, pois deixaram de circular em 1947. A rua ainda era calçada com paralelepípedos. Vemos no velho sobrado os "jacarés" para descida d'água.

A foto atual mostra. No local do velho sobrado da "Farmácia Albano" o Edifício Jalcy, inaugurado em 1959, que traz na parte térrea o "Waldo's" (café e tabacaria). Em seguida vêm várias lojas e depois o edifício Diogo, hoje transformado em "shopping" e várias lojas e bancos, com destaque para a "Casa Pio", "Fininvest", Bradesco, "Charmile", "Bunny's", "Lojas Pecary", Banco de Crédito Real de Minas Gerais, etc.

O asfalto, a sinalização, os carros, telefones públicos (orelhões), postes de concreto-armado, semáforos, iluminação pública a vapor de mercúrio, tapumes e vestimentas das pessoas, mostra a diferença de época das duas fotos.

Chamamos a atenção para a quantidade de aparelhos de ar condicionado nos prédios, principalmente no Jalcy.



Fonte: Portal da história do Ceará e arquivo Nirez

Ruas de Fortaleza - Mudanças ( Av. João Pessoa - Bairro Damas)


A antiga aldeia indígena Potyguaras transformou-se, em 1607, no lugarejo fundado pelos Jesuítas, Parangaba. O nome português dado ao lugar era Arroches, a partir de 1759, com a invocação de Bom Jesus dos Aflitos. Depois passou a chamar-se Porangaba. A estrada Fortaleza-Porangaba, distando 7km e 200m, era de areia batida até 1929, quando o governo federal, na época de Washington Luiz, mandou fazer a estrada de concreto. Quem construiu a estrada foi a Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas - IFOCS, que contratou o serviço com uma firma construtora. Ao terminar a avenida esta ganhou o nome de Washington Luiz, mas logo veio a Revolução de 1930 e o povo arrancou as placas e substituiu por João Pessoa, que tinha sido assassinado naquele ano e embora o crime fosse por razões pessoais a ocasião o transformou em crime político para fortalecer os antagonistas da candidatura do governo*.

Os meios de transporte para Porangaba eram os ônibus e o trem. Na década de 40 havia alguns pequenos ônibus tipo lotação do Rio de Janeiro que ajudavam no transporte para Porangaba.

Depois Porangaba trocou o "O" pelo "A" e passou a chamar-se novamente Parangaba, como os indígenas a chamavam. Em 1967, na administração Murilo Borges, foram introduzidos em Fortaleza os ônibus elétricos e uma das linhas era a de Parangaba.

A avenida João Pessoa já foi conhecida como "avenida da morte", quando tinha duas mãos e era a única via entre os dois locais. Hoje Fortaleza é ligada a Parangaba por várias vias, sendo as principais as avenidas Alberto Magno, João Pessoa e José Bastos.

Já nada, absolutamente nada mais existe da antiga avenida na foto atual, de Osmar Onofre, nem o concreto, que foi coberto pelo asfalto.


*Há controvérsias: 







Fonte: Portal da história do Ceará e Nirez

sábado, 29 de maio de 2010

Ruas de Fortaleza - Mudanças (Rua Almirante Jaceguai - Descida da Prainha)


A foto antiga data de 1905 e mostra a atual rua Almirante Jaceguai vista da avenida Leste Oeste, ou começo da avenida Monsenhor Tabosa, olhando para o lado do mar. Do lado esquerdo, o oitão da casa construída no século passado pelo senhor José Pio de Farias, que era agente do Loyd Brasileiro. A casa tinha uma torre de onde ele observava a saída e chegada de navios. Depois a casa foi vendida para o engenheiro inglês Francis Reginald Hull, conhecido apenas como Mister Hull e que hoje é nome de avenida em Fortaleza. Ele aproveitou a torre para fazer suas observações astronômicas e meteorológicas, fazendo-se autoridade em estudos climáticos do Nordeste. No horizonte, vê-se um navio, já que o porto era a ponte de desembarque que ficou conhecida como Ponte Metálica.

A rua, na fotografia antiga, tinha, no meio da ladeira, vários degraus. Na época havia somente bondes de tração animal e não havia nenhuma linha que fosse até ali, mas no período dos bondes elétricos uma linha ia até os degraus e tinha o destino "Prainha", era da companhia Inglesa "The Ceara Tramway Light & Power Co."

A Segunda foto data de 1990 quando a casa foi parcialmente depois demolida, passando a servir de estacionamento de carros. O restante da rua tinha algumas casas que serviam de armazéns e/ou casas comerciais, muitas de exportação e importação. Distante, o prédio que abriga a Capitania dos Portos.

Na foto atual, de autoria do fotógrafo Osmar Onofre,percebe-se que além das mudanças naturais de época, como o calçamento pelo asfalto, as calçadas e meio-fio, postes em vez de combustores e a destruição da casa de Mr. Hull, a vegetação próxima à praia, onde além das árvores de copa, abundavam coqueiros, foi dizimada.

Foi construído no local, em 1998, tomando vários quarteirões, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, inaugurado em 1999, entre a Rua Boris, Avenida Leste Oeste, Rua Almirante Jaceguai e Avenida Pessoa Anta, com salas de exposições, cinemas, teatro, anfiteatro, auditórios, café, ateliê de arte, salas de aulas e espaços para "shows". Dentro do Centro, são também inaugurados o Planetário Rubens de Azevedo, pelo próprio, e o Anfiteatro Ministro Sérgio Mota. A Rua Almirante Jaceguai foi alargada e hoje tem um canteiro no centro.

RUA ALMIRANTE JACEGUAI - Subida da PRAINHA

Temos aqui três fotografias da atual Rua Almirante Jaceguai, que nasce na Avenida Pessoa Anta e morre na Avenida Leste-Oeste, em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Prainha. A foto mais antiga data de 1912(detalhe para os degraus que aparecem na foto), a do meio é de 1985 e a outra é atual.

Em 1839, Antônio Joaquim Batista de Castro requereu à Câmara Municipal licença para construção de um templo sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, ao mesmo tempo em que pedia a abertura de um beco nas imediações.

De posse da licença, foi criada uma irmandade para conseguir meios para a construção. Conseguem com o arquiteto e engenheiro José Antônio Seiffer a planta da capital. A partir de 1864, é criado o Seminário Episcopal e os dois prédios passam a ser um bloco só.

Vemos na foto antiga o final da linha de bondes e também dos fios. Ali o bonde tinha sua lança virada e seus bancos também, ficando o encosto como assento e vice-versa. Também estão presentes dois combustores a gás carbônico, além de um poste de madeira.
Na esquina, a torre do observatório existente na casa do Mister Frances Hull, onde ele fazia suas observações astronômicas e meteorológicas, além de observar a chegada e saída dos navios no porto - na época, a ponte metálica. Como antigamente não havia carros, existiam degraus em toda a largura da rua, além das calçadas. No alto vemos a citada igreja.



A segunda foto já traz o asfalto, o meio fio, a uniformidade das calçadas, postes de concreto com transformadores, os restos da casa de Mister Hull, que foi derrubada para ser transformada em estacionamento. A igreja permanece com antes e já não há os degraus na rua.



Ontem e hoje

A foto mais recente mostra a nova rua que foi construída como um dos acessos ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, com duas pistas; ambas descendo, os restos da casa de Mr. Hull desapareceram; placas nos postes e lixo na calçada compõe a nova paisagem; continuam incólumes a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e o Seminário da Prainha que já não é mais seminário.





Fonte: Portal da história do Ceará e Arquivo Nirez

Palácio do Bispo - Paço Municipal




Casarão construído na primeira metade do século XIX pelo Sargento Mor e comerciante português Antônio Francisco da Silva, que lá instalou o seu armazém de alimentos e que depois o vendeu ao comendador e rico negociador, Joaquim Mendes da Cruz Guimarães, sendo seu proprietário até 1860. Foi um dos primeiros casarões de Fortaleza, originalmente de linhas neoclássicas, o sobrado destacava-se pelas aberturas encimadas com arcos plenos, apresentando uma predominância de cheios sobre vazios e um aspecto compacto, este expresso pelos altos muros que cercavam a edificação. Situado a Rua das Almas – Hoje Rua São José, entre as ruas Rufino de Alencar e Costa Barros.

Quando era o Solar dos Mendes, o palacete foi palco dos mais suntuosos bailes na Fortaleza do século XIX. Conforme os jornais da época, as festas atravessavam a noite e os convidados só saiam ao amanhecer.


Comendador Joaquim Mendes e sua esposa Joaquina Mendes Ribeiro.

Em 1860, o comendador, sua esposa dona Joaquina Mendes Ribeiro e o coronel José Mendes da Cruz Guimarães, o vendem por escritura pública ao Episcopado, perante a Tesouraria da Fazenda no dia 21 de abril, pela quantia de 60:000$000, ou seja, 60 contos de réis, conforme autorização do Ministério do Império em Aviso de 12 de março do ano citado. A entrega deu-se no dia 21 de junho do mesmo ano. Em 1892 a Tesouraria fez entrega do prédio para o Bispado de Fortaleza (Conforme a lei nº 25, de 28 de outubro de 1892), passando a ser conhecido por Palácio do Bispo e por fim veio parar nas mãos da Municipalidade, chamando-se hoje Palácio João Brígido (em homenagem ao jornalista, advogado e político, de acordo com a Lei nº 4.176, de 21 de maio de 1973) e é ocupado pelo Paço Municipal


Interessante salientar que na época do Solar dos Mendes (também chamado de Chácara dos Guimarães), o palácio ainda fazia parte do bairro Outeiro e era considerado afastado do Centro, apesar de ficar por detrás da . Foi essa proximidade que o fez ser comprado em 1860 para residência dos bispos, apesar de ainda não haver bispo em Fortaleza naquela época, coisa que só viria a mudar em 1861, com a chegada de Dom Luiz Antônio dos Santos, primeiro bispo da capital, mas ele não ficou no palácio, que só seria ocupado por um bispo em 1892, sendo seu primeiro morador Dom Joaquim José Vieira. O prédio é reformado e adaptado para as novas funções. 

 
O Palácio em 1928

Em 1911, pela ordem nº 226, da Diretoria do Gabinete do Ministério da Fazenda, foi posto à venda e, em março de 1912, foi adquirido por compra pela Diocese (a quem pertenceu até 1973, quando novamente voltou a ser propriedade do poder público).

Uma grande reforma é feita em 1931, pelo arquiteto prático José Barros Maia (o "Mainha"), ocasião em que sua fachada é completamente alterada.
Em 1973, sendo arcebispo Dom José Delgado (Que dá nome ao bosque), na gestão do prefeito Vicente Fialho, o prédio é vendido por mais de três milhões de cruzeiros a Prefeitura Municipal de Fortaleza, passando a funcionar o Paço Municipal. Além do Gabinete do Prefeito, outros órgãos administrativos passam a funcionar no prédio. 




Nesse mesmo ano, o Palácio passa por uma nova reforma, conservando num entanto, a fachada projetada por “Mainha”, um arranjo eclético, marcado pelo desenho neoclássico das molduras de suas portas e janelas e pelos arremates Art. Déco de seu frontispício. A fachada leste, voltada para o bosque, apresenta varanda e escadaria monumental.

O Bosque Dom Delgado, espaço aberto do sítio, é repleto de mangueiras, azeitoneiras, pitombeiras e palmeiras de dendê que dividem o lugar com os jardins projetados por Burle Marx. No bosque também se encontra o segundo baobá da cidade, ao lado de espécies exóticas. 



Lembro até hoje da entrevista do Sr. Milton, um zelador do Palácio do Bispo, que trabalhou durante muitos anos no prédio, desde a gestão do prefeito Vicente Fialho e que contou várias coisas interessantes e curiosas sobre o Palácio, como a passagem subterrânea que ia até a Catedral e que os padres, quando morriam, o caixão era colocado lá, não havia enterro. Sr. Milton era responsável por orientar a limpeza do riacho, o cuidado com o bosque, com o jardim e que pessoalmente, trazia plantas do horto e mandava replantar no Paço. Nessa mesma entrevista, ele relembrou quando o Riacho Pajeú virou ponto de fuga de assaltantes que fugiam da antiga Cadeia Pública (Hoje Emcetur) e aproveitavam o muro baixinho do Palácio para entrar e se esconder. Depois o prefeito da época mandou colocar grade e guarda municipal tomando de conta.

O Palácio foi sede ininterrupta da Prefeitura de 1973 até setembro de 1991, quando a Prefeitura Municipal de Fortaleza - PMF muda-se para a Serrinha, na Avenida Dr. Silas Munguba (Avenida Dedé Brasil na época), passando a funcionar no antigo Palácio do Bispo a Secretaria do Trabalho e Ação Social da Prefeitura e em caráter provisório a Fundação Cultural de Fortaleza



Palácio em 1931 após a reforma de "Mainha"

Em 21 de outubro de 1996, após ser reformado, o agora Palácio João Brígido, antigo Palácio do Bispo, recebe novamente o Gabinete do Prefeito que lá fica até 11 de dezembro de 2001, quando se muda novamente, agora para prédio na Avenida Luciano Carneiro nº 2235 no Vila União.

Finalmente, em janeiro de 2010, após 18 meses de reforma, a Prefeitura retorna ao Paço Municipal. A construção, com traços neoclássicos e Art-déco recebeu trabalho de restauro, onde um estudo foi elaborado para retomada dos antigos lustres, do piso e da fachada, sendo o restante da obra adaptada para atender as necessidades atuais, como novas instalações elétricas, hidráulicas, novos sanitários, pontos logísticos para recursos tecnológicos, câmeras de segurança e condições de acessibilidade para pessoas com deficiência (blocos de elevadores e rampas internas), sendo, no entanto, respeitado o projeto arquitetônico. As obras tiveram início em maio de 2008 e custaram a Tesouraria Municipal o valor de R$ 4.646.890,00. 


Foto aérea vendo-se o Palácio detrás da igrejinha da Sé 

 
O Paço Municipal (assim como o Bosque que o circunda) foi tombado em 2005 pela importância histórica do espaço da cidade em que está inserida a edificação, como referencial mais antigo do processo histórico que constituiu a cidade de Fortaleza, como também, os valores simbólicos agregados ao prédio, que o transforma num significativo espaço de memória. Tem uma área total de 5.529,22 metros quadrados. 


Fachada leste, voltada para o bosque, vendo-se a linda varanda e escadaria monumental. 
 
Não posso terminar essas linhas sem uma breve citação sobre Manoel Cavalcanti Rocha (homem de confiança do Bispo Dom Joaquim), porteiro do Palácio (chegou logo que instalada a Arquidiocese) e mais conhecido por Manezinho do Bispo. Manezinho era uma figura, um dos tipos populares da nossa Fortaleza antiga e valia-se da seção “Ineditoriais”, que a imprensa da época reservava às colaborações dos leitores, para publicar seus confusos escritos sem pé nem cabeça. Simplório, divertido e bem intencionado, praticando as letras com ingenuidade e despretensão.

Andava sempre empacotado num desbotado e surrado terno de alpaca, gravata preta e chapéu. Os bolsos do paletó, abarrotado de papeis, seus escritos. Dias e noites, era comum avistá-lo na abençoada portaria do Palácio.

Sobre ele, escreveu Gustavo Barroso em seu terceiro livro de memórias, Consulado da China: “Também nos visitava a miúde Manuel Cavalcanti Rocha, o célebre Manezinho do Bispo, débil mental (sic), magro, pálido, anzolado, que publicava uma vez por outra, folhetos de pensamentos os mais disparatados do mundo. No meio, alguns deliciosos: "Rapaz moço e sem emprego que se casa com uma moça de dinheiro, dá um tiro com a pistola da besteira nos miolos do futuro".


Fonte: Portal da história do Ceará, Arquivo Nirez, Jornal O Povo, Tribuna do Ceará, Diário do Nordeste, www.fortaleza.ce.gov.br

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Teatro José de Alencar II


No final do século passado o quarteirão da Rua Liberato Barroso entre a Rua General Sampaio e a Rua 24 de Maio no lado sul da antiga Praça Marquês de Herval (atual Praça José de Alencar) era ocupado por apenas duas instituições, o Batalhão de Segurança (Polícia Militar) e a Escola Normal Pedro II. Em 1908 parte do prédio do Batalhão de Segurança foi cedido pelo Governo Estadual para a construção do Teatro José de Alencar.

A construção foi confiada ao Capitão Engenheiro Bernardo José de Mello, iniciando-se no dia 6 de junho de 1908. A inauguração oficial do Teatro José de Alencar, foi no dia 17 de junho de 1910, com a execução de hinos pela Banda Sinfônica do Batalhão de Segurança, sob a regência dos maestros Luigi Maria Smido e Henrique Jorge Ferreira Lopes, logo após discurso proferido por Júlio César da Fonseca, que recebeu o presidente, comendador Antônio Pinto Nogueira Acioly. A parte metálica, no estilo art-nouveau, foi importada da Inglaterra, fabricada por Walter Max Farlene & Co., de Glasgow. As pinturas internas foram feitas por J. Paula Barros e R. Ramos.

A foto mais antiga (a primeira) data de 1931 e mostra o teatro bem conservado e com as características da época em seu redor, como as famosas "melindrosas" os automóveis conversíveis da época, o combustor a gás carbônico, enfim, uma atmosfera aconchegante.


A foto mais recente nos traz o mesmo teatro, após longa reforma feita pelo Governo Estadual através da Secretaria de Cultura e Desporto. As janelas que tinham sido alteradas em outras reformas voltaram à condição original. Na foto antiga os vizinhos do teatro eram a Escola Aprendizes Artífices, no antigo prédio do Batalhão de Segurança de um lado e, do outro, a Grupo Norte da Cidade, no prédio já reformado da antiga Escola Normal Pedro II. Na foto mais recente, o vizinho da direita já não existe, pois o jardim pertence ao próprio teatro e o vizinho da esquerda já é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.


O teatro e o Centro de Saúde ao lado

Leia mais aqui

Fonte: Portal da história do Ceará/Nirez

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Uma volta ao passado II


Rua Visc. Sabóia
A foto foi colhida da calçada da Igreja do Pequeno Grande na rua Coronel Ferraz, sendo retirada do "Álbum de Vistas do Ceará - 1908", editado por iniciativa da Casa Boris. A rua enfocada chamava-se Rua da Assembléia, por passar em frente à Assembléia Legislativa, prédio hoje ocupado pelo Museu do Ceará. Os trilhos que vemos são dos bondes de tração animal, da Companhia Ferro-Carril do Ceará. O prédio do lado esquerdo é o ainda existente e que na época abrigava o Instituto Jesus-Maria José, recém fundado. A casa da esquina ao lado direito era a casa do poeta José Albano, filho de Barão de Aratanha. A rua se chamou Travessa da Cacimba. A linha de bondes fazia esta curva sinuosa por vir do bairro do Outeiro (atual Aldeota) e seguir no rumo do centro da Cidade pela rua São José, passando em frente ao Palácio do Bispo, prédio hoje ocupado pela Prefeitura Municipal (Paço) e dobrando na Travessa Crato, hoje Rua Sobral.

°°°
Rua Sena Madureira - Empresa Telefônica
Vemos na primeira foto, mais antiga, o prédio destinado à Companhia Telefônica em construção na esquina da Rua Sena Madureira com Rua Pedro Pereira, local onde se iniciam a Rua Pinto Madeira e a Avenida Visconde do Rio Branco, em frente aos fundos do Parque da Liberdade ou Parque da Independência, cujo muro vemos um trecho no lado esquerdo da foto. Do lado direito vê-se parte do prédio da 25ª Circunscrição de Recrutamento do Exército - 25ªCR. Por trás desse prédio havia um grande terreno baldio no qual os circos se instalavam. 




O prédio já terminado

Cruzamento curioso este aqui enfocado. A Rua Sena Madureira, que já deixou para trás a Rua Conde D'Eu e a Avenida Alberto Nepomuceno, termina aqui onde se transforma na Avenida Visconde do Rio Branco que no final transforma-se na BR-116. Por sua vez, a Rua Pedro Pereira que deixou para trás a Rua Júlio Pinto, termina aqui quando inicia-se a Rua Pinto Madeira que ainda terá mais dois nomes: Rua Torres Câmara e Rua Eduardo Garcia. Por trás desse prédio havia um grande terreno baldio, hoje nele foi levantado o Edifício do INSS. Na foto, o prédio no estilo Art-Déco. Notar a ausência no lado esquerdo do prédio do jornal "O Nordeste" que ainda não tinha sido construído e na direita a presença do prédio da 25ª Circunscrição de Recrutamento do Exército Brasileiro - 25ªCR. Nesta foto vemos ainda um combustor de iluminação pública a gás hidrogeno -carbonado na calçada inacabada do Parque da Liberdade

As duas fotos datam da segunda metade da década de 1930. (Créditos – Nirez)

A foto mais recente mostra do mesmo ângulo como hoje está o trecho, com o prédio enfocado nas duas outras fotografias já compondo um complexo juntamente com outros prédios construídos posteriormente, como o Edifício Murilo Borges ao seu lado esquerdo. A porta principal, que dava ao edifício um ar de imponência com sua escadaria foi transformada em janela, enquanto as outras agora têm aparelhos de ar condicionado. As janelas superiores foram fechadas com paredes. Seguindo-se pela Rua Pedro Pereira vemos o prédio que abrigou o jornal católico "O Nordeste", inaugurado em 25 de março de 1939 por muitos anos e nele hoje funciona um curso. Do outro lado da Rua General Bezerril, uma farmácia no local antes ocupado por um bangalô. Por trás, vemos parte do Edifício do INSS e do Edifício da própria Telemar. (Foto Arquivo Nirez)

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Rua Pedro Pereira esquina com a Rua Floriano Peixoto
Esta casa foi construída para residência, mas na época da foto, nela já estava funcionando o Instituto Brasil - Estados Unidos - IBEU, fundado em 9 de agosto de 1943, instalou-se no dia 25 de novembro do mesmo ano. Era a época da 2a Guerra Mundial e os Estados Unidos estavam em plena evidência. Mas a primeira sede do IBEU foi na esquina da rua Barão do Rio Branco com Rua João Moreira, passando depois para o prédio da esquina da rua General Sampaio com avenida Duque de Caxias, isto em 1945. Em 1951, no mês de julho passou para a casa da foto e de lá só saiu em abril de 1956, mudando-se para a Rua Solon Pinheiro nº 58. Surgiu então na casa, a fábrica de gelo de Luiz Frota Passos, ex-proprietário do bar "O Jangadeiro", o mais famoso no tempo da guerra, na praça do Ferreira, pioneiro em casas de empréstimo de mesas e cadeiras para festas, o Depósito OK. Quando esteve em Fortaleza o escritor Érico Veríssimo foi nesse prédio que proferiu várias palestras. Depois a casa foi demolida e em seu lugar foi construído o prédio que ainda hoje lá se encontra - esquina nordeste da Rua Floriano Peixoto com Rua Pedro Pereira - onde funcionou primeiramente a loja "Cruzeiro Floriano", seguida da "Nordeste Confecções". Outras casas comerciais passaram por ali como a "Porta jóia ótica", tendo na parte superior a "Assistência Técnica Seiko".Na época da foto existia os trilhos dos bondes elétricos. A placa indicadora da rua era bem grande e dizia: "Rua Marechal Floriano Peixoto". Na esquina da casa um cartaz de propaganda de um circo que estava na cidade, provavelmente no terreno que ficava na Rua do Rosário por trás da Prefeitura, onde hoje é o INSS, e, mais abaixo, uma propaganda, pichada, de Alísio Mamede.

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Rua Pedro Borges - Posto Mazine

A Rua Dr. Pedro Borges tem inicio na Praça do Ferreira, mais precisamente na Rua Major Facundo e vai até a Rua Sena Madureira, onde muda o nome para Rua dos Pocinhos; (antigo Beco dos Pocinhos). A foto antiga data de 1933, época em que era ainda novidade o posto de carros de aluguel "Mazine", do comerciante Waldemar Gomes Freire, conhecido por "Mazine", que durou até o início de década de 60 e que durante toda a sua existência só utilizou carros da marca "Packard". O escritório do posto e garage Mazine ficava onde é hoje a Casa Pio naquele quarteirão. Na antiga foto vemos a pavimentação de concreto, os trilhos e fios de bondes e um exemplar de bonde, além de um "auto-ônibus" da "Light". A iluminação pública era feita por combustores a gás carbônico e na foto vemos alguns. No fundo, está, em construção, o prédio que depois abrigaria o bar "O Jangadeiro" de Luiz Frota Passos (onde depois esteve a Farmácia Humanitária) principal nos tempos de guerra. Vizinho, o sobrado de esquina da década de vinte, onde funcionou o "Peixe-frito" ou "Trianon". Na dobra do lado direito da Rua Pedro Borges, logo após a esquina onde foi a loja "A Cearense", de Aprígio Coelho de Araújo, que depois (1939) se mudaria para a Rua Barão do Rio Branco, destaca-se o sobrado onde funcionava a famosa Padaria Lisbonense, que além do sobrado, ocupava também a casa de três portas vizinha pela direita. Em primeiro plano na foto, um guarda de trânsito característico da época, com quepe, túnica, culote e polainas.

A foto nova mostra a grande diferença de época pelos prédios, pela calçada, pelos postes e fios, sinalização, bancas de revistas, calçadões, novas lojas, iluminação a mercúrio, etc. Carnaubeiras enfeitam a nova praça e dois edifícios (espigões) servem de fundo. Na esquina agora estão as Lojas Leblon. Do lado direito temos hoje a Casa Amazônia; a Casa Pio, a Drogajafre, Via Sport e Leão do Sul. Do outro lado, onde foi A Cearense, hoje está uma loja do grupo C. Rolim e onde foi a Padaria Lisbonense hoje é o Shopping Lisbonense.

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Rua Major Facundo - Sobrado do Barão de Ibiapaba
Este bonito sobrado que vemos na antiga foto, que data de 1910, pertencia ao Barão de lbiapaba, cujo nome real era Joaquim da Cunha Freire, comerciante nascido em Caucaia em 18 de outubro de 1827, filho de pai brasileiro e mãe portuguesa. O Barão de lbiapaba era irmão do Visconde de Cauípe. Através de sua atividade comercial, adquiriu grande fortuna e fez melhoramentos na Cidade. Foi presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, da Junta Comercial do Estado, da Caixa Econômica e do Monte de Socorro da Província, além de ter assumido várias vezes a presidência da Província, como Vice-Presidente que era. Em 1874 recebeu o título de Barão de lbiapaba. Faleceu no Rio de Janeiro, então Capital Federal, no dia 12 de outubro de 1907. Na fotografia antiga vemos o sobrado do Barão de Ibiapaba ao tempo em que nele funcionava a firma R. Guedes & Cia. de ferragens, louças, tintas e óleos. Pela Rua Major Facundo tinha o nº 46 e pela Rua Senador Alencar os nº 8. 10 e 12. Pela rua Senador Alencar, depois do sobrado, vêm várias portas que abrigavam casas comerciais até bem pouco tempo, a maioria negociando com artigos para sapateiros. Ao longe, vemos o telhado de ardósia do Palacete Guarani. Funcionou na esquina deste sobrado o Cartório Pergentino. O velho sobrado esteve ali até a década de 70, quando o deixaram destelhado e um dos invernos daquela década o fez ruir. O que há hoje no local, é o prédio do Banco Brasileiro de Descontos -Bradesco, que ocupa todo o quarteirão pela rua Senador Alencar. (Créditos – Nirez)

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Rua Coronel Ferraz - Escola de Jesus Maria José
A Escola de Jesus, Maria, José, consagrada aos meninos desvalidos, teve construção iniciada em 14 de setembro de 1902 e inaugurada no dia 22 de janeiro de 1905, sob os auspícios de Dom Joaquim José Vieira, Bispo do Ceará. A foto antiga, que data de 22 de janeiro de 1905, dia da inauguração do estabelecimento, conseguimos através de cartão postal da época, propriedade da "Libro-Papelaria Bivar". Devido à quantidade de pessoas que estão em frente ao prédio, não nos é possível ver o muro com grades de ferro que havia então e que hoje não mais existe. A casa ainda existe, mas sem o muro da frente, como já dissemos acima. A casa já foi Serviço de Profilaxia, Cine Paroquial, auditório da Rádio Assunção Cearense, que tinha seus estúdios vizinho, pela Rua Visconde de Sabóia, Organizações O Gabriel, a Marcosa, firma de venda de equipamentos pesados para agricultura, como tratores e hoje é a Escola Nossa Senhora Aparecida. Vemos em frente à curva dos trilhos dos bondes de tração animal que faziam a linha do Outeiro (atual Aldeota), vindo do centro da Cidade pela atual Rua Sobral, passando em frente ao Palácio do Bispo (hoje Paço Municipal), entrando na Rua São José, dobrando na Rua Visconde de Sabóia, Coronel Ferraz, que é esta da foto e seguindo pela Avenida Santos Dumont .

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Rua Baturité esquina com Rua Franco Rabelo
Os bairros em Fortaleza nunca foram bem definidos, não se sabendo onde iniciam nem até onde vão. A Prainha, ou Outeiro da Prainha era um bairro que ficava em redor do Seminário, indo até a atual Avenida Pessoa Anta, Alberto Nepomuceno, Pereira Figueiras e Nogueira Acioli. Na verdade, existiam a Prainha e o Outeiro da Prainha. Esta foto antiga data de aproximadamente 1948. O muro que está em primeiro plano ficava na antiga Rua Franco Rabelo, onde só existiam pensões de mulheres, cabarés e os "chatôs", hoje chamados de motéis, além de um posto policial. A rua começava na então Travessa Baturité e se estendia até a Praça do Cristo Redentor, seguindo com o nome de Avenida Monsenhor Tabosa. A rua que vemos em ladeira era a citada travessa Baturité, que nascia na Rua José Avelino e terminava na Rua Rufino de Alencar. Ao longe, vemos o prédio da Secretaria da Fazenda, chamada na época de Recebedoria do Estado. Por trás, o mar, onde é visto o pontilhão de pedras que fica hoje ao lado da indústria naval ali existente. Era o Poço da Draga e a Praia Formosa. Os telhados que vemos são das casas que dão para a travessa Baturité, a rua José Avelino e para a avenida Pessoa Anta.Com a abertura da Avenida Castelo Branco, que ficou conhecida popularmente por Leste-Oeste, a Rua Franco Rabelo praticamente desapareceu, restando apenas uma de suas placas, pois suas casas do lado Sul passaram a ser da avenida e as do outro lado foram demolidas. A travessa Baturité hoje é Rua Baturité, que foi cortada pela avenida. As casas no final da rua Baturité eram o boteco do Mane Bofão, com a tradicional panelada e o botequim Porta Aberta. A panelada do Mane Bofão já vinha do início da Avenida Alberto Nepomuceno e depois se mudou para a parte de cima da rua, em frente à casa do musicólogo Christiano Câmara (nº 162) e o Porta Aberta foi para o nº 41. Na foto vemos um auto-ônibus; da época, com carroçaria de madeira feita em Fortaleza, sobre carcaça de velho caminhão.

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Rua Barão do Rio Branco esquina com Rua João Moreira
Este é o primeiro quarteirão da Rua Barão do Rio Branco logo após a Santa Casa de Misericórdia. Atualmente é Rua Barão do Rio Branco com João Moreira. A casa que vemos à esquerda (uma parte) na foto antiga, que data de 1905, era o Hotel Popular. Do lado direito vemos a casa da esquina, que serviu de sede do Teatro São Luiz, de Joaquim Felipe de Meio. Foi ali que esteve, em 21 de julho de 1882 o maestro Carlos Gomes. Em 1896 o teatro fechou e o Dr. João Moreira passou a residir na casa. Daí seu nome na rua que corta perpendicularmente a Rua Barão do Rio Branco. A casa vizinha foi construída no ano em que o teatro fechou, 1896 e serviu como residência. Nela morou, já nas décadas de 30 e 40 do século passado, o compositor e teatrólogo Paurilo Barroso, que ali instalou a Sociedade de Cultura Artística, que tantos serviços prestou à nossa terra no âmbito da cultura. Quando Paurilo mudou-se ali se Instalou a Câmara de Vereadores de Fortaleza. Na terceira casa, a escura, de três portas, nasceu o escritor Gustavo Barroso. Seguem-se várias casas, todas térreas e que eram residências. À frente da casa listrada, está um bonde de tração animal, da Companhia Ferro Carril do Ceará. Eram bondes puxados por burros, variando em tamanho e quantidade de muares. Existiam os de uma e os de duas parelhas de burros.

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A foto antiga data de 1905 e mostra a atual Rua Almirante Jaceguai vista da Avenida Leste Oeste, ou começo da Avenida Monsenhor Tabosa, olhando para o lado do mar. Do lado esquerdo, o oitão da casa construída no século passado pelo senhor José Pio de Farias, que era agente do Loyd Brasileiro. A casa tinha uma torre de onde ele observava a saída e chegada de navios. Depois a casa foi vendida para o engenheiro inglês Francis Reginald Hull, conhecido apenas como Mister Hull e que hoje é nome de Avenida em Fortaleza. Ele aproveitou a torre para fazer suas observações astronômicas e meteorológicas, fazendo-se autoridade em estudos climáticos do Nordeste. No horizonte, vê-se um navio, já que o porto era a ponte de desembarque que ficou conhecida como Ponte Metálica. A rua, na fotografia antiga, tinha, no meio da ladeira, vários degraus. Na época havia somente bondes de tração animal e não havia nenhuma linha que fosse até ali, mas no período dos bondes elétricos uma linha ia até os degraus e tinha o destino "Prainha", era da companhia Inglesa "The Ceara Tramway Light & Power Co".

Saiba mais sobre essa rua Aqui

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RFFSA - Estrada de ferro de Baturité - Administração
Em 1908 a firma Boris Frères presenteou Fortaleza com dois álbuns impressos na França, mais precisamente em Nice, com dezenas de fotografias de Fortaleza e algumas do interior do Estado. O álbum grande tinha dezesseis páginas com dez fotos cada uma, num total de 160 fotos e o pequeno era exatamente a metade. Entre as fotos, acha-se esta, do prédio da administração da Estrada de Ferro de Baturité, depois Rede de Viação Cearense (RVC), Rede Ferroviária S/A (RFFSA), Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) e hoje Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), construído no antigo local do Cemitério de São Casemiro. A fotografia antiga que deve datar de 1905 mostra um prédio com a pintura muito usada antigamente, com listras horizontais de cores contrastantes alternadas. A parte do segundo pavimento era menor que a do primeiro. Em 1922 houve algumas reformas para a comemoração do Centenário da Independência e este bloco foi um dos que sofreram reforma, sendo aumentado o pavimento superior, modificada a entrada, sendo aproveitado do velho prédio as partes básicas. Naquela época as linhas de trens saíam da Estação João Felipe e dobravam na atual avenida Tristão Gonçalves e por ela seguiam até encontrar-se com os atuais trilhos na altura da Rua Padre Cícero, na época a "parada do Amaral". Daí a passagem de trilhos na foto antiga. Outra linha saía por trás da Estação e descia até a praia, passando pela Secretaria da Fazenda e Alfândega, indo até a Ponte Metálica. Em 1917 os trilhos começaram a ser colocados no Jacarecanga e depois foram retirados da chamada "Trilho de Ferro", atual Tristão Gonçalves, indo por onde ainda hoje vão, para desafogar o centro da cidade. Ironicamente, o Metrofor vai restabelecer o antigo caminho, só que subterraneamente. Ainda hoje o prédio é ocupado pela administração da RFFSA - o que resta - e o pátio em frente e ao lado serve de estacionamento para funcionários e visitantes.

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Praça José de Alencar - Fênix Caixeiral
No dia 24 de maio de 1891 um grupo de empregados do comércio de Fortaleza se juntou e fundou uma associação a que deram o nome de Fênix Caixeiral. Aquela época, os vendedores em casas comerciais tinham o nome de caixeiros. A entidade tinha de tudo para atendimento a seus sócios e funcionava como um instituto de previdência já que na época tal não existia. Em 1905, no dia 24 de junho, inaugurava-se a sede própria, na Praça José de Alencar, na esquina da Rua General Sampaio com Rua Guilherme Rocha. Em 1915, no dia 24 de junho, foi inaugurada a segunda sede, desta feita na esquina da mesma Rua Guilherme Rocha com a Rua 24 de Maio. Nos dois prédios funcionavam a Escola de Comércio (a primeira de Fortaleza a ter aulas à noite), o Cine-Teatro Fênix, a Biblioteca Social, o Pátio de Diversões, o Campo de Cultura física, Assistência Médica, Dentária e Judiciária, o Tiro de Guerra, o Dispensário Profilático e, a partir de 1926, o Banco de Crédito Caixeiral. Durante a revolução de 1930, manteve a Guarda Cívica Fenista. No prédio da Fênix Caixeiral funcionou, além da própria entidade, o Centro dos Inquilinos, a Associação Comercial do Ceará, o Instituto Politécnico, a Associação dos Jornalistas Cearenses (ACJ), hoje Associação Cearense de Imprensa (ACI), além de muitas outras atividades ali exercidas, como impressão de jornais, funcionamento de academias e instalação de sociedades. Lá também funcionou o serviço de telégrafo de Fortaleza. Na foto vemos em primeiro plano parte da Igreja do Patrocínio, cuja pedra fundamental foi lançada em 2 de fevereiro de 1850 e em seguida o primeiro prédio da Fênix Caixeiral, inaugurado em 24 de junho de 1905. (Créditos – Nirez)

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Praça do Ferreira - Ensino Mútuo
Em 1828 a Praça do Ferreira era um campo de areia com um pequeno poço no centro, construído pelos flagelados das secas de 1877 a 1879. Foi neste ano que a Junta da Fazenda Nacional tomou a iniciativa de mandar construir uma casa para abrigar a nova aula do Ensino Mútuo de Fortaleza, sendo escolhido o local da esquina da Rua da Alegria (Rua Floriano Peixoto) com Travessa 24 de Janeiro (Rua Guilherme Rocha), onde fica hoje o Palacete Ceará. Na época a praça era conhecida por Praça das Trincheiras. Mas o local não foi bem aceito pelos componentes da Câmara por vários motivos, entre eles os de ficar longe da cidade e por ser do lado do sol. Mas apesar disto o prédio foi construído ali e foi inaugurado no dia 5 de fevereiro de 1829. Em 1863 houve uma remodelação e em 1890 foi entregue à Guarda Civil para servir de quartel. Em 1897 foi aumentado o prédio pelo lado da atual Rua Guilherme Rocha. Em 1913 o coronel José Gentil de Carvalho construiu um prédio nos fundos do quartel, permutando pelo prédio da corporação, com o Governo do Estado. Manda demolir o velho prédio e em seu lugar ergue, em 1914, com planta do arquiteto João Sabóia Barbosa, o "Palacete Ceará", construído por Eduardo Pastor. No prédio de trás o "Palacete Fortaleza", passou a funcionar a Chefatura de Policia e depois, quando esta se mudou para a Praça dos Voluntários, funcionou ali o "Café Brasil". Em 1946 a Caixa Econômica Federal adquiriu os dois prédios e logo se instalou ali, onde tinha estado por vários anos o Clube Iracema e o "Rottisserie Sportman" de Efrem Gondim. A porta que vemos à distância fechando a rua, era do Palácio da Luz, então sede do Governo, parcialmente demolido, abriga hoje a Academia Cearense de Letras. Vemos também a copa do "oitizeiro do Rosário". Estão presentes os trilhos dos bondes de tração animal. (Créditos – Nirez)

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Ponte Metálica (Antiga) - Praia de Iracema
Em 18 de dezembro de 1902, foi fincada primeira estaca da Ponte Metálica, pela firma Walter Max Floriano & Cia., de Glasgow, Inglaterra, com estrutura metálica importada de Londres, lastro de madeira, que serviria como porto por mais de 20 anos. A construção da ponte esteve a cargo dos engenheiros Hildebrando Pompeu e Roberto Bleasby vindo do Pará em 1893 fixando-se aqui, segundo planos do engenheiro Domingos Sérgio Sabóia. Era para facilitar o movimento de pessoas e cargas no porto de Fortaleza ao tempo da administração do presidente Campos Sales. A construção só foi concluída em 26/05/1906. A Ponte Metálica era dotada de escada móvel para subida e descida de passageiros que não merecia a menor segurança, e guindastes para as cargas de mercadorias. Os navios ficavam ao largo enquanto lanchas, botes e alvarengas faziam o percurso entre eles e a ponte. Foi o 4º trapiche que Fortaleza conheceu, sendo o 1º em frente ao Seminário.Inaugura-se, no dia 24 de janeiro de 1928, a nova Ponte Metálica, agora denominada Viaduto Desembargador Moreira da Rocha, homenagem ao governador do Estado, que a inaugurou. O monsenhor Tabosa Braga deu a bênção. Usou da palavra, o engenheiro construtor da obra, Francisco Sabóia de Albuquerque da Inspectoria Federal de Obras Contra as Secas - IFOCS (atual Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS). A antiga ponte era de ferro com lastro de madeira, sendo depois esse lastro substituído por um de ferro, daí o nome de Ponte Metálica. Esta, inaugurada, era de concreto armado, a mesma que ainda hoje lá está caindo aos pedaços. Inaugura-se, na noite do dia 20 de janeiro de 1932, a iluminação a gás no Viaduto Desembargador Moreira da Rocha (Ponte Metálica). No dia 25 de dezembro de 1947, o serviço de embarque e desembarque marítimo, de passageiros e cargas, passa a ser feito no Porto do Mucuripe, ainda por meio de botes e alvarengas, até que as obras permitam a atracação dos navios. É desativado o antigo porto, ou seja, o "molhe de desembarque", que era a Ponte Metálica, oficialmente, Viaduto Moreira da Rocha. Em 26 de abril de 1954, são retirados os guindastes da Ponte Metálica, antigo molhe de desembarque de Fortaleza. (CRÉDITOS: Nirez)

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Palacete Guarani / Bco dos Importadores / Bec
A foto data de 1910. É o palacete Guarani, construído e inaugurado em 20 de dezembro de 1908, funcionando nos altos a Associação Comercial do Ceará e no térreo o London Bank a partir de 1910. Naquela esquina, ficava antes o matadouro de Fortaleza, cujo caminho para o mercado era chamado de Rua das Hortas (Rua Senador Alencar). Depois, foi construído no local o sobrado do coronel José Eustáquio Vieira, onde residiu o comendador Luiz Ribeiro da Cunha, seu genro, até incendiar-se em 1902. O terreno foi então adquirido pelo Barão de Camocim que trouxe de Paris uma planta e fez construir o Palacete Guarani. Como o Barão de Camocim era o presidente da Associação Comercial, a mesma passou a funcionar ali, nos altos. Em 1925 o London Bank deixa o prédio e o Banco dos lmportadores passou a funcionar na parte térrea e o Clube dos Diários nos altos. Lá também esteve a Boate Guarani. Depois o prédio foi adquirido pelo Estado que logo fez uma reforma, tirando o canto agudo da esquina, cortando com uma diagonal, fazendo nesta parte duas portas, uma térrea e outra no pavimento superior. Lá passou a funcionar a Agência Metropolitana Castelo Branco do Banco do Estado do Ceará (BEC). Ainda existe uma parte do prédio que foi alterada e esteve alugada à firma "La Fonte".

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Igreja do Patrocínio - Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio
A foto data de 1938 e mostra a Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio, na praça José de Alencar. Em primeiro plano, a herma de J. da Penha, que ali esteve por muitos anos e hoje se encontra na Praça José Bonifácio. Ao lado do templo, vemos parte do muro do antigo prédio da Fênix Caixeiral. Pés de oitis, mongubas, castanholas e fícus-benjamin enfeitavam as praças de Fortaleza àquela época e eram bem cuidados, podados regularmente. Os jardins também eram bem cuidados, pois não havia a quantidade de transeuntes nas ruas e praças nem vendedores ambulantes como hoje. A Iluminação pública era feita por lâmpadas incandescentes desde 1935, quando aquelas substituíram o gás carbônico. Em 1849 o cabo de esquadra Fortunato José da Rocha disparando um tiro contra o capitão Jacarandá, acertou no joelho do alferes Luiz de França Carvalho. Este, vendo em perigo sua vida, fez voto a Nossa Senhora do Patrocínio que se escapasse mandaria construir uma Igreja em sua homenagem. No dia 2 de fevereiro de 1850 era lançada a pedra fundamental. A planta da igreja foi do mestre Antônio da Rosa e Oliveira. O templo levou cinco anos para ser construído e só foi terminado pelo esforço do cônego João Paulo Barbosa, seu primeiro vigário.

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Praça e igreja do Mondubim
Na época da foto antiga, que não está muito distante, pois a foto data do final da década de trinta, Mondubim era apenas um caminho do trem, existindo apenas uma estação, uma rua de casas e a igreja que data de 1908. O chafariz que vemos em primeiro plano foi levado da antiga praça José de Alencar (não confundir com a atual que ficava no local onde hoje está a agência do Banco do Brasil, em frente á praça Valdemar Falcão, próximo do prédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), quando foram desmontados os grandes mercados de ferro e transferidos para a praça São Sebastião e Aldeota (Pinhões). Depois o da praça São Sebastião foi transferido para a Aerolândia, onde ainda se encontra. O chafariz em Mondubim já tinha seu teto alterado. Os tempos mudaram e as árvores daquela época todas já desapareceram, talvez no tempo do aparecimento dos "lacerdinhas", insetos que habitavam os pés de "ficus benjamim" e que eram uma verdadeira praga, principalmente quando atingiam os olhos de alguém. Na época, as autoridades acharam mais fácil destruir todos os pés de "ficus" do que matar os insetos com inseticidas apropriados. Todos os benjamins de Fortaleza sumiram, com raríssimas exceções. (Créditos – Nirez)

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Av. da Universidade -Benfica / Antiga Visconde de Cauipe
A Rua General Sampaio, que já se chamou rua da Cadeia, ao chegar no cruzamento com a rua Antônio Pompeu, muda de nome, embora a numeração prossiga normalmente. Já se chamou de Benfica e foi Boulevard Visconde de Cauípe e hoje é Avenida da Universidade. Eram comuns na Fortaleza antiga, casas pintadas com listras horizontais, como o estabelecimento de Frota Gentil, a casa do Barão de Camocim, as casas da Estrada de Ferro de Baturité, a casa da Barão do Rio Branco que abrigou a Câmara de Vereadores, etc. Esta casa também era assim, listrada. A Casa da Avenida da Universidade nº1940, objeto de nossa foto, foi residência do advogado Adolfo de Moraes Campelo, casado com Francisca Nepomuceno de Castelo Branco Campelo. A foto antiga data de 1913 e mostra o prédio ainda muito bem conservado, novo mesmo, tendo pelo seu lado direito, algumas casas de telhado beira-e-bica, onde nasceu, na primeira, o compositor e pianista Lauro Mala, no ano desta foto. Na época ali já tinha bonde elétrico, pois estão presentes os trilhos e os fios. As ruas àquela época eram bastante baixas em relação às calçadas e a coxia (sarjeta) ficava um pouco distante da calçada, talvez pela Irregularidade das mesmas tanto em altura como em largura.

A fotografia atual mostra o prédio com algumas modificações na entrada, como a coluna central que desapareceu para alargamento do portão e o abaixamento de uma delas para ficarem todas na mesma altura. As ranhuras das fachadas, inclusive as do porão, foram retiradas. Os prédios vizinhos já foram reformados. Nesta casa funcionou, por muitos anos, o Ginásio Fortaleza, hoje funciona a Clínica Godoy Moreira, de ortopedia, traumatologia e fisioterapia. (Créditos – Nirez)

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Trajeto linha Benfica Bonde elétrico da Light que fazia a linha Benfica. -Arquivo Assim Lima

Percurso dos Bondes do Benfica: Saía da Praça do Ferreira em frente ao Rotisserie, hoje Caixa Econômica e seguia pela rua Floriano Peixoto, Guilherme Rocha, General Sampaio, Av. Visconde do Cauipe até a esquina com Adolfo Herbster.
De volta vinha pela Visconde do Cauipe e na rua General Sampaio entrava à direita na rua Clarindo de Queiroz, seguindo por trás da Igreja do Carmo para entrar a direita na rua Floriano Peixoto até chegar a praça do Ferreira. (Texto: Nirez)


Créditos: Blog do Borjão, Nirez e Portal da história do Ceará

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