Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A origem da Praia de Iracema - De 1920 até os dias atuais


Foto do Álbum Vistas do Ceará - 1908

O surgimento do bairro Praia de Iracema, antes denominado Porto das Jangadas, Praia do Peixe ou Grauçá, está associado à “descoberta” do banho de mar como medida terapêutica e também como contemplação e lazer por parte da elite econômica da cidade nos anos de 1920. Esta elite intensificou a sua inserção na praia, com a construção de casas alpendradas ou do tipo bangalôs, de frente para o mar, fenômeno que “obrigou” os pescadores (casinha de pescador ao lado) a mudarem-se para outras praias.

Fortaleza vista do antigo porto na Praia do Peixe.
 Foto do Álbum Vistas do Ceará - 1908

Devido as novas formas de apropriação desse espaço da cidade surgiu a necessidade de se forjar uma nova imagem para aquele lugar, que expressasse os novos hábitos e valores, inclusive no que se refere à sua denominação. 

A primeira manifestação pública que permite antever o futuro nome do bairro ocorre em 1924, quando a cronista social Adília de Albuquerque Morais lançou a ideia de que se construísse um monumento à heroína do romancista José de Alencar, a ser erigido na orla marítima.

Em 1925, tem início uma campanha, apoiada pela imprensa local, para a oficialização da denominação Praia de Iracema

“Um abaixo assinado é encaminhado, pelos novos moradores do bairro, ao então prefeito Godofredo Maciel, solicitando ‘que mude a denominação imprópria e vulgar por que é conhecido aquelle encantador trecho de Fortaleza para a de Praia de Iracema"

A Praia do Peixe - Foto do Álbum Vistas do Ceará - 1908

As ruas do bairro ganharam nomes de tribos indígenas cearenses: "Tabajaras, Potiguaras, Guanacés, Groaíras, Tremembés, entre outras” (Schramm,2001:37). 

Desta forma, elaborava-se uma imagem do bairro associada ao bucólico e aprazível, inclusive por meio do epíteto Praia dos Amores.
Como foi descrito por Schramm (2001), neste período, foram inaugurados na Praia de Iracema os “balneários”, pequenas instalações comerciais, onde a um bar se agregava um local para troca de roupa, aluguel de calções de banho e guarda de pertences dos banhistas. 

A Praia do Peixe - Foto do Álbum Vistas do Ceará - 1908

Houve também a instalação de clubes, como o Praia Clube e o América. Na época, ganharam fama o Jangada Clube, frequentado pela boêmia de classe média e alta da cidade, e o Hotel Pacajus, o primeiro à beira-mar.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a mansão Vila Morena, residência da família Porto, construída em 1925, foi arrendada às tropas americanas e transformada em um cassino pelos oficiais. Denominado U.S.O. (United States Organization), o lugar era quase exclusivo aos estrangeiros, e ficou conhecido por suas noites com danças, jogos e shows, tornando-se atrativo para as moças da cidade, que se dirigiam ao local para namorar os oficiais americanos e beber o refrigerante Coca-cola, que ainda não era consumido na cidade. Essa prática foi responsável por gerar uma disputa simbólica entre os moradores da cidade e os visitantes. Os rapazes da terra, enciumados, passaram a chamar por Coca-colas as frequentadoras do cassino dos americanos.


A partir de meados da década de 1940, a Praia de Iracema começou a apresentar um novo cenário em virtude do avanço do mar, decorrente da construção de um novo porto da cidade, o Porto do Mucuripe. Parte do casario foi destruído em decorrência da alteração no movimento das correntes marítimas, o que acarretou também significativa diminuição da faixa de praia. 
A transformação da paisagem obrigou a saída de antigos moradores e frequentadores dando início a um discurso melancólico sobre a praia que o mar carregou.

Nesse período, a imprensa local começava a falar em decadência da Praia de Iracema, associando o encanto do bairro à sua apropriação pela elite. Matérias do jornal O Povo lamentavam a sua destruição, como pode ser lido nos trechos abaixo:

"Nestes próximos dias, a maré investirá com grande violência, vindo a atingir, talvez, os ricos ‘bungalows’ da nossa aristocrática praia. Destacam-se entre os prédios mais visados pela fúria do mar os de propriedade da família João Gentil, do sr. José Porto, a antiga sede da United States Organization (U.S.O) e o do antigo ‘Ideal Clube(...) O fato é que estamos mais uma vez diante de uma situação difícil, pois se a maré próxima for impetuosa assistiremos à eliminação dos ‘bungalows’, com prejuízos para a própria estética da cidade" (O Povo, 27 de abril de 1946 apud Schramm, 2001, grifos meus).


A Praia do Peixe - Foto do Álbum Vistas do Ceará - 1908

O interior do bairro, especialmente a área conhecida desde o início do séc. XVIII por Prainha, também viveu transformações, principalmente no tocante às sociabilidades.
O compositor Luís Assunção contribui para a elaboração da imagem de afetividade da Praia de Iracema na cidade de Fortaleza, através da seguinte canção: 

«Adeus, adeus/Só o nome ficou/Adeus, Praia de Iracema/Praia dos Amores que o mar carregou/Quando a lua te procura/Também sente saudades/Do tempo que passou/De um casal apaixonado/Entre beijos e abraços/Que tanta coisa jurou/Mas a causa do fracasso/Foi o mar enciumado/Que da praia se vingou»

Com a transferência do porto da Praia de Iracema para o Mucuripe, os armazéns e casas comerciais ligadas aos negócios de exportação foram fechados, transformando-se em prostíbulos.
Nos anos 1950, contudo, a parte costeira do bairro ainda figurava como um lugar da elite econômica e intelectual. Como nos mostra Schramm:

“Na década de 1950, foi inaugurado, defronte ao hotel, o Restaurante Lido, que figurou, até os anos 70, como casa de pasto que reunia a elite fortalezense, ficando, também, afamado o local de vida boêmia. Alguns bares surgiram nas ruas de toponímia indígena, em meio às residências da população de classe média e classe média baixa do bairro: Tonny’s Bar, El Dourado, Nick Bar, Jangadeiro” (2001:47).

Dia de exibição de aviões supersônicos na praia de Iracema - Arquivo Nirez

Nesse período, o Restaurante Estoril, que funcionava desde 1948, na antiga residência da família Porto, onde existia o cassino dos americanos, era frequentado por boêmios seresteiros. Iracema era apropriada por: jornalistas, intelectuais, profissionais liberais e músicos, que se dirigiam ao lugar para cantar e namorar. Eles compartilhavam o mesmo sentimento de pertença ou entendimento sobre o lugar e sobre os seus códigos culturais (Leite, 2001). A partir desta década, se consolida a imagem da Praia de Iracema como um bairro boêmio.

Avião da Latecoere pousa na Praia de Iracema em 1927 - Arquivo Nirez

Nos tempos do regime militar entre 1964-1985, o bairro foi “descoberto” por novos frequentadores e se tornou um ponto de encontro de militantes de esquerda. Estes se reuniam no Restaurante Estoril, que havia sido arrendado a comerciantes portugueses. A Praia de Iracema tornou-se reduto de artistas, militantes políticos e intelectuais. Era palco de encontros culturais, políticos e amorosos, como pode ser visto nesse trecho de uma matéria publicada no jornal Tribuna do Ceará: “mesmo com as torturas rolando pelo país, a vida [no bairro] era uma festa” (15 de janeiro de 1996 apud SCHRAMM, 2001).

A sede da U.S.O em Fortaleza, o conhecido Estoril da Praia de Iracema

Antigo Porto de Jangadas na praia de Iracema, Foto da década de 30

Iracema era apropriada por utilizadores “marginais” em relação aos valores sociais vigentes. Os donos do espaço, ocupantes do Estoril, que se encontrava em mau estado de conservação, se apropriaram também da Ponte dos Ingleses, para “ver e ‘fumar’ o pôr-do-sol”, como afirma um ex-frequentador (O Povo, 09 de dezembro de 2004). Praticavam, assim, uma inversão dos valores e normas de disciplina da cidade. Os seus comportamentos, porém, eram legitimados e compartilhados entre os usuários da Praia de Iracema.

Foto de 1931

Durante a década de 1980, alguns bares temáticos, como o La Trattoria, o Cais Bar e o Pirata Bar, inaugurados em 1981, 1985 e 1986, respectivamente, atraíram diversos frequentadores para o bairro, mas, os usos na Praia de Iracema, ainda se restringiam aos intelectuais, políticos, profissionais liberais, artistas e universitários. É importante ressaltar que Iracema vivenciou, entre meados dos anos 1960 e 1980, uma imagem de bairro decadente. O bairro era habitado por famílias de classe média e baixa, e havia uma ocupação irregular na margem da praia, por meio da construção de casas de madeira ou papelão. 
O banho de mar perdera sua atração, pois a pequena faixa de areia que restara recebia somente alguns poucos frequentadores. O público que se dirigia ao Bar e Restaurante Estoril e Ponte dos Ingleses, mesmo fazendo parte de uma elite da cidade, era marginalizado por questões ideológicas.


Nesse período, diante das possibilidades de mudanças na lei de uso e ocupação do solo no bairro, houve uma mobilização dos moradores e frequentadores no sentido de sustar aquele processo e solicitar, além de algumas melhorias, que a Praia de Iracema fosse reconhecida como Patrimônio Histórico e Cultural da cidade. Em 1984, foi fundada a Associação de Moradores da Praia de Iracema/AMPI e houve grande movimento pela sua preservação, com adesão de artistas e intelectuais.

Contudo, as tentativas de barrar as construções de edifícios verticais no bairro, não tiveram êxito. Nesse período iniciava-se a edificação de prédios com mais de dez pavimentos, assim como a instalação de uma diversidade de bares e restaurantes em imóveis supervalorizados. Sob protestos, antigos moradores mudaram-se do bairro. Entendendo como uma “destradicionalização” daquele espaço da cidade, moradores e frequentadores não aceitaram as transformações da sua arquitetura. Assim é que, a década de 1980, terminou com os moradores chamando atenção do poder público, por meio dos jornais, para os problemas causados pela especulação imobiliária.


As transformações vivenciadas ali durante a década de 1980, deram inicio a uma “requalificação espontânea”, da Praia de Iracema; ou seja, uma mudança nas formas de uso e apropriação do espaço, sem um devido planejamento do poder público. Esse fenômeno que chamo de “espontâneo” foi incentivado pela tradição boêmia do bairro e pela movimentação dos diversos frequentadores que se dirigiam para alguns bares, restaurantes e para assistir ao pôr-do-sol na Ponte dos Ingleses.

Impulsionados pela freqüência desses estabelecimentos e vislumbrando a Praia de Iracema como um novo mercado, empresários da noite se inseriram no bairro com uma grande oferta de bares e restaurantes. Assim, a paisagem transformou-se rapidamente, com a presença de grande diversidade de estabelecimentos comerciais.

Foto da década de 50

Devido as novas formas de ocupação desse espaço e suas novas representações, os moradores intensificaram suas lutas na defesa do bairro, mas, já não era prioridade a transformação do bairro em Patrimônio Histórico e Cultural. Nesse novo momento estavam na pauta das reivindicações dos moradores: o combate à poluição sonora, ao desordenamento do trânsito, à abertura irregular de estabelecimentos comerciais e à especulação imobiliária.
Outro problema que emergiu com as transformações na apropriação do espaço na Praia de Iracema foi a presença de pessoas que não tinham uma tradição boêmia. Em meio à disputa pelo espaço de Iracema, criou-se um clima de rivalidade entre os empresários estabelecidos e os recém-chegados. No cerne da polêmica, estava a questão de quem tinha direito ao bairro.
Como conseqüência dessa “requalificação espontânea” que estava transformando a paisagem do bairro desde meados dos anos 1980; em junho de 1991, o então prefeito de Fortaleza, Juraci Magalhães, juntamente com o arquiteto Paulo Simões, apresentaram para os moradores e comerciantes da Praia de Iracema um projeto de urbanização da sua parte costeira. A partir de então, alguns gestores da cidade passaram a defender a tese de que a Praia de Iracema possuía uma “vocação natural para o lazer”, graças ao seu passado boêmio.

Fotos da mesma perspectiva. Antiga: Nirez/Atual: Daniel Costa 

A Praia de Iracema “requalificada”

Em 1994, um calçadão a beira mar já fazia parte do novo cenário de Iracema. Em meados dos anos 1990, o bairro já apresentava diversos sinais da “requalificação” urbana, por meio de obras da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado, como a construção do Largo Luiz Assunção, o calçadão, a reforma da Ponte dos Ingleses e a reconstrução do Restaurante Estoril, que em abril de 1994, havia desmoronado.

As intervenções urbanísticas na Praia de Iracema podem ser associadas a uma disputa administrativa, entre os governos estadual e municipal. Havia um interesse político em estabelecer a cidade de Fortaleza como um pólo turístico. Por meio de uma política de atração de investimentos, mediante incentivos fiscais e da estratégia de Place Marketing (Gondim, 2001).

Foto da década de 60

Paralelamente as intervenções nos espaços públicos do bairro, apareceram investimentos da iniciativa privada em bares, restaurantes, hotéis, flats e pousadas. Transformando a arquitetura vernacular em paisagem, essa política de reforma urbana na Praia de Iracema acarretou uma mudança nas práticas sociais e consequentemente foi proposta uma imagem do bairro. Falava-se em “Miamização de Iracema(*)”. Nesse novo contexto, esse espaço da cidade de Fortaleza passou a ser consumido por moradores de classe média e alta da cidade e também por turistas, nacionais e internacionais. Consolidou-se a imagem do marketing turístico na Praia de Iracema.
Como a “requalificação” conduz ao “consumo do lugar” (Zukin,2000), o que foi presenciado na Praia de Iracema foi uma supervalorização dos “produtos vendidos”; ou seja, uma grande valorização dos imóveis e consequente aumento nos valores dos aluguéis e dos serviços e produtos ofertados. Esse processo desencadeou a monofuncionalidade com a predominância de bares e restaurantes no bairro. Na fala de um empresário, esse fenômeno contribuiu para o início da imagem da degradação da Praia de Iracema.

"O poder público chegou fez um calçadão superlegal, maravilhoso, eu só tenho a parabenizar, ótimo, aí dá aquele inchaço onde toda casa por menor que ela fosse era um bar. Então você tinha três milhões de bares, você nem andava pelo calçadão, em segundo lugar todo mundo vendia a mesma coisa que era uma cerveja com petisco, ou seja, não tinha proposta, não tinha proposta comercial dentro da Praia de Iracema (...) não deviam ter liberado tantos alvarás pra tanta gente devia ter escolhido o que fazer em cada lugar, não teve, foi assim ao leu e então como não tinha nenhuma proposta desinchou a Praia de Iracema deixou de ser moda o fortalezense enjoou" (Entrevista concedida em 27 de abril de 2005).

Outro fenômeno a ser ressaltado é que a “política de controle social”, típica dos processos de “requalificação”, não permitiu uma nítida visualização dos contra-usos, que dava os seus primeiros passos rumo ao dissídio na ocupação daquele espaço. Adentravam o bairro atores sociais que não comungavam com os códigos da disciplina dos espaços “requalificados” como os hippies. Nesse sentido, no final dos anos 1990, os protestos dos moradores ganharam novos temas, como a expulsão dos hippies.

Além dos hippies, os turistas internacionais e as “garotas de programa”, também passaram a incomodar alguns utilizadores do bairro, concorrendo para a construção da representação de bairro degradado e lugar de prostitutas e gringos. Leiamos a fala de um empresário da Praia de Iracema:


"Essa imagem [da degradação] se dá porque no início não teve uma boa divulgação do turismo [internacional] aqui do Estado, os poucos turistas [estrangeiros] que vieram pra cá foram vôos italianos e alemães e no início o voo dos italianos foi péssimo conseguiram acabar com esse voo tem pouco tempo atrás que era assim, 300 machos vindo, com cinco prostitutas voltando da Itália" (Entrevista concedida em 27 de abril de 2005).


Praia de Iracema  nos anos 70. Foto de Nelson Bezerra

Hoje muitos chamam o trecho da antiga Praia do Lido de "Praia dos Crush", mas antigamente, a chamavam de "Praia do Hawaii". Acervo Henrique Abreu

Como parte da dinâmica de ocupação dos espaços da cidade, os frequentadores da Praia de Iracema foram paulatinamente procurando outros lugares de lazer. E a Praia de Iracema “requalificada” começou a apresentar sérios problemas no tocante à ocupação do espaço e manutenção dos espaços reformados, dando maior visibilidade aos hippies, mendigos, meninos em situação de rua, vendedores ambulantes, turistas estrangeiros e prostitutas. Iniciavam-se também as denúncias de violência, como assalto aos frequentadores.
Em 1999, foi inaugurado o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, sob a forma de uma arquitetura eclética e pós-moderna. Este equipamento passou a oferecer teatro, museus, cinemas, auditório, livraria, um planetário, além de praças, café, loja de artesanato e bares. No seu entorno, onde havia antigos armazéns desativados, passaram a existir bares, boates e casas de shows.


Dragão do Mar em construção. Foto Gentil Barreira

O Dragão do Mar projetou uma intervenção no bairro que se refletiu por toda a Praia de Iracema. A sua implementação não considerou os “trajetos” (Magnani, 2000) de seus utilizadores(**). Este fato produziu um conflito na apropriação do espaço daquele bairro, pois grande parte do público frequentador da parte costeira da Praia de Iracema passou a ocupar esse novo espaço. Os novos frequentadores saíram em busca de novos lugares. Esse fenômeno redesenhou a Praia de Iracema a partir dos seus usos e contra-usos. Assim é que, a partir do inicio dos anos 2000, a Praia de Iracema passou a abrigar duas “manchas” (Magnani,2000) de lazer com sociabilidades e temporalidades distintas.

Trecho da praia de Iracema antes da colocação da estátua 
Iracema Guardiã de Zenon Barreto

No inicio dos anos 2000, os problemas referentes à ocupação do espaço na Praia de Iracema se agravaram. O calçadão apresentava muitos trechos com buracos e a grade de proteção quase toda quebrada, passando a ser ocupado predominantemente pelos hippies e meninos de rua. O Largo Luis Assunção deixou de ser ocupado por famílias nos finais de tarde. A Ponte dos Ingleses ficou sem iluminação, e teve seus pontos comerciais e observatório de golfinhos desativados. Os bares e restaurantes gradativamente foram sendo fechados, inclusive o tradicional restaurante La Trattoria e o Cais Bar. Em janeiro de 2003 a pizzaria Geppo’s fechou, deixando um terreno baldio no meio da rua dos Tabajaras, principal rua do bairro.



No ano de 2004, mais da metade dos novos estabelecimentos já haviam sido fechados, abrindo espaço para instalação de boates algumas com shows de stripper. Este fato contribuiu para enfatizar ainda mais a representação do bairro como lugar de prostitutas e gringos. Um empresário, instalado no bairro há quase vinte anos, afirma que a nova representação surgiu a partir da instalação de uma boate, conhecida na cidade de Fortaleza, como uma casa que favorecia a prostituição.


Não existiu um respeito às demandas dos moradores do bairro, por parte do Poder Municipal, ou seja, houve ingerência quanto à ocupação do espaço, poluição sonora e desordenamento do tráfego. Ocorreu uma intervenção no espaço urbano, sem um devido planejamento. Esse fenômeno contribuiu para a saída da maioria dos moradores, acarretando a monofuncionalidade do bairro. Como resultado desse processo, a própria dinâmica da cidade e do turismo nacional e internacional foi determinando as novas faces de Iracema.

"Precisamos resgatar uma relação sadia entre o mar, os bares e restaurantes, e os frequentadores’’, afirma Luizianne Lins, então prefeita de Fortaleza.



A Reforma:


Foto de Kiko Silva

A requalificação da Praia de Iracema, que teve início em fevereiro de 2008, foi orçada em aproximadamente R$44 milhões. O calçadão foi a obra de maior extensão do projeto. O trecho que vai da Avenida Rui Barbosa ao Largo do Mincharia ficou pronto dentro do esperado. A obra seguiu em direção à Ponte dos Ingleses em ritmo acelerado. Os arredores da estátua “Iracema Guardiã”, de Zenon Barreto, também recebeu os ajustes necessários. O local recebeu guarda-corpo, piso novo, rampas de acessibilidade e corrimãos. As outras 22 intervenções previstas foram aos poucos iniciadas, entre elas, a reforma do Pavilhão Atlântico, antigo Café, que ficou no extremo do calçadão (em frente ao local do futuro Parque da Liberdade).

(*)Denominação dada por ex-frequentadores e moradores do bairro. Alusão a Miami (EUA).

(**) Em entrevista com um dos arquitetos do projeto do Centro Dragão do Mar, Fausto Nilo, ele esclarece que o projeto original previa um “corredor” de ligação entre a parte costeira do bairro o Centro Dragão do Mar, contudo por falta de verbas a ligação não foi estabelecida. A deterioração começou por que? Porque em primeiro lugar deixaram construir o África’s [boate conhecida na cidade por shows de stripper] (...) a gente fez toda uma campanha pro África’s não vir, porque a gente pensava assim, no dia que o África’s vier, se vier um puteiro vem todos os puteiros da praia, e foi dito e feito. (...) Depois apareceu um português que era o maior trambiqueiro. Ele fazia o seguinte: montava um restaurante achava um investidor em Portugal e dizia olha eu tenho um restaurante maravilhoso pra você ele montava o restaurante pras pessoas ai o cara vinha de lá pra cá com o restaurante montado comprava o restaurante e achava que tinha um ponto super bem feito e vinha pra trabalhar quando chegava aqui ele tinha um puteiro, ou seja, o cara muitas vezes vinha com boa fé tinha muita gente que vinha com boa fé e ficavam com um puteiro nos braços (Entrevista concedida em 27 de abril de 2005).


Crédito: Roselane Gomes Bezerra, Inventario ambiental de Fortaleza


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

José Airton Ponte - O Boris


Jose Airton Ponte, o Boris, nasceu na cidade cearense de Sobral em 1949, sendo um dos doze filhos de uma família humilde, mas de fortes princípios morais.


Jovem destemido, aos 10 anos, começou a vender “água de quartinha” na Estação de Sobral* e aos 15 anos, partiu do interior em busca de melhoria de vida. Era o ano de 1964 e Fortaleza, a capital do Ceará, era uma cidade em ascensão, cheia de oportunidades para aquele garoto decidido a transformar seus sonhos em realidade.

“Naquela época, Fortaleza tinha 900 mil habitantes. Eu fui morar na rua Sete de Setembro, no Pirambu. E a gente ouvia falar que o Pirambu era um bairro muito perigoso, mas eu sempre gostei porque era muito próximo do Centro da cidade. Eu vinha a pé para o Centro. Tinha a (avenida) Francisco Sá.
E eu aprendi a andar para o Centro logo no segundo dia em que eu estava aqui. Comprei uns óculos nas Casas Freitas. Descobri onde era que os camelôs compravam óculos. Porque eu cheguei aqui e vi mais de 15 camelôs ali na esquina da General Bezerril ao lado da Assembleia vendendo óculos. Se tinha tanta gente vendendo óculos, é porque era um negócio bom.
Eu usava óculos esportivos e tinha sido um sonho ao comprar meus primeiros óculos. Aqui em Fortaleza eu comprei os primeiro óculos por um conto e duzentos e vendi por dois. Aí eu disse: o negócio é bom. Passei nove anos vendendo óculos esportivos no Centro de Fortaleza. Isso foi em 1964. Em 1969, eu dei um voo mais alto. Fui a São Paulo comprar lá.
Eu só tive um irmão que foi vender óculos comigo. Os outros seguiram outros comércios, confecção, indústria de esquadrilha de ferro.” Boris

“Boris, o rei dos óculos esportes”

Começou suas vendas na Praça do Ferreira, com óculos esportivos que eram conduzidos nas mãos.

Os primeiros anos na cidade grande foram de muitas dificuldades! Pelas ruas do Centro, Boris fez amigos e trabalhou como vendedor ambulante durante 9 anos, oferecendo os mais variados óculos esportivos.

Era o que sabia e o que amava fazer.

Em 1973, com fé, empenho e muito esforço, ele juntou suas economias e conseguiu a realização de um sonho, abriu sua primeira ótica “na galeria Brandão, número 2”, a primeira das Óticas Boris, com apenas um funcionário, que trabalha com Boris até hoje.

Seu sonho começava a se realizar.

“As óticas Boris foram fundadas em 23 novembro de 1973. Dentro das óticas Boris já passaram minha esposa, minha mãe, meus irmãos, cunhados e cunhadas, várias pessoas como sócios.

Foi o seguinte. Em 1967, meu pai resolveu voltar para Sobral. Eu disse que para Sobral eu não voltaria. Eu tenho mais de 45 anos aqui em Fortaleza. Não é que eu não gostasse de Sobral, mas é porque eu sonhava algo maior, um voo maior. Eu fiquei morando aqui como mensalista na rua SenadorAlencar, 817. De repente, aparece lá um cidadão, que era da Polícia Federal na época da revolução, Aureliano Duarte da Silva. Esse rapaz vinha do Rio de Janeiro e na época estava se montando aqui no Ceará o Departamento de Polícia Federal. E aí foi a minha sorte porque ele era um cidadão nota dez, um homem íntegro. Ele tinha um filho da minha idade e ele parecia muito com o papai fisicamente. Ele me ajudou em sua formação como policial a ajudar a arrumar melhor o quarto, a me orientar para aprender a escrever...
Em 1973, juntei minhas economias para montar meu negócio. Eu tinha uma casa aqui no Bairro da Piedade. Um quarteirão para aAguanambi com Dona Leopoldina, em frente ao prédio da Coelce. Aí eu vendi essa casa e comprei a chave de um ponto comercial na Galeria Professor Brandão.” Boris

Marchinha

Em 1975, essa loja foi a primeira a ganhar um jingle, uma das mais famosas estratégias das Óticas Boris em toda sua historia.

“Essa marchinha surgiu em função de uma besteira que eu fiz e, eu então para me retratar ao dono da galeria, que foi tão bom e tão generoso comigo, fiz essa marchinha. Eu acredito que ainda hoje quando ele escuta essa marchinha no rádio, na televisão, que é o seu João Neto Brandão, ele fica feliz. Eu tornei a Galeria Professor Brandão a mais famosa e a mais conhecida através desse jingle que toca há mais de 40 anos na televisão.” Boris

A marchinha era assim: 

"Se você vai comprar óculos, faça como eu fiz, na Galeria Brandão número dois, nas Óticas Boris"'.

O mais famoso, entretanto, é o que foi lançado em 1979 e toda criança cantava na época e hoje muitos adultos ainda lembram.

 O 'Cadê Cacá' foi criado por causa da novela 'Dancing Days' e era o nome do personagem interpretado por Antônio Fagundes.

“Cadê Cacá ca ca cá...? Tá na Boris Boris Boris..."

Pela sonoridade que lembra as marchinhas de carnaval, agrada aos ouvidos até de quem nunca ouviu falar na novela.

“Depois veio o “Cadê Cacá?”, que foi uma ajuda muito grande do meu estimado e saudoso amigo Irapuã Lima, que eu tenho uma gratidão muito grande. Ele tinha uma audiência muito grande. Era o Chacrinha do Ceará. Ainda hoje tenho muitos clientes por conta do Irapuã Lima.

Cacá foi do Dancing Days quando Antônio Fagundes saiu na revista Sétimo Céu e fazia parte como ator da novela com o personagem Cacá. Eu passei em uma banca de revista e o vi com uma armação de óculos oval no rosto e eu tinha muito aquelas armações dentro de casa. Eu cheguei e mostrei para o Irapuã Lima: Olha, Irapuã, eu tenho umas 900 armações dessas aqui e o nome do artista é Cacá. Então, vamos chamar essa peça de Cacá e vamos colocar no rosto das Irapuetes. Aí a orquestra toca e vamos fazer um jingle. Ele respondeu: Amanhã eu trago esse resultado. Ele disse que estava no banheiro e começou: “Cadê Cacá, Cacá, Cacá? Tá no Boris, Boris, Boris”. Ele era muito criativo e daí foi.” Boris

Dando um passo de cada vez e sempre considerando o cliente um rei e “para ele todas as honras”, as Óticas Boris conseguiram se estabelecer. O segredo do sucesso, Boris sabe de cor: “ser especialista em óculos de grau”.

As primeiras realizações

A loja recém-inaugurada apesar de modesta,  prezava em oferecer bons artigos a preços baixos, variedade de produtos e pronto atendimento a um público diversificado. Tudo isso aliado ao trabalho árduo e à confiança de parentes e amigos, permitiu que as Óticas Boris continuasse crescendo. Hoje já são mais de 40 anos de sucesso!
Em 1974 foi inaugurado o primeiro laboratório óptico e com o passar dos anos, as filiais e o prédio administrativo.
Homem de fé, Boris diz que não estaria mais vivo se não acreditasse tanto em Deus. Ele conta que, todas as vezes em que fica triste, lembra de tudo o que já passou e de como ele conseguiu superar as dificuldades com esforço.

O apelido

O codinome Boris, que José Airton carrega desde criança, veio meio por acaso, em função de um apelido que o pai, bom jogador em peladas, conseguiu:

“Meu pai se chama Francisco Ponte e, na sua juventude, apelidaram meu pai de Boris. Ele, jogando bola, pegou a bola, driblou três e fez o gol. E, na época, estava passando um filme com o Boris Karloff (ator britânico de filmes de terror que atuou em Frankenstein), que era um monstro, e aí colocaram esse apelido no meu pai. E eu andando com o meu pai aos seis, sete anos de idade, começaram a me chamar de Borizinho. Eu gostei e adotei esse nome de Boris.” Boris

O nome, que hoje é uma das marcas mais respeitadas no Ceará, foi usado pelo empresário desde o primeiro óculos esporte que ele vendeu nas ruas de Fortaleza, aos 15 anos.


As Óticas Boris se consolidou no mercado cearense e permaneceu firme diante das seguidas crises econômicas enfrentadas por nosso pais, sempre com muita esperança e determinação.

“Eu consegui transformar esse nome Boris em uma marca. Era o apelido de um simples vendedor de óculos, um camelô e consegui conquistar o respeito e a admiração da população do estado do Ceará. Esta marca está gerando mais de 500 empregos diretos, são 81 lojas. Hoje os filhos, noras e genros, também estão fazendo parte dessa marca.  O segredo da Boris é ser especialista em óculos de grau e assim sendo, nós vamos orientar o cliente na escolha da armação, na escolha da lente. Nós compramos bem para vender por um preço justo e fazer com que ele fique feliz com o produto que ele comprou.” Boris

*”O dinheiro que a mamãe tinha era 500 réis que eu peguei emprestado. Fui ao mercado, comprei uma quartinha (utensílio de barro), lavei, enchi de água e fui vender na estação. Aí foi um escândalo. Encontrei um primo rico na estação. Imediatamente, ele chamou meu pai e mandou me tirar da estação que era perigoso, mas não era só o perigo. Era a vergonha de ver o primo pobre vendendo água na estação...

Na semana seguinte o primo rico foi para o cinema com a namorada e se deparou comigo com uma caixa de bombom pendurada no pescoço. É que a cidade era pequena e, no interior, quando tem uma família rica, ter uma parte pobre, não era muito bom e não é até hoje. Não guardo mágoa de ninguém, mas são essas coisas que dá para rir. Então, aos 12 anos de idade, eu já comecei a viajar para a Serra Grande para vender chinela japonesa.Boris



Crédito: Site oficial das Óticas Boris e Teresa Fernandes (Jornal O Povo)



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Um passeio na história pela Praia de Iracema - Literatura de Cordel (Parte III)




Luís Antonio de Aragão


ANTIGAS MERCEARIAS



Tinha a Maria Biés
Bom Salão de Dança havia
Na Itapipoca, esquina
Aberta da noite ao dia
Todo mundo brincava
E a P.R.E NOVE irradiava
Festas na Dona Maria

Na rua Tigipió
Zé Gonçalves possuía
Uma grande bodega
Clóvis, após chegaria
Homem trabalhador
Era bom vendedor
Tinha muita freguesia

Acervo de Clóvis Acário Maciel

Na Tremembés tinha outra,
Proprietário foi o Simão
SamuelAraújoIvan
Depois, donos com ação
Sarrabulho e Feijoada
Peixe Frito e Panelada
E cachaça no balcão

O Raul já foi bodega
Na Vila Correinha
Hoje é a melhor picanha
Tinha arroz e farinha
Seu Raul trabalhando
O dia todo suando
Criou família todinha

Mercadinho da Dona Edite
De uma mulher de valor
O comércio se instalava
Onde o “São Luís” ficou
Assim, com sensatez,
A mãe do Lincoln se fez
Dos filhos muito cuidou

Tinha Panela, tem Cari
Seu Antonio é bodega
Pereba também é uma
Ao Rui gente se apega
A do grande Aracati
É tudo povo daqui
Tradição não se nega



A antiga Ponte dos Ingleses, antes da reforma dos anos 90. 
Praia de Iracema - Foto de Gentil Barreira

CLUBES ANTIGOS



Famoso clube na Tabajaras
Tinha sede social
Palco de boas festas
Nosso antigo Ideal
Que além de sua beleza
Se tornou em Fortaleza
Famoso cartão postal

Diários também aqui
A nossa Praia viu
Sua sede na Quadra
Ao tempo que existiu
Em todas as idades
Foi, deixou saudades,
Quando um dia partiu



Péricles Moreira da Rocha
Praia Clube dirigia
Tinha Quadra de Esportes
Salão de festas havia
Defronte à Piscininha
E a sociedade todinha
Presente, ali, se fazia



O Jangada Clube ficava em frente onde hoje encontra-se a Iracema Guardiã. Fizeram no lugar um Edifício e colocaram o nome de Jangada Clube, mas já mudou de nome. Arquivo Nirez

Clássico Jangada Clube
Pertinho da João Cordeiro
Fernando Pinto era tido
Amigo do jangadeiro
Velho canhão na entrada
Boca pro mar apontada
Alerta o marinheiro

Arquivo Nirez

Clube do América
Da Praia foi egresso
Lívio Amaro formou
Um time de progresso
Era onde é o Pirata
A localização é exata
O Clube foi um sucesso

Correios participavam
Do certame estadual
No Ararius tinha sede
O simpático Nacional
Que ao respirar nossa brisa
Em muito grande deu “pisa”
O querido time local

Ceará ficou maior
Na Iracema querida
Na década de Sessenta
A equipe decidida
Com sede na Cariris
Levou um de seus Tris
E aumentou a sua torcida

CREPE sempre cheio
Clube da Pernambucana
As pessoas adoravam
A juventude bacana
Cabelos soltos nas testas
Fomos donos das festas
Daqueles fins de semana
Meirelles de Idealzinho

Arquivo Nirez


MassapeenseComercial
Sexta, sábado,fervia
Domingo de matinal
Iracema lá curtia
Pensando que não haveria
Daqueles dias final

Bem na frente dos dois clubes
Boite Madrugada


Churrasco do Cirandinha
“Bibi” e “Muda Tarada”
Ildefonso e Aquidabã
Lá Todo mundo era fã
De Lalá do Carne Assada.




Acervo - Página do Alvorada

ESTORIL E SUA HISTÓRIA

Família Porto começa
História que se fez
Bucólica Vila Morena
Foi feita com altivez
Tudo ia bem na terra
Até a Segunda Guerra
Do homem, insensatez

Veio americano aqui
E logo se admirou
Na guerra era aliado
No local se alojou
Mudando seu destino
Instalando grande cassino
Jogo e festa começaram

Foi For All para todos
Swing e Chá-Chá-Chá
De luta não se falava
Europa era mais para lá
E as garotas Coca-Cola
Todas metidas a gabola
As piranhas do lugar

No final da batalha
Aos portos se devolveu
O prédio feito de taipa
Ali a família cedeu
Para o luso Zé Ferreira
Um português de primeira
Que um novo nome lhe deu

Em Quarenta e Sete
Já chamado de Estoril
De verde e vermelho
O prédio ele coloriu
Com as cores de Portugal
Da bandeira nacional
O Restaurante surgiu

Logo após, Zé Gonçalves
O local gerenciou
E as mãos de Zé Pequeno
Num ano ele passou
Em noventa e quatro o vento
Disse ao mar: “É o momento!”
E o velho prédio tombou

Uma passagem de glória
No Estoril se viveu
Aquele belo local
Fortaleza acolheu
Fosse ele rico ou pobre
Humilde, plebeu ou nobre
Distinção não ocorreu

Neném e Barão gerentes
Bebê a nos atender
Moreira o rubro Limão
Sitônio nunca esquecer
João Gouveia o Baleia
Chaguinha de cara cheia
Ninguém fosse se meter


"Na Praia de Iracema com os irmãos e um amiguinho, Júnior. 

Aviso aos amigos que o maiô também era moda." Vera Coelho

TIMES DA PRAIA ANTIGA

 Na década de Quarenta
Os times de futebol
“Iracema” foi à primeira
Equipe do arrebol
O onze era raçudo
E o Chico Cabeludo
Era o craque do pebol

Houve um time Corinthians
CEPI. Do Eliseu
A equipe lutava
Teve fama e apogeu
No torneio da Aldeota
Foi o melhor da pelota
O Título assim mereceu

RuiFernandinho e Mourão
Partiram CarrimGoiaba,
Mas tem Faço e Baíbe;
FerdinandBadoGari,
LucianoAracati
Zé Branco não se acaba

NacionalFerroviário,
Foi Seleção Cearense.
SportVasco da Gama,
Brilhava o Quixadaense
Santista Olaria
Em Portugal jogaria
Pacoti, o Iracemense.






Crédito: http://www.nehscfortaleza.com/



NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: