Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Barão de Ibiapaba e seu famoso sobrado
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



domingo, 19 de setembro de 2010

Barão de Ibiapaba e seu famoso sobrado



Barão de Ibiapaba
Joaquim da Cunha Freire

O Barão de IBIAPABA foi o Coronel Joaquim da Cunha Freire, Barão de Ibiapaba, que nasceu no Ceará em 18 de Outubro de 1827 e faleceu no Rio de Janeiro, em 13 de Outubro de 1907. Era filho de Felisberto Correia da Cunha, que faleceu em Piauí em 1832 e de D. Custodia Ribeiro da Cunha, natural de Portugal. Joaquim casou-se com D. Maria Eugenia dos Santos. Dedicando-se a carreira comercial soube acumular avultada fortuna, tendo colaborado para melhoramentos materiais de Fortaleza. Governou a Província varias vezes como Vice-Presidente. Chefe político de grande influência, foi Coronel da guarda Nacional; Presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, da Junta Comercial, da Caixa Econômica e Monte de Socorro da Província. Era Comendador da Ordem da Rosa. Foi o 1º Barão desse título, por Decreto de 17 de janeiro de 1874, morava na Rua da Palma nº 50 na cidade de Fortaleza no estado do Ceará.
Joaquim da Cunha Freire era irmão do Visconde de Cauhipe, Severiano Ribeiro da Cunha, nascido em 6 de Novembro de 1831 em Cauhipe, junto à Soure, na Província do Ceará. Titular português, por decreto de 1º de Março de 1873, e faleceu em Fortaleza a 4 de Setembro de 1876; casado com D. Euphrasia Gouvêa que era filha de Manuel Castano de Gouvêa e de D. Francisca Agrella de Gouvêa. Desse casamento tiveram a filha:
1. Luísa da Cunha casada com Guilherme Chambly Studart, Barão de Studart.
O Titulo de Visconde de Cauhipe lhe foi conferido pelo Papa, por Breve Apostólico de 22 de janeiro de 1900. Deixou uma vasta obra científica, literária e histórica - é autor obrigatoriamente citado por quem se dedica à história do Nordeste e, de modo particular, à do Ceará.
Brasão de Armas: Escudo esquartelado tendo o superior da direita e o seu alterno interceptados cada um por três faixas de prata, carregadas cada uma com um a flor de Liz purpurina, e dispostas em banda, e aquelas sobre o campo verde; o superior da esquerda e o seu alterno, carregadas cada uma por nove cunhas azuis colocadas em três palas, de três cada uma, sobre campo de ouro, e com orla carmezim, carregada por sete castelos de ouro, sendo três em chefe e os restantes igualmente repartidos pelos laterais. (Brasão concedido à seu irmão o visconde de Cauhipe por alvará de 16 de Março de 1874. Reg. no Archivo da Torre do Tombo Mercês de D.Luiz I Liv.XXIV,fls.243 v).
N.B. – Esta descrição aparta-se da terminologia heráldica; copiamo-la como o fez o Escrivão da Nobreza dessa época, em Portugal.

Observação – Segundo alguns, o barão teria usado as armas de seu irmão, o visconde de Cauípe, a saber: um escudo esquartelado: no primeiro e no quarto quartel, em campo de sinople, três faixas de prata, cada uma carregada de uma flor de lis de púrpura, as flores dispostas em banda; no segundo e no terceiro quartel, em campo de ouro, nove cunhas de azul, postas 3, 3 e 3. Bordadura de goles, carregada de sete castelos de ouro, sendo 3 em chefe e dois em cada flanco. Para Joaquim da Cunha Freire, seria uma coroa de barão.

RUA MAJOR FACUNDO

Este bonito sobrado que vemos na antiga foto, que data de 1910, pertencia ao Barão de lbiapaba, cujo nome real era Joaquim da Cunha Freire, comerciante nascido em Caucaia em 18 de outubro de 1827, filho de pai brasileiro e mãe portuguesa. O Barão de lbiapaba era irmão do Visconde de Cauípe.
Através de sua atividade comercial, adquiriu grande fortuna e fez melhoramentos na Cidade. Foi presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, da Junta Comercial do Estado, daCaixa Econômica e do Monte de Socorro da Província, além de ter assumido várias vezes a presidência da Província, como Vice-Presidente que era. Em 1874 recebeu o título de Barão de lbiapaba. Faleceu no Rio de Janeiro, então Capital Federal, no dia 12 de outubro de 1907.
Na fotografia antiga vemos o sobrado do Barão de Ibiapaba ao tempo em que nele funcionava a firma R. Guedes & Cia de ferragens, louças, tintas e óleos. Pela Rua Major Facundo tinha o nº 46 e pela Rua Senador Alencar os nº 8, 10 e 12.

Pela rua Senador Alencar, depois do sobrado, vêm várias portas que abrigavam casas comerciais até bem pouco tempo, a maioria negociando com artigos para sapateiros. Ao longe, vemos o telhado de ardósia do Palacete Guarani. Funcionou na esquina deste sobrado o Cartório Pergentino.
O velho sobrado esteve ali até a década de 70, quando o deixaram destelhado e um dos invernos daquela década o fez ruir.
A fotografia atual mostra o que há hoje no local, o prédio do Banco Brasileiro de Descontos - Bradesco, que ocupa todo o quarteirão pela rua Senador Alencar. É um prédio de linhas modernas, mas por ter apenas dois pavimentos superiores suas linhas paralelas verticais perdem a finalidade, fazendo-o um prédio anão, que sobressairia muito mais se fosse ornamentado com linhas horizontais.



Crédito: Portal da história do Ceará e Genealogia Freire

8 comentários:

  1. Tão bonito, o sobrado do Barão de Ibiapaba....mais um que a cidade perdeu! Este que está no mesmo lugar, é batante feio.
    Ainda bem que você nos trouxe a história e o retrato do antigo! Menos mal, amiga!

    Beijos!

    ResponderExcluir
  2. É a Fortaleza bela, perdendo mais um pouco
    de sua beleza...
    Também acho esse prédio do Bradesco feinho feinho¬¬ Bem sem graça.

    ResponderExcluir
  3. As datas sobre o Visconde de Cauípe estão confusas.

    ResponderExcluir
  4. Já revisei, Fernando!

    Obrigada pela dica!

    ResponderExcluir
  5. Joaquim da Cunha freire é meu bisavô!!! Muito legal poder conhecer um pouquinho mais da história. O sobrado deveria ser patrimônio histórico.

    ResponderExcluir
  6. "É a força da grana que ergue e destrói coisas belas." Talvez um pouco mais de sensibilidade por parte do senhor Amador Aguiar, tivesse sido suficiente para restaurar o antigo sobrado e preservado nossa memória arquitetônica. Sem prejuízo do bom funcionamento da agência bancária que trabalhei por quase três anos e só hoje, quase trinta quatro anos depois, soube que antes lá foi um bonito sobrado. Agradeço pela informação.

    ResponderExcluir

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: