Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



segunda-feira, 15 de março de 2010

“Chafariz da Lagoinha” - Fonte das Sereias (ou dos cavalinhos)


A fonte na praça da Lagoinha em 1935. Acervo Assis Lima

A Fonte das Nereidas aportou em Fortaleza em 1929. A encomenda foi feita pelo então prefeito Álvaro Weyne à empresa alemã Herms Stoltz. Escolhida por catálogo, a estrutura fazia parte de seu projeto político de embelezamento da cidade, pelo qual ficou conhecido como “prefeito das flores”. É chamada de Fonte Luminosa, porque o projeto original propunha um determinado tipo de iluminação, que acabou se perdendo com o tempo. Na época, embora já existisse luz elétrica em Fortaleza, a iluminação pública continuava a gás. Então, um engenheiro inglês teve de ser convidado para fazer a instalação.
A Fonte possuía canais de distribuição. As sereias eram iluminadas, e as pedras que serviram como base vieram da Praia de Mucuripe.
A Fonte Luminosa - também conhecida como “Chafariz da Lagoinha” - foi inaugurada em 1930 na Praça da Lagoinha.

Praça da Lagoinha déc. 30


1967. Av. da Universidade com a Fonte na
rotatória na av. 13 de Maio. Avista-se a torre
da Igreja dos Remédios.Acervo Lucas
A “Fonte dos Cavalinhos", que hoje se encontra instalada na Praça Murilo Borges, em frente ao prédio do BNB, no Centro de Fortaleza, veio da Alemanha e foi instalada para a inauguração da Praça da Lagoinha (Praça Comendador Teodorico/Praça Capistrano de Abreu).

No início dos anos 60, saiu da praça da Lagoinha para ser instalada no centro da praça Clóvis Beviláqua e depois, em 1965, no cruzamento entre a avenidas da Universidade e 13 de Maio.


Fonte na Praça Clóvis Beviláqua em 1965, antes de ser levada para o cruzamento da av. 13 de Maio com a av. da Universidade. Acervo Leonardo Nóbrega

Arquivo Nirez
A fonte no cruzamento da Avenida da Universidade com Treze de Maio - Arquivo Nirez

O cruzamento já sem a fonte - Nirez

Arquivo Nirez
Já no começo dos anos 70, para desafogar o trânsito no local, a Prefeitura
resolveu remover a fonte do cruzamento. Ela foi desmontada e ficou
guardada no depósito da então Superintendência Municipal de Obras e Viação (SUMOV). Em 1982, foi restaurada, remontada e colocada na então recém-construída Praça Murilo Borges. 
(Eliomar de Lima)


1973. Av. da Universidade com 13 de Maio. Trânsito crescendo e a Fonte dos Cavalinhos nos últimos dias naquele cruzamento. (Diários Associados). Acervo Lucas

Cruzamento com a fonte
 Anos 70. Podemos ver a reitoria da UFC, os anexos do CH3, a caixa d'água da concha acústica e a casa de cultura alemã. Acervo Marcos Almeida
A Fonte dos Cavalinhos (das sereias) no balão que ficava no cruzamento da Avenida da Universidade com Treze de Maio. Final dos anos 60.

Sem a fonte. Acervo Clóvis Cardoso Cruz


Foto recente


Foto  de 2016

Postagem editada em 06/07/2010


"Caríssimo Eliomar:

A matéria que você publicou em seu blog, sob o título Fortaleza antiga - “Fonte dos Cavalinhos”, dia 15/11/2009, requer alguns reparos históricos. Escrevo-lhe porque acompanhei e divulguei pelas páginas do O Povo toda a trajetória do que sobrou do antigo chafariz da Praça da Lagoinha, após ser retirado do cruzamento entre as avenidas da Universidade e 13 de Maio. Faço isso, em respeito a todos os membros da comissão instituída pela Prefeitura de Fortaleza (da qual participei, em 1979), principalmente o destemido escultor Zenon Barreto, já falecido.

Vamos aos fatos:

a) Pra começo de conversa, o monumento não foi “desmontado e guardado no antigo depósito da Sumov”, como consta em seu blog. Não. A peça foi parcialmente demolida, isso sim, sem nenhuma orientação técnica e a base de picaretadas. E seus escombros jogados no antigo depósito da Sumov, na Av. Sargento Hermínio, no bairro de Monte Castelo.
b) No dia 17 de janeiro de 1979, publiquei nas páginas do O Povo, a primeira matéria sobre o assunto e que denunciava que havia sido cometida uma tentativa de restauração do monumento, pelo escultor César Teles. Porém o trabalho, ainda em fase inicial (e abandonado), foi condenado por outros escultores da terra, tendo à frente Zenon Barreto.
c) O prefeito de Fortaleza, Luís Marques, então nomeou uma comissão para acompanhar os trabalhos de uma nova restauração da peça. Comissão formada pelos escultores Zenon Barreto e Honor Torres; o artista plástico Gilberto Brito; Luciano Bandeira, da Fundição Bandeira; Ednardo Weyne (filho do ex-prefeito de Fortaleza Álvaro Weyne – que adquiriu o monumento na Alemanha) e eu.
d) Foi feito um relatório, pela comissão, constatando que o local (depósito da Sumov), não oferecia as mínimas condições ambientais para ser feito um trabalho meticuloso nos fragmentos espalhados pelo galpão (remoção das camadas de massas, análises químicas, estudos hidráulicos etc). Finalmente, depois de alguns meses, as partes do chafariz foram removidas para o antigo Museu Histórico e Antropológico do Ceara, localizado onde hoje funciona o Museu da Imagem e do Som, na Av. Barão de Studart.
e) Porém de nada adiantou tal remoção, pois a Prefeitura ignorou o estudo técnico da comissão, encerrando o assunto.
f) Somente, no início da década de 80, do século passado, é que o Banco do Nordeste assumiu todas as despesas de reconstrução do chafariz e o reinaugurou, na praça Murilo Borges.


Do amigo,


Eliézer Rodrigues"




Na foto estão os componentes da comissão (examinando o que restou do chafariz), nomeada pela Prefeitura, em 1979, para acompanhar os trabalhos de restauração : Ednardo Weyne, Eliézer Rodrigues, Zenon Barreto e Gilberto Brito.

Editado em 06/01/2014

A ação do tempo

Desgastada pelo tempo e pelo abandono, a Fonte Luminosa da praça Murilo Borges tem história peregrina: veio da Alemanha e circulou por vários locais de Fortaleza.



Os hipocampos, as Nereidas e as cabeças de leão que compõem a histórica Fonte Luminosa, fincada na praça Murilo Borges desde 1984, têm sinais visíveis de desgaste: o revestimento descasca, e a região intermediária tem buracos causados pela oxidação. Segundo funcionários de estabelecimentos comerciais da região, ali onde é atualmente o prédio da Justiça Federal e já foi edifício do Banco do Nordeste (BNB), a Fonte não funciona pelo menos desde o início do ano. Moradores de rua costumam tomar banho e lavar roupa no local.


Em dezembro do ano passado, com o processo de saída do BNB da praça, estabeleceu-se um impasse entre prefeitura, Justiça e Banco sobre a responsabilidade pela manutenção. Por enquanto, o “chafariz da Lagoinha”, como também foi conhecida, continua trazendo consigo as marcas do tempo.

Não é a primeira vez que a Fonte sofre. Já amargou um período de ostracismo de cerca de 10 anos, entre as décadas de 1970 e 1980, nos galpões da antiga Superintendência Municipal de Obras e Viação (Sumov). Uma parceria entre a UFC e o BNB em 1984, depois de outros convênios frustrados, tirou do papel a restauração da Fonte.

Antes de ir para o depósito, era um estorvo para o trânsito que já começava a embaralhar o cruzamento da Avenida da Universidade com avenida 13 de Maio. Foi levada para lá pelo então reitor da UFC, Martins Filho, na tentativa “enobrecer” a área. Nunca funcionou. Ainda antes, ficou um curtíssimo período (1965-1966) na praça Clóvis Beviláqua, no Centro, em frente à Faculdade de Direito. Sua primeira moradia foi a praça da Lagoinha, também no mesmo bairro, mas foi substituída pela estátua do historiador Capistrano de Abreu.



A Fonte na Praça Clóvis Beviláqua em 1965. Ao fundo, a Faculdade de Direito e a rua General Sampaio. Acervo Lucas

A Fonte aportou em Fortaleza em 1929. A encomenda foi feita pelo prefeito Álvaro Weyne (1881-1963) à empresa alemã Herms Stoltz. Escolhida por catálogo, a estrutura fazia parte de seu projeto político de embelezamento da Cidade, pelo qual ficou conhecido como “prefeito das flores”. É chamada de Fonte Luminosa, porque o projeto original propunha um determinado tipo de iluminação, que acabou se perdendo com o tempo. Na época, embora já existisse luz elétrica em Fortaleza, a iluminação pública continuava a gás. Então, um engenheiro inglês teve de ser convidado para fazer a instalação.

“A Fonte possuía canais de distribuição. As sereias eram iluminadas, e as pedras que serviram como base vieram da Praia de Mucuripe, afirmou Luiz Alencar Rangel, jardineiro da gestão Álvaro Weyne no livro Do Passado ao Futuro, lançado pelo BNB para comemorar e explicar a reinauguração da Fonte.



Acordo

Segundo o diretor do Fórum, juiz federal Leonardo Resende Martins, um convênio passará à Justiça a incumbência pela manutenção da praça Murilo Borges e também da Fonte. Ele disse que o acordo deverá ser assinado nos próximos dias. A prefeitura, no entanto, se comprometeu a fazer a restauração da Fonte. Há cerca de dois meses, arquitetos da Secretaria Regional do Centro já estiveram avaliando as condições da peça para a reforma. “A parte hidráulica está regular, de modo que seria mais uma restauração artística”, afirma Martins. Até o fechamento dessa edição, a Prefeitura não respondeu sobre prazo para início e conclusão da restauração.


O Povo de 23/07/2013




Fonte - O Povo Online e blog Singular e coisa e tal

terça-feira, 9 de março de 2010

Rua Pedro Borges




A Rua Dr. Pedro Borges tem inicio na Praça do Ferreira, mais precisamente na Rua Major Facundo e vai até a Rua Sena Madureira, onde muda o nome para Rua dos Pocinhos; (antigo Beco dos Pocinhos).


A foto antiga data de 1933, época em que era ainda novidade o posto de carros de aluguel "Mazine", do comerciante Waldemar Gomes Freire, conhecido por "Mazine", que durou até o início de década de 60 e que durante toda a sua existência só utilizou carros da marca "Packard". O escritório do posto e garagem Mazine ficava onde é hoje a Casa Pio naquele quarteirão.


Na antiga foto vemos a pavimentação de concreto, os trilhos e fios de bondes e um exemplar de bonde, além de um "auto-ônibus" da "Light". A iluminação pública era feita por combustores a gás carbônico e na foto vemos alguns. No fundo, está, em construção, o prédio que depois abrigaria o bar "O Jangadeiro" de Luiz Frota Passos (onde depois esteve a Farmácia Humanitária) principal nos tempos de guerra.


Fachada da Padaria Lisbonense - Arquivo Nirez


Vizinho, o sobrado de esquina da década de vinte, onde funcionou o "Peixe-frito" ou "Trianon". Na dobra do lado direito da rua Pedro Borges, logo após a esquina onde foi a loja "A Cearense", de Aprígio Coelho de Araújo, que depois (1939) se mudaria para a rua Barão do Rio Branco, destaca-se o sobrado onde funcionava a famosa Padaria Lisbonense, que além do sobrado, ocupava também a casa de três portas vizinha pela direita. Em primeiro plano na foto, um guarda de trânsito característico da época, com quepe, túnica, culote e polainas.


A foto mais recente mostra a grande diferença de época pelos prédios, pela calçada, pelos postes e fios, sinalização, bancas de revistas, calçadões, novas lojas, iluminação a mercúrio, etc. Carnaubeiras enfeitam a nova praça e dois edifícios (espigões) servem de fundo. Na esquina agora estão as Lojas Leblon. Do lado direito temos hoje a Casa Amazônia; a Casa Pio, a Drogajafre, Via Sport e Leão do Sul. Do outro lado, onde foi A Cearense, hoje está uma loja do grupo C. Rolim e onde foi a Padaria Lisbonense hoje é o Shopping Lisbonense.




Fonte - Fortaleza de Ontem e de hoje, Nirez


segunda-feira, 8 de março de 2010

Pastelaria Leão do Sul - Vai um pastel com caldo de cana?


Foto do final da década de 30

Com mais de 90 anos de existência, a Leão do Sul se tornou ponto de encontro e até atrativo turístico da cidade de Fortaleza, vendendo o delicioso pastel com caldo de cana. 

Foi fundada no ano de 1926, na Praça do Ferreira, centro de Fortaleza, e segundo análise de documentos antigos o primeiro proprietário foi o Sr. A. Silva.

O nome Leão do Sul surgiu desde sua fundação e há duas versões com relação à escolha deste nome: a primeira foi devido a sua localização que fica ao sul da Praça do Ferreira e porque o proprietário era torcedor do time Fortaleza Esporte Clube, e a segunda é que ele era torcedor de um time de futebol do sul do país de mesmo nome.

A Leão do Sul funcionando como Mercearia. Acervo da pastelaria
Na década de 20, o estabelecimento funcionava como uma espécie de mercearia que vendia produtos de primeira linha, além da “merenda”, vendia produtos como: enlatados importados, bacalhau de primeira qualidade, queijos, azeitonas, vinhos, doce de buriti, manteiga da terra, bombons importados, café torrado e moído na hora, dentre outros. Estes produtos depois de vendidos eram embrulhados em papel de rolo e amarrados com cordão, e o banco onde as pessoas sentavam-se para lanchar eram caixotes grandes e vazios dos bacalhaus importados.

Naquela época era comum encontrar senhores de Terno de linho branco e chapéu fazendo suas compras no centro da cidade.



Foto da década de 50

Em 1952, o empreendimento é vendido ao senhor Dimas de Castro e Silva. A administração do “Seu Dimas” como era chamado, ficou marcada pela forma simpática e afável de tratar seus clientes, estava sempre à beira do balcão pronto a atender e prosear. Naquela época a máquina registradora ainda era a manivela e fazia muito barulho ao registrar os produtos vendidos.




Com o passar dos anos, seus filhos também o ajudavam dentro da empresa, mais posteriormente cada um seguiu uma nova profissão independente.

Nesta época, o caldo de cana e o pastel já eram a dupla mais vendida na Leão do Sul. O pastel, que não era feito lá, chegava de bicicleta em latas de gordura coberto com um pano, ainda quentinho, e caldo de cana que saia geladinho da engenhoca, tinha a cana-de-açúcar raspada na hora, antes de ser moída. Muitas vezes fazia fila para se lanchar ali naquele cantinho apertado.



Na década de 50, o pastel e agarapa, eram concorridos pelos jovens que frequentavam a Leão do Sul ao final de cada sessão do Cinema Moderno ou do Cine Majestic. O caldo de cana que jorrava seu suco esverdeado na engenhoca e saia geladinho, concorria com outra bebida famosa da Praça do Ferreira, opega-pinto do Mundico. Esta bebida era um aluá feito de uma raiz conhecida na região. A pastelaria virou ponto de encontro e de paquera das alunas da Escola Justiniano de Serpa, famosa Escola Normal e estudantes do Liceu.

No ano de 1980, Renato Dantas e sua esposa, Maria Dantas, compram a Leão do Sul. Cabe ressaltar que não havia nenhum parentesco entre o primeiro, nem o segundo e o terceiro dono da pastelaria. Como vimos, ao longo dos anos foram vários os proprietários desta empresa, entretanto o nome Leão do Sul permanece até hoje, e no mesmo endereço, Rua Pedro Borges n° 193, Praça do Ferreira, Bairro Centro.

Foto da década de 50

Renato Dantas, um cearense que residiu por muitos anos em São Paulo, retornou a Fortaleza com a finalidade de se estabelecer e adquirir um empreendimento. Então foi ao centro da cidade, sentou-se na Praça do Ferreira e observou o movimento do comércio por completo, viu a movimentada Leão do Sul e seguiu até lá, conversou com o Seu Dimase “apalavraram” a compra do comércio, o que posteriormente foi legalizada.

É interessante lembrar que o Sr. Renato quando moleque entregava “bulim” (biscoito de goma) e doce de caju feito por sua mãe na Leão do Sul.

A partir do terceiro dono, Sr. Renato, algumas coisas mudaram: o pastel passou a ser fabricado no prédio da própria pastelaria, no 2º andar do pavimento superior, que depois de fabricados desciam em bandejas brancas pronto para serem consumidos, nos sabores de carne ou de queijo.


Foto de 1952

A esposa deste novo proprietário Maria Dantas, paulista, começou a fabricar os pasteis com uma receita que era de sua avó mineira. Esta receita foi aprovada pela clientela com sucesso e trouxe rapidez ao processo de fabricação, a massa ficou mais sequinha, crocante e macia ao mesmo tempo.

Apesar da mudança de proprietário, alguns funcionários foram permanecendo nas novas administrações e com o tempo somava-se ao quadro de funcionários do Leão do Sul seus descendentes e irmãos, desta forma tornou-se uma empresa bem familiar.



Com o desenvolvimento e a modernização do centro, alguns comércios foram cedendo lugar a novos empreendimentos, outros resistiam como a farmácia Oswaldo Cruz, a pastelaria Leão do Sul, a Sorveteria Odeon (Depois Itamaraty e hoje Couro Fino) e a Casa Bicho. Para acompanhar tal modernização, a pastelaria faz sua primeira reforma para oferecer mais conforto a seus clientes.

Então os velhos caixotes vazios de bacalhaus que serviam de bancos para os clientes, o balcão escuro e as prateleiras de madeira foram retirados. Foi construído um banco de alvenaria para acolher os clientes e os balcões foram trocados por um estilo mais moderno. Apesar do espaço físico da Leão do Sul ser estreito, a reforma trouxe um aspecto de modernidade, conforto, aconchego, praticidade e limpeza. Novos produtos foram oferecidos como: sanduíches naturais, coxinha, farinha de tapioca pré-cozida do Pará, fécula de batata, açúcar de confeiteiro, banana-seca e uma diversidade maior de bombons, outros foram retirados como, por exemplo, o bacalhau importado.


Foto do final da década de 60

Com o falecimento de Renato Dantas em 1988, sua esposa, Maria Dantas, que já administrava há tempos a empresa, começou a ensinar o ofício do comércio a seu filho mais velho, Dany Dantas que na época tinha apenas 13(treze) anos. A tradição da venda do pastel com caldo de cana era passada a mais uma geração.

Alguns produtos caseiros como a manteiga da terra, o doce de buriti e o colchão de moça, com o passar dos anos deixaram de ser comercializados nessa empresa devido a exigências da Secretaria da Saúde que passou a exigir a legalização dos fabricantes desses produtos. Outras mercadorias também deixaram de ser comercializadas pela diminuição da procura, vez que nos anos 90 houve um crescimento e desenvolvimento de comércios de bairro em Fortaleza, onde podíamos encontrar uma variedade de produtos mais facilmente.



Em 1997, com mais uma reforma no ambiente da pastelaria, houve algumas incrementações maquinarias. A engenhoca, de seu tamanho monstruoso ainda de ferro, que jorrava caldo de cana quando espremia a cana-de-açúcar, e fazia um barulho alto ao girar suas engrenagens, foi substituída por uma máquina de menor porte, silenciosa e toda em aço inox. Isto trouxe mais qualidade ao caldo de cana oferecido, se tornou mais puro, saudável e higiênico, visto que as garapeiras antigas feitas de ferro agregam um sabor diferenciado não tão delicioso ao suco por ser de ferro. Outra inovação da pastelaria foi o acréscimo do pastel de frango em seu cardápio.

Apesar das mudanças realizadas durante os anos, a Leão do Sul manteve o charme da dupla: caldo de cana e pastel, e a gostosa prosa ao pé do balcão. Além de fazer um delicioso e rápido lanche, histórias inusitadas e saudosistas são contadas no balcão da pastelaria, como: a azeitona com caroço, lembranças de namoricos do tempo da Escola Normal, das várias mudanças ocorridas na Praça do Ferreira e dos comércios que existiam por ali e que fecharam com o passar dos anos.
Os filhos do casal Renato Dantas e Maria Dantas foram aos poucos sendo inseridos ao trabalho no comércio, parecia estar no sangue dos descendentes a tendência para ser comerciantes. A matriz hoje em dia é administrada pelo filho mais velho Dany, apesar de sempre ter uma pitadinha administrativa de sua mãe.


Foto de 1969

Nos anos que se seguiram, o “carro chefe” da Leão do Sul, continuou sendo o tradicional e saboroso pastel com o adocicado caldo de cana. Houve várias modificações com relação à produção destes produtos oferecidos no intuito de melhorar a qualidade sempre posta em primeiro lugar.

Os tachos de fritura foram substituídos por fritadeiras potentes e sistemáticas. Ao invés do óleo para fritura, passou a utilizar gordura vegetal e posteriormente uma gordura onde é 0% trans. Ao invés de descer o pastel em bandejas, foi feito um elevador só para o pastel, e assim a empresa foi prosperando.


Foto dos anos 70

No início do século XXI, falava-se muito em revitalização do centro da cidade, recuperação das fachadas de prédios antigos, bem como proporcionar atrativos ao centro da cidade de Fortaleza, pois comerciantes estavam alarmados com a queda no movimento como um todo. Foi proposto e criado pela prefeitura da época, projetos arquitetônicos que buscavam reconstruir detalhes antigos das fachadas dos prédios, para assim resgatar o passado. Foi proposta a retirada das placas afixadas na fachada das empresas para assim destacar a beleza do prédio escondido há tempos.


Foto recente - século XXI


Devido a antiguidade do prédio onde funciona a Leão do Sul matriz, em 2003 a empresa fechou para reforma geral durante 2 (dois) meses, para recuperar da fachada e também reformar internamente. Neste período, muitos achavam que a empresa tinha fechado suas portas, e outros mesmo com o ambiente sendo reformado e a poeira para todo lado, entravam na construção buscando seu lanche predileto. Hora ou outra aparecia um e perguntava: Não sai nem um pastelzinho aí não? E caldo de cana sai? Com esta reforma foi recuperada a fachada do prédio antigo e foi feita uma modernização do ambiente interno, novos balcões de alvenaria com design mais moderno. Isto proporcionou ao cliente uma maior agilidade de atendimento e conforto, apesar do local ser estreito. Uma exposição de fotos antigas do centro foi colocada na parede, onde os clientes podem desfrutar de uma viagem ao passado fazendo seu breve lanche.

Foto de 2012 - Acervo 'No Pátio'

Segundo o gerente da matriz, Guanabara, a empresa criou um laço de ternura entre colaboradores e clientes. Muitos clientes são atraídos não só pelo produto de excelente qualidade, mas pela forma como são tratados pelos colaboradores do local, com um papo agradável. Muitas vezes já se sabe o que o cliente vai querer por sua assiduidade a pastelaria. Há quem diga que se alguém for fazer compras ou resolver algo no centro da cidade e não der uma passadinha na Leão do Sul para comer o pastel ou mesmo tomar só o caldo de cana, não foi ao centro. Parece que ficou faltando alguma coisa, é como diz o ditado: “Ir a Roma e não ver o Papa”.

Aos 79 (setenta e nove) anos de existência, a pastelaria Leão do Sul foi agraciada com o prêmio de “O Melhor Pastel da Cidade de Fortaleza”, pela revista Veja – O melhor de Fortaleza, no ano de 2005. Prêmio este que foram conquistados por mais dois anos consecutivos, ou seja: 2006 e 2007, e batalha-se para que o Leão do Sul continue conquistando mais títulos.

No ano de 2007, a filha caçula de Maria Aparecida Dantas, Kariny Dantas e seu esposo Ricardo, passaram a administrar a filial da Leão do Sul, na Aldeota (Foto ao lado). Com algumas inovações trazem a seus clientes sempre alguma novidade.

Assim como a administração da Leão do Sul sendo passada de pai para filho, tem sido assim também o aprendizado na degustação do crocante pastel com caldo de cana, que tem passado de geração em geração na família cearense.


Em 08 de Novembro do ano de 2010, uma nova filial foi inaugurada. A localização escolhida foi a Av. Bezerra de Menezes 1084, local de grande fluxo e conhecido como um dos grandes corredores comerciais de Fortaleza. O local remete lembrança a matriz, estrutura simples com um balcão de atendimento e um longo banco para sentar e degustar os pastéis com uma refrescante bebida.

Filial da Bezerra de Menezes. Acervo da pastelaria
Depois de quase 6 anos de funcionamento, em agosto de 2016 a filial Bezerra de Menezes encerrou suas atividades. O comércio desta região foi completamente prejudicado devido a nova sinalização nesta avenida da capital tão movimentada. A implantação do corredor de ônibus e a falta de estacionamento foram prejudiciais a circulação das pessoas entre as vias.



Fonte: Site da Leão do Sul

domingo, 7 de março de 2010

Lojas Paraíso




As Lojas Paraíso LTDA foi uma rede de lojas de móveis e eletrodomésticos de muito sucesso em Fortaleza/CE tendo como proprietário o Sr. Paulo Fernandes que começou sua vida profissional como representante comercial.

A rede surgiu na primeira metade da década de 80 e sua primeira loja instalou se na Rua Sólon Pinheiro com Duque de Caxias no centro da cidade de Fortaleza.

Crédito da foto - Diário do Nordeste

Inicialmente eram vendidos apenas colchões e logo depois foram introduzidos os móveis e eletrodomésticos, a loja era pequena, mas muito bem localizada e arrumada, o Sr. Paulo ficava sempre a postos em sua mesa para atender os clientes e tinha no crediário seu principal atrativo.

A segunda loja foi montada no centro de Fortaleza em uma das esquinas mais movimentadas em um período que grandes lojas como Romcy e Jumbo Eletro (Antecessor do Hipermercado Extra) estavam deixando o mercado. Paulo Fernandes aproveitou essa oportunidade e começou a montar lojas em pontos antes ocupados por outras lojas de eletrodomésticos.



A empresa de Paulo Fernandes investia muito em marketing, eram páginas inteiras nos jornais anunciando as ofertas de eletroeletrônicos e móveis muitos deles eram coloridos um luxo para a época, seu slogan era “Onde a tentação é o preço” e seu logotipo uma maçã, em 97 a Paraíso chegou aplicar R$ 3,5 milhões em marketing .

Em 1998 a Paraíso possuía 55 pontos de venda no Nordeste, localizados nos estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, empregando em torno de mil funcionários além de um amplo centro administrativo e depósito em Parangaba e uma frota de cerca de 40 caminhões para entrega e chegou a comprar o antigo Cine Diogo em Fortaleza onde funciona hoje um Shopping Center do mesmo nome e um prédio com oito andares com várias salas comerciais alugadas, talvez esta compra tenha colaborado para a diminuição do capital de giro da empresa.

Em Fevereiro 1998 as Lojas Paraiso entram com um pedido de concordata preventiva na vara de falências e concordata do fórum de Fortaleza, alegando no pedido que a medida é resultado do baixo fluxo de vendas no varejo, que sofreu uma redução de 60% em janeiro de 98 em relação a 97, das altas taxas de juros cobradas pelos fornecedores, além do elevado índice de inadimplência, em torno de 10%. Na época, o passivo acumulado era de mais de R$ 67 milhões menos de um ano depois, o passivo havia sido reduzido para pouco mais de R$ 29 milhões a Paraíso contava apenas com 18 lojas, em três Estados (Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará) e emprega 400 pessoas.

Lojas Paraíso de 1994

A falência das Lojas Paraíso, decretada no dia 30 de novembro de 1999 quando vários clientes ficaram sem ter como pagar seus crediários. O síndico da massa falida, Máximo Fortino na época informou que o grande problema da Paraíso na época foi a alta taxa de inadimplência. “A massa falida deve, hoje, menos de R$ 30 milhões. No entanto, tem mais de R$ 42 milhões a receber em pagamentos atrasados, isso sem contar com os imóveis e materiais em estoque pertencente à rede Paraíso”, disse.

Ninguém pode negar que a Paraíso fez história e deixou muitas saudades no comércio de Fortaleza e do Nordeste, pelo estilo de gestão empregado pelo seu controlador Paulo Fernandes, que era facilmente visto no centro de Fortaleza visitando suas lojas e cuidando de detalhes, e pela sua agressiva política de marketing.

Infelizmente o índice de inadimplência e o impasse com fornecedores, como a Gradiente, que atrapalhou a repactuação de prazos de pagamentos com os fornecedores, estão entre os motivos que a levaram a falência.


CréditoPedro Paulo Morales 

  

sábado, 6 de março de 2010

Romcy - Está no ar o barato do dia!

As lojas de varejo Romcy S/A foi uma rede de lojas localizada em Fortaleza, com 12 lojas, entre hipermercados e supermercados, 11 estavam localizadas em Fortaleza, 1 em Maracanaú e uma central de compras em São Paulo. Nessas lojas existiam ainda os Romcy-Car, que eram especializados em acessórios e serviços para veículos, além de cinco lanchonetes em suas unidades, que faziam muito sucesso e era ponto de encontro de muitas pessoas. O Grupo Romcy era formado ainda pela Romcy Informática LTDA e a Granjas Romcy S/A.

As atividades comercias dos Romcy começaram em 1948, com a firma Jacob Elias & Filho, onde vendiam miudezas que depois passou a ter várias filiais com nomes fantasias diferentes como, as lojas A Capital, Magazine Sucesso, Casa Vênus, Romcy Perfumaria, Romcy Magazine, e por fim a Super Loja Romcy.

Janelas e vitrine da sobreloja e térreo. Nirez
Em 1962, com a morte de Jacob, as lojas foram unificadas sobre a razão social de Romcy Comércio e Indústria S/A e estavam sob a responsabilidade de seus filhos José e Antônio Romcy, que partiram para unificar as atividades do grupo.

Em 1974, o Grupo Romcy comprou do comerciante Plácido de Carvalho um imóvel construído em forma de um castelo, que se localizava onde hoje fica a Praça Luíza Távora, na Avenida Santos Dumont, para a construção de um hipermercado, mas após alguns anos, seu terreno foi dado em pagamento de dívida de ICM ao Governo do Estado. Muitas pessoas atribuem a falência da empresa a demolição deste castelo, uma espécie de maldição. ¬¬

Esquina da rua Barão do Rio Branco com a Liberato Barroso na década de 70. À esquerda, vemos um pedacinho da Loja Romcy. Foto de Nelson Bezerra
Em 1975 foi inaugurado o Romcy Aldeota, uma loja com área de 14 mil m2, onde a empresa passa a investir também em supermercado, quase a mesma época em que passa a ser a 1ª loja de departamentos do Norte e Nordeste a funcionar com computador.

Na década de 80, o Canguru (que segundo se comenta foi também usado pelo Varejão Supermercados da Família Patriolino Ribeiro), símbolo das lojas Romcy, disputava o mercado com as Americanas, Lojas Brasileiras e Mesbla de igual para igual.

O Romcy mantinha um cartão de crédito próprio e no fim do mês, com a inflação galopante, comprar no Romcy era praticamente impossível, pois esta loja operava também no ramo de supermercados e vendia tudo no cartão. Na época, se dizia que quem não tinha um crediário no Romcy não tinha crédito na praça.

Em 1990, quando o Romcy pediu concordata, ele mantinha 1.702 funcionários e proporcionava quase 3.000 empregos indiretos e na época era também um dos maiores arrecadadores de impostos e um dos grandes empregadores do Estado do Ceará.


Foto: Anuário do Ceará 1972

Romcy em 1972 em pleno funcionamento.
A maior rede de lojas de departamento que o Ceará teve, escolhia bem a sua localização, tanto que todos os seus endereços estão devidamente ocupados quase 20 anos depois. O Romcy Planalto virou Bompreço Papicu, o Romcy Aldeota (Antônio Sales) virou Hipermercantil e hoje é ocupado pelo Carrefour, o Romcy Montese é o Hipermercado Extra, o Romcy Monte Castelo abriga a matriz do Expresso Guanabara no Ceará, que a propósito, nunca teve o que reclamar da infraestrutura das instalações (inclusive dotada de uma moderna estação de tratamento de esgoto), no Centro de Fortaleza, suas lojas estão todas ocupadas, as duas na Rua Barão do Rio Branco e a do Parque das Crianças, onde hoje funciona (no prédio que faz fundo também com a Praça Murilo Borges - Praça do BNB) um Super Lagoa e uma Rabelo, o Romcy Benfica, cuja obra não foi concluída pela empresa, hoje é o bem sucedido Shopping Benfica. Tantos acertos não foram por acaso, houve estudos muito bem feitos.

Nas propagandas a empresa também inovou, trazendo o Assis Santos quando anunciava as ofertas para o dia seguinte com o slogan “Barato do dia Romcy” no intervalo do Jornal Nacional da Globo ou os anúncios de páginas inteiras nos jornais, ou com a promoção famosa, inédita e audaciosa “Romcy dá dinheiro vivo”, nos anos 70. Antônio Romcy analisou a conjuntura econômica do país e usou a inteligência para criar a campanha. O raciocínio de Antônio Romcy foi rápido e perspicaz: se era de se pagar 10% às financeiras, por que não estimular a compra a partir de seis prestações e dar esse percentual diretamente ao consumidor? Foi um sucesso!


Elevador Social e escada que interliga os pavimentos do antigo Edifício Romcy. Fotos de Samara Aguiar em 16/12/2008.

Em Dezembro de 1990, o Romcy pede concordata preventiva motivada pelos problemas causados pelo Plano Collor, como a inadimplência de seus clientes, o que causou um desequilíbrio financeiro. Porém seu patrimônio era suficiente para cobrir suas dívidas e inicia a reestruturação de seus negócios com fechamento de algumas lojas. Também foi noticiada a venda da empresa para o Grupo Sendas do Rio de Janeiro e Lojas Tamakavy do Grupo Silvio Santos.
Loja Romcy 1972. Acervo Isabel Pires
Em 1992 já consegue levantar a concordata e planeja a volta ao ramo de supermercados com a reinauguração da loja do Parque das Crianças, o que não foi possível, porém o filho de Antônio Romcy inaugura o Supermercado Básico na Rua José Lourenço e no prédio do antigo Romcy do Parque das crianças. Ocupando metade da área que o Romcy ocupava, o novo empreendimento, por questões de mercado, não deu certo.

Por volta de 1993, a empresa com apenas uma loja em funcionamento, tem a falência decretada, deixando muita saudade. O seu patrimônio imobiliário foi usado para saldar dívidas bancárias, trabalhistas e com fornecedores. Para se ter uma ideia, apenas a loja do bairro Montese, onde também funcionava a matriz do Grupo, estava avaliada em US$ 10 milhões de dólares.

Romcy Montese

Sem dúvida as lojas Romcy deixaram um vazio no mercado cearense, pela importância que teve na vida social e econômica do Ceará.

Estado atual do edifício Romcy na esquina das ruas Barão do Rio Branco com Liberato Barroso

Foto de danos encontrados no 5º pavimento da edificação e telhas desalinhadas na coberta. Foto: Samara Aguiar em 2017.

"O prédio atualmente se encontra bastante deteriorado devido à sua subutilização após a falência da Organização Romcy. A edificação apresenta infiltrações, presença de entulhos, piso com cerâmicas quebradas, paredes sem reboco, escadas e elevadores abandonados, circulações bloqueadas e rede elétrica danificada.

Loja no pavimento térreo. Foto: Samara Aguiar em 16/06/2017
Sua coberta apresenta telhas desalinhadas, calhas improvisadas e até mesmo ausência desta, além de não apresentar cumeeira. Problemas que provavelmente acarretaram na infiltração existente nos pavimentos superiores.

Vista do Subsolo da edificação. Foto: Samara Aguiar em 11/01/2017
Os pavimentos térreo e a sobreloja por serem os andares que continuam sendo utilizados na atualidade para o comércio, são os que estão em melhor estado de conservação. Hoje, o térreo está alugado para 6 lojas diferentes, o que levou a necessidade de separação física entre elas, devido a isso o acréscimo de paredes é a principal descaracterização nesses andares, Além disso, foram retiradas as marquises existentes originalmente na laje do térreo.

Vista de um dos pavimentos. Foto: Samara Aguiar em 16/06/2017
  Piso danificado no pavimento e escada enferrujada no subsolo. Foto: Samara Aguiar em 11/01/2017


O subsolo atualmente é utilizado como depósito para os ambulantes que vendem no calçadão da Liberato Barroso, porém não apresenta nenhum tipo de conservação por parte de seus usuários. Os andares não utilizados apresentam pior estado de conservação. Encontra-se nesses pavimentos: um piso bastante danificado com cerâmicas quebradas, escadas e elevadores enferrujados, circulações bloqueadas por tapumes ou alvenaria.

Escadas bloqueadas por tapumes/alvenaria no subsolo. Foto: Samara Aguiar em 11/01/2017
As fachadas nordeste e sudeste estão bastante descaracterizadas, as antigas vitrines do térreo foram trocadas por portas de correr, por causa das diferentes lojas alocadas que prezando por maior segurança e praticidade optaram por esse tipo de abertura. No 3°, 4° e 5º pavimentos, por trás do plano de vidro criado pelas esquadrias, foi construída uma parede de alvenaria com o intuito de vedação, visto que esses andares atualmente não apresentam uso.

Danos na fachada Nordeste. Foto: Samara Aguiar em 16/06/2017
Danos na fachada Sudeste. Foto: Samara Aguiar em 16/06/2017
Na fachada nordeste, as esquadrias do 3º e 4º andares foram retiradas, restando somente os castilhos, na sobreloja as esquadrias foram modificadas perdendo sua inclinação original e uma estrutura metálica foi acrescentada a volumetria do prédio para fixação dos letreiros das lojas. Na fachada sudeste, todo o plano de esquadrias do 3º ao 5º pavimento foi retirado e na parede de alvenaria adicionada foram feitos cobogós buscando trazer luz e ventilação mínima à parte abandonada do edifício. As esquadrias da sobreloja foram trocadas não apresentando mais a inclinação existente nas janelas originais."

Samara Aguiar


Fonte: Jornal O Povo edição de 11/12/1990, Pedro Paulo Morales e jornais da época.
 
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