Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : bonde
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
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sexta-feira, 27 de março de 2015

Companhia Ferro Carril do Ceará




Posto Central da Companhia Ferro Carril, em 1912.

Na Fortaleza antiga, o transporte coletivo urbano coube, em privilégio, a Tomás A. da Mota que, em 25 de abril de 1880, incorporou a Ferro Carril do Ceará. A empresa de transportes colocou à disposição dos passageiros 25 bondes, cada um com 25 lugares, e que cobriam diversos trechos.





Eram veículos puxados por animal (bondes de burro). A extensão total das linhas era avaliada em 7.500 metros. Um anúncio avisava aos passageiros que os carros partiriam do Mercado Público (local ocupado hoje pelos edifícios do Palácio do Comércio e Banco do Brasil), de meia em meia hora e enquanto houvesse passageiros.


Passagem da Ferro Carril do Ceará - Arquivo Nirez



O preço da passagem era de cem reis. Os carros eram de tamanhos diferentes: havia os de 4, 5 e 7 assentos. Os trilhos eram de madeira pregada nos dormentes, forrada por cima de cantoneiras de ferro, sobre cuja face plana corriam as rodas.
Os bondes de burro funcionaram e transportaram passageiros até 1913, quando foram substituídos pelos bondes elétricos da Ceará Light and Tranways Power Co.




A Companhia Ferro Carril do Ceará, criada na década de 1870, ganhou autorização de funcionamento de D.Pedro II, através do decreto Nº 5110 de 09  de outubro de 1872. Após alterações em seus estatutos aprovados pela Princesa Isabel em 1877, a Ferro Carril entrou em pleno funcionamento.

No dia 25 de abril de 1880, às sete horas da manhã a Ferro Carril inaugurou o serviço de transporte público em Fortaleza com bondes puxados por burros. Uma média de 161 animais exerciam esse trabalho.
Saindo da Praça da Assembléia, eles percorriam os trilhos da linha da Estação e do Matadouro Público.


Ferro Carril do Ceará - Arquivo Nirez



A Estação dos Bondes, com o escritório da Companhia, ficava na antiga Estrada de Messejana na chamada Boulevard Visconde do Rio Branco. Em 12 de Junho de 1898 foi adquirida pela firma J. Pontes & Cia, formada pelos sócios Thomé Augusto Mota, João Pontes de Medeiros e Solón Costa e Silva que manteve a mesma denominação de Ferro Carril do Ceará até 1905. Em 1906 a empresa passou a ser propriedade da Sociedade T.A. da Mota & Cia, formada pelos sócios Thomé A. da Mota e Solón Costa e Silva. Em 06 de Junho de 1912 os direitos da Companhia são transferidos para The Ceará Tramway & Power Company Ltda. e no dia 24 do mesmo mês e ano a Companhia foi extinta.



Linhas Urbanas: 

*Estação dos Bondes / Matadouro Público (Fortaleza)
*Estação dos Bondes / Mercado Público (Praça da Assembleia)
*Estação dos Bondes / Pelotas (Fortaleza)
*Estação dos Bondes / Rua da Praia (Alfândega)
*Estação dos Bondes / Via Férrea de Baturité
*Mercado Público (Praça da Assembleia) / Rua da Praia (Fortaleza)
*Mercado Público (Praça da Assembleia) / Via Férrea de Baturité
*Pelotas / Benfica (Fortaleza)
*Pelotas / Rua da Praia (Fortaleza)
*Praça do Ferreira / Alagadiço (Fortaleza) 

*Praça do Ferreira / Benfica (Fortaleza)
*Praça do Ferreira / Estação dos Bondes (Fortaleza)
*Praça do Ferreira / Fábrica de Tecidos (Fortaleza)
*Praça do Ferreira / Jacarecanga (Fortaleza)
*Praça do Ferreira / MororóCemitério (Fortaleza)
*Praça do Ferreira / Praça Fernandes Vieira (Fortaleza)
*Praça do Ferreira / Rua da Praia (Fortaleza)
*Praça do Ferreira / Via Férrea (Fortaleza)
*Via Férrea de Baturité / Matadouro Público (Fortaleza)
*Via Férrea de Baturité / Pelotas



Foto datada de 1906 que mostra o bonde puxado por burros da empresa Ferro-Carril.


Fatos Históricos



 03/02/1877 - Fundada em Fortaleza a Companhia Ferro-Carril do Ceará (de bondes de tração animal) por Alfredo Henrique Garcia (Alfredo Garcia) e o comendador Francisco Coelho da Fonseca



. 29/11/1879 - Iniciam-se os trabalhos de assentamento dos trilhos de ferro para os bondes de tração animal da Companhia Ferro Carril do Ceará. Os primeiros assentados foram em frente ao mercado, na Praça Carolina

 24/04/1880 - Inaugura-se, em Fortaleza, a Companhia Ferro-carril do Ceará, com 4.210 metros de linha de bondes de tração animal.
Em 1912 os direitos são transferidos para a companhia inglesa The Ceará Light & Power Cº Ltd., que passa a explorar os bondes puxados a burro e ao mesmo tempo instala os de tração elétrica, que começam a circular a partir de 1913 e vão até 1947 quando desapareceram do cenário.








 18/10/1894 - Fundada a Companhia Ferro-Carril de Arronches (Porangaba, depois Parangaba), por uma sociedade anônima que depois passou para a firma Gondim & Filhos, dirigida pelo coronel Arlindo Gondim.
A linha partia de Parangaba e vinha até o final da linha do Benfica, em frente ao Café do Pedro Eugênio.




 24/04/1896 - Fundada em Fortaleza a Companhia Ferro-Carril do Outeiro (Aldeota), que inaugurou sua primeira linha no dia 12 de outubro. Era dirigida por F. H. Harding

. 13/05/1896 - Inicia-se o assentamento dos trilhos dos bondes da Companhia Ferro-Carril do Outeiro (Aldeota).

 12/10/1896 - Inaugura-se a Ferro-Carril do Outeiro (Aldeiota, depois Aldeota), com linha ligando a Praça Benjamin Constant (atual Praça da Bandeira) à Praça do Ferreira. Pertencia a membros da família Acióli.



 06/06/1912 - São transferidos os direitos da Companhia Ferro-Carril do Ceará (bondes de tração animal), já da firma J. Pontes & Companhia, para a The Ceará Tramway Light & Cº Ltd

 13/01/1921 - Morre, vítima de ataque cardíaco, aos 63 anos de idade, o comerciante João de Pontes Medeiros (Coronel João Pontes), português nascido na Ilha de São Miguel em 14/07/1857.
Foi proprietário da Companhia Ferro-Carril, de bondes de tração animal.
Existe hoje, uma praça com seu nome no Monte Castelo


. 16/03/1930 - Morre, em Fortaleza, vítima de congestão pulmonar, em consequência de desastre automobilístico, que o fez padecer por cinco anos, aos 78 anos de idade, o coronel Solon da Costa e Silva, ex-proprietário da Empresa Ferro-Carril, de bondes puxados a burro, sócio da firma Solon & Valente.
Era cearense de Rio Formoso, Pacatuba, nascido em 08/02/1852.
Existe hoje, atravessando os bairros de José Bonifácio e Fátima, a Rua Coronel Solon, em sua homenagem.


Observação: Repostado com mais informações!


Fontes/Créditos: Eliomar de Lima, Cepimar, Cronologia Ilustrada de Fortaleza, Portal da História do Ceará/Gildásio Sá e Arquivo Nirez



segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Um passeio na história pela Praia de Iracema - Literatura de Cordel (Parte II)



Luís Antonio de Aragão


PONTES

Final Século Dezoito
Paredão Pedro Segundo
Antes das pontes havia
Nos ligava com o mundo.




E lá no Estaleiro ainda
A paisagem é muito linda
Com o “Mara Hope” ao fundo 



Acervo de Tiago Medeiros

Ponte Metálica foi feita
Para ser primeiro cais
No entanto, o mar revolto
Não permitiu, jamais.

Ao largo a nau ficava
Ela nunca atracava
A distância era demais



Acervo Assis Lima

Itaimbé, Itaquicé
Os Itas da Companhia
Alvarengas iam buscar
A cara mercadoria
Visitantes esperavam
Gasolinas chegavam
E todo mundo trazia



O fotógrafo está ao lado da Secretaria da Fazenda (Próximo onde funcionou a firma V. Castro & Companhia), olhando para a Avenida Pessoa Anta (endereço de muitos armazéns da época), tendo ao lado direito o início da Avenida Alberto Nepomuceno. Arquivo Nirez

Pro’s armazéns do Boris
Tinha a Loyd e V. Castro
Não “enricou” quem não quis
Sob trilhos em vagões
Carregam os peões
A riqueza do País

Ponte velha tremia
Ameaçando cair
Os estrangeiros tiveram
Outra que construir
Também não suportou
O mar não demorou
A dos ingleses ruir

Um Cais se conseguiu
Logo depois da Guerra
Mucuripe ondas do mar
Iracema aqui soterra
É bela página virada
De uma história contada,
Um período que se encerra

Catolé lidou nas pontes
Nelas bem trabalhou
Em anos 3 e 26
De tudo participou
Ele dizia: "Meu filho,
Da Ponte até os trilhos
A força do mar levou"
.
Lá do Alto da Balança
Escola de instrução
Por cima da Ponte veio
Pousar um avião
Do Aeroclube seu fundador
Mestre Clésio testemunhou
Esta única ocasião.



BONDINHO E MARIA FUMAÇA




Pelas ruas sempre calmas
Bondinho trafegava
Por sobre os trilhos do tempo
Passageiros se levava
Lá na Praça dos Leões
E em outras estações
O povo desembarcava



Turmas pegavam bochecha
Toalhada era sem dó
O condutor se zangava
A pivetada de cor
Zombava do Motorneiro
Gritava num coro inteiro
Mamãe... Mamãe Dorme só...



Tinha a Maria Fumaça
Que levava os operários
Para a construção do Cais
“Sapeca” com os diários
Pilotava a Cento e Seis
A Vinte Nove e a Três
Nunca faltou aos horários

Diante ao “Ferro de Engomar”
Uma pedra do trem caiu
Groairas com Tremembés
Tudo aquilo a turma viu
Foi a Pedra da Saudade
Ali se previu em verdade
A Praia se destruiu




ANTIGOS RESTAURANTES


Ramon, o espanhol
Tinha belo Restaurante
Defronte ao mar ficava
Tudo se foi num instante
Netuno enfurecido
Pelo Cais construído
No mar fez um levante

O Deus do mar não perdoa
Com ira e inclemência
Soterrou o litoral
Inclusive as residências
A de Ramon desabafou
O velho gringo chorou
Daí foi pra decadência

Sempre após meia-noite
O pontual Zero Hora
Sopa cabeça de peixe
Da Ressaca era a melhora
E dos clubes elegantes
Vinham de perto ou distante
Ver o romper da aurora

Recordando o Tony’s
Lembrando Figueiredão
Sorvete bem gelado
E show com nova atração
Vento trouxe Veleiro
Um “Barco” passageiro
Depois do aluvião

Edifício era o Restô
Ali foi o velho Lido
Monsieur era Charles
Francês muito querido
Após, Alcino ficou
Artistas apresentou
Sucupira muito ouvido



Tucupi com camarão
É gostoso Tacacá
Foi um bar restaurante
Estoril, junto de lá
Comida degustada
Umbelina “mãos de fada”
Viva o povo do Pará

Houve conosco o Nylu’s
Do Nilo que é Holanda
Ninguém esquece Dandão
Coração é quem manda
CaytonGlauberPebinha
GláuciaGueda,Toinha
A família, onde anda?

Se for pra escolher,
Preferisse a Opção.
Vir a ser recebido
Pelo Aroldo Aragão
Não é por ser parente
O homem é competente
Nosso querido “Aroldão”.



VELHOS BARES

Zaírton Gruta da Praia

O bar nunca fechou
Um, Sete, Quatro, Sete, Oito...
Alô, Gruta ao seu dispor
Peixe fresco, água de coco
De tudo tinha lá um pouco
Zairton, Deus levou

Era Beco do Rosalvo
A Canaã do Oliveira
Êta, que cachaça boa
Sempre pura e de primeira
Na hora que o bar fechava
A turma inda chorava
Por mais uma saideira




Ali esteve o Sambinha
Do tamanho d’ um polegar
Uma mulher a Maria
Ela foi dona do bar
Andando lá, gerações,
Cantaram suas canções
Reviver, é bom sonhar

Hoje é Bar Doce Bar
Do folclore parada
Didi é “Prateado”
Dessa Praia idolatrada
Maurício nome marcante
Pra’s mulheres, importante,
É o “Rei da Madeirada”

Bar Doce Bar recuou
No canto foi Gourmezinho
À esquerda do “São Luís”
Eram Lúcia Galeguinho
Getúlio é o dono do ponto
E fato e muito conto
Narra-se sobre o barzinho


No posto tinha o Postinho
Em meio à bifurcação
De José Néri, o Didi
Empresário de ação
O filho Othon chamado
Posto de Iracema tem dado
Trabalho e dedicação



Iara e Raimundinho
Os dois bares da paixão
Aleardo e Titico
Vicente do Violão
Carlinhos Seresteiro
No Acorde Violeiro
Com sua pura canção


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