Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Humor Cearense
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



terça-feira, 4 de maio de 2010

Humor Cearense

Certa vez, um rapaz estava viajando pelo mundo, num desses lugares que têm estação de esqui.
Estando num shopping, na praça de alimentação, lamentavelmente presencia uma pessoa caindo (no nosso linguajar, levando uma queda!).
E eis que surge o inesperado naquele momento: sabe-se lá de onde, no meio da multidão, surge um IEEEEEEEEEEEEIIIIIIIIIIII!
Então esse rapaz foi atrás do grito e bingo!: um cearense.

Pra quem conhece razoavelmente os cearenses, essa história (dizem ser verídica!) representa 3 fatos reais do povo alencarino:

1 - Iei é o nosso código/vaia de identificação universal
2 - Os cearenses estão em todo canto do mundo.
3 - Rimos de praticamente tudo

Sabemos que vaiar uma pessoa é má educação, mas esse é um hábito comum de um povo em que tudo vira motivo para rir e fazer uma piada.

"A comicidade característica da cidade tem uma explicação cultural. Cearense genuíno tem um jeito moleque, no bom sentido, de encarar a vida, mesmo com as dificuldades históricas da região. O humor seria a válvula de escape. Uma forma de driblar as dificuldades, de rir da própria miséria. Essa não é uma marca das gerações mais recentes. Um dos primeiros registros históricos da gaiatice cearense foi o movimento literário Padaria Espiritual, de 1892. Muito antes da Semana de Arte Moderna, os "padeiros" já produziam o Pão do Espírito, um jornal modernista e, claro, irreverente. Outra marca histórica da molecagem cearense é o bode Yoyô, um animal simpático e paparicado que virou peça do Museu Histórico do Ceará.

O episódio mais célebre, no entanto, foi noticiado no jornal O Povo, de Fevereiro de 1942. Um grupo numeroso de pessoas vaiou o sol quando ele interrompeu uma rara manhã de chuva na cidade.


Essa é uma afirmativa verdadeira: o cearense é gaiato por natureza.
Isso é tão verdade que quando lembram dos nossos produtos

de importação alguns se recordam de calçados, produtos têxteis, castanha de cajú, lagostas e camarões.... mas todos evocam nosso principal produto: os HUMORISTAS.


Chico Anysio, Falcão, Renato Aragão, Tom Cavalcante, Tiririca, Wellington Muniz (você o conhece: ele é o Ceará e o Paulo Jalasca da rádio Jovem Pan e o clássico Sílvio Santos do Pânico da TV)... Diria até que Seu Lunga é humorista! rsrs

Temos até um teatro próprio: o Teatro do Humor Cearense.
Alguns dos nossos melhores bares possuem show de humor. Foram neles que surgiram nossas principais atrações humorísticas, que estão em diversas emissoras de TV: Tiririca, Rossicléa, Ciro Santos, Skolástica, Paulo Diógenes, Wellington Muniz...


Boa parte das piadas é IMPROVISO. E sinceramente, algumas não são nada inocentes.
Além disso, só aqui mesmo para o humorista descer do palco e fazer "hora" (piada) com a cara da platéia e ela rir!
Não dá pra se sentir agredido: somos assim mesmo!

Agora um texto encontrado no Google:

"Sou do Ceará"
Ricardo Gondim

Ser do Ceará é mais do que nascer no Ceará, é conseguir reconhecer, à distância, uma cabecinha redonda, um sotaque cantado, uma orelha de abano, um jeito maroto de encarar a vida.

Ser do Ceará é saber a estação certa de colher um sapoti, conhecer os vários tipos de manga e nunca comprar ata verde demais; é dar sabor a um baião de dois com queijo coalho.

Ser do Ceará é gostar de cocada, de suco de tamarindo, de sirigüela vermelha, de água de coco docinha.

Ser do Ceará é engolir o final dos diminutivos - cafezinho vira cafezim; Antônio vira Toim; bonzinho vira bonzim. Lá se fala aperreio na hora do sufoco; o apressado é avexado; o triste fica de lundu; quem cria problemas, bota boneco.

Ser do Ceará é morar onde os muros são baixos; quer dizer, lá todo mundo sabe dos outros. A melhor conversa entre cearense é fofocar sobre a vida alheia. Aparecer em coluna social é o máximo; os que pertencem a uma família com pedigree, fazem parte dos eleitos. Os Studarts, os Frotas, os Távoras, os Jeiressatis são considerados o supra-sumo.

No Ceará não se compra casa do lado do sol; isto é, ninguém valoriza uma propriedade com a frente voltada para o poente. O sol não perdoa; é inclemente, ardido, feroz, cansativo. Lá quem não souber lidar com o astro rei, não dura muito tempo.

Entre dez da manhã e cinco da tarde, o sol deixa todo mundo melado; não existem peles secas no Ceará, todas são oleosas.

Ser do Ceará é aprender a dormir de rede, a gostar do cheiro de lençol limpo, a tomar banho frio, a valorizar a brisa do mar. Lá o perfume de sabonete tem outro valor. No Ceará as mulheres não usam meias finas, os homens não toleram gravatas e as crianças não sabem o que é uma blusa de lã.

Ser do Ceará é ter orgulho de afirmar que pertence à terra de José de Alencar, Patativa do Assaré, Fagner, Eleazar de Carvalho, Clóvis Bevilácqua. Lá amam-se as artes; cria-se repente com facilidade, conversa-se com rima.

Ser do Ceará é lidar com umidade, com camisas molhadas de suor, com mofo, com moscas aos milhões, com muriçocas impertinentes, com baratas avantajadas, com viroses brabas, com desidratações súbitas. Lá os fracos morrem rapidamente; o darwinismo com sua teoria da sobrevivência dos mais fortes se prova com facilidade. No Ceará nuvens negras são prenúncio de bom tempo e relâmpago, uma bênção. Em dia chuvoso ninguém gosta de sair de casa.

Ser do Ceará é rir por tudo. E tudo vira piada; lá sobra humor até para vaiar o sol quando interrompe a chuva.

Os cearenses são antes de tudo uns fortes; ao mesmo tempo deliciosamente bons e perversamente maus. Lá é terra de pistoleiro e de santo; de revolucionário e de coronel caudilho; de guerreiro e de preguiçoso.

Sou cearense. E por mais que tenha tentado, não consegui apagar o meu amor por esse chão que me acolheu no mundo. Lá nasci, casei e tive filhos. No Ceará despertei para o mundo e infelizmente, sepultei o restim de esperança que nutria pela humanidade. O Ceará foi o meu ninho e é o meu túmulo; maior alegria e pior desgraça.

Contudo, apesar de tudo, continuo enamorado do meu berço. Não consigo desvencilhar-me de ti, loira desposada do sol.

"Soli Deo Gloria."
Esse post é para abrir uma nova seção, onde falarei dos nossos humoristas que tanto orgulho nos dão!!!

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