Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Passeio Público
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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Passeio Público


Estamos na Avenida Caio Prado, que fica atualmente nos fundos do Passeio Público, aquela que dá para o lado do mar.
Foi iniciada, em 1864, a construção do Passeio Público no Largo da Fortaleza ou Campo da Pólvora, que era a primeira praça da povoação, na gestão do presidente da Província Dr. Fausto Augusto de Aguiar, compreendendo três planos, o atual e outros dois mais abaixo, hoje ocupados pela Avenida Leste-Oeste.
O Passeio Público já foi Campo da Pólvora, Largo da Fortaleza, Largo do Paiol, Largo do Hospital de Caridade, Praça da Misericórdia e, a partir de 03/04/1879, Praça dos Mártires. Teve dois nomes não oficiais: Campo da Pólvora (1870) e Passeio Público, pelo qual é hoje conhecido. A praça foi urbanizada em 1864.
Havia três planos em três níveis, destinados às classes rica, média e pobre. Por volta de 1879 as duas praças mais baixas foram desativadas e a atual foi dividida em três setores com a mesma finalidade, ficando os ricos com a avenida do lado da praia, a classe média com a do lado da Rua Dr. João Moreira e os pobres com a central. Foi nesta época que o passeio recebeu as bonitas grades de ferro que o rodeavam e que foram retiradas em 1939 e recentemente feitas novas de acordo com as antigas.
O nome de Praça dos Mártires é uma homenagem aos heróis tombados ali, pertencentes ao movimento República do Equador,
que foram bacamarteados: João Andrade Pessoa Anta, tenente-coronel Francisco Miguel Pereira Ibiapina, padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó, tenente de milícias Luís Inácio de Azevedo e o tenente-coronel Feliciano José da Silva Carapinima.
Na foto mais antiga(primeira), vemos no fundo o velho quartel do 9º Batalhão das Forças Federais ainda com apenas um andar; várias dezenas de combustores de iluminação a gás ladeando a avenida; em primeiro plano uma coluna encimada por uma esfinge, que dava acesso a uma escada que levava ao segundo plano; por trás, trecho da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção e de frente para o fotógrafo pessoas posando para a posteridade, podendo-se notar a maneira de vestir da época, quando todos, sem exceção, usavam chapéus, independente de idade, cor, credo ou condição social.
A segunda foto mostra o mesmo trecho hoje, quando o quartel abriga a 10ª Região Militar e já tem dois pavimentos, que não são vistos por estarem cobertos pelas copas das árvores. Os combustores presentes encimando a grade não são os mesmos antigos, mas novos, com luz elétrica.


Rua João Moreira - Antiga Rua da Misericórdia - Passeio Público

A atual Rua João Moreira já se chamou Rua Nova da Fortaleza, Rua da Misericórdia (por causa da Santa Casa), Rua General Tibúrcio e Rua nº 17.
Na foto antiga, que data de 1905, o fotógrafo está na calçada do Passeio Público, próximo à esquina da Rua João Moreira com a Rua Barão do Rio Branco, de costas para esta. Do lado esquerdo vemos, as antigas colunas com as grades de ferro que dali foram retiradas em 1932 e que recentemente foram refeitas no mesmo estilo, porém, com proporções alteradas. Na ponta da calçada, os combustores de gás.
Do lado direito, o prédio de dois andares (incluindo o térreo), onde ficava o "Hotel de France", que foi depois reformado, passando a ter mais um pavimento e nele funcionou, por muitos anos, o Pálace Hotel, de Efrem Gondim. Atualmente, no mesmo prédio, está a Associação Comercial do Ceará.
É a esquina com a rua Major Facundo, que nasce ali. Do outro lado da rua, a casa com as janelinhas quadradas no sótão, que era dos "Mississipis" e na outra esquina, já com a Floriano Peixoto, o edifício onde funcionou o Hotel do Norte, de Silvestre Rendall e depois lá ficou por muito tempo os Correios, a Light, o Serviluz, a Conefor e a Coelce. Hoje, apesar de pertencer ao patrimônio da Coelce, ao abandono, tendo já desmoronado parcialmente durante uma chuva.
O tempo trouxe o que mostra a foto atual, como a presença de carros, o asfalto na rua antes com calçamento, postes e fios, etc. O prédio em primeiro plano, que antes tinha apenas dois pavimentos e quatro portas, na nova foto tem três pavimentos e seis portas; no outro lado da rua a velha casa dos "Mississipis" bastante alterada, o sobrado semi-abandonado da Coelce na esquina da Rua Floriano Peixoto.

Crédito: Portal da História do Ceará/Arquivo Nirez

6 comentários:

  1. Li sobre o Passeio Público!
    Lindo!!!!
    Depois retorno, para um
    extenso comentário!!!

    Bijos!
    Lúcia Paiva Bezerra

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  2. O Passeio Público em si, é muito lindo, pena que não seja tão valorizado como no passado, quando as famílias se reuniam e passavam a tarde naquela praça, época que os bancos ficavam lotados...

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  3. Minha mãe falava muito desse tempo,em que ela passeava, assistia à retretas e tal..nas décadas de 1920/30..

    Leila,se tiver chance,e ainda não leu, leia a "Antologia de João Brígido"- org de Jáder de Carvalho. Alí a gente conhece mais sobre "os bastidores" da Federação do Equador.

    Da pg 377 a 381 há uma relação das pessoas que foram condenadas à morte, ao degredo perpétuo e outras torturas, além das citadas no "post"e que foram bacamarteadas, os chamados "Mártires"...

    Meu pentavô materno, Antônio Bezerra de Sousa Menezes, fora condenado à morte mas sua pena foi comutada à prisão perpétua no Mranhão. Mas não chegou a sair do Ceará, morreu na prisão, aos 70 anos de idade. No livro de João Brígido êle é a 13ª pessoa da citada relação.

    Gosto de conhecer a História do Ceará, apesar de tão tristes episódios.

    Um forte abraço, amiga!
    Foi bom, rever o belo Passeio Público!!i

    Lúcia Bezerra de Paiva

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  4. Quando terminar 'D.Guidinha do Poço' (Sim, estou lendo pela segunda vez como te falei rsrs) vou procurar esses outros livros que vc sugeriu, tenho certeza que são maravilhosos e contam detalhes preciosos, apesar de tristes...

    Engraçado que a palavra "belle epoque" me remete imediatamente ao Passeio Público :)

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  5. Sim, principalmente nas fotos antigas que aparecem as mulheres com vestidos de época, sombrinhas, os homens de terno branco e chapéu...
    lembra Pariz....(nunca estive lá..rsrsr). Sofremos influência francesa nas letras, nas artes e algumas arquiteturas...era mesmo a "belle epoque" da nossa Fortaleza...BELA!!!

    Mais uma tarefa pra vc: já que esta relendo Dona Guida...qnd. sobrar um tempinho leia "A Afilhada", se ñ leu,é todo passado em Fortaleza do sec. XIX...praia do Meireles, Outeiro, Castro e Silva...Cem. São João Batista...Vale à pena...
    aliás, "tudo vale à pena, quando a alma não é pequena"...já dizia o luso poeta!!!

    Com essa eu vou...mas volto, minha linda amiga!
    Bijos!
    Lúcia Bezerra de Paiva

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  6. Esses livros (D. Guidinha, A Afilhada, A Normalista, Luzia homem...) li todos na época de escola, mas com certeza terei que lê-los novamente, porq agora com certeza a leitura será mais proveitosa, será como viver plenamente a época que passa a história, será delicioso! :D

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