Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

José Airton Ponte - O Boris


Jose Airton Ponte, o Boris, nasceu na cidade cearense de Sobral em 1949, sendo um dos doze filhos de uma família humilde, mas de fortes princípios morais.


Jovem destemido, aos 10 anos, começou a vender “água de quartinha” na Estação de Sobral* e aos 15 anos, partiu do interior em busca de melhoria de vida. Era o ano de 1964 e Fortaleza, a capital do Ceará, era uma cidade em ascensão, cheia de oportunidades para aquele garoto decidido a transformar seus sonhos em realidade.

“Naquela época, Fortaleza tinha 900 mil habitantes. Eu fui morar na rua Sete de Setembro, no Pirambu. E a gente ouvia falar que o Pirambu era um bairro muito perigoso, mas eu sempre gostei porque era muito próximo do Centro da cidade. Eu vinha a pé para o Centro. Tinha a (avenida) Francisco Sá.
E eu aprendi a andar para o Centro logo no segundo dia em que eu estava aqui. Comprei uns óculos nas Casas Freitas. Descobri onde era que os camelôs compravam óculos. Porque eu cheguei aqui e vi mais de 15 camelôs ali na esquina da General Bezerril ao lado da Assembleia vendendo óculos. Se tinha tanta gente vendendo óculos, é porque era um negócio bom.
Eu usava óculos esportivos e tinha sido um sonho ao comprar meus primeiros óculos. Aqui em Fortaleza eu comprei os primeiro óculos por um conto e duzentos e vendi por dois. Aí eu disse: o negócio é bom. Passei nove anos vendendo óculos esportivos no Centro de Fortaleza. Isso foi em 1964. Em 1969, eu dei um voo mais alto. Fui a São Paulo comprar lá.
Eu só tive um irmão que foi vender óculos comigo. Os outros seguiram outros comércios, confecção, indústria de esquadrilha de ferro.” Boris

“Boris, o rei dos óculos esportes”

Começou suas vendas na Praça do Ferreira, com óculos esportivos que eram conduzidos nas mãos.

Os primeiros anos na cidade grande foram de muitas dificuldades! Pelas ruas do Centro, Boris fez amigos e trabalhou como vendedor ambulante durante 9 anos, oferecendo os mais variados óculos esportivos.

Era o que sabia e o que amava fazer.

Em 1973, com fé, empenho e muito esforço, ele juntou suas economias e conseguiu a realização de um sonho, abriu sua primeira ótica “na galeria Brandão, número 2”, a primeira das Óticas Boris, com apenas um funcionário, que trabalha com Boris até hoje.

Seu sonho começava a se realizar.

“As óticas Boris foram fundadas em 23 novembro de 1973. Dentro das óticas Boris já passaram minha esposa, minha mãe, meus irmãos, cunhados e cunhadas, várias pessoas como sócios.

Foi o seguinte. Em 1967, meu pai resolveu voltar para Sobral. Eu disse que para Sobral eu não voltaria. Eu tenho mais de 45 anos aqui em Fortaleza. Não é que eu não gostasse de Sobral, mas é porque eu sonhava algo maior, um voo maior. Eu fiquei morando aqui como mensalista na rua SenadorAlencar, 817. De repente, aparece lá um cidadão, que era da Polícia Federal na época da revolução, Aureliano Duarte da Silva. Esse rapaz vinha do Rio de Janeiro e na época estava se montando aqui no Ceará o Departamento de Polícia Federal. E aí foi a minha sorte porque ele era um cidadão nota dez, um homem íntegro. Ele tinha um filho da minha idade e ele parecia muito com o papai fisicamente. Ele me ajudou em sua formação como policial a ajudar a arrumar melhor o quarto, a me orientar para aprender a escrever...
Em 1973, juntei minhas economias para montar meu negócio. Eu tinha uma casa aqui no Bairro da Piedade. Um quarteirão para aAguanambi com Dona Leopoldina, em frente ao prédio da Coelce. Aí eu vendi essa casa e comprei a chave de um ponto comercial na Galeria Professor Brandão.” Boris

Marchinha

Em 1975, essa loja foi a primeira a ganhar um jingle, uma das mais famosas estratégias das Óticas Boris em toda sua historia.

“Essa marchinha surgiu em função de uma besteira que eu fiz e, eu então para me retratar ao dono da galeria, que foi tão bom e tão generoso comigo, fiz essa marchinha. Eu acredito que ainda hoje quando ele escuta essa marchinha no rádio, na televisão, que é o seu João Neto Brandão, ele fica feliz. Eu tornei a Galeria Professor Brandão a mais famosa e a mais conhecida através desse jingle que toca há mais de 40 anos na televisão.” Boris

A marchinha era assim: 

"Se você vai comprar óculos, faça como eu fiz, na Galeria Brandão número dois, nas Óticas Boris"'.

O mais famoso, entretanto, é o que foi lançado em 1979 e toda criança cantava na época e hoje muitos adultos ainda lembram.

 O 'Cadê Cacá' foi criado por causa da novela 'Dancing Days' e era o nome do personagem interpretado por Antônio Fagundes.

“Cadê Cacá ca ca cá...? Tá na Boris Boris Boris..."

Pela sonoridade que lembra as marchinhas de carnaval, agrada aos ouvidos até de quem nunca ouviu falar na novela.

“Depois veio o “Cadê Cacá?”, que foi uma ajuda muito grande do meu estimado e saudoso amigo Irapuã Lima, que eu tenho uma gratidão muito grande. Ele tinha uma audiência muito grande. Era o Chacrinha do Ceará. Ainda hoje tenho muitos clientes por conta do Irapuã Lima.

Cacá foi do Dancing Days quando Antônio Fagundes saiu na revista Sétimo Céu e fazia parte como ator da novela com o personagem Cacá. Eu passei em uma banca de revista e o vi com uma armação de óculos oval no rosto e eu tinha muito aquelas armações dentro de casa. Eu cheguei e mostrei para o Irapuã Lima: Olha, Irapuã, eu tenho umas 900 armações dessas aqui e o nome do artista é Cacá. Então, vamos chamar essa peça de Cacá e vamos colocar no rosto das Irapuetes. Aí a orquestra toca e vamos fazer um jingle. Ele respondeu: Amanhã eu trago esse resultado. Ele disse que estava no banheiro e começou: “Cadê Cacá, Cacá, Cacá? Tá no Boris, Boris, Boris”. Ele era muito criativo e daí foi.” Boris

Dando um passo de cada vez e sempre considerando o cliente um rei e “para ele todas as honras”, as Óticas Boris conseguiram se estabelecer. O segredo do sucesso, Boris sabe de cor: “ser especialista em óculos de grau”.

As primeiras realizações

A loja recém-inaugurada apesar de modesta,  prezava em oferecer bons artigos a preços baixos, variedade de produtos e pronto atendimento a um público diversificado. Tudo isso aliado ao trabalho árduo e à confiança de parentes e amigos, permitiu que as Óticas Boris continuasse crescendo. Hoje já são mais de 40 anos de sucesso!
Em 1974 foi inaugurado o primeiro laboratório óptico e com o passar dos anos, as filiais e o prédio administrativo.
Homem de fé, Boris diz que não estaria mais vivo se não acreditasse tanto em Deus. Ele conta que, todas as vezes em que fica triste, lembra de tudo o que já passou e de como ele conseguiu superar as dificuldades com esforço.

O apelido

O codinome Boris, que José Airton carrega desde criança, veio meio por acaso, em função de um apelido que o pai, bom jogador em peladas, conseguiu:

“Meu pai se chama Francisco Ponte e, na sua juventude, apelidaram meu pai de Boris. Ele, jogando bola, pegou a bola, driblou três e fez o gol. E, na época, estava passando um filme com o Boris Karloff (ator britânico de filmes de terror que atuou em Frankenstein), que era um monstro, e aí colocaram esse apelido no meu pai. E eu andando com o meu pai aos seis, sete anos de idade, começaram a me chamar de Borizinho. Eu gostei e adotei esse nome de Boris.” Boris

O nome, que hoje é uma das marcas mais respeitadas no Ceará, foi usado pelo empresário desde o primeiro óculos esporte que ele vendeu nas ruas de Fortaleza, aos 15 anos.


As Óticas Boris se consolidou no mercado cearense e permaneceu firme diante das seguidas crises econômicas enfrentadas por nosso pais, sempre com muita esperança e determinação.

“Eu consegui transformar esse nome Boris em uma marca. Era o apelido de um simples vendedor de óculos, um camelô e consegui conquistar o respeito e a admiração da população do estado do Ceará. Esta marca está gerando mais de 500 empregos diretos, são 81 lojas. Hoje os filhos, noras e genros, também estão fazendo parte dessa marca.  O segredo da Boris é ser especialista em óculos de grau e assim sendo, nós vamos orientar o cliente na escolha da armação, na escolha da lente. Nós compramos bem para vender por um preço justo e fazer com que ele fique feliz com o produto que ele comprou.” Boris

*”O dinheiro que a mamãe tinha era 500 réis que eu peguei emprestado. Fui ao mercado, comprei uma quartinha (utensílio de barro), lavei, enchi de água e fui vender na estação. Aí foi um escândalo. Encontrei um primo rico na estação. Imediatamente, ele chamou meu pai e mandou me tirar da estação que era perigoso, mas não era só o perigo. Era a vergonha de ver o primo pobre vendendo água na estação...

Na semana seguinte o primo rico foi para o cinema com a namorada e se deparou comigo com uma caixa de bombom pendurada no pescoço. É que a cidade era pequena e, no interior, quando tem uma família rica, ter uma parte pobre, não era muito bom e não é até hoje. Não guardo mágoa de ninguém, mas são essas coisas que dá para rir. Então, aos 12 anos de idade, eu já comecei a viajar para a Serra Grande para vender chinela japonesa.Boris



Crédito: Site oficial das Óticas Boris e Teresa Fernandes (Jornal O Povo)



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Um passeio na história pela Praia de Iracema - Literatura de Cordel (Parte III)




Luís Antonio de Aragão


ANTIGAS MERCEARIAS



Tinha a Maria Biés
Bom Salão de Dança havia
Na Itapipoca, esquina
Aberta da noite ao dia
Todo mundo brincava
E a P.R.E NOVE irradiava
Festas na Dona Maria

Na rua Tigipió
Zé Gonçalves possuía
Uma grande bodega
Clóvis, após chegaria
Homem trabalhador
Era bom vendedor
Tinha muita freguesia

Acervo de Clóvis Acário Maciel

Na Tremembés tinha outra,
Proprietário foi o Simão
SamuelAraújoIvan
Depois, donos com ação
Sarrabulho e Feijoada
Peixe Frito e Panelada
E cachaça no balcão

O Raul já foi bodega
Na Vila Correinha
Hoje é a melhor picanha
Tinha arroz e farinha
Seu Raul trabalhando
O dia todo suando
Criou família todinha

Mercadinho da Dona Edite
De uma mulher de valor
O comércio se instalava
Onde o “São Luís” ficou
Assim, com sensatez,
A mãe do Lincoln se fez
Dos filhos muito cuidou

Tinha Panela, tem Cari
Seu Antonio é bodega
Pereba também é uma
Ao Rui gente se apega
A do grande Aracati
É tudo povo daqui
Tradição não se nega



A antiga Ponte dos Ingleses, antes da reforma dos anos 90. 
Praia de Iracema - Foto de Gentil Barreira

CLUBES ANTIGOS



Famoso clube na Tabajaras
Tinha sede social
Palco de boas festas
Nosso antigo Ideal
Que além de sua beleza
Se tornou em Fortaleza
Famoso cartão postal

Diários também aqui
A nossa Praia viu
Sua sede na Quadra
Ao tempo que existiu
Em todas as idades
Foi, deixou saudades,
Quando um dia partiu



Péricles Moreira da Rocha
Praia Clube dirigia
Tinha Quadra de Esportes
Salão de festas havia
Defronte à Piscininha
E a sociedade todinha
Presente, ali, se fazia



O Jangada Clube ficava em frente onde hoje encontra-se a Iracema Guardiã. Fizeram no lugar um Edifício e colocaram o nome de Jangada Clube, mas já mudou de nome. Arquivo Nirez

Clássico Jangada Clube
Pertinho da João Cordeiro
Fernando Pinto era tido
Amigo do jangadeiro
Velho canhão na entrada
Boca pro mar apontada
Alerta o marinheiro

Arquivo Nirez

Clube do América
Da Praia foi egresso
Lívio Amaro formou
Um time de progresso
Era onde é o Pirata
A localização é exata
O Clube foi um sucesso

Correios participavam
Do certame estadual
No Ararius tinha sede
O simpático Nacional
Que ao respirar nossa brisa
Em muito grande deu “pisa”
O querido time local

Ceará ficou maior
Na Iracema querida
Na década de Sessenta
A equipe decidida
Com sede na Cariris
Levou um de seus Tris
E aumentou a sua torcida

CREPE sempre cheio
Clube da Pernambucana
As pessoas adoravam
A juventude bacana
Cabelos soltos nas testas
Fomos donos das festas
Daqueles fins de semana
Meirelles de Idealzinho

Arquivo Nirez


MassapeenseComercial
Sexta, sábado,fervia
Domingo de matinal
Iracema lá curtia
Pensando que não haveria
Daqueles dias final

Bem na frente dos dois clubes
Boite Madrugada


Churrasco do Cirandinha
“Bibi” e “Muda Tarada”
Ildefonso e Aquidabã
Lá Todo mundo era fã
De Lalá do Carne Assada.




Acervo - Página do Alvorada

ESTORIL E SUA HISTÓRIA

Família Porto começa
História que se fez
Bucólica Vila Morena
Foi feita com altivez
Tudo ia bem na terra
Até a Segunda Guerra
Do homem, insensatez

Veio americano aqui
E logo se admirou
Na guerra era aliado
No local se alojou
Mudando seu destino
Instalando grande cassino
Jogo e festa começaram

Foi For All para todos
Swing e Chá-Chá-Chá
De luta não se falava
Europa era mais para lá
E as garotas Coca-Cola
Todas metidas a gabola
As piranhas do lugar

No final da batalha
Aos portos se devolveu
O prédio feito de taipa
Ali a família cedeu
Para o luso Zé Ferreira
Um português de primeira
Que um novo nome lhe deu

Em Quarenta e Sete
Já chamado de Estoril
De verde e vermelho
O prédio ele coloriu
Com as cores de Portugal
Da bandeira nacional
O Restaurante surgiu

Logo após, Zé Gonçalves
O local gerenciou
E as mãos de Zé Pequeno
Num ano ele passou
Em noventa e quatro o vento
Disse ao mar: “É o momento!”
E o velho prédio tombou

Uma passagem de glória
No Estoril se viveu
Aquele belo local
Fortaleza acolheu
Fosse ele rico ou pobre
Humilde, plebeu ou nobre
Distinção não ocorreu

Neném e Barão gerentes
Bebê a nos atender
Moreira o rubro Limão
Sitônio nunca esquecer
João Gouveia o Baleia
Chaguinha de cara cheia
Ninguém fosse se meter


"Na Praia de Iracema com os irmãos e um amiguinho, Júnior. 

Aviso aos amigos que o maiô também era moda." Vera Coelho

TIMES DA PRAIA ANTIGA

 Na década de Quarenta
Os times de futebol
“Iracema” foi à primeira
Equipe do arrebol
O onze era raçudo
E o Chico Cabeludo
Era o craque do pebol

Houve um time Corinthians
CEPI. Do Eliseu
A equipe lutava
Teve fama e apogeu
No torneio da Aldeota
Foi o melhor da pelota
O Título assim mereceu

RuiFernandinho e Mourão
Partiram CarrimGoiaba,
Mas tem Faço e Baíbe;
FerdinandBadoGari,
LucianoAracati
Zé Branco não se acaba

NacionalFerroviário,
Foi Seleção Cearense.
SportVasco da Gama,
Brilhava o Quixadaense
Santista Olaria
Em Portugal jogaria
Pacoti, o Iracemense.






Crédito: http://www.nehscfortaleza.com/



segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Um passeio na história pela Praia de Iracema - Literatura de Cordel (Parte II)



Luís Antonio de Aragão


PONTES

Final Século Dezoito
Paredão Pedro Segundo
Antes das pontes havia
Nos ligava com o mundo.




E lá no Estaleiro ainda
A paisagem é muito linda
Com o “Mara Hope” ao fundo 



Acervo de Tiago Medeiros

Ponte Metálica foi feita
Para ser primeiro cais
No entanto, o mar revolto
Não permitiu, jamais.

Ao largo a nau ficava
Ela nunca atracava
A distância era demais



Acervo Assis Lima

Itaimbé, Itaquicé
Os Itas da Companhia
Alvarengas iam buscar
A cara mercadoria
Visitantes esperavam
Gasolinas chegavam
E todo mundo trazia



O fotógrafo está ao lado da Secretaria da Fazenda (Próximo onde funcionou a firma V. Castro & Companhia), olhando para a Avenida Pessoa Anta (endereço de muitos armazéns da época), tendo ao lado direito o início da Avenida Alberto Nepomuceno. Arquivo Nirez

Pro’s armazéns do Boris
Tinha a Loyd e V. Castro
Não “enricou” quem não quis
Sob trilhos em vagões
Carregam os peões
A riqueza do País

Ponte velha tremia
Ameaçando cair
Os estrangeiros tiveram
Outra que construir
Também não suportou
O mar não demorou
A dos ingleses ruir

Um Cais se conseguiu
Logo depois da Guerra
Mucuripe ondas do mar
Iracema aqui soterra
É bela página virada
De uma história contada,
Um período que se encerra

Catolé lidou nas pontes
Nelas bem trabalhou
Em anos 3 e 26
De tudo participou
Ele dizia: "Meu filho,
Da Ponte até os trilhos
A força do mar levou"
.
Lá do Alto da Balança
Escola de instrução
Por cima da Ponte veio
Pousar um avião
Do Aeroclube seu fundador
Mestre Clésio testemunhou
Esta única ocasião.



BONDINHO E MARIA FUMAÇA




Pelas ruas sempre calmas
Bondinho trafegava
Por sobre os trilhos do tempo
Passageiros se levava
Lá na Praça dos Leões
E em outras estações
O povo desembarcava



Turmas pegavam bochecha
Toalhada era sem dó
O condutor se zangava
A pivetada de cor
Zombava do Motorneiro
Gritava num coro inteiro
Mamãe... Mamãe Dorme só...



Tinha a Maria Fumaça
Que levava os operários
Para a construção do Cais
“Sapeca” com os diários
Pilotava a Cento e Seis
A Vinte Nove e a Três
Nunca faltou aos horários

Diante ao “Ferro de Engomar”
Uma pedra do trem caiu
Groairas com Tremembés
Tudo aquilo a turma viu
Foi a Pedra da Saudade
Ali se previu em verdade
A Praia se destruiu




ANTIGOS RESTAURANTES


Ramon, o espanhol
Tinha belo Restaurante
Defronte ao mar ficava
Tudo se foi num instante
Netuno enfurecido
Pelo Cais construído
No mar fez um levante

O Deus do mar não perdoa
Com ira e inclemência
Soterrou o litoral
Inclusive as residências
A de Ramon desabafou
O velho gringo chorou
Daí foi pra decadência

Sempre após meia-noite
O pontual Zero Hora
Sopa cabeça de peixe
Da Ressaca era a melhora
E dos clubes elegantes
Vinham de perto ou distante
Ver o romper da aurora

Recordando o Tony’s
Lembrando Figueiredão
Sorvete bem gelado
E show com nova atração
Vento trouxe Veleiro
Um “Barco” passageiro
Depois do aluvião

Edifício era o Restô
Ali foi o velho Lido
Monsieur era Charles
Francês muito querido
Após, Alcino ficou
Artistas apresentou
Sucupira muito ouvido



Tucupi com camarão
É gostoso Tacacá
Foi um bar restaurante
Estoril, junto de lá
Comida degustada
Umbelina “mãos de fada”
Viva o povo do Pará

Houve conosco o Nylu’s
Do Nilo que é Holanda
Ninguém esquece Dandão
Coração é quem manda
CaytonGlauberPebinha
GláuciaGueda,Toinha
A família, onde anda?

Se for pra escolher,
Preferisse a Opção.
Vir a ser recebido
Pelo Aroldo Aragão
Não é por ser parente
O homem é competente
Nosso querido “Aroldão”.



VELHOS BARES

Zaírton Gruta da Praia

O bar nunca fechou
Um, Sete, Quatro, Sete, Oito...
Alô, Gruta ao seu dispor
Peixe fresco, água de coco
De tudo tinha lá um pouco
Zairton, Deus levou

Era Beco do Rosalvo
A Canaã do Oliveira
Êta, que cachaça boa
Sempre pura e de primeira
Na hora que o bar fechava
A turma inda chorava
Por mais uma saideira




Ali esteve o Sambinha
Do tamanho d’ um polegar
Uma mulher a Maria
Ela foi dona do bar
Andando lá, gerações,
Cantaram suas canções
Reviver, é bom sonhar

Hoje é Bar Doce Bar
Do folclore parada
Didi é “Prateado”
Dessa Praia idolatrada
Maurício nome marcante
Pra’s mulheres, importante,
É o “Rei da Madeirada”

Bar Doce Bar recuou
No canto foi Gourmezinho
À esquerda do “São Luís”
Eram Lúcia Galeguinho
Getúlio é o dono do ponto
E fato e muito conto
Narra-se sobre o barzinho


No posto tinha o Postinho
Em meio à bifurcação
De José Néri, o Didi
Empresário de ação
O filho Othon chamado
Posto de Iracema tem dado
Trabalho e dedicação



Iara e Raimundinho
Os dois bares da paixão
Aleardo e Titico
Vicente do Violão
Carlinhos Seresteiro
No Acorde Violeiro
Com sua pura canção


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