Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



terça-feira, 14 de abril de 2015

Especial 289 anos - Os homenageados nas ruas da cidade (Parte III)



O escritor João Franklin da Silveira Távora (Franklin Távora), era cearense de Baturité, nascido a 13/01/1842 no Sítio Serrinha da Glória. Hoje é nome de rua no centro de Fortaleza
Saindo de sua terra ainda muito criança, passou a viver com a família em Pernambuco. Estudou Direito em Recife, formando-se em 1863, mas exerceu a profissão de advogado por pouco tempo. Veio a ser ainda jornalista e deputado, ocupando cargos de poder da administração pernambucana. Em 1870, engaja-se numa campanha em favor do romance regionalista e da literatura do norte do país, criticando ferozmente José de Alencar nas Cartas a Cincinato (1870), com o pseudônimo de Semprônio. Segundo ele, a obra O Gaúcho de José de Alencar carecia de um contato mais direto do autor com a região que pretendia descrever. Morando no Rio de Janeiro, fundou a Revista Brasileira, além de escrever suas melhores obras de cunho regional: O Cabeleira (1876); O Mututo (1878); e Lourenço (1881).
Franklin Távora morreu no Rio de Janeiro em 18 de agosto de 1888, aos 46 anos de idade.

Rua Franklin Távora, entre a rua Dona Leopoldina e a rua Rodrigues Júnior. Arquivo Nirez



O advogado e jornalista Gil Amora era cearense de Aquiraz nascido a 14/05/1855. E Hoje é nome de rua no Farias Brito.

Morreu a 28 de outubro de 1888, às 8h30min, em Arronches (Parangaba), aos 33 anos de idade, vítima de apoplexia fulminante.



O magistrado José Pereira da Graça Filho (Barão de Aracati), foi Deputado provincial, Deputado Geral e efetivo. Era aracatiense nascido em 14/03/1812. Pai de Heráclito de Alencastro Pereira da Graça (Heráclito Graça). Hoje é nome de rua na Aldeota.



José Pereira da Graça Filho, que mais tarde, pelo acervo imenso dos trabalhos valiosos que prestou à pátria, pela sua dedicação à causa do Direito, seria agraciado com o titulo honorifico de Barão de Aracati. Era filho de José Pereira da Graça e Maria Cândida Carneiro Monteiro, nasceu na vila de Aracati, da capitania do Ceará. Fez os primeiros estudos na sua cidade natal, seguindo logo após para Coimbra a fim de obter os preparatórios. Com 22 anos de idade, em 1834, formou-se em direito pela Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Olinda; já formado, ingressou na magistratura, tendo exercido o juizado nas comarcas de Aracati, Icó e Quixeramobim. Como político, foi também deputado provincial em varias legislaturas. Também representou o nosso Estado, na Câmara Federal, por duas vezes, nos biênios de 1843-44 e 1850-52. Caráter integro, merecedor da inteira confiança do governo Imperial, foi 4 vezes Presidente do Maranhão. Neste Estado, onde gozava de real estima e consideração, desempenhou ainda os altos e preeminentes cargos de Desembargador da Relação, Presidente do Tribunal de Comércio, por várias anos. Distinguido-se em 1876, com a escolha de sua pessoa para membro do Supremo Tribunal, deixou o Maranhão e transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde viveu os últimos anos de sua vida. Foi galardoado pelo Governo Imperial com o titulo de Barão do Aracati pelos serviços prestados à magistratura e ao Estado.

Morreu no Rio em 29 de janeiro de 1889, aos 76 anos de idade.



O Padre Antonino Pereira de Alencar, era pernambucano de Exu nascido em 15/03/1806. Exerceu a Presidência do Poder Legislativo em 1867-1868. Existe uma rua no Joaquim Távora com seu nome .
Era filho de Antônio Leão da Franca e de Inácia Pereira de Alencar. Era, portanto, primo-irmão do senador José Martiniano de Alencar e de Tristão Gonçalves de Alencar Araripe.
Recebeu as ordens sacras pelo seminário do Maranhão em 1845, juntamente com seu irmão, Joaquim Pereira de Alencar (avô do Monsenhor Antônio Alexandrino de Alencar, que também veio a ser deputado provincial).
Por ato de 20 de fevereiro de 1855, teve nomeação de membro substituto do Conselho Diretor da Instrução Pública, efetivado a 4 de janeiro de 1859.
Exerceu o magistério como lente da cadeira de Latim do Liceu do Ceará, e nomeado catedrático por ato de 8 de fevereiro de 1848, após submeter-se a concurso público. Vereador e presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, de 21 de janeiro a 9 de fevereiro de 1868. Juiz de paz e membro da Comissão de Socorros, na seca de 1877.

Foi deputado provincial pelo Partido Liberal de 1864 a 1869, de 1880 a 1881 e de 1888 a 1889.
Fundada a União do Clero, foi o seu primeiro presidente, nomeado a 30 de março de 1884. 

Faleceu vítima de apoplexia, em Fortaleza a 11 de março de 1889, aos 83 anos incompletos.



O presidente Antônio Caio da Silva Prado (Caio Prado),  era paulista nascido a 06/03/1853. 
Existe em Parangaba uma rua com seu nome, no Passeio Público, uma avenida e no centro de Fortaleza, uma praça

Era filho de Martinho e de Veridiana da Silva Prado, casal da aristocracia cafeeira de São Paulo. Foi casado com Maria Sofia Rudge.

Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em 1875, recebeu seu diploma de bacharel em 1879. Foi redator principal do jornal Correio Paulistano.

Nomeado pelo Imperador, foi presidente das províncias de Alagoas, de 5 de setembro de 1887 a 16 de abril de 1888, e do Ceará, de 21 de abril de 1888 a 25 de maio de 1889, quando faleceu prematuramente em Fortaleza, vítima da febre amarela, aos 36 anos
 incompletos, sendo sepultado no Cemitério de São João Batista.
Caio Prado é citado pelo escritor Adolfo Caminha no romance A Normalista.




O médico e ex-Deputado Geral Paulino Franklin do Amaral (Barão de Canindé), era cearense de Fortaleza nascido a 24/12/1842 e hoje ele é nome de rua em Montese e Parangaba
Era filho de Manuel Franklin do Amaral e Paulina do Amaral. Doutorou-se em Medicina pela Academia do Rio de Janeiro no ano de 1859; sua tese versou sobre: 1 - Operações empregadas para cura dos aneurismas; 2 - Da cerebelite, suas causas, sinais, diagnóstico e tratamento; 3 - Preparação da estriquinina e suas propriedades; 4 - Do centeio esporado e seu emprego nos partos. 
Representou o Ceará no parlamento do Império nas legislaturas de 1882/1884 e 1886/1889. Pela sua atuação como médico e político, recebeu muitas condecorações (comendador da Ordem da Rosa, Comendador da Ordem de Cristo, e outras). Também foi distinguido com a condecoração do Busto do Libertador Simon Bolívar, concedida pela Venezuela, e o título de Barão de Canindé. Morreu no Rio de Janeiro a 25 de março de 1892.



O doutor em medicina Meton da Franca Alencar (Meton de Alencar), Que representou o Ceará na Câmara dos Deputados. Nascera em Messejana em 09/07/1843. Hoje é Nome de rua no Centro de Fortaleza.
Filho do major Antônio da Franca Alencar (1809 - 1881) e de Praxedes da Franca Alencar (†1885). Eram seus pais primos entre si, sendo que Praxedes era filha de Leonel Pereira de Alencar, o chefe do Partido Liberal no Crato, assassinado em 1824, e irmã de Ana Josefina de Alencar, mãe do escritor José de Alencar. Pelo lado do pai, era sobrinho do padre Antonino Pereira de Alencar, que por várias vezes exerceu o mandato de deputado provincial do Ceará.

Frequentou a aula de francês e português de José Raimundo de Amorim Garcia na Praça da Carolina (Que já se chamou Praça José de Alencar), continuando os estudos no Liceu do Ceará. Em 1864, matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

No terceiro ano resolveu participar da Guerra do Paraguai. Havia poucos médicos, e os soldados brasileiros morriam sem assistência. O tempo ia passando e Meton de Alencar estava ganhando mais prática. No fim da guerra ganhou o título de primeiro cirurgião do Exército, além da patente de capitão e da medalha comemorativa.
Novamente no Rio de Janeiro, em 1870, doutorou-se em medicina, defendendo a tese sobre “ferimentos da uretra”. No ano seguinte retornou a Fortaleza, sendo nomeado para a Santa Casa, cargo que exerceu até sua morte em 21 de fevereiro de 1893 aos 49 anos de idade.
Parte VI
Parte VII
Créditos: Cronologia Ilustrada de Fortaleza, Portal da História do Ceará, Wikipédia, http://www.nilc.icmc.usp.br/ http://aracati.net/ e pesquisas na internet



segunda-feira, 13 de abril de 2015

Especial Fortaleza 289 Anos - Uma História de Amor


Para comemorar o aniversário de Fortaleza, pedi aos leitores do  Fortaleza Nobre, que deixassem uma mensagem, que escrevessem o local que mais marcou sua vida, o lugar que ele mais gosta de está e qual o sentimento quando comparam o ontem e hoje da cidade amada.

Selecionei algumas dessas declarações de amor e saudade, mas vocês podem conferir todas na nossa página no Facebook.
Para melhor visualização, cliquem nas fotos para ampliar:












Agradeço a todos os leitores do Fortaleza Nobre pela preciosa contribuição!!!

Um mergulho na História

Em 26 de janeiro de 1500, de acordo com o pensamento do historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, o Cabo de Santa Maria de la Consolación, onde esteve a frota do navegador Vicente Yañez Pinzón, seria a Ponta do Mucuripe. A tese é aceita e contestada por muitos historiadores.

Um mês depois de Pinzón, Diogo Lepe avistava o Rostro Hermoso (ponta do Mucuripe) e em seguida tomava o rumo de Pinzón.

Vicente Yañez Pinzón era um navegador espanhol, que à procura de conquistas, riquezas e especiarias, aventurou-se pelos mares, em procura das Índias, por caminhos mais curtos, em direção ao por do sol e em fevereiro de 1500 aportou nas areias do nordeste do nosso continente, onde cavou o chão do futuro Brasil e ergueu aos ventos ocidentais a cruz que assinalava sua passagem.

Hoje existe em Fortaleza um bairro com o nome de Vicente Pinzon.

No mês de agosto do ano seguinte, a expedição comandada por André Gonçalves e Gonçalo Coelho chegou à enseada do Mucuripe, tendo entre seus tripulantes Américo Vespúcio.

Em 1531, Martim Afonso de Sousa teria também estado por aqui.

Quando da divisão por D. João III, em 1534 do Brasil em Capitanias Hereditárias, foi doada a Antônio Cardoso de Barros, a que correspondia ao Ceará, ele porém não fez nenhum empenho em colonizá-la.

Também em 1536, aqui esteve Aires da Cunha.

Nossa costa foi dominada pelos franceses até 1600, sendo os primeiros a explorarem nossas riquezas.

A primeira vez que nosso solo teve contato realmente com a civilização foi em junho de 1603, quando Pero Coelho de Sousa aqui esteve, não com intuito civilizador, mas à procura de riquezas para cobrir perdas que teve na Paraíba, juntamente com seu cunhado, Frutuoso Barbosa.

Em sua andança, esteve no Mucuripe, onde encontrou uma tribo indígena, e seguiu rumo a Ibiapaba, mas vendo fracassado o seu intuito, voltou, fundando na barra do rio Ceará ou Itarema, um fortim ao qual batizou de São Tiago, chamando a região de Nova Lusitânia, que teria como capital Nova Lisboa.

Era uma tosca paliçada de paus de quina e algumas casinhas de taipa.

Mas logo Pero Coelho seguiu para Recife, deixando aqui Simão Nunes Correia, com 45 soldados.

Em 1605, Pero Coelho de Sousa volta, trazendo sua mulher Tomázia e os filhos, mostrando querer estabelecer-se definitivamente, mas em pouco tempo teve que voltar, por terra, para o Rio Grande do Norte, em virtude da deslealdade de João Saromenho, que desviava os recursos enviados pelo governador e também pela grande seca daquele ano que o deixou totalmente sem água.

1606 foi o ano em que o restante da seca do ano anterior assolou o Ceará e consequentemente também no local em que surgiria Fortaleza.

Em 11 de janeiro de 1612, é assassinado pelos selvagens do Ceará, na Serra da Ibiapaba, o jesuíta Padre Francisco Pinto os quais ele procurava catequizar. Foi sepultado no sopé da Serra da Ibiapaba e hoje se encontram em Parangaba.

No dia 20 daquele mês e ano, chega, do Rio Grande do Norte, com seis soldados e um padre, o açoriano Martin Soares Moreno que reconstruiu a fortificação que foi denominada Forte São Sebastião. Tinha amizade com os indígenas do Jaguaribe e depois foi até Camocim.

Jerônimo d'Albuquerque vem em 1613, encontrar-se com Martin Soares Moreno, e este segue para a conquista do Maranhão onde não foi feliz, sendo perseguido pelos franceses, chegando às Antilhas e dali seguindo para Sevilha.

Em seu lugar, fica Manuel de Brito Freire, por 14 meses.

Martim Soares Moreno volta em 1614 para Recife, onde se junta a novas forças, para atacar o Maranhão, onde fica comandando o Forte Cumá.

Finda a missão, volta à Europa.

Martim Soares Moreno é considerado o fundador do Ceará, pois começou aqui a colonização portuguesa, fixando-se por muito tempo na foz do rio Ceará, onde construiu o Forte de São Sebastião a partir de 1612, retirando-se em 1631, indo para Pernambuco combater os holandeses.

De lá voltou a Portugal.

Martim Soares Moreno é nomeado em 26 de maio de 1619 para dirigir a Capitania do Ceará, pelo prazo de dez anos, mas não tomaria posse naquele ano.

Em 1621, Martim Soares Moreno toma posse e reconstrói o Fortim de São Tiago, mas por falta de recursos, terminou por abandonar o forte e em 1631 estava em Pernambuco, para expulsar os holandeses.

No local deixado por Martim, ficou apenas uma pequena aldeia formada por casas de taipa, uma igrejinha e o fortim com quartel e armazém com um total de 30 pessoas, entre soldados e civis.

O Capitão-Mor Domingos de Veiga Cabral é nomeado capitão do forte em19 de julho de 1630.

Assume o cargo de capitão do forte, recebido das mãos de Matim Soares Moreno, seu tio, o Capitão-Mor Domingos de Veiga Cabral em 06 de janeiro de 1631.

Sai o parecer do Conselho Ultramarino em 14 de outubro de 1637, mandando extinguir o presídio do Ceará e levar os índios para o Maranhão.

Chega no forte e dele se apossa em 25 de outubro de 1637, uma expedição batava sob o comando do major Jorge Garstmann, com o auxílio do capitão Hendrick Van Hus, ficando no comando o tenente Van Ham, que é substituído por Gedeon Morris Jonge e em 1644, revolta indígena acaba por passá-los pelas armas.

No dia seguinte, Francisco Pereira da Cunha foi nomeado governador, mas o Ceará se achava em poder dos holandeses e houve nova nomeação, no dia 03/01/1641, mas como o domínio holandês continuava, tudo ficou sem efeito.

Desembarca no Mucuripe em 03 de abril de 1649, a segunda ocupação holandesa, comandada por Matias Beck, mas impedido pela arrebentação do mar, logo decidiu estabelecer-se à margem esquerda do riacho Marajaitiba (Pajeú), sobre o morro Marajaik, onde construiu com traçado do engenheiro Ricardo Caar, um forte, batizando-o de Schoonenborch em homenagem ao governador holandês em Pernambuco, a quem era subordinado, Walter van Schoonenborch.

A limpeza do terreno iniciou-se no dia nove e no dia 18 foi feita a planta.

Inicia-se a ampliação e reforço do forte, com planta feita também pelo engenheiro Ricardo Caar em 19 de agosto de 1649.

1652 foi o ano de grande seca em todo o Estado do Ceará e consequentemente no local onde surgiria Fortaleza.

26 de janeiro de 1654, ocorre a capitulação da Holanda, assinada na Campina do Taborda, entre os comissários mestre de campos general Francisco Barreto de Menezes e os do Supremo Conselho do Recife e do general em chefe holandês, sendo entregues as fortificações de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Em 20 de maio daquele mesmo ano, realizou-se a entrega do forte pelo comandante Joris Garstman ao capitão português Álvaro de Azevedo Barreto, cumprindo o tratado de paz celebrado entre Portugal e Holanda, em 1º de junho do mesmo ano.

Matias Beck era um jovem holandês que saiu de Amsterdam em abril de 1635 chegando em Recife como comerciante.

Em Recife tornou-se político e foi designado para vir tomar o posto em nossa terra, aqui chegando em 1639, construindo o forte Schoonenborch à margem do riacho Marajaitiba (Pajeú), com o intuito de prosseguir o domínio flamengo no Brasil e explorar as suas minas.

Hábil aventureiro era comandante do Regimento dos Burgueses, deputado à Câmara dos Escabinos do Recife, agremiação semelhante às câmaras municipais portuguesas no Brasil, cujos membros eram recrutados entre os homens de bem mais respeitáveis da localidade "repúblicos".

Era casado com Ana Hack e pai de seis filhos.

Quando deixou o Brasil foi para Curaçau onde ocupou o cargo de Vice-Governador, falecendo em 1668.Quando caíram os holandeses em Taborda, Pernambuco, fora nomeado o capitão-mor Álvaro de Azevedo Barreto, que aqui chegou em abril, com quatro companhias de soldados e duas de índios.

Sua nomeação foi feita pelo general Francisco Barreto e confirmada por Ordem Régia de 23 de novembro, mas no ano seguinte, no dia 13 de setembro, o rei dom João IV expediu a patente de capitão da Fortaleza do Ceará a Domingos de Sá Barbosa.


Recebeu o forte das mãos dos holandeses o português Álvaro de Azevedo Barreto, que fez alguns reparos e construiu uma ermida dedicada a Nossa Senhora d'Assunção, passando a chamar-se, o forte, Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção - Foi projetada e construída pelo tenente-coronel de engenharia Antônio José da Silva Paulet, iniciando-se em 12 de outubro de 1812 (pedra fundamental), sendo inaugurada em 1817, sem estar ainda pronta, o que só aconteceu em 1823, quando houve outra inauguração.

Na época, o Ceará era governado por Luís Barba Alardo de Menezes.

Após Álvaro de Azevedo Barreto, seguiram-se vários comandantes.

Em 1666, houve uma reforma feita por João Tavares de Almeida e em 1698 foi reconstruída com melhorias, pois até então era uma paliçada.

Em 1816 transformou-se finalmente numa fortaleza, levantada que foi em alvenaria de tijolo e cal, projetada pelo engenheiro Silva Paulet, na administração do governador Manuel Inácio de Sampaio.

27 de junho de 1656, pela Carta Régia, o Ceará passa do encargo da Capitania do Maranhão para a Capitania de Pernambuco.

A Rainha adota em 07 de dezembro de 1660, o parecer do Conselho Ultramarino, do dia 29 de novembro, concedendo permissão a João de Melo Gusmão para conduzir sua família ao Ceará, onde deveria assumir o governo.

Assume em 14 de dezembro de 1663, o governo da província do Ceará João de Melo Gusmão.

Em 21 de julho de 1671, assume o governo da província do Ceará, Jorge Corrêa da Silva.

Ordem Régia em 16 de fevereiro de 1699, resolvia sobre a construção de uma igreja, que foi a primeira capela-mor da Matriz de Fortaleza (Catedral), cuja construção foi autorizada por outra Ordem Régia, de 12/02/1746.

1701 é eleita a primeira Câmara no Iguape, tendo a denominação de São José de Ribamar, na foz do rio Pacoti.

Em 20 de abril do mesmo ano, a Câmara da Vila de São José de Ribamar resolve mudar a vila do lugar junto a Fortaleza para a Barra do Rio Ceará. A primeira vila do Ceará foi Aquiraz.

Petição popular pede a mudança da sede da Capitania para a vila de Aquiraz, em 1706, petição aceita em 26 de fevereiro do mesmo ano.

Cinco anos depois, em 23 de outubro de 1706, a Vila de Fortaleza é transferida, para a Barra do Ceará, "donde não devera ter saído", de acordo com a ordem do governador de Pernambuco.

Em outubro de 1708, volta a Vila de Fortaleza para as margens do Riacho Marajaig (hoje Pajeú).

Criada em 11 de março de 1723, a Vila da Fortaleza de Nossa Senhora d'Assunção do Ceará Grande.

Em 13 de abril de 1726, é instalada a Vila da Fortaleza de Nossa Senhora d'Assunção do Ceará Grande, desmembrada do Aquiraz, pelo capitão-mor Manuel Francês, o qual elegeu para juízes ordinários e vereadores da Câmara Antônio Gomes PassosClemente de Quevedo, Jorge Corrêa da Silva, Pedro de Morais e Souza e João da Fonseca Machado.


Fonte: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de
 Miguel Ângelo de Azevedo



Parabéns, minha querida Fortaleza!!!





domingo, 12 de abril de 2015

Especial Fortaleza 289 anos - Os homenageados nas ruas da cidade (Parte II)


O poeta Antônio Barbosa de Freitas, era cearense da cidade de Jardim, onde nascera a 22/01/1860. A história registra-lhe apenas o nome da mãe: Maria Barbosa da Silva.

Em 24 de janeiro de 1883, morre em Fortaleza, na Santa Casa de Misericórdia, com a idade de 23 anos.  
Hoje seu nome é rua que corta os bairros do Meireles e Dionísio Torres.

A maior parte de sua produção poética foi publicada Post Mortem por gentileza de amigos.



Deixou um drama intitulado 'Joaquim de Sousa', produção feita em Maranguape, segundo o Barão de Studart.
Barbosa de Freitas é considerado por Dolor Barreira e José Waldo como elemento da poesia condoreira no Ceará.



O Padre José Antônio Maria Ibiapina (Padre Ibiapina), era cearense de Sobral onde nascera na Fazenda Morro da Jaibara, no dia 05/08/1806. Foi Patrono na Academia Cearense de Letras - ACL e é nome de rua no Jacarecanga.

Homem culto, filho de Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria, formou-se em Direito, tendo ocupado cargos na magistratura e na Câmara dos Deputados. Decepcionado, abandonou a vida civil para seguir o catolicismo. Aos 47 anos, iniciou uma obra missionária, percorrendo a região Nordeste em missões evangelizadoras, erguendo inúmeras casas de caridade, igrejas, capelas, cemitérios, cacimbas d'água, açudes... 
Ensinou técnicas agrícolas aos sertanejos, atuação que inspirou no Nordeste o Padre Cícero e Antônio Conselheiro, e defendeu os direitos dos trabalhadores rurais. 

Em 19 de fevereiro de 1883, morre, aos 77 anos de idade, na Casa de Caridade de Bananeiras, Paraíba



O conselheiro do Império, bacharel em Direito José Liberato Barroso, ex-deputado, ex-senador, era cearense de Aracati onde nasceu no dia 21/09/1830. Existe no Centro de Fortaleza uma rua com seu nome, antiga Rua das Trincheiras.
Era filho do coronel Joaquim Liberato Barroso e de Francisca Luduvina Barroso. Educou-se em Pernambuco, estado de origem de seus pais, bacharelando-se pela Faculdade de Direito do Recife, em 1852, doutorou-se em 1857 e professou em 1862.

Atraído pela vida pública, tomou assento na Assembleia Provincial do Ceará nos biênios de 1858 a 1861. Mais tarde foi deputado geral pela província, em 1864, ministro do Império no ministério Furtado, de novo deputado geral em 1878, e depois presidente da província de Pernambuco por nomeação do Ministério Martinho Campos (1882). Nomeado Senador pelo Ceará por carta imperial de 8 de fevereiro de 1879, o Senado anulou sua eleição em 8 de março seguinte.
Em 1859, como presidente da província do Ceará, assinou contrato para iluminação pública de Fortaleza, a gás.



Como ministro teve ocasião de referendar a escolha do seu conterrâneo padre Manoel do R. Medeiros para bispo de Pernambuco e os contratos de casamento das princesas Isabel e Leopoldina, sendo então agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Ernestina da Casa Ducal da Saxônia.
Foi um dos fundadores da Sociedade de Aclimação do Rio de Janeiro e seu presidente. 

Com Hipólito Cassiano Pamplona, redigiu o jornal O Aracati, órgão a serviço do Partido Liberal.

Morreu no Rio de Janeiro em 02 de outubro de 1885, aos 55 anos de idade, sem deixar descendência do seu consórcio com Ângela Ribeiro, irmã do médico Joaquim Antônio Alves Ribeiro, com quem era casado desde 13 de fevereiro de 1855.




Major Luís Xavier Torres, conhecido carinhosamente por Major Lulu Torres, era comandante da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Ex-comandante da Força Policial (Polícia Militar do Ceará - PMC). Nascera a 01/05/1809 em Fortaleza. Hoje é nome de rua na Maraponga.
Morreu em Fortaleza a 05 de janeiro de 1886.



O médico Antônio Pompeu de Sousa Brasil, era cearense pioneiro da indústria de tecidos. Sócio efetivo do Instituto Acadêmico. É hoje nome de rua no centro de Fortaleza. 
Cearense de Fortaleza, então província do Ceará, nascido no dia 29/03/1851. 
Filho de Tomás Pompeu de Sousa Brasil e de Felismina Carolina Filgueiras. Eram seus irmãos Maria Teresa de Sousa Accioli, esposa de Nogueira Accioli, Tomás Pompeu de Sousa Brasil Filho e Hildebrando Pompeu de Sousa Brasil. Pelo lado paterno, era também primo-irmão de Joaquim Catunda e primo-sobrinho do padre Gonçalo Mororó.

Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Preferiu, no entanto, levado por seus pendores para os assuntos industriais, dedicar-se inteiramente à montagem e direção de uma fábrica de tecidos. A primeira fábrica têxtil fundada no Ceará em 1882, localizou-se entre as atuais Rua Princesa Isabel e Avenida Tristão Gonçalves, e inicialmente teve a denominação de Fábrica de Fiação e Tecidos Cearense. Começou a funcionar de forma efetiva em 24 de novembro de 1883; contudo, sua idealização por Tomás Pompeu, sócio majoritário, remonta a 1881.



Elegeu-se deputado à Assembleia Provincial do Ceará para o biênio de 1880-1881.

Morreu prematuramente em 26 de janeiro de 1886, aos 34 anos, vítima de um aneurisma da aorta. Assumiu a direção de sua fábrica o cunhado Nogueira Accioli. Trinta e três anos depois, ela se fundiria com a fábrica fundada por seu irmão Tomás.

De seu consórcio com Ambrosina Pompeu de Sousa Brasil (Alves Pequeno quando solteira), nasceu o intelectual Tomás Pompeu Sobrinho e Antônio Pompeu de Sousa Brasil Filho, pelo qual, era avô de Pompeu de Sousa, jornalista e senador pelo Distrito Federal, e bisavô da jornalista e apresentadora Sônia Pompeu.




O Desembargador Enéas de Araújo Torreão, era Riograndense do Norte da Cidade de Goianinha. Hoje é Nome de rua no Parque Iracema em Messejana
Em 21 de setembro de 1886, toma posse, como 50º Presidente da Província nomeado por carta imperial de 4 de setembro de 1886, de 21 de setembro de 1886 a 21 de abril de 1888.
Faleceu em 1914.




A Irmã Marguerite Bazet (Irmã Bazet), chegou em Fortaleza no dia 24/07/1865. Era superiora do Colégio da Imaculada Conceição.
Morreu em 18 de julho de 1887, aos 65 Anos de Idade.

Hoje é nome de rua no Montese



Homem de letras e de cultura, advogado, professor de filosofia no Liceu, fiscal do Conselho Nacional junto a Faculdade de DireitoJosé da Cunha Sombra (José Sombra), orador do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), nascera em 21/03/1883 em Viena, Áustria. E hoje é nome de rua no Otávio Bonfim (Farias Brito).
Morreu
com apenas 49 anos de idade.

O repórter Vicente Bezerra Neto, do O Nordeste, estava a serviço na Polícia Marítima da Praia de Iracema na manhã de 21 de abril de 1932. Foi por isso o primeiro a ser informado sobre o acidente que acabara de acontecer, envolvendo uma locomotiva e um auto-ônibus, bem em frente ao Pavilhão Atlântico.

A visão que o jornalista transmite aos leitores, na tarde do mesmo dia, é impregnada do sentido de tragédia. 
O “quadro horroroso”, como ônibus “reduzido a frangalhos”, é agravado pela noticia de que José Sombra, enteado do Barão de Studart, está entre as vítimas. 

Informações sobre o ocorrido se espalham rapidamente. O Inspetor telefona para a Santa Casa de Misericórdia pedindo médico com urgência.  Oficiais e passantes levam os feridos para a polícia marítima. Sem sentidos, sangrando profusamente, José Sombra é colocado sobre uma mesa.

Além do condutor e do motorneiro, havia apenas três passageiros no ônibus. O único em estado grave é José Sombra.

O ônibus dobrava depois da Alfândega e de lá seguia para a Ponte Metálica. Com poucos passageiros, o motorista não viu problema em oferecer ao doutor José, quando este deu sinal para descer, condução direta até seu ponto final. Para isto, teria que cruzar o trilho de ferro, o que fez no instante exato em que a locomotiva nº 240 o atravessava em grande velocidade, conforme testemunhas, arrastando o ônibus por vários metros até parar.

O repórter da "Gazeta de Notícias", que chegou logo depois, descreve a "locomotiva fumegante, parada sobre os trilhos, e o auto-ônibus em destroços". José Sombra não resistira ao choque. Apesar da ajuda médica, da injeção de Sparteina para estimular o coração, a vida terminaria ali.

José Sombra não deixou filhos, exceto uma filha adotiva, já falecida. Dele ficaram palestras, discursos, um estudo sobre o poeta José Albano. Ficou também o que escreveu sobre o jovem José Nogueira, assassinado em 1914, e que poderia servir para ele próprio: "Não é a morte que é cruel - inevitável destino humano; o que a torna estúpida, odiosa e terrível, é a maneira como ela vibra seus golpes, roubando à vida energias ainda em flor, suprimindo os bons, os fortes, os capazes, num afago de esquecimento para os maus, os fracos, os inúteis, os covardes".
Leia também:

Parte I
Parte III
Parte IV
Créditos: Cronologia Ilustrada de Fortaleza, Portal da História do Ceará, "A História do Ceará passa por esta rua" (Vol. 2) de Ângela Barros Leal, Wikipédia e pesquisas na internet


NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: