Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A nomenclatura numérica das vias públicas da Fortaleza antiga


Em 1890, de acordo com a resolução aprovada em 29 de outubro daquele ano pelo Conselho da Intendência, foi implantada a nomenclatura das vias públicas da cidade.

Importante observar que, em geral, eram chamadas Ruas aquelas vias que tinham a largura de sessenta palmos ou 13,20 metros ou mais, tendo a direção Norte-Sul ou do mar para o sertão.
Designava-se por Travessas aquelas vias que tinham a largura de 11,00 metros ou cinquenta palmos ou menos, tendo direção Leste-Oeste. Becos e Corredores os de menor largura, termos que ainda hoje estão em uso.
Para as numerações das vias públicas foram tomadas como eixos Norte-Sul a rua Barão do Rio Branco e Leste-Oeste as Avenidas Duque de Caxias e Heráclito Graça.


Rua Barão do Rio Branco, entre as ruas Antônio Pompeu e Meton de Alencar aproximadamente, lá na frente à esq., vemos a silhueta do Ed. Diogo. A foto é da déc. de 40.
Arquivo Nirez

Avenida Duque de Caxias.

Na relação abaixo, adotei o seguinte ornamento:


  • Em primeiro lugar o número atribuído à via pública;
  • Em segundo, o nome atualmente adotado;
  • Em terceiro, o nome possuído na ápoca em que se passou a usar a nomenclatura numérica.
Ruas Ímpares

Nº 1 - Rua Barão do Rio Branco - Formosa; além deste nome possuiu as denominações de D. Luiz, Nova e Paes de Carvalho.


Rua Barão do Rio Branco

Nº 3 - Rua Major Facundo - Chamou-se da Palma, em 1856, desde o Passeio Público até a altura da Praça do Ferreira, e, para o sul do Fogo. Denominou-se também de rua Nova D'el Rei em 1845.


Rua Major Facundo

Nº 5 - Floriano Peixoto - Boa Vista; o primeiro trecho até a Praça Waldemar Falcão era conhecido como rua das Belas, daí em diante até à Praça do Ferreira - rua das Pitombeiras e mais para o sul - rua da Alegria.


Rua Floriano Peixoto em 1983. Foto de Nelson Bezerra

Nº 5A - General Bezerril - do Quartel e o trecho final, rua da Alegria, que recebeu o Nº 7A.


Rua General Bezerril

Nº 7 - Rua Assunção - Possuiu os nomes de Cons. Liberato Barroso e Cel. João Brígido.

Nº 7A - Rua General Bezerril - Já referida no 5A.

Nº 7B - Rua do Rosário.

Nº 7C - Avenida Alberto Nepomuceno, Conde D'eu e Sena Madureira - João Nogueira afirma que é uma das ruas mais antigas da cidade. Em 1856, o trecho que vai da praia ao Largo da Sé se chamava Rua da Ponte, rua da Matriz e, posteriormente, rua de Baixo a parte compreendida entre o Largo e a rua São Paulo atual. Daí para o sul - Rua dos Mercadores e do Riacho, em 1828. Rua Direita dos Mercadores em 1810. Atualmente, a rua da Ponte é a Avenida Alberto Nepomuceno; a da Matriz, Conde D'eu e a dos Mercadores, Sena Madureira.


Foto aérea, vendo-se a Avenida Alberto Nepomuceno em 1933. Arquivo Nirez

Rua Sena Madureira nos anos 30.

Nº 7D - Rua Governador Sampaio - Rua do Sampaio. Possuiu também os seguintes nomes: Nova do Outeiro e Beco de Apertada Hora, em 1812, José de Alencar e, em 1930, D. Bárbara.

Nº 7E - Rua São José - Essa rua denominou-se Beco das Almas, o trecho atrás da Praça da Sé em 1810. Em 1875, Travessa da Sé e em 1888 passou a possuir o nome atual.

Nº 7F - Rua Baturité - Travessa do Outeiro - Pela nomenclatura de 1933 era Travessa das Escadinhas.

Nº 9 - Rua Sólon Pinheiro - Trindade.


Rua Sólon Pinheiro - Arquivo Nirez

Nº 11 - Rua Barão de Aratanha - Do Lago.

Nº 13 - Jaime Benévolo - Do Açude, chamou-se também João Tomé.

Ao lado, vemos a esquina das ruas Jaime Benévolo e Antônio Pompeu. Marciano Lopes.   -->

Nº 13A - Avenida Visconde do Rio Branco - Boulevard - Rio Branco e Estrada de Messejana.

Nº15 - Conselheiro Tristão da Cruz.

Nº 15A - Rua Boris - da Praia.

Nº 17 - Rua 25 de Março - Em 1888 era do Pajeú e, anteriormente, em 1856, era rua do Outeiro.


Rua 25 de Março esquina com Pinto Madeira. Arquivo Ivan Gondim

Nº 19 - Avenida Dom Manuel - Boulevard da Conceição, rua do Barreiro, em 1875, e antes da denominação atual era Dom Luiz.


Avenida Dom Manuel em época de carnaval. Foto da década de 60 - Acervo Carlos Juacaba

Nº 19A - Rua Almirante Jaceguai - Travessa da Conceição e Subida da Prainha.

Nº 21 - Rodrigues Júnior - da Glória, também Conselheiro Rodrigues Júnior.


Rua Rodrigues júnior, um pouco antes da Avenida Heráclito Graça. Arquivo Nirez

Nº 21A - Senador Almino - Arrecifes.

Nº 23 - Rua Dona Leopoldina - Leopoldina, foi conhecida ainda como D. Joaquim.

Nº 25 - Rua Dom Joaquim - da Soledade e São Luiz.

Nº 27 - Rua Nogueira Acióli - da Aldeota, popularmente era conhecida como João Pedro.


Esquina da Rua Dona Leopoldina com a Padre Valdevino. Vemos a residência do desembargador Álvaro de Alencar.



Fonte: Fortaleza Somos Nós - Aurileide Silva/Sara Braga

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Cem anos da seca (1915-2015)


"O céu, transparente que doía, vibrava tremendo feito uma gaze repuxada. Vicente sentia por toda parte uma impressão ressequida de calor e aspereza. Verde, na monotonia cinzenta da paisagem, apenas um juazeiro ainda escapa à devastação da rama”. A escritora Rachel de Queiroz imortalizou a seca de 1915, mas as palavras da cearense também serviram de retrato de outras grandes secas ao longo desses 100 anos.

Muitas pessoas que sofriam com a seca chegaram à capital e, para conter o fenômeno, centenas de retirantes eram, literalmente, concentrados. Os primeiros campos de concentração foram criados em Fortaleza, um deles no Bairro Otávio Bonfim. O local hoje abriga uma praça e a Igreja de Nossa Senhora das Dores.

“A ideia era muito clara: concentrar, disciplinar essas pessoas. Colocar essas pessoas ali pra que elas não perturbassem a ordem social. Lá havia uma rígida disciplina. Não poderiam sair, tinham, muitas vezes, os cabelos raspados, separavam mulheres de homens. Muitas vezes, o governo que administrava os campos. Havia cadeias pra punir quem agisse com indisciplina. Então, era um modo de controle”, explica o professor e historiador Airton de Farias.


Veremos agora um conjunto de registros fotográficos de vítimas da seca. O autor das fotos é  Joaquim Antonio Corrêa, cujo ateliê ficava em Fortaleza.
Esse conjunto de fotografias pertence atualmente, ao acervo da Biblioteca Nacional. São imagens chocantes, em formato de 'cartes de visite', e retratam crianças, homens e mulheres desnutridos e maltrapilhos, de aparência doentia, e, muitas vezes, as fotos, feitas em estúdio, trazem textos rimados que se referem à miséria.



"Tenho fome! Tanta fome
Que já não me posso erguer!
Miseria que me consome,
Faze que eu possa morrer!"

"Foi o céu inexhoravel
Contra á mim, contra á meus paes,
Deixou-me na orphandade
Entregue a dores e ais!"

"Desgraçado! Assim creança
Pae, mãe e irmãos perdi!
A miseria á mim se avança
Abre as garras e sorri!"

"Triste orphão da ventura
Só dores no mundo achei
Dá-me oh" Deus a sepultura
Onde a paz encontrarei!"

 ILEGÍVEL
"...Foi lusidio e feliz!
Mas hoje é pallido espectro
Que a existencia maldiz"

"Coberto de immundos trapos
Dormindo exposto ao luar
Falta-me n'alma o talento
Té mesmo para chorar!"

"Porque me tornas cadaver,
Miseria, que me assassina?
Porque plantas tantas dores
Na minh'alma inda menina?"

ILEGÍVEL
"Vive exposto o corpo meu!
Meu pae e mãe, meus amores!"
ILEGÍVEL

"Deixei, por amôr a vida
Me roubarem o pudor!
E hoje mulher perdida
Morro de fome e de horror!"

"O filho, como uma furia
Ergueu-se a um pão pedio!
Pobre pae, ante á penuria
Tremeu de fome e cahio!"

"Eu sou cadaver esguio
Que por entre os vivos erra;
Meu-corpo tomba sombrio
No solo da ingrata terra!"

"Tão bello na face outr'ora
Eu tinha os risos dos céus!
E myrrada pelle agora
Cobre mal os ossos meus!"

(Obs.: Os textos das fotos estão com a grafia da época)

Em 1915, uma seca severa fez com que os sertanejos se dirigissem para as grandes cidades, desta feita o Governo do Ceará, optou por criar o primeiro "campo de concentração, no Alagadiço, hoje Otávio Bonfim, ao oeste da cidade de Fortaleza, lá foram "abrigadas" mais de 8 mil almas a quem eram fornecidas alimentação sob a vigília constante de soldados. Mais uma vez (sim, essa infelizmente não foi a primeira e não seria a última seca que tivemos) foi estimulada a migração para a Amazônia e o campo (curral humano) foi desativado em novembro do mesmo ano.

Decididamente aqueles não seriam anos bons para os cearenses. Depois das duas guerras de 1912 e 1914, seu Jader e sua família iriam assistir em 1915 a pior seca de todos os tempos. 

 
Relatório dos Presidentes dos Estados - 1916



Créditos: G1 Ceará/ Brasiliana Fotográfica

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Meu baú de Memórias - Família Nobre


Hoje vou abrir o baú de memórias da família, eita nostalgia que não me larga! rs


Essas fotografias de 1ª comunhão eram muito comum nos anos 50/60. 
Meu pai (Marcos Nobre) e meu tio Carlão.

Essa é uma relíquia!!! Olha a calça do meu pai (sentado no portão)!  kkkkkk :D
Família Nobre reunida: pai, tios, primos e avó. Essa casa fica na Avenida Filomeno Gomes (Jacarecanga) e a foto é dos anos 70.

Praia do Futuro em meados dos anos 70. Meu primo e minha tia.

Família na Praia do Futuro em 1972. Devia ser bom demais nessa época, mas eu não era nascida ainda.¬¬


Praia do Futuro em 1972. Fusquinhas eram febre! rsrs

Praia do Futuro em 1972


Praia do Futuro em 1972. Nos anos 80, eu ainda alcancei esse tipo de barraca rústica. rsrs

Praia do Futuro em 1972

Praia do Futuro em 1972

Praia do Futuro em meados dos anos 70. 
Esse meu primo até hoje é hilário, só fez crescer! kkkkkkkkkkkkk

O patriarca da família, meu avô e meus primos Renata e Ricardo Jr na Praia da 
Leste-Oeste na década de 70.

Renatinha na Praia da Leste na década de 70

Casa no Jacarecanga, em frente a Praça do Liceu nos anos 70.
 
Ricardo e Cesinha. 
Essa casa ainda está lá, mas com a fachada modificada. 
Ao fundo, o prédio do Liceu do Ceará nos anos 70.

Agora é possível apreciar melhor o prédio do Liceu e o detalhe do muro, tudo muito lindo, especialmente meus primos, claro! rs

Época boa, onde era possível brincar tranquilamente o Carnaval nos Clubes da cidade... Esse foi no Clube da AABB no início dos anos 80. Minha prima Ana, mamãe toda linda, vó Eneide, meu paizinho querido, que já não está mais com a gente :( e minha tia que amo muito, Gláucia. Aliás, ela sempre foi mais uma amiga que mesmo uma tia, sempre tivemos conversas maravilhosas de amiga para amiga, incrível! rsrs :D

Eu e meu irmão no início dos anos 80 na Água Fria

Paizinho era contador na Dinel. Foto de outubro de 1980

Carnaval de 1984 na AABB. Eu, Hudson (amigo), meu irmão Marcos Jr e atrás minha tia e minha vó.

Meu pai e meu irmão em frente a Praça Gustavo Barroso em 1987

Meus pais em frente a Praça Gustavo Barroso em 1987

Minha prima Renata na Praia do Futuro em agosto de 1990.

Carnaval infantil do Náutico Atlético Cearense em 1991. 

Foto de meados dos anos 90. Vemos meu irmão querido, meu tio, minha saudosa vó e minha prima linda.

Praia do Meireles em janeiro de 1996, vendo-se o Sorvetão ao fundo.


Agradecimento especial: Marcel Nobre

Se você quiser participar do nosso Baú de Memórias, mande suas fotos para: fortalezanobre@gmail.com
Lembrando que as fotos precisam ter nossa Fortaleza como plano de fundo! ;)



NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: