Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



domingo, 19 de abril de 2015

Pedro Pereira da Silva Guimarães - A rua Pedro Pereira



"Assume em 08 de abril de 1842, o cargo de Chefe de Polícia 
o jornalista, crítico e político Pedro Pereira da Silva Guimarães."

Em 22 de março de 1882, a Rua São Bernardo passa a chamar-se Rua do Dr. Pedro Pereira. Atualmente é somente Rua Pedro Pereira. Mas, quem foi o homem que dá nome a rua?

Pedro Pereira da Silva Guimarães - Bacharel em Direito pela Academia de Olinda, na qual se matriculou em 1833, nasceu em Aracati a 29 de Junho de 1814 e foram seus pais João Pereira da Silva Guimarães, português, e Anna Rodrigues Pereira, Aracatiense.
Formado a 21 de Novembro de 1837, veio para Fortaleza associando-se logo a redação do 16 de Dezembro. No ano seguinte fundou O Popular, que acabou pelo quebramento do prelo, e de 1841 a 55 escreveu no Pedro II, notando-se entre as muitas publicações suas a serie das engraçadas Cartas de Braz Pitorra a sua sobrinha Ignez Sensata, sendo que o tempo ainda lhe sobrava para redigir o periódico O Periquito (1846), que tanto combateu e ridicularizou a administração Vasconcelos. Publicou n'O Comercial (1855) os Alforges, folhetins muito jocosos. Mas incontestavelmente foi O Sol (1856) a mais exuberante manifestação de seu gênio de critico e polemista.


Revista Trimensal do Instituto do Ceará - 1898

Jornal O Cearense - 1847

Jornal Pedro II - 1847

Além dos trabalhos da imprensa, publicou o Vademeco dos Poetas ou coleção de sonetos jocosos, esquisitos, curiosos e burlescos, extraídos de vários autores. Outras obras que publicou: O Sortilégio Pueril, A Cartilha de Meus Filhos, O Passa Tempo divertido e O Nome Pedro, obra em 2 volumes, dedicada ao Imperador e de que se ocupou Antonio Feliciano de Castilho no seu Almanaque Geral.


No ano de 1850, um cearense de ARACATI - deputado Pedro Pereira da Silva Guimarães, enfrentava a oposição da Câmara Federal apresentando um projeto em favor da abolição. Surgiram depois diversos movimentos abolicionistas, entre os quais a "SOCIEDADE CEARENSE LIBERTADORA" - Sandro Barreto Guimarães (Aracati em Foco)

Jornal Pedro II - 1850

Foi promotor público de Fortaleza (Decreto de 11 de Abril de 1839), juiz municipal e de órfãos de Fortaleza (Decreto de 23 de Janeiro de 1843) e dos termos de Vigia e Cintra na província do Pará (Decreto de 14 de Outubro de 1845), e professor de geometria no Liceu do Ceará, em cujo salão nobre está o seu retrato juntamente com os dos seus colegas de magistério ali.

Jornal Pedro II 

Jornal Pedro II - 1852

Representante de sua terra como Deputado, prestou ao país relevantes serviços sobretudo com os seus projetos de 1850 e 1852 estatuindo no Brasil a liberdade do ventre e a emancipação progressiva dos escravos, projetos que imortalizam sua memória.

Jornal Pedro II - 1852 
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Jornal Pedro II - 1852 

"Em 1856, Pedro Pereira inicia a publicação de O Sol, jornal literário,
político e crítico que circulou até 1865 e foi ressuscitado em 1876 por João Brígido."


Faleceu a 13 de Abril de 1876.
Sei que deixou vários inéditos, que se perderam por incúria de pessoa da família.
Sobre Pedro Pereira há um estudo biográfico devido a pena do Dr. Álvaro de Alencar.
A Revista do Instituto do Ceará, 1906, traz a serie dos seus discursos no Parlamento sobre a liberdade dos escravos, com uma introdução pelo Barão de Vasconcelos.

Ao lado: Jornal O Sol de 1856

A propósito da publicação feita pela Revista leia-se um belo artigo do Dr. Vieira Fazenda estampado n'A Noticia, Rio de Janeiro, nº de 10 de Outubro de 1906.
Pedro Pereira era irmão do Padre Vicente Pereira da Silva Guimarães, mestre de cerimonias do Sólio Episcopal no tempo do bispo de Pernambuco D. João da Purificação Marques Perdigão.
Pedro Pereira d'Aguiar (Dr.) —Tendo-se bacharelado em ciências e letras no Liceu de Fortaleza, transportou-se para o Rio de Janeiro, cuja Faculdade Médica frequentou.

Jornal Libertador - 1881

Jornal Libertador - 1881
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Sua Tese de doutorado, sustentada a 4 de Maio de 1909, versou sobre Higiene em campanha.
Faz parte do Centro Medico Cearense.

Fonte: Dicionário Bio-bibliográfico Cearense - Barão de Studart

Jornal Libertador - 1881

Jornal Gazeta do Norte 1882

Jornal Libertador - 1884
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A rua Pedro Pereira - Fatos Históricos


 24/12/1854 - Inaugura-se a Igreja de São Bernardo, na esquina da Rua Senador Pompeu com Rua Pedro Pereira, construída pelo engenheiro militar Bernardo José de Melo.



Ao lado: Jornal Libertador - 1884

 22/03/1882 - A Rua São Bernardo passa a chamar-se Rua do Dr. Pedro Pereira, homenagem a Pedro Pereira da Silva Guimarães, o primeiro deputado que apresentou na Câmara o projeto de emancipação do ventre escravo. Atualmente é somente Rua Pedro Pereira.

Mudança no nome da rua S. Bernardo - Jornal Gazeta do Norte 1882



Jornal Gazeta do Norte - 17 de janeiro de 1889

 1900 - O coronel Francisco Filomeno Ferreira Gomes, adquire uma fábrica de cigarros a Teodósio Freire, que ficava na Rua Pedro Pereira, e transforma-a na Fábrica Iracema de Cigarros, da firma Gomes & Reishofer, na Praça do Ferreira nº 11. Depois mudou, em 1914, a razão social para Philomeno Gomes & Filhos e em 01/05/1924, para Beleza & Garcez, quando já estava no Jacarecanga, desde 1920.


Jornal Gazeta do Norte 1883


Ao lado: Jornal Libertador - Quinta-Feira 5 de abril de 1888

 07/08/1902 - Inaugura-se, em Fortaleza, o Externato Colombo, tendo à frente os professores Valente de Andrade, Francisco Gonçalves e José Vieira.
Ficava na Rua Municipal (Guilherme Rocha) nº 5 (antigo), mas logo se mudou para a esquina da Rua Floriano Peixoto com Rua Pedro Pereira.

Em 1904 mudou-se novamente, desta feita para a Rua 24 de Maio nº 92, esquina com Rua São Paulo, mesmo local onde estivera o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, de Ana Bilhar.
Fechou as portas em 1913.
 01/12/1912 - Irrompe, violento incêndio no prédio sede em Fortaleza da Inspetoria de Obras Contra as Secas - IOCS (hoje Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS), Palacete do coronel Carvalho Mota, na esquina da Rua General Sampaio com Rua Pedro Pereira, destruindo dezenas de importantes documentos e projetos.
O incêndio foi considerado criminoso havendo várias prisões de funcionários e engenheiros.


Palacete Carvalho Mota

 01/06/1927 - A Comissão de Febre Amarela muda-se, do prédio da Rua Pedro I, para a Rua São Bernardo nº 105 (hoje Rua Pedro Pereira). 

 02/02/1928 - Após reforma, às 7h, é reinaugurada a Igreja São Bernardo, na Rua Senador Pompeu, esquina com Rua São Bernardo (Rua Pedro Pereira).

Revista da Academia Cearense - 1900

 Fevereiro de 1933 - Aberta em Fortaleza A Princesa, mercearia de primeira ordem, na Rua Major Facundo nº 756, esquina com Rua Pedro Pereira, de Carlos Soares.
 27/06/1933 - Inaugurada, à noite, a leiteria A Holandesa, na esquina da Rua Floriano Peixoto com Rua Pedro Pereira.
 1935 - O português Manuel da Silva Praça estabelece-se com a Padaria Globo, na Rua Padre Mororó nº 1155, esquina com Rua Pedro Pereira

Padaria Globo


Foto ao lado: Século - 1883


 17/10/1937 - lançada a pedra fundamental do Palacete Iracema, propriedade do Clube Iracema, em terreno entre a Rua General Bezerril nº 751, Rua Pedro Pereira, Rua do Rosário e Rua Monsenhor Luís Rocha, na Praça dos Voluntários. Depois foi vendido à Prefeitura Municipal que lá esteve por muitos anos como Paço Municipal. Hoje funciona no local a Secretaria de Finanças da Prefeitura.

Palacete Iracema
 07/02/1938 - Fundado por Antônio Filgueiras Lima e Paulo Sarasate Ferreira Lopes, o Instituto Lourenço Filho (depois Colégio Lourenço Filho), funcionando em prédio na Rua Floriano Peixoto nº 963, entre a Rua Pedro Pereira e Rua Pedro I. Hoje é Faculdade e fica na Rua Barão do Rio Branco esquina com Avenida Domingos Olímpio.

Revista do Instituto do Ceará - 1937
 25/03/1939 - Com a presença do Interventor Federal no Ceará, Francisco de Menezes Pimentel, o vespertino O Nordeste, órgão da Arquidiocese de Fortaleza, inaugura seu novo edifício na esquina da Rua General Bezerril com Rua Pedro Pereira, próximo à Praça dos Voluntários, em frente ao Parque da Independência, hoje Parque da Liberdade.
A bênção do edifício e das oficinas coube ao arcebispo de Fortaleza, Dom Manuel da Silva Gomes.
Usaram da palavra Manuel Antônio de Andrade Furtado, redator-chefe, e o jornalista Hugo Vitor Guimarães, que falou em nome da Associação Cearense de Imprensa.
O prédio ainda existe, mas ocupado por uma loja.
O Nordeste volta a circular neste dia, pela primeira vez, depois de 22/12/1938.

A Onda - 1883
 07/07/1942 - O Quartel General da 3ª Brigada de Infantaria - 3ª Bda I, passa a funcionar em prédio da Rua Pedro Pereira nº 461, esquina com a Rua Major Facundo, sendo o primeiro comandante, o coronel Pedro Penedo Pedra.
 17/09/1942 - Criada, pelo Decreto-Lei nº 4.706, a 10ª Região Militar com sede em Fortaleza, abrangendo além do Ceará, os estados do Piauí e Maranhão.
As tropas da 7ª Região Militar localizadas nos três estados passaram para a 10ª RM.
Sua instalação se deu no dia 25/01/1943 em prédio na esquina da Rua Pedro Pereira com Rua Major Facundo.
Seu primeiro comandante foi o general de brigada Francisco Gil Castelo Branco que, por encontrar-se em Fernando de Noronha, só assumiu em março.
Ficou sob o comando interino do coronel João Felipe Bandeira de Melo.

Calçamento da rua Pedro Pereira - Jornal Libertador - 1882

 07/05/1943 - Inicia-se a mudança do Quartel General da 10ª Região Militar do prédio da esquina da Rua Pedro I com Rua Floriano Peixoto, para prédio na esquina da Rua General Sampaio com Rua Pedro Pereira nº 461.
 18/05/1943 - Inaugurada, em Fortaleza, a Estação de Radiotelegrafia da 10ª Região Militar, no novo prédio na Rua Pedro Pereira nº 461.

 09/08/1943 - Fundado, em Fortaleza, o Instituto Brasil-Estados Unidos - IBEU, no Palácio do Comércio e instalado em 25 de novembro do mesmo ano.
Faziam parte da sua primeira diretoria Edgar Cavalcante de Arruda (Edgar de Arruda), Omar O'Grady, Jorge Moreira da Rocha, tenente P. Wandsworth, José Ramos Torres de Melo e Fausto Augusto Borges Cabral (Fausto Cabral).
Sua sede ficava na esquina da Rua João Moreira com Rua Barão do Rio Branco.
Em novembro de 1945, mudou-se para prédio na esquina da Rua General Sampaio nº 849 com Avenida Duque de Caxias; em 04/07/1951, foi para prédio na esquina da Rua Pedro Pereira nº 258, com Rua Floriano Peixoto (
antiga residência de Alfredo Lopes); em 21/04/1956, passou para prédio próprio na Rua Solon Pinheiro nº 58.
Hoje tem filial na Rua Nogueira Acióli nº 801, na Aldeota.

Almanaque do Ceará - 1898

Almanaque do Ceará - 1899

 17/01/1945 - Incêndio destrói a Casa Primor, mercearia no cruzamento da Rua Pedro Pereira nº 433, com Rua Barão do Rio Branco nº 1280, do comerciante Rômulo Vasconcelos.
 20/12/1947 - Entregue à Prefeitura Municipal de Fortaleza, o Palacete Iracema, recém adquirido ao Clube Iracema, pela Municipalidade, na gestão do prefeito José Leite Maranhão, entre a Rua Pedro Pereira, Rua do Rosário, Rua General Bezerril nº 751 e Rua Monsenhor Luís Rocha, ao lado da Praça dos Voluntários.

Correio da Assembleia Provincial - 1839

 17/12/1948 - Inicia-se a mudança do quartel da 10ª Região Militar, da Rua Pedro Pereira nº 461, esquina com Rua General Sampaio, para o quartel antes ocupado pelo 23º Batalhão de Caçadores - 23BC, na Avenida Alberto Nepomuceno, esquina com Rua Dr. João Moreira. A 10ª Região Militar - 10ª RM, permanece até hoje no local.
 06/01/1949 - A 10ª Região Militar termina a mudança, do prédio da Rua General Sampaio esquina com Pedro Pereira nº 461, para o antigo quartel, prédio onde esteve o 9º Batalhão e o 23º Batalhão de Caçadores - 23BC, anexo à Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção na Avenida Alberto Nepomuceno.
 07/07/1952 - Realiza-se exame das propostas à concorrência para construção da sede do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários - IAPC (Edifício Arara), na Rua Pedro Pereira, entre Rua Major Facundo e Rua Barão do Rio Branco. Participaram as firmas Valdir Diogo, Luciano Pamplona, N. Studart Leitão e Imobiliária José Gentil, sendo vencedora a proposta de Luciano Pamplona.

Prédio do IAPC na Pedro Pereira - Assis Lima

 18/10/1953 - Lançamento da pedra fundamental do edifício do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários - IAPC, na Rua Pedro Pereira entre a Rua Major Facundo e a Rua Barão do Rio Branco, conhecido depois como Edifício Arara, pelas cores berrantes de sua pintura.
 09/05/1955 - Fundada em Fortaleza a Farmácia Holanda, da Organização Farmacêutica Vasconcelos & Bezerra, em prédio na Rua Barão do Rio Branco esquina com Rua Pedro Pereira, em frente ao prédio do IAPC (Edifício Arara). No início do Século XX houve uma homônima. O local depois foi ocupado pelo BEC dos peixinhos.

BEC dos peixinhos, na esquina da rua Pedro Pereira com Barão do Rio Branco em Foto de 1973

 29/01/1956 - Inaugura-se o prédio do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários - IAPC no Edifício Arara.
 28/12/1971 - Com a presença do governador César Cals de Oliveira Filho, o presidente Evandro Ayres de Moura lança a pedra fundamental da nova sede do Banco do Estado do Ceará - BEC, que ficará na esquina da Rua Pedro Pereira com Rua Barão do Rio Branco.
Em 22 de junho de 1973, às 18 horas o Banco do Estado do Ceará - BEC inaugura seu novo prédio sede, no dia em que completava 9 anos de atividades.
O prédio, que ficou conhecido como "BEC dos peixinhos", é uma obra do arquiteto José Neudson Bandeira Braga (Neudson Braga), com cálculos do engenheiro Luciano Ribeiro Pamplona (Luciano Pamplona) e execução da Construtora Waldyr Diogo Ltda.
 08/03/1985 - Inaugurado o Museu das Secas, em prédio na esquina da Rua General Sampaio com Rua Pedro Pereira nº 683/741, tentativa tardia do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, de reunir seu antigo acervo. Só restavam o prédio (Palacete Carvalho Mota), um teodolito e fotografias ampliadas do Arquivo Nirez.


Créditos: Portal da História do Ceará, Gildácio Sá, Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Biblioteca Nacional Online, Arquivo Nirez

sábado, 18 de abril de 2015

Especial 289 anos - Os homenageados nas ruas da cidade (Parte VII)



Comendador e jurista, Samuel Felipe de Sousa Uchôa (Samuel Uchôa), hoje é nome de rua nas Damas, Bom Futuro e Parreão. Era natural de Riacho do Sangue, depois Frade e hoje é Jaguaretama, onde nasceu em 21/12/1843.
Samuel Uchôa faleceu em Fortaleza, aos 59 anos de idade em 25 de junho de 1902.



General de brigada Antônio Carlos da Silva Piragibe (General Piragibe), era cearense de Icó nascido a 13/06/1843. 
Era comendador da Ordem da Rosa. Participou da Campanha do Paraguai. Hoje é nome de rua na Parquelândia e Amadeu Furtado

Assentou praça voluntariamente no 1º Batalhão de Infantaria a 15 de Março de 1862. Em 1863 matriculou-se na antiga Escola preparatória da Corte.
A 22 de Outubro de 1864 expedicionou como sargento para bordo da esquadra estacionada no Rio da Prata, desembarcando em Paissandu a 4 de Dezembro do mesmo ano e ai tomando parte nos combates de 6 e 31.
Em 1865, embarcado na canhoneira Ivahy, tomou parte nos combates de 1 e 2 de Janeiro.
A 10 de Fevereiro entrou para a guarnição do vapor Amazonas, assistindo a capitulação de Paissandu. Feito alferes a 18 de Fevereiro, a 2 de Março seguiu para bordo da canhoneira Iguatemy, subindo o Paraguai.

Em 1888 foi promovido a major, por merecimento e estudos. Em 1889 foi mandado ficar às ordens do Chefe do governo provisório da República, em 1890 a 7 de Janeiro foi promovido a tenente-coronel e a 17 de Março a coronel, por merecimento.
Em 1891 passou para a segunda classe do exército, por ter sido julgado incapaz para o serviço e foi reformado por Floriano Peixoto a 12 de Abril de 1892.
Desterrado para Tabatinga por Decreto de 12 de Abril do mesmo ano, foi anistiado a 5 de Agosto.
Em 1895 foi anulada sua reforma, continuando ele, porém, agregado a arma a que pertencia. Em 1897 reverteu ao serviço ativo do exército.
A 22 de Setembro de 1899 foi graduado ao posto de general de brigada, sendo promovido a esse posto a 23 de Maio de 1903. A 17 de Agosto de 1904 foi nomeado comandante da brigada policial.
Tinha todas as medalhas da campanha do Paraguai, medalhas de prata da Republica do Uruguai, da Tomada de Corrientes.
Era cavaleiro da ordem da Rosa, de Cristo, de São Bento de Avis e comendador da Ordem da Rosa e tinha a medalha militar de ouro por contar mais de 30 anos de serviço no Exército sem nota em seu desabono.
De seu casamento com D. Maria Luíza Barrão Piragibe, filha do General Barrão, deixou dois filhos : Eduardo Piragibe (
Oficial da armada) e Maria Piragibe, casada com o Major Clodoaldo da Fonseca.

General Piragibe morreu com a idade de 61 anos, no Rio de Janeiro, vitimado por 
síncope cardíaca em 10 de fevereiro de 1905. Seu funeral foi feito por conta do Estado.



Jurista e músico Joaquim Lopes de Alcântara Bilhar, membro da Academia Cearense, professor da Faculdade de Direito do Ceará e juiz aposentado, era cearense do Crato nascido a 27/02/1848. Filho do Major Joaquim Lopes Raimundo Bilhar, falecido com 66 anos em 1882, e D. Isabel Bilhar de Alcântara.

Obteve o grau de Bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito do Recife a 17 de Novembro de 1871.

Exerceu os cargos de promotor publico da comarca do Crato, lugar para o qual foi nomeado por ato de 2 de Agosto de 1872, e de juiz municipal do mesmo termo e comarca por Decreto de 23 de Agosto de 1873. Findo o quatriênio foi nomeado juiz de direito da comarca da Telha (hoje Iguatu) por Decreto de 9 de Março de 1878, tendo deixado o exercício por ter sido nomeado chefe de Polícia do Ceará por Decreto de 22 de Março de 1882.

Terminada a comissão de policia, foi-lhe designada a comarca de Baturité para nela ter exercício por Decreto de 22 de Setembro de 1882, sendo dali chamado para exercer interinamente a mesma comissão de policia na administração do Dr. Sátiro de Oliveira Dias por ato de 10 de Abril de 1884. Removido da comarca de Baturité para a de Acarajú, Capital de Sergipe, por Decreto de 10 de Julho de 1890, foi aposentado neste ultimo cargo por Decreto de 12 de Novembro de 1890. Era advogado nos auditórios da capital do Estado, sendo muitos dos seus trabalhos transcritos no Direito, do Rio de Janeiro. Era sócio efetivo da Academia Cearense e lecionava a cadeira de Direito Civil na Faculdade Livre de Direito do Ceará. Em 1876 com Fenelon Bomílcar da Cunha e Ulysses de Penafort redigiu no Crato 'A Liberdade'.
Morreu em Fortaleza, vitimado por tuberculose pulmonar em 09 de maio de 1905.
Hoje é nome de rua em Fortaleza.



Tenente Coronel Jaime Benévolo, era cearense de Maranguape nascido em 27/08/1854. Era irmão de Francisco Benévolo, Odilon Benévolo e Elvira Pinho. É hoje nome de rua que se inicia na Praça do Coração de Jesus, terminando na Avenida 13 de Maio.

Informação histórica assegura que fazendo parte do gabinete de comando do General Deodoro da Fonseca, tudo fez para que este, doente e indeciso, saísse à rua para Proclamar a República.

Em 13 de maio de 1905, morre, na Capital Federal, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, no cargo de fiscal da iluminação pública.



Poeta e prosador, Fernando da Costa Weyne (Fernando Weyne), nascera em São Fernando, Paraguai em 03/09/1868, na época sitiada por tropas brasileiras em guerra naquele país.
Fruto do relacionamento do tenente-coronel cearense Alfredo da Costa Weyne, que ali se achava em combate, com uma enfermeira paraguaia, com menos de dois anos de idade, Fernando Weyne veio com o pai para o Brasil, indo residir em Porangaba, agora parte do município de Fortaleza.
Após os estudos primários, Fernando ingressou na Escola Militar, não chegando, porém, a terminar o curso. Todavia, desde muito jovem revelou seus pendores para as artes. Em 1895, começou a participar do Centro Literário, agremiação de intelectuais cearenses, no qual também participavam: Antônio Bezerra, Justiniano de Serpa, Júlio Olímpio, Rodrigues de Carvalho, Barão de Studart, Soares Bulcão, Aníbal Teófilo e tantos outros . Através desta agremiação, teve publicados os seus poemas Miudinhos, volume único, em 1895.

Em 1897, escreveu aquele que seria seu poema mais famoso: "Loucuras", dedicado a uma ex-namorada, que, musicado por Roberto Xavier de Castro, outro membro do Centro Literário, em pouco tempo se tornou uma das modinhas mais populares do país com o título tirado do último verso: "A Pequenina Cruz de Teu Rosário".


 "A Pequenina Cruz de Teu Rosário" na voz de Carlos Galhardo

Escreveu peças teatrais, com preferência pelo gênero da comédia, dentre as quais destacam-se: O Lobisomem, Ventura Sem Ventura, Nem Mel Nem Cabaça e Quem Muito Escolhe. Também escreveu vários artigos de arte para o Jornal do Comércio do Rio de Janeiro.

Morreu em Parangaba a 17 de abril de 1906, de tuberculose, aos 38 anos, e seus restos mortais descansam no Cemitério da Parangaba. Deixando inédito o trabalho "A Aeronáutica", em que, depois de focalizar as suas origens, expunha a teoria do balão livre e a construção de um balão aerostático.



Leia também:

Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V
Parte VI

Créditos: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Portal da História do Ceará, Wikipédia e pesquisas diversas.



sexta-feira, 17 de abril de 2015

Especial 289 anos - Os homenageados nas ruas da cidade (Parte VI)



João Lopes de Abreu Lage (Lopes Filho), funcionário da Alfândega. Era membro da Padaria Espiritual e do Centro Literário. Hoje é nome de rua no Amadeu Furtado. Cearense de Fortaleza, nascido em 07/04/1868. Morreu jovem, em 19 de julho de 1900.



O advogado e professor Leandro Chaves de Melo Ratisbona (Dr. Ratisbona), era cearense do Crato nascido a 01/05/1824, que foi professor do Liceu e deputado provincial e do Império. É hoje nome de rua no Bairro de Fátima.

Era filho de Tomás José Leite de Chaves e Melo, natural do Rio Grande do Norte, ex-deputado provincial, e de Antônia Joaquina de Sá Barreto, filha de Joaquim Antônio Bezerra de Meneses, ex-deputado provincial, chefe do Partido Conservador, em cuja fazenda veio à luz.

Começou os estudos primários aos nove anos de idade e, em breve, substituiu o pai, falecido, no cargo de escrivão judiciário. Deixando este ofício, foi estudar na Faculdade de Direito de Olinda, onde, em 1853, recebeu o grau de bacharel em ciências jurídicas, na mesma turma que Antônio Firmo Figueira de Saboia, Américo Militão de Freitas Guimarães, Bento Fernandes de Barros e Francisco Urbano da Silva Ribeiro. Ainda durante a faculdade, em seu segundo ano, foi eleito deputado provincial. Apesar de sua família quase que inteiramente ser conservadora, era filiado ao Partido Liberal. Foi nomeado lente da Língua Nacional no Liceu de Fortaleza, em 1857, na mesma ocasião em que Esmerino Gomes Parenteo foi para a cadeira de Retórica.

A partir de 1861, passou a residir no Rio de Janeiro, estabelecendo banca de advogado em Paraíba do Sul e posteriormente na capital, obtendo notável sucesso. Dois anos depois, foi eleito deputado geral por sua província de origem para a legislatura de 1864 e reeleito para a de 1868, juntamente com Bernardo Duarte Brandão. Dissolvida a Câmara, em julho desse ano, pelo gabinete de Itaboraí, com a ascensão do Partido Conservador, só voltou ao Parlamento em 1878, quando seu partido subiu ao poder com o gabinete de Sinimbu, em 5 de janeiro do mesmo ano. Seu nome foi indicado para senador duas vezes.

Vítima de derrame cerebral, permaneceu longo tempo doente, até falecer aos 76 anos em 
Paraíba do Sul, Estado do Rio de Janeiro em 22 de dezembro de 1900. 
Era casado, desde 1848, com sua prima-irmã, Maria Senhorinha Ratisbona, filha de sua tia Maria Senhorinha de Sá Barreto e de Alexandre Correia Arnaut Mascarenhas. O casal teve dois filhos: Alexandre de Chaves e Melo Ratisbona e
Idalina Ratisbona, mãe de Leandro Ratisbona de Medeiros.



O coronel José Francisco da Silva Albano (Barão de Aratanha), capitalista e filantropo fortalezense nascido em 21/05/1830. É hoje nome de rua no centro e no Bairro de Fátima. 

José Francisco da Silva Albano, primeiro e único Barão da Aratanha, foi um rico comerciante e militar brasileiro, tendo sido coronel da Guarda Nacional.
Filho mais velho do comerciante português Manuel Francisco da Silva e de Maria Francisca (ou Angélica) da Costa e Silva, chamava-se originalmente José Francisco da Silva. Acrescentou Albano, com a intenção de se distinguir de seus primos, homônimos, descendentes de um tio, Antônio Francisco da Silva, como forma de identificação de seu tronco genealógico, ou seja, eram descendentes do ramo do sargento-mor Albano da Costa dos Anjos, seu avô materno, agricultor na Serra da Aratanha, exemplo em que foi seguido por seus irmãos Manuel e Antônio.

Maria Francisca (sua mãe) faleceu às vésperas do 12º aniversário de seu primogênito, deixando como herança as terras de Aratanha. Seu pai casou-se novamente, em 1843, com Ana Joaquina da Conceição, com quem teve mais uma filha, Maria Francisca da Silva. Todavia, este veio a falecer três anos depois. Órfão, depois da morte de seu pai, tornou-se caixeiro de José Smith de Vasconcelos em Sobral, e depois passou a trabalhar em Fortaleza. Na capital da província, praticou o comércio em casa de Desidério Antônio de Amorim.

As terras de Aratanha pouco renderam aos irmãos Albano. Mesmo assim, eles tiveram que contratar um advogado de Pernambuco, Francisco Carlos Brandão, para o processo de demarcação.



Chegando seus irmãos à maioridade, José e Manuel , em 1852, abriram a firma Albano & Irmão, com a Loja do Povo, depois Casa Albano. Era uma casa importadora, vendia miudezas, tecidos, vinhos e uísques. Ali chegou a empregar seu primo Rodolfo Marcos Teófilo, o qual se tornaria um importante escritor cearense. Ambos foram grandes filantropos e por isso, em 1887, José foi agraciado com o título de Barão de Aratanha.

Foi casado com sua prima-irmã Liberalina Angélica Teófilo (1836 - 1900), filha de seu tio materno José Antônio da Costa e Silva (1792 - 1866), que fora seu guardião e de seus irmãos após a morte de seu pai. José Antônio também era pai do escritor Juvenal Galeno. O casal teve seis filhos:

José Albano Filho (1855 - 1881), cônsul do Império Alemão e negociante;

Maria Liberalina Albano, primeira esposa do eng.º Antônio Epaminondas da Frota;
Antônio Xisto Albano (1859 - 1917), sacerdote, bispo da Igreja Católica;
João Tibúrcio Albano (1860 - 1924), negociante;
Júlia Teófilo Albano (1863 - 1885);
Maria de Jesus Albano, freira, congregada à Ordem das Pequenas Assuncionistas.

Barão de Aratanha morreu em Fortaleza a 13 de junho de 1901, aos 71 anos de idade. 



O padre lazarista Pedro Augusto Chevalier (Padre Chevalier), nascera na Saint Riquier, Diocese de Amiens, na França, a 22/09/1831.

Foi o primeiro reitor do Seminário da Prainha e ali permaneceu por quase 20 anos. Foi ele também quem lançou a pedra fundamental da Igreja do Pequeno-Grande na Praça Figueira de Melo em 1896.


Faleceu em Fortaleza, aos 70 anos, no dia 17 de junho de 1901.
Passou 36 anos no Ceará e hoje há no Joaquim Távora uma rua com seu nome.



Professor de desenho do Liceu do Ceará, Júlio Henriques Braga (Júlio Braga), nasceu em Fortaleza, no Pici em 1868. 
Serviu como arquiteto na Estrada de Ferro de Baturité e no município de Fortaleza. 
Hoje é nome de rua em Parangaba. Morreu em 05 de setembro de 1901, em Castanhão, Pará, com 33 anos.


Leia também:

Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V
Parte VII
Créditos: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Portal da História do Ceará, Wikipédia e pesquisas diversas.



quinta-feira, 16 de abril de 2015

Especial 289 anos - Os homenageados nas ruas da cidade (Parte V)



O poeta cearense Lívio Barreto, era membro da Padaria Espiritual e é Patrono da Cadeira nº 24, na Academia Cearense de Letras - ACL.
Era natural da Fazenda Angicos, distrito de Iboaçu, em Granja, onde nascera a 18/02/1870.

Foram seus pais José Soares Barreto e Mariana da Rocha Barreto. Lívio foi morar na sede Granja, onde chegou em 1878 e aí aprendeu, com o professor Francisco Garcez dos Santos, as primeiras letras.
Necessidades o forçaram, ainda criança, a trabalhar como caixeiro de um parente, atividade que o marcou por toda a vida, tendo, no trabalho, vivido a maior parte da infância.

Contudo, o forte apelo pela literatura, com José Barreto, Luís Felipe, Belfort e outros, funda um jornal literário – O Iracema – onde aparecem seus primeiros versos, já reveladores da inspiração e da originalidade daquele que mais tarde passaria a ser o principal representante do Simbolismo no Ceará, apesar da forte tendência romântica.

Sentindo o meio em que vivia intelectualmente atrasado para seus talentos, resolve seguir para Belém do Pará, em junho de 1888, onde trava conhecimento com o poeta João de Deus do Rêgo, que muito contribui para o seu aperfeiçoamento literário.

Regressa dali, em 1891, doente e acabrunhado de esperanças. Por esse tempo aparece, na sua terra natal, um outro jornal literário – A Luz – em que Lívio publica sonetos e ligeiras crônicas humorísticas.

Restabelecido no seio carinhoso da família, em fevereiro de 1892, ruma para a bela Fortaleza, onde se torna um dos fundadores (com o pseudônimo de Lucas Bizarro) da Padaria Espiritual – entidade literária que produzia o jornal – O Pão – tendo à frente o talentoso poeta Antônio Sales.

Intelectualmente satisfeito, mas afetado, fora do lar, por dificuldades financeiras, regressa ele como filho pródigo, acontecendo naufragar à altura da Periquara, Litoral do Ceará, em viagem no vapor Alcântara, salvando-se a nado, exímio nadador que era. Isto lhe rendeu um belo poema:Náufrago.

Segundo Artur Teófilo, “o Lívio era magro, pequeno, altivamente petulante.Tinha o olhar penetrante, sem vacilações, a fronte alta e abaulada e uma palidez baça de hepático.
Ria pouco e só entre amigos deixava por vezes transparecer sua fina verve elegante, um bocado pessimista e epigramática. Com o vulgo era sisudo, um tanto frio mesmo, com uns longes de bem entendido orgulho.
Usava casimiras claras, chapéu de feltro alto, e fumava cachimbo, à noite, embalando-se rapidamente na rede, com um livro de versos nas mãos.”


Lívio Barreto, autor de um único livro – DOLENTES – publicado postumamente por Waldemiro Cavalcanti. Faleceu na sua banca de trabalho, em Camocim,
 onde era guarda-livros da Agência da Companhia Maranhense de navegação a vapor, fulminado por uma congestão cerebral, às 3 horas da tarde do dia 29 de setembro de 1895, com somente 25 anos de idade.



O oficial da Marinha e escritor Adolfo Ferreira Caminha (Adolfo Caminha), cearense de Aracati nascido em 29/05/1867, autor de A Normalista, membro da Padaria Espiritual
Era filho de Raymundo Ferreira dos Santos Caminha e Maria Firmina Caminha. Mudou-se para o Rio de Janeiro, ainda na infância. Em 1883, Adolfo entra para a Marinha de Guerra, chegando ao posto de segundo-tenente. Cinco anos mais tarde, transfere-se para Fortaleza (1888). Apaixona-se por Isabel de Paula Barros, a esposa de um alferes, que abandona o marido para viver com Caminha. O casal teve duas filhas: Belkiss e Aglaís. Na sequência do escândalo, vê-se obrigado a deixar a Marinha e passa a trabalhar como funcionário público.

A sua primeira obra publicada foi Voos Incertos (1886), um livro de poesia. Em 1893, Adolfo publica A Normalista, romance em que traça um quadro pessimista da vida urbana. Usa as suas experiências e observações de uma viagem que havia feito aos Estados Unidos em 1886, para escrever No País dos Ianques (1894). No ano seguinte, firma sua reputação literária ao publicar Bom Crioulo, mas provoca escândalo, pois o romance aborda a questão da homossexualidade, o que massacrou a recepção crítica da obra. Colabora também com a imprensa carioca, em jornais como Gazeta de Notícias e Jornal do Commercio, e funda o semanário, Nova Revista. Já tuberculoso, lança o último romance, Tentação, em 1896. 
Morre prematuramente no Rio de Janeiro, no dia 1º de janeiro de 1897, aos 29 anos, vítima de tuberculose pulmonar. Foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier. Hoje é nome de rua em Fortaleza.



poeta Francisco de Paula Ney, era cearense de Aracati, nascido em 02/02/1858. É um dos Patronos na Academia Cearense de Letras - ACL. 

SONETO
[dedicado a cidade de FORTALEZA]

Ao longe, em brancas praias embalada

Pelas ondas azuis dos verdes mares,

A Fortaleza, a loura desposada

Do sol, dormita à sombra dos palmares.


Loura de sol e branca de luares,

Como uma hóstia de luz cristalizada,

Entre verbenas e jardins pousada

Na brancura de místicos altares.


Lá canta em cada ramo um passarinho,

Há pipilos de amor em cada ninho,

Na solidão dos verdes matagais...


É minha terra! A terra de Iracema,

O decantado e esplêndido poema

De alegria e beleza universais!

Paula Ney morreu no Rio de Janeiro em 13 de outubro de 1897, aos 39 anos, vítima de tuberculose pulmonar.



O jornalista Tibúrcio Rodrigues, que juntamente com seu irmão, mantinha o jornal político O Rebate, que foi empastelado pelo governo, era cearense de Ipu onde nascera a 11/08/1869. Hoje é nome de rua no São João do Tauape
Morreu em Fortaleza a 27 de setembro de 1898, aos 29 anos de idade, vítima de 
traumatismo moral.



O poeta José da Silva Bonfim Sobrinho, que pertenceu ao Centro Literário, nascera em Fortaleza a 19/03/1875. Hoje é nome de rua no Bairro de Fátima

Tinha em confecção, para publicar,  dois livros: Musa Triste (versos), e Grinaldas. Souza Pinto num trabalho que publicou sobre este iriditoso poeta, retrata nas seguintes linhas o moral e o físico do melancólico sonhador do Noivado funebre

"Alma boa e inofensiva, enclausurada num corpo franzino e indolente, possuidor de belos dons de inteligência, espírito impressionável e nervoso, Bonfim Sobrinho era por natureza um triste, em toda a extensão deste vocábulo. Os versos que escreveu são quase todos sombrios, e, cheios de uma inspiração sentimentalmente dorida e magoada".

Bonfim Sobrinho morreu em 22 de junho de 1900, aos 25 anos de idade, em um hospital em Belém do Pará.


Leia também:

Parte IV
Parte VI
Parte VII
Créditos: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Portal da História do Ceará, Wikipédia, http://www.biografia.inf.br/ e pesquisas diversas.


quarta-feira, 15 de abril de 2015

Especial 289 anos - Os homenageados nas ruas da cidade (Parte IV)



O senador Theodureto Carlos de Farias Souto (Teodoreto Souto), era cearense de Ipu nascido em 04/11/1841. Existe hoje uma rua com seu nome no Rodolfo Teófilo
Filho de José Francisco Souto Barateiro e de Ursulina Ferreira Passos, nasceu e foi batizado "em perigo de morte" na extinta freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, então sediada em Ipu. A dita freguesia foi extinta em 27 de outubro de 1883, sendo criadas em seu lugar as freguesias de Nossa Senhora da Conceição de Ipueiras e a de São Sebastião do Ipu. A Igreja de São Gonçalo passou a ser capela da freguesia de Ipueiras.

Foi bacharel pela Faculdade de Direito do Recife em 1865. Foi nomeado Coletor Municipal de Fortaleza, mas, exonerado no governo Homem de Melo, seguiu com os pais para o Rio de Janeiro e pôs banca de advogado em Cantagalo, onde, em 24 de julho de 1869, casou-se com Elisa Dietrich (1846 - 1923).

Foi deputado geral pela Província do Ceará de 1878 a 1881, no ministério de Sinimbu. Foi presidente das províncias de Santa Catarina, nomeado por carta imperial de 10 de fevereiro de 1883, de 28 de fevereiro a 29 de agosto de 1883, e do Amazonas, de 11 de março a 12 de julho de 1884.

Na República foi presidente do Banco do Brasil e senador pelo Ceará em 1891. 
Morreu em 11 de agosto de 1893, em Friburgo - RJ, aos 52 anos.



Adolfo Herbster - Engenheiro arquiteto a quem Fortaleza deve serviços de urbanização, descendente de suíços, nascera em Pernambuco em 04/05/1826.

Filho de pai Suíço-Alemão e mãe Francesa, veio para o Ceará quando tinha 29 anos de idade.

Adolfo Herbster casou-se duas vezes. A primeira com Henriqueta Maria de Almeida, que veio a falecer em maio de 1866, e a segunda vez com Filismina Lopes.

Em 21 de Novembro de 1855, muda-se para Fortaleza, contratado como engenheiro da Província.

Adolfo Herbster substituiu Simões Ferreira nas funções de “arruador
¹ e “cordoador”, algo muito próximo ao que se entendia como arquiteto leigo.

Em 1856 assume a direção das Obras Públicas Gerais, que era anteriormente ocupada por um arquiteto leigo de nome Antônio Simões Ferreira de Farias
². O engenheiro não concluiu a obra e coube justamente a Adolfo Herbster a conclusão dos serviços finais de carpintaria, marcenaria, pintura e os acabamentos finais da obra.

A obra foi inaugurada em 7 de abril de 1835, pelo Presidente da Província, José Martiniano de Alencar.



Adolfo Herbster executou inúmeras obras na cidade. Elaborou plantas arquitetônicas urbanas – construiu a estrada que liga Fortaleza a Maranguape – a Ponte sobre o Riacho Pajeú, onde hoje passa a Rua Rufino de Alencar, que liga a Catedral Metropolitana ao Seminário da Prainha.

Desenhou ainda o Paço da Assembleia legislativa, cujas obras foram iniciadas em 1856 sob a responsabilidade do engenheiro Joaquim Fonseca Soares e Silva.

A última planta que traçou da cidade de Fortaleza em 1888, foi impressa em Paris pela gráfica Burke e cia. Essa planta se encontra exposta no Museu do Ceará.

Os instrumentos com os quais trabalhava, encontram-se expostos no Museu Histórico do Ceará, em Fortaleza. O reconhecimento ao seu trabalho só foi feito em 1932, quando uma rua da capital recebeu o seu nome.
Adolfo Herbster faleceu em 12 de novembro de 1893, aos 67 anos de idade. Foi sepultado no Cemitério de São João Batista.



Ex-guarda mor da Alfândega em Fortaleza, Vitoriano Augusto Borges, nasceu em Lisboa, Portugal em 08/08/1821 e naturalizado brasileiro. Hoje é nome de rua na Serrinha, em Fortaleza.Morreu na Bahia em 14 de setembro de 1893.



O padre José Teixeira da Graça (Padre Graça), cura da , cearense de Aracati nascido em 30/11/1853 e que exerceu a presidência do Poder Legislativo em 1886. Hoje é nome de rua em Fortaleza (Rua Padre Graça). 
Filho do coronel Antônio Pereira da Graça, era sobrinho do Barão de Aracati. Estudou no Seminário de Fortaleza, recebendo ordens em 1876.

Em 16 de março de 1877, o bispo D. Luís Antônio dos Santos instaurou a freguesia de Arronches (Parangaba), sob a invocação do Senhor Bom Jesus dos Aflitos — anteriormente fundada no século XVII por Antônio Filipe Camarão, mas que fora desativada —, e nomeou o jovem padre Graça para seu vigário, o qual lá ficou até 1892. Ali foi notável sua conduta durante a seca de 1877-1879.

Foi depois removido para a capelania de Passagem das Pedras (Itaiçaba) e posteriormente transferido para o curato da Sé, em Fortaleza, onde soube conquistar verdadeira amizade e admiração do povo. Eleito à Assembleia Provincial do Ceará, foi feito seu presidente, em 1886 e 1887. Presidente da Sociedade União do Clero, mereceu de Leão XIII o monsenhorato e o titulo de Camareiro Secreto. Todavia, consultado para aceitar o bispado do Pará, recusou essa honraria.

Como jornalista, foi redator-chefe do jornal "A Verdade", de orientação católica, cujo primeiro número foi impresso em 27 de julho de 1890. Também eram redatores do periódico Júlio César da Fonseca Filho, Paulino Nogueira Borges da Fonseca e Francisco Valdevino Nogueira.
Monsenhor Graça faleceu prematuramente aos 41 anos de idade em Fortaleza, a 24 de julho de 1894. Ao seu enterro compareceram mais de cinco mil pessoas acompanhando o seu féretro ao Cemitério São João Batista, onde se ergueu-lhe um mausoléu, fruto de uma campanha de donativos, sendo projeto da autoria do desenhista Martiniano Antônio da Mota. Existe hoje uma rua chamada Padre Graça, no bairro Parque Araxá, em Fortaleza, em sua homenagem.
 



O abolicionista, jornalista e poeta Antônio Dias Martins Júnior (Antônio Martins), ex-senador estadual. Membro da Cearense Libertadora era cearense de Fortaleza, onde nascera a 16/06/1852, e hoje é nome de rua no Rodolfo Teófilo e Damas.

Antônio Martins pontificara no jornal Mocidade ao tempo de Joaquim de Sousa, e seria uma das grandes figuras do Clube Literário, colaborando ativamente n'A Quinzena, era, além de notável jornalista, orador de alto mérito. Tem razão o historiador Raimundo Girão quando diz que ele é, dos três, "o mais poeta, o que mais esteve na intimidade das filhas de Zeus". De sua autoria é a letra do "Hino à Redenção da Província" do qual transcrevo algumas estrofes: 

Cearenses, cruzados da Glória, Nossa terra está livre de escravos! Hoje abriu-se no escopro da História O padrão deste povo de bravos.

Vitória! Vitória! Bradai cidadãos! No lar de Iracema são todos irmãos! 

Já não geme algemado no açoite, Oprimido, infeliz, nosso irmão; Nem os ventos das trevas da noite Chora os prantos da vil servidão. 

Estas plagas da livre Jangada, De Alencar e de Pedro Pereira, Hão de ser a Caanã inspirada Da total Redenção Brasileira! 

Salve! ó dia almejado da Glória, Alvorada do Império da Cruz! Salve! aurora da Paz, da Vitória! Salve! ó filhos da Terra da Luz! 

Antônio Martins faleceu em Fortaleza, a 31 de março de 1895, aos 42 anos de idade. 


¹ 01 de julho de 1800, foi nomeado um arruador da Vila, Manuel Ferreira da Silva, para "arrumar" as construções de forma a ficarem as ruas alinhadas. Pode ser considerado o primeiro arquiteto de Fortaleza.

² Antônio Simões Ferreira de Farias foi dispensado pela Câmara Municipal por não está desempenhando seu papel de "arruador", pois estava constantemente fora da cidade e dessa forma, atrapalhando as obras.

Leia também:

Parte I

Parte II
Parte III
Parte V
Parte VI
Parte VII

Créditos: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Portal da História do Ceará, Wikipédia, http://www.biografia.inf.br/ e pesquisas diversas



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